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Neymar fez quatro contra o União Barbarense. Quem mais fez? |
No entanto, no primeiro
tempo, os lances pelo lado esquerdo do ataque foram prejudicados
pelas várias poças de água por aquelas bandas. Patito, que ficou
quase o tempo todo por ali, foi prejudicado, e Neymar, atuando mais
pelo meio, conseguiu achar espaços na frágil defesa do União
Barbarense. Por ali, após um passe pelo alto de Cícero, aconteceu o
gol do craque, logo aos sete minutos. Os donos da casa não
conseguiram pressionar, embora Cesinha tenha feito grande jogada,
exigindo uma defesa difícil de Rafael. Fora isso, o Peixe, mesmo com
toda água nas quatro linhas, dominou com tranquilidade. O segundo
tento, também de Neymar, veio após lance de Patito, e o Onze
alvinegro, oportunista, só precisou completar.
Àquela altura, o União
Barbarense já caminhava para o rebaixamento. Mais ainda quando se
iniciou a segunda etapa e, antes do primeiro minuto, Neymar marcou
novamente com assistência de Pato, uma bela finalização de calcanhar. Cinco minutos depois, o quarto
tento, em um contra-ataque rápido. O Onze ainda finalizou uma bola
na trave e fez um gol anulado de forma correta, já que Guilherme
Santos, que deu a assistência, estava impedido.
Mesmo contando com a
fragilidade do adversário, o time teve que driblar o gramado muito
prejudicado pela chuva, e conseguiu tocar bem a bola. Renê Junior e
Alan Santos foram muito bem, e Montillo também teve atuação
destacada. Mas Neymar roubou a cena...
Artilharia e protesto da torcida
“Ah,
mas o Neymar só faz quatro contra times pequenos”, dirão os
céticos. A verdade é que não é trivial um jogador marcar quatro
gols em uma partida, embora o atacante santista já tenha feito isso contra o Atlético-PR e contra o Paraguai, no Sul-americano sub-20.
E, em geral, quando outros fazem quatro tentos numa partida, costumam
ser festejados. Portanto, festejo Neymar, que agora é artilheiro do
campeonato paulista com 13 gols, dois a mais que Willian Batoré,
ex-atacante do Santos e agora centroavante pontepretano.
Outra
reflexão pós-jogo. Muitos santistas que não concordavam com o
protesto feito contra o treinador Muricy Ramalho, o “Esse
time não me representa”, foram à forra. Disseram que a
atuação foi uma “resposta” a quem protestava. Ué, mas tudo que
um protesto legítimo quer é resposta. E o time correspondeu, quem
vai dizer que isso não ocorreu também em função do protesto,
democrático, e que não ensejou qualquer tipo de violência?
Não
se pode confundir torcida e apoio com aceitação de tudo, um
exercício contínuo de engolir sapos. Nunca deixei de torcer pelo
Santos, mesmo quando a gestão anterior a esta cometia erros dos mais
bárbaros, muitos deles maiores do que os da atual. Torcia, mas
protestava e contestava, posts passados aqui mostram isso.
Agora, por que essa administração ou a comissão técnica estariam
livres de protesto e de pressão? Um pouco mais de senso (e de
exercício) de democracia vai bem...