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segunda-feira, janeiro 12, 2015

Clubes 'bananas' - e 'humilhados'

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"No Brasil, o neoliberalismo chegou ao futebol através da chamada Lei Pelé. (...) Supostamente para libertar os jogadores do domínio dos clubes, jogou-os nas mãos dos empresários privados. (...) Os jogadores foram transformados em simples mercadorias, nas mãos dos empresários, que reinam soberanos, assim como o mercado e as grandes empresas fazem no conjunto da sociedade. (...) Interessa aos empresários privados que os clubes sejam fracos, estejam falidos, serão mais frágeis ainda diante do poder do seu dinheiro." - Emir Sader, em artigo republicado pelo portal Carta Maior em 12/07/2014.
Sader: Lei Pelé interessa aos empresários
Sem a pretensão de estender a discussão sobre a polêmica Lei Pelé, pincei estes trechos do texto do Emir Sader porque os considero muito apropriados para ilustrar, como um comentário de perplexidade, a bizarra situação (para dizer o mínimo) exposta publicamente pela contratação do atacante Dudu, ex-Dínamo de Kiev, pelo Palmeiras. O negócio surpreendeu porque, até então, o atleta vinha sendo disputado ferozmente por dois grandes rivais, Corinthians e São Paulo - e ninguém colocava o alviverde como concorrente. Mas o que mais chamou a atenção foi o comunicado assinado e divulgado pelos empresários de Dudu, Bruno Paiva, Fernando Paiva, Marcelo Goldfarb e Marcelo Robalinho, ironizando e atacando Corinthians e São Paulo:

"A negativa ao São Paulo Futebol Clube não é fruto de qualquer questão pessoal com dirigentes da agremiação. Porém, no futebol há uma ordem natural para que os negócios fluam e tenham um desfecho satisfatório, de modo que qualquer caminho contrário a essa ordem estabelecida determina o fracasso das tratativas. Além disso, pesou a vontade de nosso cliente, que mesmo após declarar publicamente que não via no São Paulo sua melhor escolha, continuou sendo procurado insistentemente pelos dirigentes do clube."
"Por fim, sobre o Sport Club Corinthians Paulista, que também negociou conosco para contar com Dudu, não há muito o que ser dito. Apenas desejamos ao clube, em nome de sua grandeza e tradição, que o dia 07 de fevereiro chegue depressa ante ao processo latente de apequenamento que se dá dia após dia."
Neste verdadeiro "passa-moleque" veiculado pela OTB Sportes, empresa dos agentes de Dudu, a referência à "ordem natural para que os negócios fluam" diz respeito ao fato de o São Paulo ter procurado negociar diretamente com o Dínamo de Kiev, enquanto os empresários tratavam com o Corinthians. A diretoria do tricolor paulistano, por meio do vice-presidente de marketing, Douglas Schwartzman, respondeu: "É preciso deixar claro que o São Paulo nunca foi e nunca será refém de empresário. Fizemos o que é correto, que era procurar o detentor dos direitos. Empresário por intermediar, mas não tem o direito de determinar o jogador deve fazer".

Dudu queria Corinthians; foi pro Palmeiras
Só que o mais espantoso foi a ressalva de que a decisão de jogar pelo Palmeiras ocorreu após Dudu "declarar publicamente que não via no São Paulo sua melhor escolha". Na verdade, não foi bem isso o que o jogador afirmou. Ao portal Globoesporte, em notícia publicada há apenas uma semana, o atacante frisou, com todas as letras: "Quero jogar no Corinthians. Essa é a minha vontade". Ora, bolas! Como é, portanto, que os empresários de Dudu usam, num comunicado destinado a espinafrar o São Paulo, que "pesou a vontade do nosso cliente"?!? Pesou pinóia nenhuma! Pesou a GRANA oferecida pelo Palmeiras, quase o dobro do que os rivais ofereciam.

