Não, não vou entrar na euforia da torcida pela vitória por 1 x 0 contra a Ponte Preta, na primeira partida de Muricy Ramalho em seu retorno ao São Paulo. O adversário vive momento muito semelhante ao do Tricolor, completou sete derrotas seguidas e não criou as dificuldades que, com certeza, os próximos jogos vão trazer. É preciso calma com o "milagre Muricy", porque todo mundo sabe que novas derrotas podem transformá-lo em "conto do vigário". Por isso, "devagar com o andor"...
Mas quero, nesse post, saudar as primeiras providências de Muricy dentro de campo, que interessam até mais do que o resultado. E três delas, decisivas para volume de jogo apresentado (16 finalizações nos 90 minutos), eu já tinha sugerido antes aqui no Futepoca: a mudança para o esquema 3-5-2 (liberando os laterais, que não sabem marcar, para municiar o ataque), a volta de Paulo Miranda para a zaga e a efetivação de um lateral-direito de origem (Caramelo) - que não seja o péssimo Douglas.
Cuca implantou o 3-5-2
Em sua passagem anterior pelo São Paulo, Muricy sofria muitas críticas pela manutenção, por anos a fio, do esquema com três zagueiros. À imprensa, ele sempre respondia: "Não é, necessariamente, um esquema 'retranqueiro', defensivo. É uma segurança maior para quando o time não está com a bola, mas, quando temos a posse dela, todo mundo ataca." Bom, nem sempre isso dava certo. Mas, sem dúvida, a defesa era muito menos vulnerável naqueles tempos - vide Brasileirão de 2007.
O sistema 3-5-2 foi implantado por Cuca em 2004, numa época em que o São Paulo vinha de três temporadas decepcionantes, com eliminações na reta final de várias competições - algo parecido com o que ocorre com o time de 2009 para cá. O Tricolor era chamado pelos adversários - e pelos próprios sãopaulinos, após a eliminação na Libertadores de 2004 - de "amarelão" e "pipoqueiro". Com dois laterais muito ofensivos, Cicinho e Júnior, Cuca decidiu reforçar a zaga com três jogadores.
Mineiro e Josué: bons tempos...
E deu muito certo, tanto que o esquema foi mantido nas conquistas de Emerson Leão (Campeonato Paulista) e de Paulo Autuori (Libertadores e Mundial) em 2005, e de Muricy (Brasileirão) entre 2006 e 2008. Ontem, contra a Ponte Preta, os três zagueiros permitiram proteção suficiente para soltar mais os meias e os atacantes na frente. Mas, ainda assim, o time tomou sufoco. E por quê? Porque, hoje, não temos uma dupla de volantes como Mineiro e Josué. Assim, o esquema fica "manco".
Além disso, os laterais Caramelo (ou Douglas) e Reinaldo (ou Clemente Rodríguez) não têm nem 10% da qualidade e da efetividade que tinham Cicinho e Júnior para municiar o ataque e recompor a defesa. Portanto, mesmo que Muricy esteja adotando uma tática correta de emergência, a fragilidade do elenco sãopaulino demonstra que ele vai "suar sangue" para estabilizar o time. No ataque, por exemplo, se Luís Fabiano precisa perder 50 gols para fazer um, o (grande) volume de finalizações apresentado precisa aumentar!
Resumo: o Muricy está certo, mas não faz milagres. O elenco é fraco e mesmo as "estrelas" - Ganso, Jadson, Luís Fabiano - não mantém regularidade e não rendem, há muito tempo, aquilo o que os torcedores e os treinadores esperam deles. Não é todo dia que teremos Náutico ou Ponte dando sopa. É preciso ter calma, paciência. E não se abater com a próxima (e inevitável) derrota, como ocorreu contra o Criciúma. Fé! E "vamo", São Paulo!
