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domingo, maio 19, 2013

Ano sim, ano também: Timão leva Paulistão 2013

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Vai, Corinthians!! (Eduardo Vianna/LancePress)
É campeão! O empate por 1 a 1 com bom futebol – e uma penca de gols perdidos – contra o Santos na Vila Belmiro deu o título do Campeonato Paulista de 2013 ao Corinthians. De quebra, afasta o fantasma da crise que rondou a equipe após a desclassificação bizarra na Libertadores e acalma o tempo para a reorganização da equipe que tem tudo para vir forte na disputa do Brasileirão.

O primeiro gol do jogo foi de Cícero, premiando a pressão santista do início da peleja. O empate alvinegro foi de Danilo, aquele com que se pode contar para desenroscar partidas complicadas e achar gol decisivos. Os santistas, que já o xingaram muito em 2012, sabem do que estou falando. Os dois times acumularam chances no restante da partida, com vantagem corintiana no quesito, tendo Romarinho e Pato perdido chances incríveis na cara do excelente Rafael.

Ficou nisso, e em festa na favela. Além de campeonar pela 27ª vez, o Timão impediu o tetra santista, feito que seria inédito no profissionalismo do futebol do estado, o que ajuda a temperar  a conquista.

Foi a conquista de um time experimentado, que sente poder controlar cada jogo que faz. Nem sempre isso é verdade, mas a calma que daí advém fez com que mais de uma vez os jogadores transformassem resultados adversos.

Cascudo, no sentido de que é difícil de ser batido. Mas com jogadores de qualidade, sendo o maior deles Paulinho, volante/armador crucial no estilo da equipe. Se estiver mesmo de saída, como se especula, Tite vai ter trabalho.

Também é um time em transição. Que desde a consagração na Libertadores de 2012 mudou muito, em especial no ataque. Ainda mais se pensarmos no Brasileirão de 2011.

Naquele ano distante, começamos com William no ataque, ainda antes da chegada de Alex e Sheik. Liedson era a grande referência, municiado por um contestado Danilo. A entrada dos reforços se deu gradualmente, mantendo o 4-2-3-1. As lesões de Liedson – e a inoperância de Adriano, que não vale mais comentários – começaram a formar a equipe da Libertadores do ano seguinte.

Tite inventou um tipo de 4-2-4-0, com Danilo, Sheik e Alex revezando na única vaga do ataque de um esquema muito compactado, que teve seus melhores momentos com uma marcação avançada baseada em organização tática muito rara em terras tupiniquins.

No segundo semestre, a chegada de mais reforços, especialmente Guerrero, mudou de novo o time. A pegada continuou – inclusive com a surpreendente participação de Douglas – e voltou a figura de um camisa nove, ausente desde Liedson e pela péssima jornada do ex-vascaíno Elton.

Se durou num 4-2-3-1 no Brasileirão, levou uma versão diferente ao Japão na partida contra o Chelsea: um 4-4-2 meio inglês, com Danilo e Jorge Henrique armando e marcando pelos lados, Sheik mais perto de Guerrero. O sacrifício de Douglas tirou posse de bola e inteligência, mas deu ainda mais pegada ao time. Com isso, conseguiu equilibrar o jogo contra o superior tecnicamente time inglês e levar o bi mundial.

No início deste ano, a rotina não mudou: novos reforços, novas mudanças no time. Os gatilhos agora foram Alexandre Pato e, principalmente, Renato Augusto. O ex-flamenguista é um meia mais jovem e móvel que Danilo, mais marcador que Douglas, com passe e armação muito melhores que Jorge Henrique. Com ele, o 4-4-2 funcionaria ainda melhor, preparando o terreno para a entrada de Pato, protegido pelos médicos para ser o craque do time, ponto de desequilíbrio de uma equipe forte, mas previsível – e que sempre marcou poucos gols.

A receita parecia estar funcionando: Renato foi o principal nome do time na fase inicial da Libertadores e em vários momentos do Paulista, organizando o time, dando passes e dominando o meio-campo ao lado de Danilo e Paulinho. Pato vinha entrando aos poucos, ganhando confiança para superar seu histórico de lesões e fazendo gols. Um time mais forte parecia se formar, mas veio a contusão de Renato Augusto e tudo mudou de novo.

Não havia reserva que cumprisse suas tantas funções e Tite voltou ao 4-2-3-1, com Romarinho na direita, como um Jorge Henrique melhorado. Sheik ganhou a vaga de Pato, por marcar e correr mais. E formou-se a equipe campeã paulista de 2013.

Vários jogadores, várias formações. E vários títulos, é claro. O Corinthians de Tite mostra uma grande capacidade de adaptação às mudanças. Olhar esse histórico faz valorizar mais o trabalho do técnico, que enfrentou com as armas que teve em cada momento inúmeras batalhas, saindo vitorioso de muitas.

Agora, novas mudanças devem acontecer para o Brasileirão, para o bem e para o mal. Renato Augusto deve voltar e Pato está cada vez mais em forma – e, creio eu, entendendo o que precisa para se firmar entres os titulares. Douglas também recuperar a forma, como mostraram seus bons minutos ao final do clássico deste domingo. Romarinho está fortalecido com o período como titular, bem como Edenílson, que voltou a ser opção para o meio campo.

Mas rolam as especulações de sempre sobre Paulinho e Ralph, o eixo central de todas as formações dessa fase multi-campeã do alvinegro. Alessandro vem caindo cada vez mais de produção pela idade, embora ainda faça com Fábio Santos uma dupla de improvável mas testada eficiência. Mas a despeito do belo reforço que se mostrou Gil, a defesa vem levando gols demais em bolas paradas e jogadas aéreas.

Novos desafios para Tite e seu bom elenco. A essa altura, ele já deve estar acostumado a superá-los.

Sobre o Santos

Com a licença dos santistas, um pitaco que não pretendo provocativo. Os dois times protagonizaram jogos eletrizantes nas finais e o Peixe poderia ter levado, especial e obviamente com Neymar. Mas me parece um time sem conjunto, sem organização coletiva. Se Tite montou e remontou times, Muricy parece ainda não ter achado uma outra equipe depois de vencer a Libertadores - e lá se vão dois anos da conquista - mesmo depois de receber bons reforços, como Montillo e Cícero, e indicações suas, como Marcos Assunção. Se estiverem certas as notícias a respeito da disposição da diretoria santista em negociar Neymar  (o que seria uma novidade nessa novela de já tantos anos de especulações), como fica o Brasileirão?

domingo, maio 12, 2013

Corinthians 2 x 1 Santos: primeiro round é do Timão

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Paulinho jogou bola pra caramba e trouxe o time com ele (Foto: Rodrigo Coca/AE)

A vitória do Corinthians sobre o Santos foi boa por vários motivos, e complicada por pelo menos um. Primeiro, ganhar do Santos é sempre bom. Segundo, o Timão jogou bem, o que não fazia há muito tempo. Contou com uma bela atuação de Paulinho, principal esteio dos melhores momentos do time no ano passado – dois pontos que trazem bons augúrios para o jogo de quarta contra o Boca. O problema, não pequeno, é que a grande superioridade do time no primeiro tempo não se traduziu em uma vantagem maior, sendo os 2 a 1 totalmente reversíveis para o Santos em seus domínios.

