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Pontal do Maceió, litoral cearense, sábado de aleluia. Na mesa ao lado, cinco mulheres de meia idade bebem (muita) cerveja e conversam animadamente.
- Ela disse que ia fazer um macarrão e que podia levar meus amigos, se quisesse. Eu levei doze pessoas.
- A gente acabou com toda a comida da casa.
- O que eu não gosto de Carnaval é isso, essa gente toda. Tem que ter o espírito da brincadeira, senão vira bagunça.
Desce um menino do morro, correndo, e atrás dele segue uma vaca, chacoalhando o sino no pescoço. A Dona Biteca começa a picar o coentro pra temperar a peixada. O sol bate forte nas pedras do mar.
- Red Bull acaba com a vida de uma mulher. Eu acordei três da manhã, provocando. Quase morri.
- Eu gosto de Campari. Com pedaços de pêssego.
- Ontem eu fiquei bêba que só a peste. E quando fui pegar o mototáxi o homem tava mais bêbo que eu.
- O Ari? Aquilo é um pudim de cana!
- Eu conheço a tia dele. Ela é benzedeira. Você sarou daquela coruba nas costas?
- Sarei na cachaça! Secou tudo!
Chega o prato de camarões e dois caranguejos cozidos. A cerveja esquenta muito rápido. Meus óculos estão cheios de sal. As mulheres dão gargalhadas. São felizes. Ao menos neste momento.