Miranda: limitado, mas joga sério (Foto: F.Borges/Terra)
Sim, foi um clássico sem gols e sem muitos atrativos contra o Corinthians, no Pacaembu, mas o São Paulo mira, enfim, uma luz no fim do túnel. Não falo sobre a situação no Campeonato Brasileiro, que é péssima: o empate selou a permanência na zona da degola e, com dois jogos a mais do que a maioria dos 19 concorrentes, a possibilidade de voltar da excursão à Europa e à Ásia na última colocação é bem plausível. Fora isso, já são 12 jogos sem vitória. Porém, mais do que o alívio por não ter sido derrotado mais uma vez, há dois aspectos muito positivos sobre o trabalho de Paulo Autuori neste jogo contra o Corinthians. Dentro e fora de campo.
Dentro das quatro linhas, o técnico conseguiu, enfim, esboçar uma estratégia de emergência: três volantes e dois zagueiros muito bem postados - afinal, o time não tem laterais decentes (o que, em todas as derrotas, representou verdadeiras "avenidas" para os gols dos adversários). A decisão de efetivar Paulo Miranda na zaga é claramente acertada. Sim, ele é limitado, mas muito esforçado. Joga de forma mediana, mas joga sério. E mostra vontade, o que é mais importante. Dessa forma, representa para o sistema defensivo, neste momento, o que Aloísio representa para o ataque: determinação, garra, vontade de mostrar serviço.
Fabrício, como volante, também foi elogiado. Está sem ritmo de jogo, é visível, mas parece ter obediência tática - mais do que Denílson ou Wellington. Não é o ideal, mas o São Paulo não vive um momento para trabalhar com o ideal, e sim com o possível. A estratégia, repito, é de emergência. Nesta proposta, assim como Paulo Miranda, o ex-cruzeirense pode, sim, fixar-se como titular. Porque, daqui até o final do campeonato, o que o time precisa fazer, diante de suas (imensas) limitações e lacunas, é mesmo se fechar na retranca e dar o bote no contra-ataque. É estratégia de zona de rebaixamento, é realidade de time que só está apanhando.
Autuori matou a 'cobra criada' Lúcio (Foto: reprodução)
Por isso, essa opção tática e técnica de Paulo Autuori já me parecia meio óbvia, mas me surpreendeu porque ele conseguiu, em meio ao caos generalizado e aos seguidos nocautes, implantá-la no jogo contra o Corinthians. E isso só foi possível pelo o que o treinador fez de mais surpreendente, fora de campo: mandou a diretoria se livrar de Lúcio e barrou Paulo Henrique Ganso. PERFEITO! Várias e várias vezes repeti aqui um comentário muito procedente do camarada Glauco, de que um dos maiores problemas do São Paulo era ter "cobras criadas" como Rogério Ceni, Luís Fabiano e Lúcio. Ninguém vai conseguir se livrar dos três. Mas um, pelo menos, tinha que sair.
Luís Fabiano pipocou visivelmente nesta temporada e só não saiu do clube porque, na verdade, não apareceu ninguém interessado. Agora, inventou uma contusão (novamente!) e está quietinho, na dele. Não é obstáculo para o treinador. Rogério Ceni, em sua última temporada, não irá para o banco. Mas também não tem falhado grotescamente nem arrumado confusão. Lúcio, sim. Era indisciplinado, afrontava os técnicos, e, mais do que Tolói (que é lento, pesado e sem tempo de bola), foi o maior responsável por vários gols sofridos. Bingo: Autuori só precisou da falha de Lúcio no gol que selou a derrota para o Internacional para convencer a diretoria a se livrar dele. Excelente! A luz foi acesa no fim do túnel.
E, pelo o que parece, Ganso também saiu do time titular. Mais do que justo. Outro dia eu conversava com o Glauco e concordamos que o que mais assusta em relação ao jovem talento revelado na Vila Belmiro é o aparente "medo" que ele vem demonstrando de jogar bola, desde que começou a se contundir. Ele só toca de lado ou para trás, de primeira, como quem quer se livrar logo do lance. E seu posicionamento atrapalha todo mundo, os volantes, o meia, os laterais, a zaga. Com ele, o São Paulo joga com dez. Sim, é triste, pois o cabra, sem dúvidas, FOI um grande talento. Hoje, no time titular, sua presença é dispensável.