Com a mesma formação que passou jogando mal contra o São Paulo, o Timão resgatou a organização coletiva e impôs ao Santos uma marcação pesada na saída de bola. Danilo, Romarinho, Guerrero e Sheik fechavam todas as saídas e criavam chances, em ordem decrescente de boas participações. O domínio foi amplo, até criou chances de gol e levou a um número no mínimo impactante de nove escanteios a favor e nenhum contra em vinte minutos, segundo o Juca Kfouri. Mas bola na rede mesmo só aos 41 minutos, com Paulinho, após passe de Danilo. Na boa, se tivesse virado 3 a 0 não seria nenhum exagero, ainda mais se levarmos em conta um pênalti (que entendo quem questionar) de Dracena em Romarinho.

Diga-se que a vantagem paulistana teve ajuda de Muricy Ramalho, que errou ao escalar um time com quatro volantes e nenhum meia. Apostou em Marcos Assunção na armação e não deu certo. Na segunda etapa, voltou com Felipe Anderson, que foi armar pela esquerda e dividir as atenções de Ralph. Assim, Neymar ficou no mano a mano contra Alessandro, que sem a cobertura rápida de Gil não teria aguentado o tranco.
Tite mexeu duas vezes: colocou Edenilson no lugar de Romarinho para ajudar na marcação do 11 santista e trocou Guerrero por Pato. Na minha opinião, pelo menos um equívoco aí, já que Romarinho fazia partida muito boa e Sheik nem tanto, e leva minha raiva por perder pelo menos um gol na cara de Rafael que Pato fatalmente teria guardado. Além disso, quem já leu alguma de minhas mal-digitadas nos últimos tempos sabe que Pato e Guerrero, os dois artilheiros do time, devem jogar juntos e o treinador que se vire para fazer funcionar.

Com tudo isso, o jogo se equilibrou e deve ter ficado muito bom para o observador neutro, com chances de gol para os dois lados. De minha parte, a coisa ficou mais interessante lá pelos 30 minutos, quando uma bola rebatida na área sobrou para Paulo André, que encheu o pé e abriu 2 a 0. E voltou a ficar meio chatão aos 38 minutos, quando Durval subiu no meio da zaga e marcou de cabeça. Não foi o primeiro gol de cabeça levado por essa defesa esse ano. No meio disso teve um outro pênalti discutível em Alessandro, esse feito por Leo, que bateu mais do que jogou. E foi isso.

Assim foi e o Corinthians leva a vantagem do empate para o jogo da Vila Belmiro. O que é bacana, mas longe de garantir alguma coisa. Leva também um impulso anímico importante para o jogo contra o Boca, pela moral, pelo resgate de Paulinho e da marcação adiantada, e por Romarinho fazer sua primeira partida mais convincente como meia. É bom sinal por agora, mas é preciso manter uma curva ascendente e melhorar a cada jogo se quisermos manter chances de ganhar alguma coisa esse ano.

segunda-feira, maio 06, 2013

A ampliação de tabus desagradáveis para o São Paulo e uma final de Paulista equilibrada

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A eliminação para o Corinthians, nos pênaltis, estendeu alguns incômodos tabus para o São Paulo. No campeonato paulista, foi a sétima vez consecutiva que o time saiu em uma semifinal. Quando a competição teve formato de mata-mata (ou só “mata”), os tricolores foram campeões pela última vez em 2000. Neste século, um único título em 2005, quando o Paulista foi disputado em pontos corridos em turno único.

Confraternização na final do Rio-São Paulo de 2002
No século XXI, o mata-mata tem causado dissabores à torcida são-paulina quando os adversários são dois dos grandes paulistas. Contra Corinthians e Santos, o São Paulo teve dez confrontos, não triunfando em nenhum deles. Além da eliminação de ontem, o Tricolor tombou diante do Corinthians nas semifinais da Copa do Brasil de 2002 e do Paulista de 2009; e nas finais do Paulista, de 2003, e do Rio-São Paulo, de 2002.

Diego, um dos algozes do "Real Madri do Morumbi"
Já contra o Santos a freguesia é semelhante. O São Paulo foi eliminado três vezes em sequência nas semifinais do campeonato paulista de 2010, 2011 e 2012. Antes, caiu nas quartas de final do Brasileiro de 2002 e na Sul-Americana de 2004. No século 21, a vantagem são-paulina em pelejas eliminatórias aparece quando o rival é o Palmeiras. Tirando a derrota para o Alviverde em 2008, nas semifinais do Paulista, o Tricolor eliminou o adversário no Torneio Rio-São Paulo de 2002 – pelo curioso critério de ter menos cartões amarelos –, no Supercampeonato Paulista (tá, esse é café com leite...) de 2002, na Copa do Brasil de 2000 e nas Libertadores de 2005 e 2006.

No meio da semana, o clube do Morumbi vai tentar evitar a ampliação de outra série desagradável. Nas últimas cinco participações do time na Libertadores, ele caiu diante de um brasileiro. Em 2006, na final contra o Inter; nas oitavas de 2007, contra o Grêmio; nas quartas de 2008 e 2009, diante de Fluminense e Cruzeiro, e nas semifinais de 2010, contra o Inter.

Final equilibrada

Seguindo na toada das eliminações são-paulinas no Paulista, o Corinthians entra em vantagem “mística” contra o Peixe na final. Desde 2008, quem derrotou o Tricolor nas semifinais acabou ganhando o título. A exceção em sete anos foi o São Caetano, em 2007, quando a equipe de Dorival Júnior foi derrotada pelo Santos de Vanderlei Luxemburgo.

Danilo decidiu ida do Corinthians à final da Libertadores 2012
Se no geral, no século 21, o Alvinegro Praiano tem vantagem em confrontos contra o Corinthians – 18 vitórias, 10 empates e 13 derrotas – em mata-mata, os dois se chocaram cinco vezes, com três triunfos corintianos e dois santistas.

O Timão levou a melhor na semifinal do Paulista de 2001, com o gol de Ricardinho nos acréscimos, e foi derrotado na final do Brasileirão de 2002, marcada pelas pedaladas de Robinho em cima de Rogério. Em 2009, na final do estadual, triunfo corintiano, vingado em 2011, quando o Peixe se sagrou campeão. Em 2012, o Timão levou a melhor eliminando o Alvinegro Praiano nas semifinais da competição.

Esperança peixeira é que ele resolva
Outro dado curioso diz respeito a Neymar: desde que se tornou profissional, em 2009, ele esteve em todas as finais de Paulista, e, em dez mata-matas disputados, foi campeão em seis e vice em dois. Com o futebol jogado pelo Peixe ultimamente, é candidato a salvador da pátria (aliás, sempre é...).

Nada de bom?

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Por Moriti Neto

Depois de dois insucessos como mandante em momentos decisivos, é natural o pessimismo se instalar na cabeça do torcedor. Contudo, só é possível concluir aspectos negativos do time do São Paulo? Não creio.

Há bons agouros. E quem traduziu isso em palavras foi o técnico do adversário que eliminou o Tricolor ontem, o corintiano Tite. Após o jogo pela semifinal do Campeonato Paulista, ele enalteceu a qualidade do adversário. “Falei isso para ele (o técnico Ney Franco) pessoalmente. Trouxe à equipe do São Paulo um equilíbrio, ela marca e joga, com Ganso retomando seu futebol e Jadson jogando muito”, na entrevista coletiva no Morumbi.

