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quinta-feira, agosto 20, 2009

A Ferroviária de Cluj-Napoca

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O uniforme cor de vinho lembra o da Ferroviária de Araraquara (SP). E o nome, CFR, é composto pelas iniciais de alguma coisa como ''Clube dos Ferroviários'', em romeno. No distintivo do clube, há até uma locomotiva, com a bola de futebol fazendo as vezes de chaminé. Vejam a flâmula:



O CFR é um clube de futebol de Cluj-Napoca, cidade de 300 mil habitantes da Transilvânia, mitológica região que já pertenceu ao Império Austro-Húngaro e que hoje é território da Romênia. Mas o mais bizarro de toda essa história é que encontrei, aqui na Irlanda, um brasileiro fanático pelo CFR. ''Conheci um colega no trabalho há 2 anos, o Janos (pronuncia-se Januchi), que é de Cluj-Napoca e torcedor fanático do CFR (ou tcheferê)'', conta Eduardo Witzel (foto), 30 anos. ''Eu o presenteei com uma camisa do São Paulo e ele disse que só torceria para o meu time se eu torcesse para o CFR. E me deu a camisa. De fato, parece com a da Ferroviária de Araraquara''.

Na época, 2007, o CFR ganhou o seu primeiro Campeonato Romeno, além da Copa do país. ''O Janos ficou maluco, encheu a cara de vodka. E o São Paulo foi campeão brasileiro novamente, daí completou a nossa festa'', conta Eduardo, que, perigosamente, trabalha como responsável pelo abastecimento dos 11 bares do hotel Russell Courts, na Zona Sul de Dublin. ''Eu brinco com o meu amigo romeno que o CFR só passou a ganhar depois que eu comecei a torcer pra ele. No início de 2010 eu vou conhecer Cluj-Napoca. Vamos descer em Budapeste, na Hungria, e pegar 4 horas de trem até lá''. E Eduardo promete ir ao Constantin Rădulescu Stadium, que tem capacidade para 25 mil pessoas, para torcer para a ''Ferroviária'' da terra do Conde Drácula.

Pra não fugir à regra, é claro que o tcheferê tem um brasileiro, o centroavante Didi - que não é aquele ex-corintiano que fez um gol contra o São Paulo na decisão do Paulista de 1998. Trata-se de um rapaz de 26 anos, que veio sei lá de onde. O ídolo do time é um argentino chamado Culio. ''O interessante é que o maior rival, o Universitatea, também da cidade de Cluj-Napoca, despencou para a segunda divisão justo no ano em que o CFR foi campeão. O Janos, que vai pra Romênia mais pra ver jogo do CFR do que pra ver a família, quase morreu de felicidade - e bebedeira'', arremata Eduardo Witzel.

Ps.: É bom reforçar que CFR se pronuncia tcheferê, pois os rivais costumam pronunciar pejorativamente como cuferê (esterco). Ou seja: uma provocação parecida com a que os torcedores do argentino River Plate usam para ofender os do Boca Juniors, bosteros - pelo fato de o estádio La Bombonera ter sido construído sobre o antigo aterro sanitário de Buenos Aires.