O resumo da ópera, portanto, é que Autuori cansou de apanhar e decidiu reagir, à sua maneira. São decisões radicais: não é qualquer um que manda embora um zagueiro que venceu vários títulos com a seleção brasileira, incluindo uma Copa do Mundo, e encosta um jovem meia talentoso que encantou o país e custou R$ 24 milhões aos cofres sãopaulinos. Precisa coragem pra fazer isso. Autuori sabe que, neste momento, o São Paulo não está na posição de "grande clube" que, além de vencer, precisa convencer (jogando bonito). Não, longe disso. O São Paulo, hoje, é um time limitado que precisa sair da zona da degola. Na retranca, no jogo feio, na bola parada. Agora, finalmente, temos um foco, uma postura e uma estratégia. Sem "cobras criadas", sem os inúteis que só jogam com o nome. Autuori sabe o que faz.
EM TEMPO
1 - O banimento de Lúcio também tem relação direta com a saída de Adalberto Baptista do cargo de diretor de futebol. A péssima fase do time, as contratações equivocadas de atletas e técnicos e, por fim, como "cereja" do bolo, as críticas públicas que fez ao goleiro Rogério Ceni, expondo os jogadores em plena crise, tornaram sua posição insustentável. Baptista entregou o cargo na quinta-feira (25/07). Como foi ele quem bancou a contratação de Lúcio, como uma espécie de resposta por não ter se interessado em repatriar Lugano, a situação do ex-capitão da seleção brasileira também se complicou sem volta. Seu contrato, que iria até 2015, deve ser rescindido e o atleta será oferecido a um clube árabe.
2 - Para o lugar de Adalberto Baptista, o São Paulo, enfim, admitiu que pretende contratar um profissional remunerado para a direção de futebol. Os ex-jogadores Pintado, que fez um bom trabalho no Penapolense, e Ronaldão, que há anos trabalha na diretoria da Ponte Preta, são os mais cotados para assumir a função.
3 - Juan, o pior lateral-esquerdo da história do São Paulo, vive um inédito segundo "exílio" no clube. Pelo o que consta, a diretoria tentou mandá-lo para a Portuguesa (para onde foi Cañete), em troca do lateral-direito Luis Ricardo, que também interessa ao Palmeiras. Juan não quis. Agora, o Tricolor vai oferecer o também lateral-direito Caramelo, que, assim como Juan, não foi relacionado para a excursão ao exterior. Wellington e Paulo Miranda, que quase foram negociados, jogaram contra o Corinthians, estão na excursão e devem permanecer no clube.
Passa da meia-noite e abro uma Cerpinha Export estupidamente gelada. Não, não vou negar que dei a participação do São Paulo por acabada na Libertadores após a derrota para o The Strongest, nem renegar a opinião de que o Atlético-MG é muito mais time. Por isso mesmo, por mais que o Galo possa ter se poupado no Morumbi, a vitória do Tricolor e a classificação que parecia impossível devem ser (muito) exaltadas. Nunca vi o time jogar desse jeito, com tanta raça, vontade e aplicação tática na marcação. Ney Franco colocou o time para jogar de forma bem semelhante à daquele Corinthians armado por Tite na Libertadores de 2012. Todos - e repito: todos - os jogadores de linha do São Paulo marcaram sob pressão e, em vários momentos do jogo, desarmaram algum atleticano. Impressionante.
Sei que muitos vão louvar Rogério Ceni, que jogou mais uma vez no sacrifício, ainda convalescendo da contusão no pé direito, criticado pelas falhas que teve na Bolívia - e que mais uma vez encarou a pressão absurda de cobrar um pênalti num momento de tanto nervosismo. Outros tantos vão enaltecer Paulo Henrique Ganso, que nem jogou muita coisa no primeiro tempo, mas que botou a bola no chão na etapa final e deu um passe de jogador de sinuca para Osvaldo no lance do segundo gol sãopaulino, marcado por Ademilson. Mas eu vou fazer justiça com o melhor jogador em campo: Wellington. Anulou Ronaldinho Gaúcho e teve uma atuação impecável e uniforme, os 90 minutos, marcando em cima, desarmando e recompondo a defesa com maestria. Paulo Miranda também jogou muito bem.