Tite está certo. Ney Franco sabe o que faz. O São Paulo evoluiu nos últimos dois meses. Jogou de igual para igual todas as vezes que enfrentou Corinthians e Atlético Mineiro (que, em minha opinião, são os dois melhores times do Brasil hoje) este ano. Não fez feio, ao contrário.

É sabida a maior quantidade de resultados negativos do que positivos contra esses adversários. Falta o “algo mais” para estar no mesmo nível deles. O coletivo necessita de ajuste fino para decidir em retas finais. Isso virá com o tempo. Exatamente o que ocorreu com Corinthians e Atlético.

Também é fato que isso se realizará somente se a espinha dorsal da equipe e a comissão técnica forem mantidas, e reforços pontuais forem contratados, principalmente para as laterais, além de mais um atacante de bom nível. Sendo assim, a coisa engrena ainda este ano.

Sobre alguns pontos que contribuíram para os insucessos da semana, justamente contra Galo e Corinthians, vou por tópicos: 

O falso ídolo

De novo, Luis Fabiano. Esse é um mal para o São Paulo. Por um motivo ou outro, não se pode contar com ele em momentos importantes, o que, obviamente, azeda o clima no elenco. É complicado e desanimador – em qualquer setor profissional – ver um sujeito que é tratado a pão de ló quase sempre deixar o coletivo a ver navios.

Sinceramente, não entendo a idolatria ao jogador. Veterano que é, colaborou em quais conquistas? Um Rio-São Paulo, lá no longínquo 2001. No título da Sul-Americana, no ano passado, o papel dele foi risível, tanto pela expulsão contra o Tigre quanto pela falta de gols na competição.

O fraco William José (atualmente no Grêmio de Porto Alegre) anotou três gols no campeonato e foi bem mais importante que LF, que marcou só um tento. Creio que isso serve de boa medida para constatar o quanto é improdutivo na prática. Parece que joga contra. Repudio a falta de seriedade e a má influência ao elenco que ele representa.

Na Libertadores deste ano, aprontou feio na fase de grupos, contra o Arsenal, numa inexplicável expulsão depois do apito final. Pegou quatro jogos. Quinta-feira foi o último. Com ele em campo, o São Paulo poderia ter matado o Atlético no primeiro tempo.

Definitivamente, o clube não pode mais ficar refém de um atleta (???) que só contribui para desestabilizar o elenco e nem tem mais as condições técnica e física de outrora. Passou da hora de dar adeus ao falso ídolo.
Jadson e Ganso valem a pena

A parceria Ganso e Jadson tem potencial. Ambos são talentosos e o entrosamento cresce. Não vejo que se atrapalham no meio de campo, como avalia post da dupla Marcão/Nicolau. O posicionamento melhorou. A movimentação idem. Ganso joga mais atrás, orquestrando o time. Jadson está mais próximo dos atacantes. A ideia é lógica e respeita as características dos dois, pois o camisa 8 é um armador clássico e o 10 são-paulino tem chegada à área mais rápida e eficaz. Assim como todo o time, falta, na parceria, o tal “algo mais”, a sintonia fina com a proposta de jogo. No entanto, dá para tomar como base a ótima atuação da dupla nos 35 minutos em que o São Paulo encurralou o Galo na noite de quinta, quando, inclusive, o gol são-paulino saiu dos pés dela.

O quase

Douglas é o mais “quase jogador” que já vi. Faz “quase passes”, “quase chutes”, “quase dribles”, “quase cruzamentos”. Se o Herrera é o “quase gol”, o Douglas é o “quase jogador” ou “quase nada”.

Dos piores

Thiago Carleto é das piores coisas que já passaram pela lateral-esquerda do São Paulo. Corre, mas não acerta passes e cruzamentos. Bate forte na bola? Sim. Porém, chuta mal. Não tem pontaria. De que adianta?

Cortez é bom. Fez um ótimo 2011 pelo Botafogo. Em 2012, no primeiro semestre, foi dos poucos que se salvou no bagunçado time de Leão. Na outra metade do ano, jogou muito, inclusive na marcação, que não é o ponto forte dele. Urge recuperá-lo.

Bora, São Paulo.

Freguesia confirmada

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Pra (não) variar, deu Corinthians contra o São Paulo em mais um mata-mata - que, para o time do Morumbi no Campeonato Paulista, de 2003 para cá, está mais para "morre-morre". Não me lembro de outra eliminação para o Corinthians nos pênaltis, ou muito me engano ou foi a primeira. Fato é que a última vez que o Tricolor eliminou o rival no mata-mata foi no longínquo ano 2000... (Milton Leite diria: "Que faaaasee... interminável!"). Freguesia mais do que consumada.

O curioso é que, crente que o jogo se decidiria nos 90 minutos regulamentares, marquei um compromisso para as 18 horas do domingão. Daí, não vi os pênaltis. Estava na rua quando ouvi a gritaria dos corintianos. Só hoje li, no jornal, que Ganso e Luís Fabiano desperdiçaram suas cobranças. Sintomático. Não vejo vida muito longa para nenhum dos dois no Morumbi. Se ficarem até o fim do ano, será muito. Pressão, crise e maus resultados vão abreviar suas passagens pelo clube.

No mais, pênalti, pra mim, pode dar qualquer coisa. Eu imaginei que o roteiro do jogo seria o mesmo do confronto anterior entre os dois times: o São Paulo pressionando no início, por jogar em casa, e o Corinthians tentando o contra-ataque no segundo tempo. Mas o Tricolor deu azar novamente. Tudo bem que Atlético-MG e Corinthians são, hoje, dois dos mais fortes clubes do país, os mais cotados para levantarem a Libertadores - e superiores ao São Paulo.

Mas o Aloísio sair machucado com 8 minutos de jogo, na quinta-feira, e o Osvaldo sair com 11 minutos de bola rolando, ontem, é muito azar. Osvaldo é capaz de decidir um jogo sozinho, como fez contra o Penapolense. No post que escrevi aqui no blog junto com o Nicolau sobre as equivalências e diferenças entre os dois times, fui profético: "Depois da saída de Lucas, Osvaldo se tornou 'o cara' no ataque do São Paulo." E também: "Douglas é ruim, em qualquer posição."

E foi justamente Douglas, o horrível e perna-de-pau Douglas, um dos piores jogadores que já vi com a camisa do São Paulo em três décadas de torcida, quem substituiu Osvaldo! O resultado foi um jogo chato, modorrento e sem atrativos. Do segundo tempo, assisti uns 10 minutos. Um documentário sobre peste bubônica, no History Channel, estava mais interessante. Acho justo Santos e Corinthians na final. Continuam sendo os melhores em São Paulo. E vamos ao Brasileirão...


domingo, maio 05, 2013

São Paulo x Corinthians: no papel, quem leva?

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São Paulo e Corinthians enfrentam-se daqui a pouco no Morumbi para saber a quem caberá o fardo de interromper a conquista do tetra-campeonato do Santos no Paulistão. Os dois times chegam ressabiados pelos últimos resultados na Libertadores. Na quarta, o Timão jogou mal como há muito não se via e perdeu para o Boca Juniors na Argentina. O Tricolor teve um resultado ainda mais doloroso, com a virada que levou do Atlético-MG em casa.

