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sexta-feira, novembro 30, 2012

Boas novas, Tricolor?

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POR MORITI NETO

Já mais do que sabida a passagem do São Paulo às semifinais da Copa Sul-Americana, este escriba precisava, para voltar a publicar, de uma desculpa melhor – aos leitores e companheiros do Futepoca – do que uma análise do jogo com a Universidad Católica do Chile. A superação de tal bloqueio, além da fama nem tão justa de que são-paulino só dá as caras em momentos decisivos, dependia de um fato sintetizador do momento Tricolor. E não é que a partida serviu?        

O que se viu no 0 x 0 do Morumbi na noite desta quarta-feira, foi um retrato claro da mudança de postura são-paulina em relação a tempos bem recentes. É clara a evolução do time se tomados como comparação os tempos de Leão, Adílson Batista e até Carpegiani.

Sofrendo com a falta de padrão e, consequentemente, sem condições técnicas para um bom jogo coletivo, o São Paulo, desde 2010, se arrastava e dependia de lampejos individuais. Na mão contrária, o Tricolor de Nei Franco é bem resolvido como equipe. Não transfere a posse de bola ao adversário. É compacto. Avança quando perde a redonda. Reduz os espaços dos rivais. Mesmo atuando contra uma retranca fortíssima, por vezes bem violenta, como a da Católica, abafa a saída e rouba o esférico rapidamente.

Outro ponto que chama atenção é o intenso uso das pontas. Lucas, pela direita, e Osvaldo, na esquerda, contando, respectivamente, com os apoios do surpreendente Paulo Miranda e de um redivivo Cortez, atacam forte e marcam os laterais adversários, sem a baboseira do cansaço para seguir na produção ofensiva.

Os cabeças de área combatem, saem jogando e atacam. Aliás, Wellington é daquele jogador que contribui demais no acerto de uma equipe. Depois da volta dele, fora o óbvio ganho no poder de marcação, Denílson passou a render melhor, já que saiu da função de primeiro homem no meio e foi para a posição onde fica mais à vontade, a de segundo volante.

Por tudo isso é que a contenda da noite de quarta serve a este impontual fazedor de textos. Na atuação contra os chilenos, que garantiu a ida do São Paulo a uma decisão internacional depois de seis anos, a equipe escondeu a bola do adversário. Circulou-a. Trabalhou em campo grande com a posse dela e encurtou os espaços.

Boas novas?

Faltou o gol. Porém, o problema não foi de criação, mas de finalização. Muitas oportunidades foram perdidas no Morumbi, algo que ocorreu até em maior escala no Chile. O que alivia é que isso parece questão de treino de fundamento ou de falta de inspiração dos finalizadores. Não é um problema coletivo, como era praxe há poucos meses.

Por outro lado, preocupa o excesso de chances desperdiçadas e as dificuldades que isso traz quando o assunto é futebol. No caso do adversário de quarta, a falta de qualidade técnica impunha que os chilenos ficassem postados atrás e esperassem a bola salvadora.  Contra um time razoável ofensivamente, o castigo a quem perde tantos gols é mais provável.

De qualquer forma, mesmo esse jogo sem gols, somado a belas apresentações recentes, como contra Botafogo, Palmeiras e Vasco, pelo Brasileiro, e os dois jogos contra o Universidad de Chile, pelas quartas da Sul-Americana, mostraram qualidade e padrão que os são-paulinos clamávamos há tempos. Alvíssaras?