Aliás, se considerarmos que Carleto foi outro que fez ótima partida, podemos entender por que não vimos as habituais falhas e jogadas atabalhoadas da zaga de Ney Franco: quando os laterais marcam bem e saem para o jogo o tempo todo, segurando a bola no ataque, a defesa não fica exposta (como ficou nos dois gols do Strongest, em chutes de fora da área sem alguém pra dar combate). Com Wellington em grande noite, o bom e veloz Atlético-MG se viu "amarrado" em campo. Essa atuação comprova que o problema do São Paulo não é o técnico. Ney Franco está, sim, fazendo um grande trabalho. Só que o time é irregular - e ninguém se surpreenda se voltar a perder pro Galo, pois, como alertou Ronaldinho Gaúcho, "agora vai ser diferente, e eles sabem disso". Apesar de tudo, a partida de hoje valeu. E muito!
Ter alcançado o mata-mata no fio da navalha já é um título para esse time. E um justo prêmio para Ney Franco, que, por mais que a diretoria insista em dizer que não, teria o cargo seriamente ameaçado em caso de uma derrota hoje - e ainda mais se o Atlético-MG tivesse repetido o show de bola que deu na maioria das partidas dessa fase de grupos. Mas, vida que segue. Vou abrir outra Cerpinha.
Já mais do que sabida a passagem do São Paulo às
semifinais da Copa Sul-Americana, este escriba precisava, para voltar
a publicar, de uma desculpa melhor – aos leitores e companheiros do
Futepoca – do que uma análise do jogo com a Universidad Católica
do Chile. A superação de tal bloqueio, além da fama nem tão justa
de que são-paulino só dá as caras em momentos decisivos, dependia
de um fato sintetizador do momento Tricolor. E não é que a partida
serviu?
O que se viu no 0 x 0 do Morumbi na noite desta
quarta-feira, foi um retrato claro da mudança de postura são-paulina
em relação a tempos bem recentes. É clara a evolução do time se
tomados como comparação os tempos de Leão, Adílson Batista e até
Carpegiani.
Sofrendo com a falta de padrão e,
consequentemente, sem condições técnicas para um bom jogo
coletivo, o São Paulo, desde 2010, se arrastava e dependia de
lampejos individuais. Na mão contrária, o Tricolor de Nei Franco é
bem resolvido como equipe. Não transfere a posse de bola ao
adversário. É compacto. Avança quando perde a redonda. Reduz
os espaços dos rivais. Mesmo atuando contra uma retranca fortíssima,
por vezes bem violenta, como a da Católica, abafa a saída e rouba o
esférico rapidamente.
Outro ponto que chama atenção é o intenso uso
das pontas. Lucas, pela direita, e Osvaldo, na esquerda, contando,
respectivamente, com os apoios do surpreendente Paulo Miranda e de um
redivivo Cortez, atacam forte e marcam os laterais adversários, sem
a baboseira do cansaço para seguir na produção ofensiva.
Os cabeças de área combatem, saem jogando e
atacam. Aliás, Wellington é daquele jogador que contribui demais no
acerto de uma equipe. Depois da volta dele, fora o óbvio ganho no
poder de marcação, Denílson passou a render melhor, já que saiu
da função de primeiro homem no meio e foi para a posição onde
fica mais à vontade, a de segundo volante.
Por tudo isso é que a contenda da noite de quarta
serve a este impontual fazedor de textos. Na atuação contra os
chilenos, que garantiu a ida do São Paulo a uma decisão
internacional depois de seis anos, a equipe escondeu a bola do
adversário. Circulou-a. Trabalhou em campo grande com a posse dela e
encurtou os espaços.
Boas novas?
Faltou o gol. Porém, o problema não foi de
criação, mas de finalização. Muitas oportunidades foram perdidas
no Morumbi, algo que ocorreu até em maior escala no Chile. O que
alivia é que isso parece questão de treino de fundamento ou de
falta de inspiração dos finalizadores. Não é um problema
coletivo, como era praxe há poucos meses.