Para aumentar a ansiedade, o Futepoca, nas figuras do corintiano Nicolau e do sãopaulino Marcão, publica esta minuciosa comparação das duas equipes, exaustivamente debatida no fórum adequado e acompanhada de uma(s) garrafas de adequadas bebidas. Veja aí se concorda:

GOLEIROS
Rogério Ceni - Se estiver em dia ruim (como contra o The Strongest, na Bolívia), vantagem do Corinthians. Se o dia for bom (como contra o Penapolense), faz defesas milagrosas. Assim, há 50% de chance de qualquer coisa – ou seja, SDS (só Deus sabe).

Cássio - Voltando de contusão, é dúvida. Caso esteja plenamente recuperado, será pedreira para o ataque sãopaulino. Porém, em clássico de gente grande, goleiro que não está 100% pode complicar. Ou seja, SDS (só Deus Sabe).

Resultado: São Paulo


LATERAIS

Paulo Miranda e Carleto - O primeiro voltou há pouco de contusão e é muito irregular. O segundo só sabe correr, não arma jogadas e não tem pontaria. As laterais são o ponto mais fraco do São Paulo, há várias temporadas. Rodrigo Caio é opção na direita.

Alessandro e Fábio Santos - Titulares e jogando juntos há muito tempo. Podem não ser nenhuma Brastemp mas, neste caso, vale a sintonia fina que demonstram com o esquema de Tite.

Resultado: Corinthians


ZAGUEIROS
Lúcio e Rafael Tolói - Lúcio é lento e prega sustos na defesa quando decide ir ao ataque. O segundo é botinudo, corre o risco de expulsão e "deu passe" para Pato sofrer pênalti no último Majestoso. O robô do Dr. Smith alertaria: "Perigo! Perigo!"

Gil e Paulo André – O ex-cruzeirense vive boa fase neste ano e rapidamente se tornou nome importante na zaga do Timão, com velocidade e precisão nos desarmes. Volta e meia aparece o desentrosamento com seu parceiro mais lento e a coisa entorna. Mas no geral, a dupla tem sido segura.

Resultado: Empate técnico


VOLANTES
Wellington e Denílson - Jogaram bem no fim de 2012 mas, ultimamente, têm sido a "dupla do Deus me livre". Wellington faz muitas faltas (outro risco de expulsão) e não ajuda o ataque. Denílson, em má fase, idem. Clássico pode ser perdido neste setor.

Ralph e Paulinho – Ainda estão entre as melhores duplas de volantes em atividade no país, mas têm enfrentado jornadas infelizes e estão longe dos dias áureos de 2012. Na primeira partida contr ao Boca, Ralph não acertou meio passe. A ver.

Resultado: Corinthians


MEIAS
Ganso e Jadson - Na teoria, craques. Na prática, nunca jogam bem juntos. Sozinho, Jadson começou a temporada voando. Sozinho, Ganso mandou bem no 2º jogo contra o Atlético-MG. Juntos, se atrapalham. Mas clássico sempre é uma incógnita...

Danilo e Romarinho – O ex-sãopaulino é decisivo em seu estilo lento e prático, mas está sobrecarregado no meio-campo. Romarinho tem se esforçado para ajudar a criação desde as contusões de Douglas e Renato Augusto, mas não é a dele. Criação tem sido o fraco do time.

Resultado: São Paulo


ATACANTES
Osvaldo e Luís Fabiano - Depois da saída de Lucas, Osvaldo se tornou "o cara" no ataque do São Paulo. Toda jogada perigosa passa por seus pés. Luís Fabiano volta de contusão e parece sonolento. Mas é do tipo que, se bobear, guarda.

Emerson e Guerrero – Em fase iluminada, o peruano tem feito gols a granel e participado de jogadas perigosas. Sheik, depois de um começo de ano meio preguiçoso, se coçou e mereceu retomar o lugar no time.

Resultado: Empate técnico


RESERVAS
São Paulo - Denis é um goleiro bem mais-ou-menos. Rodrigo Caio jogou bem como lateral-direito contra o Palmeiras e pode atuar como volante (que realmente é). Edson Silva faz o feijão com arroz na zaga e não compromete. Fabrício está mal. Douglas é ruim, em qualquer posição. Aloísio, Ademilson e Wallyson são apenas esforçados.

Corinthians – O banco corintiano é luxuoso, com gente do calibre de Douglas, Guilherme (ex-Lusa), Edenílson, Chicão e Jorge Henrique. Ah sim, tem um tal de Alexandre Pato também. O ponto mais fraco é o gol, onde Danilo Fernandes não é grandes coisas, mas não chega a comprometer.

Resultado: Corinthians


Com três vitórias alvinegas, dois empates e duas vantagens para o Tricolor, o guardanapo futepoquense registra vitória corintiana no futebol de fantasia - isso se conseguimos ler direito a caneta manchada de cerveja. De todo jeito, o negócio se resolve é com a bola rolando.



Concorda? Acha idiota? Deixe seu palpite nos comentários!

quinta-feira, maio 02, 2013

Milton Neves crava: Atlético-MG e São Paulo campeões!

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Questionado sobre os próximos confrontos do São Paulo, contra o Atlético-MG pela Libertadores, hoje, e contra o Corinthians pelo Paulistão, domingo, o apresentador Milton Neves cravou:

- Galo campeão da Libertadores e São Paulo campeão paulista.

E nada mais quis acrescentar.

'Corintiano é que nem pardal, tem em todo lugar', diz Milton, ao lado de um sãopaulino

segunda-feira, abril 29, 2013

Com calma, Corinthians atropela a Ponte Preta

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É nóis na semi!
A mais marcante característica do Corinthians hoje talvez seja a calma. Foi ela a principal arma do time para suportar a intensa pressão inicial da Ponte Preta e encontrar os caminhos para uma goleada surpreendente pelo que os dois times mostraram durante a competição e também pelos primeiros 30 minutos da peleja.

Empurrada pela torcida, a Ponte apertou pesadamente o visitante. Com marcação intensa, deixava a bola com os zagueiros paulistanos, mas quando algum infeliz atacante ameaçava passar do meio de campo, caíam logo uns quatro pontepretanos em cima dele. Domínio territorial, mas apenas uma boa chance criada, num chutão que o centroavante William Batoré transformou em lançamento ao emendar um petardo para defesa de Danilo Fernandes – das poucas que fez na partida. Fora isso, boa atuação de Chiquinho, driblador que criou as melhores alternativas para furar a defesa corintiana.

Por sua vez, o Corinthians não conseguia sair a pressão, com muito erros de passes. Claro que é mérito da marcação – e também demérito do campo do Moisés Lucarelli – mas os discípulos de Parque São jorge colaboraram bastante. Encurralado, o Timão pouco fez além de segurar a pressão da Ponte – e manter a calma.

Assim, quando a equipe campineira afrouxou um pouquinho, pelo natural cansaço que deriva de tal entrega, apareceram as primeiras chances. Quem abriu o caminho não foi um meia, mas Guerrero, centroavante que vem mostrando outas armas além do já registrado faro de gol. Aos 31 minutos, recebeu de Romarinho e levou uns três zagueiros no peito para o primeiro chute a gol do Corinthians no jogo. E aos 32, lá estava ele roubando bola no meio-campo, passando para Sheik, que deixou com Danilo, que matou a defesa da Ponte com um calcanhar para o peruano. Guerrero sapecou de fora da área e Edson Bastos rebateu para os pés de Little Romário, que guardou. Mais 5 minutos e Fábio Santos rouba uma bola no ataque e passa pra Emerson tirar o zagueiro e acertar um chute manhoso no canto direito. A Ponte começava a cair.