Porém, que fique claro que, quanto a esse "leilão" feito pelo atleta, não há nada de "errado" (ou tem, mas isso é outra história). Trata-se apenas da chamada "lei do mercado", que regula as coisas no neoliberalismo, como bem observou Emir Sader. Tanto o Corinthians como o São Paulo  - e todos os clubes profissionais - também já atravessaram e continuarão atravessando contratações alheias. O que causa espécie é a afronta dos empresários de Dudu ao "processo latente de apequenamento" do alvinegro paulistano. Quem são eles para falarem assim de uma agremiação como o Corinthians, um clube com o qual, até outro dia, estavam negociando? Quanta "sem-cerimônia"!

Ao provocar rival, Aidar se apequenou
"Por conta da negativa de um negócio em que ele era interessado, ele não pode dizer que o clube está apequenado. Discordo completamente das palavras. No mais, ele deve se preocupar com o jogador dele, com os negócios dele, não com o Corinthians", rebateu, "sutilmente", o diretor de futebol do alvinegro, Ronaldo Ximenes. Cabe registrar, por oportuno, que os agentes de Dudu usaram o mesmo termo soberbo e arrogante utilizado pelo presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, quando tirou o atacante Alan Kardec do Palmeiras. "A Sociedade Esportiva Palmeiras, (...) ano após ano, se apequena", disse o dirigente sãopaulino, naquela ocasião, enquanto comia bananas (foto ao lado), num espetáculo deplorável do mesmo (baixo) nível do ex-presidente Juvenal Juvêncio. Só que agora, ao perder Dudu para o Palmeiras, quem ficou com cara de banana foi Aidar...

E "bananas", cada vez mais, ficam os clubes nas mãos dos "agentes" de jogadores. "Interessa aos empresários privados que os clubes sejam fracos", já apontava o artigo de Emir Sader citado no início do post. O próprio São Paulo, em 2013, tinha em seu elenco dez (DEZ!) jogadores de um mesmo empresário, Eduardo Uram - e, não por acaso, passou bem perto de cair para a Série B do Brasileiro. E agora os clubes ainda têm de engolir desaforos em forma de comunicados oficiais, quando perdem eventuais quedas-de-braço nas contratações. E durma-se com um barulho desses!

quinta-feira, janeiro 24, 2013

Neymar brilha e Renê Júnior rouba a cena em vitória do Santos

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Em uma partida na qual Neymar brilhou mais uma vez, marcando, dando assistências e fazendo lances vistosos, o Santos mostrou mais entrosamento e alguns jogadores começaram a se mostrar mais adaptados à camisa alvinegra. Cícero combinou com o Onze peixeiro no primeiro tempo, deu e recebeu passe, assim como Montillo, que deu um presente para o ainda hesitante André não marcar.

Neymar: um chapéu diferenciado (Reprodução)
Mas o destaque dos 3 a 0 do Peixe sobre o Botafogo não foi um dos homens de frente, e sim o volante Renê Júnior, que também causou ótima impressão em suas outras duas partidas. Mesmo quando a equipe se arriscou à frente e abriu a retaguarda, ele não permitiu que os botafoguenses ameaçassem a zaga santista. No jogo, seus números são excelentes: foram 12 desarmes e 52 passes certos, sem nenhum errado. Teve seu nome gritado em sua primeira peleja na Vila, e deixa a situação de Adriano, que ainda não renovou seu contrato, um pouco mais difícil.

Mais uma vez apagado, André deu lugar ao argentino Miralles no segundo tempo e, também mais uma vez, o reserva marcou. Muricy insiste com o garoto não somente para dar ritmo de jogo a ele, mas também porque é um atleta querido pelos companheiros. Rafael puxou aplausos para o nove quando este foi substituído e a torcida, até então impaciente, atendeu ao apelo. Mas a paciência, do torcedor e do técnico, tem limites... 

Abaixo, os gols e o inusitado chapéu de Neymar no centroavante botafoguense Nunes.