Por outro lado, preocupa o excesso de chances
desperdiçadas e as dificuldades que isso traz quando o assunto é
futebol. No caso do adversário de quarta, a falta de qualidade
técnica impunha que os chilenos ficassem postados atrás e
esperassem a bola salvadora. Contra um time razoável
ofensivamente, o castigo a quem perde tantos gols é mais provável.
De qualquer forma, mesmo esse jogo sem gols,
somado a belas apresentações recentes, como contra Botafogo,
Palmeiras e Vasco, pelo Brasileiro, e os dois jogos contra o
Universidad de Chile, pelas quartas da Sul-Americana, mostraram
qualidade e padrão que os são-paulinos clamávamos há tempos.
Alvíssaras?
Tempos
injustificáveis sem escrever. Sem saber como voltar, o domingo e a
derrota doída me deram a deixa. “Não podemos continuar jogando
desse jeito. É melhor fazer só um gol e não tomar nenhum”, a
frase é de Luis Fabiano após o jogo de ontem entre São Paulo e
Botafogo e ilustra bem o momento, ou melhor, o ano do Tricolor
Paulista. Não que o atacante tenha descoberto a América, mas o
Tricolor precisa arrumar a casa rápido se quiser algo de bom em
2012.
No Engenhão, a
partida foi dessas que sintetizam o desempenho de uma equipe ao longo
da temporada. A derrota por 4 x 2, de virada, não poderia ser
considerada tão normal – ainda que o futebol seja o esporte que
permita a Bayern e Chelsea chegarem até uma decisão de Liga dos
Campões da Europa com os atuais Barcelona e Real Madrid na parada.
Contudo, não é
surpreendente a derrota são-paulina e nem mesmo a forma como ela se
deu. O Tricolor é uma equipe (?) desestruturada em todos os setores,
o que se reflete nas vitórias somente contra times fracos e muitas
dificuldades à frente de agremiações de mais peso, ainda que seja
um Botafogo cabisbaixo, eliminado da Copa do Brasil pelo Vitória da
Bahia e derrotado inapelavelmente pelo Fluminense nas finais do
Campeonato Carioca.
Tudo muito mal
A defesa são-paulina
é inconsistente. Com um solitário Rodolpho e os fraquíssimos Paulo
Miranda e Edson Silva como opções de dupla. Denis é um goleiro
inseguro, rebate muito e espalma a qualquer lado.
O meio não tem
pegada e o motivo nem é não dispor de um volante daqueles que dá o
bote. A questão é que o time joga distante, não há aproximação.
Com isso, os laterais Douglas e Cortez, bons para atacar, quando
passam rumo à linha de fundo, não encontram com quem fazer o jogo.
Na frente, existe
qualidade técnica, mas a ausência de clareza do que fazer em campo
é evidente. Lucas, Luis Fabiano e Jadson são peças que não se
encaixam, embora as características apontem para um bom casamento.
Um carrega demais a bola, o outro sai da área mais do que devia e o
terceiro, de quem se espera mais controle do ritmo, recebe pouco a
redonda, já que ela passa por cima do meio campo diversas vezes, no
chutão.
O esquema – e não
dá para isentar Leão – é o de “todos ao ataque”, mas sem
organização. O time é um bando quando tem a bola, correndo em
direção ao campo do adversário como se apenas lampejos individuais
resolvessem as disputas. Quando o esférico está com o adversário,
o São Paulo não sabe jogar. Aí, é a festa dos rivais pelos lados,
pelo meio, e tome bola na área em cima da zaga fragilizada e do
goleiro assustado.
Além disso, a
estrutura descompensada também está fora de campo. Juvenal Juvêncio
e asseclas seguem aprontando. O culminante da temporada foi afastar o
fraco Paulo Miranda depois da semifinal do Paulista. Agora, o moço,
sob a batuta de Leão, volta como titular, fraquejando. Nessa
situação bizarra, se o zagueiro é bom ou ruim não é o problema.
A pergunta, basicamente, é: quem avalizou a contratação?
Luis Fabiano já
disse. O São Paulo precisa mudar. Porém, a questão está longe de
se resumir ao projeto de jogo. É bem mais do que isso. É urgente
trabalhar por uma nova proposta de clube.