"Jogo pegado é comigo", diz Sheik
O segundo tempo tinha a Ponte apertando de novo, e de novo sem criar grandes chances. Mas durou bem menos a pressão: Sheik caiu/foi derrubado na área e o juiz apontou a marca de cal. Meio madrake, mas o fato é que Guerrero bateu o terceiro prego no caixão campineiro. O quarto foi auto-inflingido quando Baraka encarnou Felipe Mello e deu um pisão num caído Romarinho. Expulsão justa e o fim da esperança da Ponte.

Tite decidiu pensar no Boca e trocou Alessandro, Romarinho e Guerrero por Edenílson, Pato e Douglas. Deste, cabe falar que está claramente fora de forma, mas seus passes e técnica serão bem vindos. Estivesse em campo, seria mais possível sair da pressão insana da Ponte no comecinho.

Mas dos três o destaque foi obviamente Pato. Nos menos de 15 minutos que esteve em campo, perdeu um gol na cara de Edson Bastos, cabeceou uma bola que o goleiro salvou por milagre e, cansado de ter o cabra na frente, driblou-o e a um outro defensor para fazer um golaço, fechando de vez a conta da Ponte. Como deixar esse cara fora do time?

Agora, vem o São Paulo. De nada adianta comparar os jogos classificatórios dos dois rivais e imaginar que o sofrimento tricolor significa vida fácil para o Timão: vai ser pedreira. Convém adotar o poético discurso de Tite e deixar de fora o tapete da soberba. E manter a calma, claro.

domingo, abril 28, 2013

São Paulo toma sufoco e só vence com (suado) gol contra

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"Tudo eu?!", lamenta Osvaldo, que classificou o Tricolor ao lado de Ceni
A cor vermelha das camisas do São Paulo no jogo deste domingo, contra o Penapolense, referência às novas cadeiras do estádio do Morumbi, foi propagandeada pelo clube como "a cor da raça". Mas, depois do jogo, ficou claro que vermelha, mesmo, deveria ter ficado a cara de cada um dos sãopaulinos que entraram em campo. O time passou vergonha, tomou sufoco quase todo o segundo tempo, venceu com um gol contra (bem suado) em jogada individual de Osvaldo e, não fosse Rogério Ceni e suas três ou quatro defesas milagrosas, o Penapolense teria eliminado o Tricolor do Paulistão no tempo normal da partida. A defesa mais inacreditável ocorreu a poucos minutos do apito final, quando Ceni espalmou um petardo à queima-roupa, dentro da pequena área, desferido pelo (ex-sãopaulino) Sérgio Mota. Ficou para todos a forte impressão de resultado injusto, e de que, no mínimo, a decisão deveria ter ido aos pênaltis.

É difícil explicar o São Paulo. Fez uma partida irretocável contra o (forte) Atlético-MG e, hoje, uma atuação horrível contra o (fraco) Penapolense. O mais correto seria avaliar que o clube tem elenco, mas não tem time. Ou seja: não tem esquema tático definido, padrão de jogo, posicionamento compacto. Cada jogo é uma história e vitórias ou derrotas dependem mais de "sorte" ou "azar" do que de outras coisas. Os volantes voltaram a jogar muito mal. Os laterais são sofríveis. A zaga é inconstante e bate muito (Rafael Tolói deveria ter sido expulso hoje). Jadson e Ganso juntos não produzem nada de útil. Luís Fabiano é lento e não chama o jogo pra si, como se espera de um centroavante matador. Pra (não) variar, sobra para Osvaldo tentar resolver o jogo sozinho. Hoje deu certo, mas duvido que, contra o rolo compressor do Corinthians, que atropelou a Ponte Preta por 4 a 0, esse esquema de "joga lá no Osvaldo" seja suficiente.

Prenúncio de (mais uma) "morte" em fase mata-mata. Seja o que Deus quiser...



segunda-feira, abril 22, 2013

Se passar pelo Penapolense, pega Ponte ou Corinthians

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O time reserva do São Paulo fez mais uma partida horrível, idêntica à do último sábado, contra o XV de Piracicaba, e, não por acaso, perdeu pelo mesmo placar para o Mogi Mirim: 1 x 0 . Com isso, encerrou a participação na (modorrenta) fase de turno do Campeonato Paulista em primeiro lugar e conheceu o adversário da (esdrúxula) partida única nas oitavas-de-final, o Penapolense. Caso consiga avançar, pegará nas quartas o vencedor do forte confronto entre Ponte Preta e Corinthians, que decidirão sua sorte em Campinas. Minha impressão é a de que o destino do São Paulo na Libertadores será reflexo do que acontecer nessa reta final do Paulistão. Se cair em uma competição, cai nas duas. E, se conseguir a façanha de conquistar o estadual, pode surpreender no torneio continental. Foi assim no ano em que conquistou seu último Campeonato Paulista, (no longínquo) 2005. Só nos resta a fé!


domingo, abril 21, 2013

Corinthians ganha do Atlético: que venha a Ponte!

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Paulinho comeu mais feijão antes da
partida de hoje (Foto: Ale Cabral/Futura Press)

O Corinthians venceu o Atlético Sorocaba por 2 a 0 no Pacaembu, neste domingo, pondo fim à insuportável primeira fase do Paulistão. Nada tenho contra o torneio, ao contrário: quem deve detestá-lo é o pessoal da FPF, pais desnaturados, jogando assim às traças o filho antes dileto.

Mas de todo jeito, assim ficou em quinto lugar o Timão, 9 vitórias 8 empates e  duas derrotas depois. Feitas todas as contas, o Corinthians pega novamente a Ponto Preta, epetindo o duelo das quartas do Paulistão do ano passado, dessa vez fora de casa. A disputa anterior favoreceu a Ponte no regional, mas há quem diga que quem colheu os louros foi mesmo o Corinthians, ao ver o goleiro Júlio Cesar desgraçado por duas falhas perder o lugar para Cássio, um dos heróis da Libertadores e do Bi-Mundial. Vejamos como será o embate deste ano.

Voltando à peleja com o time que habita o coração de controverso reverendo, Tite testou pela primeira vez um ataque com Emerson, Pato e Guerrero, com Danilo no meio-campo. Funcionou assim, assim, já que o adversário era dos mais frágeis. De minha parte, não vejo como Pato e Guerrero podem ser banco, dado o número de gols que os dois marcam. O peruano hoje não guardou, mas fez uma baita jogada para dar o tento a Danilo, calando aqueles que dizem que no Peru só se treina cabeceio. O jovem Alexandre deixou o seu, colhendo rebote de bola na trave chutada por Paulinho, que está chegando a seu nível.

Boa notícia tabém o retorno de Douglas, daqueles atletas que os torcedores adoram odiar. Joga muito, toca bem, mas não perder muito suor com carrinho na lateral. Se voltar ao nível do ano passado, seu toque de bola refinado vai ajudar e muito.

Sobre a próxima fase, a ser disputada em Campinas, data ainda a ser definida pela FPF, acredito que os jogadores corintianos saberão reconhecer o momento de acerto de contas e darão à Ponte tratamento adequado.

