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quarta-feira, novembro 07, 2012

Câmara deixa educação sem dinheiro

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A Câmara Federal aprovou nesta terça-feira (6), por 286 votos a 124, o projeto de lei do Senado que define uma nova fórmula para divisão dos royalties do petróleo. O texto aprovado beneficia as unidades da federação que não produzem o combustível, em detrimento dos estados produtores, como Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Com isso, ficou para trás o substitutivo apresentado pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP) que vinculava o dinheiro dos futuros contratos a investimento em educação, valendo tanto para União, estados e municípios. A destinação dos recursos para a educação foi a forma encontrada pelo governo federal para tentar garantir a aplicação de 10% do PIB na área, demanda de diversos movimentos sociais incluída pelo Congresso no Plano Nacional de Educação. Para Zarattini, os parlamentares foram incoerentes.

Aqui você pode ver o voto de cada deputado, por estado e município. Olhando por cima, o PT votou em bloco a favor da proposta do governo e o DEM votou em bloco contra. O resto teve defecções ao sabor dos interesses de cada estado: os produtores de petróleo foram contra o texto do Senado e os demais a favor. Ou seja, o que pesou na maioria dos casos parece ter sido a grana que irá para cada unidade federativa, sem maiores preocupações com a escola das criancinhas. O PSDB, por exemplo, votou majoritariamente pela aprovação do texto do Senado, mas foi contrário nos estados produtores (RJ e ES, no caso).

Cabe o alerta para quem acredita que essa história de "base aliada" e "maioria governista" tem consistência. É uma mentira em que todos concordam acreditar. Os partidos na imensa maioria apoiam o governo, mas mantendo uma faca no pescoço da presidenta. Negociam cada votação e agem conforme seus interesses no restante do tempo – sejam estes interesses meramente eleitorais, seja a legitima representação dos setores sociais que os apoiam (sendo que a correlação de forças é amplamente desfavorável a trabalhadores e outros setores da parte de baixo da tabela) ou ainda por outros interesses menos nobres.

Isso vale para Dilma, valeu para Lula e FHC e valerá para qualquer presidente até que se faça uma reforma política que fortaleça o caráter programático dos partidos e diminua a influência do poder econômico nas eleições. Na minha lista, estão financiamento público exclusivo de campanhas e fidelidade partidária programática. E não tem julgamento no STF que mude essa situação