Santos vence Penapolense e espera o Palmeiras nas quartas do Paulista

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André: bem de amigo (Ricardo Saibun/ Santosfc.com.br)
Um passe de calcanhar errado que aparentava mais displicência do que técnica. Uma bola mal dominada, outro passe errado, um carrinho à toa que o torcedor prevê que vai acontecer quando o jogador começa a correr. Cartão amarelo. Tudo indicava que a escolha de Muricy em colocar André ao lado de Neymar era um erro.

Só que Neymar é amigo de André. E deu um presente ao parceiro, uma assistência precisa para o avante que, mesmo caindo, finalizou em frente ao goleiro Marcelo, aos 25. Prometeu retribuir o passe para o companheiro, que está esperando até agora. Neymar, em 14 jogos pelo Paulista, marcou doze gols e fez seis assistências.

Àquela altura, a partida estava movimentada, com domínio peixeiro, e o time da Vila não sofria pressão do rival, que precisava ganhar para assegurar seu alugar no G-8 sem depender de ninguém. Tal vantagem técnica foi consolidada com o segundo tento alvinegro, do vice-artilheiro da equipe Cícero, em posição pra lá de irregular, três minutos após o primeiro gol.

Mas, pra variar, o que se vislumbrava como um jogo fácil, ficou menos simples. O Penapolense voltou para a segunda etapa explorando os lados do campo. Galhardo, que já havia sofrido com Silvinho e Rodrigo Biro caindo do seu lado, ficou mais preso atrás, com Arouca fazendo as vezes do lado direito do ataque. A mudança só evidenciou como o Santos acaba jogando com seus atletas estáticos durante boa parte do tempo: quem ataca, ataca; quem defende, defende; cada um confinado no seu setor. Acontece com muitas equipes no Brasil, mas tem acontecido demais com o Santos.

E Galhardo, o Nelinho por cinco segundos, acabou desviando uma bola que ia para fora e marcou o gol que foi atribuído a Guaru. Os visitantes ainda buscaram a vitória e se arriscaram nos contra-ataques que o Santos não converteu em gol, com Neymar errando bastante. Perto do fim, o gol do Mirassol contra o Linense aliviou a equipe de Pintado, que pega o São Paulo nas quartas de final. Já o Peixe enfrenta o Palmeiras, no dito “clássico da saudade”.


Definidos os jogos da fase de mata-mata do Paulista 2013

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Após as partidas da última rodada do campeonato paulista, todas realizadas às 16h, ficaram assim os jogos das quartas de final:

São Paulo X Penapolense

Mogi Mirim X Botafogo

Santos X Palmeiras

Ponte Preta X Corinthians

Um clássico, o Timão jogando contra seu algoz no ano passado, desta vez fora de casa, e uma equipe do interior assegurada nas semifinais. Os rebaixados foram Mirassol, São Caetano, União Barbarens e Guarani.

terça-feira, abril 16, 2013

Ressaca

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Só depois que o Guarani caiu para a Série A2 do Paulistão (o 10º rebaixamento em 12 anos, sendo que caiu para a Série C do Brasileiro há apenas 6 meses) foi que me lembrei da tentativa do time campineiro, no início deste ano, de trazer o semi-aposentado Adriano (ex)Imperador (foto). O que me levou a pensar numa dúvida Tostines: o Guarani foi rebaixado porque não contratou o Adriano ou o Adriano só não foi rebaixado porque o Guarani não teve dinheiro para contratá-lo? E quem está pior: o Guarani ou o Adriano? Dúvidas cruéis. Na moita, o (ex)atacante achou melhor tomar a saideira. Porque, afinal, deve estar com mais dinheiro que o Bugre...

domingo, abril 14, 2013

E a água do mar recua, antes do tsunami...

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Os times reservas do São Paulo e do Atlético-MG perdem no fim de semana - por 1 a 0 para o XV de Piracicaba (pelo Paulista) e por 2 a 1 para a Caldense (pelo Mineiro), respectivamente - e o suspense aumenta para a partida da próxima quarta-feira, com os times titulares, no Morumbi, pela Libertadores... Promessa de bom jogo.




sábado, abril 13, 2013

Peixe finalmente joga bem, Neymar faz 4 e já é artilheiro do Paulista

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Neymar fez quatro contra o União Barbarense. Quem mais fez?
A escalação da dupla Tata (no banco) e Muricy Ramalho (à distância)surpreendeu. Primeiro, a escalação do volante Alan Santos na lateral direita, no lugar do contundido Bruno Peres, mostra o tamanho da falta de prestígio de Galhardo, destaque no Sul-americano sub-20 de 2012, mas que não rendeu o que se esperava dele no Flamengo e tampouco no Santos. Neto substituiu o suspenso Durval, Guilherme Santos entrou no lugar do “poupado” Léo e ainda houve outra mudança na frente, com a entrada de Patito Rodríguez, formando-se um 4-2-3-1 mais móvel, com três atacantes trocando de posição, contando ainda com a chegada do meia Montillo.

No entanto, no primeiro tempo, os lances pelo lado esquerdo do ataque foram prejudicados pelas várias poças de água por aquelas bandas. Patito, que ficou quase o tempo todo por ali, foi prejudicado, e Neymar, atuando mais pelo meio, conseguiu achar espaços na frágil defesa do União Barbarense. Por ali, após um passe pelo alto de Cícero, aconteceu o gol do craque, logo aos sete minutos. Os donos da casa não conseguiram pressionar, embora Cesinha tenha feito grande jogada, exigindo uma defesa difícil de Rafael. Fora isso, o Peixe, mesmo com toda água nas quatro linhas, dominou com tranquilidade. O segundo tento, também de Neymar, veio após lance de Patito, e o Onze alvinegro, oportunista, só precisou completar.

Àquela altura, o União Barbarense já caminhava para o rebaixamento. Mais ainda quando se iniciou a segunda etapa e, antes do primeiro minuto, Neymar marcou novamente com assistência de Pato, uma bela finalização de calcanhar. Cinco minutos depois, o quarto tento, em um contra-ataque rápido. O Onze ainda finalizou uma bola na trave e fez um gol anulado de forma correta, já que Guilherme Santos, que deu a assistência, estava impedido.
Mesmo contando com a fragilidade do adversário, o time teve que driblar o gramado muito prejudicado pela chuva, e conseguiu tocar bem a bola. Renê Junior e Alan Santos foram muito bem, e Montillo também teve atuação destacada. Mas Neymar roubou a cena...


Artilharia e protesto da torcida

“Ah, mas o Neymar só faz quatro contra times pequenos”, dirão os céticos. A verdade é que não é trivial um jogador marcar quatro gols em uma partida, embora o atacante santista já tenha feito isso contra o Atlético-PR e contra o Paraguai, no Sul-americano sub-20. E, em geral, quando outros fazem quatro tentos numa partida, costumam ser festejados. Portanto, festejo Neymar, que agora é artilheiro do campeonato paulista com 13 gols, dois a mais que Willian Batoré, ex-atacante do Santos e agora centroavante pontepretano.

Outra reflexão pós-jogo. Muitos santistas que não concordavam com o protesto feito contra o treinador Muricy Ramalho, o “Esse time não me representa”, foram à forra. Disseram que a atuação foi uma “resposta” a quem protestava. Ué, mas tudo que um protesto legítimo quer é resposta. E o time correspondeu, quem vai dizer que isso não ocorreu também em função do protesto, democrático, e que não ensejou qualquer tipo de violência?

Não se pode confundir torcida e apoio com aceitação de tudo, um exercício contínuo de engolir sapos. Nunca deixei de torcer pelo Santos, mesmo quando a gestão anterior a esta cometia erros dos mais bárbaros, muitos deles maiores do que os da atual. Torcia, mas protestava e contestava, posts passados aqui mostram isso. Agora, por que essa administração ou a comissão técnica estariam livres de protesto e de pressão? Um pouco mais de senso (e de exercício) de democracia vai bem...

quinta-feira, abril 11, 2013

Presa fácil

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O título do post tem duplo sentido: tanto serve para designar o (frágil) União Barbarense, que perdeu para um improvisado São Paulo ontem, por 2 a 1, e segue ameaçado de rebaixamento no Paulistão, quanto para resumir a condição do mesmo São Paulo contra o (forte) Atlético-MG na próxima quarta-feira, pela Libertadores, no Morumbi. Se jogar como ontem na semana que vem, o time de Ney Franco corre o risco de levar um vareio ainda maior que o aplicado (duas vezes) pelos atleticanos contra o argentino Arsenal. Imaginem Carleto contra Marcos Rocha, Aloísio contra Rever, Edson Silva contra Diego Tardelli, Fabrício (ou Denílson, tanto faz) contra Ronaldinho Gaúcho... Medo!

Isso sem contar que, pelo que parece, o substituto do (bom) Jadson será mesmo o (péssimo) Douglas.  Paulo Henrique Ganso voltou a tomar seu sonífero habitual e Paulo Miranda, se for titular, poderá consagrar Júnior César. Mesmo com Juvenal Juvêncio prometendo manter o técnico frente a uma (bem provável) desclassificação na primeira fase da Libertadores, a iminência de uma goleada vexatória em pleno Morumbi, com possível show de bola e olé do Galo, permite conjecturas plausíveis sobre a manutenção dessa "garantia". Porque, se o São Paulo já era mediano com Jadson e Luís Fabiano, sem eles - e com Douglas (!) e Aloísio substituindo -, a maionese desandou de vez.

Resta saber se Ney Franco, ao sobreviver a um temível sacode do Atlético-MG, terá condições de juntar os cacos para tentar alguma coisa na reta final do Paulistão. A boa campanha na (interminável) primeira fase, que garantiu mandos de campo caso o time vá avançando na fase posterior, não significa absolutamente nada. Tirando Corinthians, Palmeiras e Santos, mais Ponte Preta, Botafogo e Mogi Mirim, os outros clubes são uma piada. E o São Paulo não conseguiu vencer um clássico sequer, perdendo para santistas e corintianos e empatando com palmeirenses. Daqui pra frente, ou Juvenal Juvêncio turbina o elenco, como prometeu, ou teremos mais uma temporada sem títulos

Aliás, se esse (tedioso) Paulistão não serve pra muita coisa, pelo menos a diretoria devia ficar de olho em alguns atletas promissores dos times interioranos, que, se não são nenhuma Brastemp, pelo menos serviriam para dar alternativas viáveis ao elenco do Tricolor - afinal, se Douglas é titular, qualquer um pode ser! Ontem, o União Barbarense mostrou que tem um lateral-direito muito ofensivo: Alex. Essa é uma das lacunas mais gritantes do São Paulo. Desde as saídas de Cicinho e Ilsinho, o clube nunca mais acertou o setor, o que obrigou os técnicos a improvisarem, por exemplo, o meia Souza (hoje na Portuguesa) e, atualmente, os volantes Paulo Miranda e Rodrigo Caio. Abre o olho, Juvenal!


domingo, abril 07, 2013

O que devia ter feito no domingo passado

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O São Paulo foi a Ribeirão Preto com o time reserva e (com a ajuda do juiz) venceu o Botafogo por 3 a 1, ficando bem próximo de terminar a primeira fase do Campeonato Paulista em primeiro lugar - o que garante mando de campo na fase eliminatória. Se perdesse, também não seria muito prejuízo, uma vez que o Palmeiras venceu a - até então - invicta Ponte Preta, segunda colocada na tabela. Isso me faz concordar com a tese de que o Tricolor devia ter adotado a mesma estratégia no domingo passado, quando enfrentou o Corinthians num clássico sem importância.

Ney Franco foi elogiado quando, no final do Brasileirão do ano passado, botou os reservas pra jogar num clássico que também não valia nada contra o mesmo Corinthians. É uma boa tática. Porque, se perde, deu a lógica; e, se vence, dá moral para os reservas. Foi o que aconteceu em dezembro: o "time B" venceu os corintianos por 2 a 1, de virada, e o elenco embalou para a reta final da Sulamericana. Agora, com estratégia diferente, o São Paulo botou os titulares contra o Corinthians, perdeu, embarcou sob pressão para a Bolívia e perdeu de novo. Mau negócio.

Enfim, falando sobre o jogo contra o Botafogo, o juiz Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza ajudou na vitória do São Paulo. Até que expulsou bem o botafoguense Zé Antônio com vermelho direto, por falta feia em Douglas, mas não usou o mesmo critério para aplicar amarelos. A arbitragem foi muito mais rigorosa com botafoguenses do que com sãopaulinos, o que provocou uma segunda expulsão do time do interior no segundo tempo, quando André tomou o segundo amarelo. Ali, com o placar em 0 x 0, o São Paulo ficou com dois jogadores a mais em campo.

Talvez para disfarçar, o juiz aplicou o segundo amarelo em Rodrigo Caio e o expulsou logo em seguida. Com 10 jogadores contra 9 adversários, o São Paulo cavou uma falta na entrada da área e o zagueiro Lúcio acertou bela cobrança para fazer seu primeiro gol com a camisa tricolor. Pouco depois, Wellington trabalhou bem a bola e tocou para Aloísio que, de virada, ampliou. Nesse lance, o volante Maicon, que tinha entrado no segundo tempo, teve uma distensão e saiu. Como Ney Franco já tinha feito as três substituições, o jogo seguiu com 9 jogadores para cada lado até o fim.

Ademilson, em jogada que, sem querer, tabelou com a canela do adversário e saiu na cara do gol, marcou o terceiro. E Dimba (sobrinho daquele outro Dimba) aproveitou uma rebatida do goleiro Dênis para fechar o placar em 3 a 1. Se Ney Franco estava observando alguém para usar entre os titulares em alguma eventualidade, Lúcio, Wellington, Ademilson e Aloísio até que mostraram serviço. Rhodolfo também fez boa partida. Já Cañete, Cortez e Wallyson decepcionaram. Fabrício também não diz a que veio. E Douglas... Bem, Douglas continua o mesmo. Muito ruim.

domingo, março 31, 2013

E o São Paulo perdeu jogando bem!

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Dois chavões, daqueles bem batidos, servem para descrever com precisão o que foi a derrota do São Paulo por 2 a 1 para o Corinthians, no Morumbi: "quem não faz toma" e "clássico é decidido num erro". Sem vencer um clássico no ano (perdeu por 3 a 1 para o Santos e empatou sem gols com o Palmeiras), o time de Ney Franco desta vez jogou bem, com marcação consistente no sistema defensivo, boas subidas dos laterais e troca de passes envolvente no ataque. Melhor: foi assim o jogo todo, coisa muito rara de se ver no São Paulo. Infelizmente, como diz o primeiro chavão futebolístico, o Tricolor não conseguiu fazer o segundo gol ainda no primeiro tempo, após abrir o placar com Jadson e criar várias chances no ataque, e viu Danilo acertar um chute belíssimo, no ângulo, para empatar o clássico.

Nessa toada, de aguardar o São Paulo em seu campo e sair no contra-ataque, o Corinthians venceu o jogo. Pato sofreu pênalti (justo) e cobrou para definir o marcador. Esse foi o segundo chavão do jogo: um erro que deu a vitória ao adversário, numa partida equilibrada. Rafael Tolói, que atrasou na fogueira para Rogério Ceni, até poderia ser apontado como "vilão". Mas ele jogou muito bem e não merece a pecha. Acontece - simples assim. O tal "vilão", aliás, poderia ter sido o próprio Ceni, que deu uma furada bisonha num chute de perna direita, na pequena área, mas conseguiu consertar. Paciência. Se considerarmos que o resultado não altera a situação do São Paulo no campeonato, temos um terceiro chavão: "perdeu quando podia". Mas é claro que perder para o Corinthians sempre é ruim...

Buenas, entre mortos e feridos, além da boa atuação do time nas duas etapas e da segurança de Paulo Miranda e Carleto pelas laterais (setores mais fracos do time), salvou-se a bela exibição de Paulo Henrique Ganso. É claro que está a anos-luz daquele meia cerebral que encantou a torcida santista em 2010, mas essa foi, de fato, sua primeira ótima partida com a camisa sãopaulina. Correu muito, chamou a marcação, tocou de primeira, rápido, armando o jogo, procurando os atacantes. Parece que acordou pra vida - o que é uma ótima notícia, às vésperas de um jogo tão decisivo quanto o que fará contra o The Strongest, na Bolívia, pela Libertadores. Falta ao São Paulo, neste momento, maior poder de finalização. Se Luís Fabiano não jogará, Osvaldo e Aloísio precisam, com urgência, passar giz no taco.


Maratona majestosa - O primeiro Majestoso do ano - apelido do confronto entre Corinthians e São Paulo desde os anos 1940 - foi apenas aperitivo para uma série que pode atingir 9 partidas em 2013: três pelo Paulistão (se os dois times se cruzarem novamente na fase mata-mata), duas pela Libertadores (idem anterior, considerando, porém, que a situação do Tricolor está bem complicada nesta competição), duas pelo Brasileirão e mais duas pela decisão da Recopa Sulamericana (título decidido entre os campões da Libertadores e da Sulamericana). No histórico do Majestoso, segundo a Wikepedia, os dois rivais paulistanos se enfrentaram 313 vezes a partir de 1930, com 116 vitórias alvinegras, 100 tricolores e 97 empates. O Corinthians marcou 456 gols e o São Paulo, 439.

sexta-feira, março 29, 2013

O empate do Santos com o Mogi e uma torcida ingrata

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Parte de uma torcida não reconhece talento
Depois de cinco partidas na temporada na Vila Belmiro, todas vencidas pelo Santos, o Alvinegro empatou com o Mogi Mirim em 2 a 2. Claro que não é o resultado dos sonhos de ninguém, mas o adversário tem o melhor ataque do Paulista, com 29 gols, e está à frente de Corinthians e Palmeiras na tabela. Os donos da casa vacilaram em momentos cruciais da partida e tomaram dois gols mesmo tendo o domínio da partida durante a maior parte do tempo.

A torcida, além de “marcar” alguns jogadores, vaiou o time ao fim dos 90 minutos. E alguns deles vaiaram Neymar, algo que toma proporções anormais para parte da mídia esportiva que sempre procura pauta em ovo. O garoto deu assistência, se movimentou, mas não brilhou como costuma. Está há seis jogos sem marcar, e ainda assim foi fundamental para a equipe.

Em outro contexto, mas no mesmo campeonato, vi o Santos perder por 3 a 1 para o Paulista, no Pacaembu. Com Neymar. O gol de honra, dele, veio perto do final e, quando estava 3 a 0, boa parte do estádio cantou, apoiando os jogadores. Falo da diferença entre o comportamento santista ontem e o daquele jogo para falar da necessidade de o Alvinegro mandar mais jogos em São Paulo.

Na Vila, mesmo na época de vacas magras, o Santos era soberano. O folclórico Viola dizia que no estádio o adversário era como Miojo, entrava duro e saía mole em função da pressão dos torcedores. Mas os tempos foram mudando e há algum tempo o estádio e seus torcedores não têm cumprido seu papel a contento, o de ser um caldeirão para os rivais. Aquela parte da torcida que em outros clubes se chama de “turma do amendoim” cada vez ganha mais relevo.

Lembro que em 2003, quando Robinho passava por má fase após ser o principal protagonista do título Brasileiro de 2002, tirando o time de uma fila de quase 18 anos, era xingado por torcedores que esqueciam o que havia acontecido três meses antes. Um cara que estava perto de mim em um jogo disse que “Robinho é um enganador, que nem o Gil do Corinthians”. O santista Renato conta outra passagem, de um torcedor que xingou durante boa parte do primeiro tempo o meia Diego. Cada vez que ele pegava na bola, era uma ofensa. O problema é que o xingado era Preto Casagrande e o jovem sequer estava em campo naquele dia. Muitos provavelmente pegaram no pé de Pelé e cia. também.

Saem alambrados, entram camarotes térreos
Esse tipo de torcedor que mais xinga do que apoia e acha ruim até quando o time vai bem sempre existiu na Vila, mas parece, como disse acima, que vem se tornando mais importante, não só pelas mudanças pelas quais o estádio passou, mas pelo fato de, com públicos pequenos, sua voz se sobressair mais. E também se sobressaem aqueles que querem conturbar o ambiente, movimentos interessados em forçar ou criar clima para justificar saída de jogadores cuja parte dos direitos federativos pertencem a empresas ou empresários.

Na peleja contra o Mirassol (alô, Palmeiras), o Santos teve prejuízo e ontem o time, mesmo com a volta de Neymar e Montillo, jogou diante de 6.054 pagantes. Ainda assim, o clube tem a segunda melhor média de público do Paulista, mas certamente não é por causa da Vila e sim pelos dois jogos que mandou na capital, conta o Paulista, no Pacaembu, e contra o Corinthians, no Morumbi, ambos com mais de 18 mil pagantes cada.

O bairrismo já foi arma eleitoral na disputa entre Luís Álvaro e Marcelo Teixeira em2010 e volta à tona impulsionado também pela TV de propriedade da Família Teixeira. Como querela política, impede a discussão sobre o clube ampliar seus horizontes, já que estima-se que a torcida santista seja pelo menos dez vezes maior do que a população da cidade que abriga a equipe.

Para mim, que sou santista de nascimento e vi jogos mais na Vila do que em qualquer outro lugar, ela é insubstituível afetivamente. Mas é impossível fechar os olhos às necessidades que regem um clube grande no futebol de hoje. Para buscar visibilidade e torcedores o Santos precisa sair mais da Vila. E, hoje, faria bem a torcida de Santos refletir mais sobre seu comportamento nas arquibancadas, torcendo mais e chiando menos.