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quinta-feira, janeiro 15, 2015

No tempo em que as propagandas eram compreensivas

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“Sr. jornalista. Sua tarefa é árdua  cansativa e exige máximo esforço mental. Quando o calor deixa-o desanimado, abatido, experimente esta receita simples e eficaz. Tome um gole de Coronel com gelo ou misture com Soda, Água Tônica, Coca-Cola ou mesmo água comum bem gelada, conforme o seu gosto e, sentirá, imediatamente, como esse drinque reanima, estimula e refresca. Pinga de luxo Coronel: puro ou misturado, sempre ao seu agrado”.
 
(Anúncio publicado no jornal O Estado de S.Paulo em 25/11/1947)
 
 
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segunda-feira, agosto 04, 2014

Haja 'danone'!

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'CR-7': todos na campanha 'Ão-ão-ão, Caça-Rato é seleção!'
 Recentemente, conversando com um colega carioca sobre o "bom-mocismo" e o "sem-gracismo" no cenário atual do futebol brasileiro (frutos do abominável "politicamente correto" que impera desde as categorias de base até a seleção), começamos a pensar sobre quem fugiria desse perfil no país. E o único nome que veio à tona, por incrível que pareça, foi o do Flávio Caça-Rato, que, por usar a camisa 7, é ovacionado como "CR-7" pela torcida do Santa Cruz. Pois é, vivemos uma fase de escassez de jogadores folclóricos, engraçados, personalistas, "fora da curva" - em resumo, fora da mesmice vigente.

Chulapa e um amigo na 'Festa do danone'
Simbolicamente, um exemplo clássico (ou melhor, cRássico) desse tipo de atleta está prestes a pendurar as chuteiras: Aloísio José da Silva, o impagável Chulapa. Apesar de dizer que ainda pretende defender o Sport Santo Antônio, de sua cidade natal, a alagoana Atalaia, a vida que vem levando - e expondo publicamente - desde o início do ano leva a crer que isso será muito difícil. O perfil de Aloísio no Instagram virou "febre" entre os internautas, e preferencialmente entre os biriteiros: invariavelmente, ele aparece com cerveja na mão (que apelida carinhosamente de 'danone') e em várias situações de embriaguez. O (ex)jogador chegou até a promover, em Atalaia, uma "Festa do danone" (!). Visivelmente fora de forma e sem vergonha nenhuma de ser feliz, Aloisio Chulapa, aos 39 anos, publica fotos de bebedeiras explícitas e cultua o 'danone' como poucos:

Sem medo de ser feliz: Chulapa 'curtindo a vida adoidado' (ou embriagado)
Na casa da irmã, agradeceu homenagem e 'caixa de danone' que o esperava


Com Alex Dias: 'duss hora da manha olha que minha mãe fís pra um prinspe'
'Café da manhã' do Chulapa, hoje em dia, é pipoca com (mais) 'danone'
Tanta esbórnia faz com que o (ex)jogador tome 'soro' na veia de vez em quando...
A árvore na frente da casa do Chulapa, num dia de jogo da seleção na Copa do Mundo


Atração musical na casa do folclórico alagoano é o CD 'Forrozão Pé de Cerva'
Colega de Flamengo (e de copo), Chulapa chamou Adriano de 'Torre Gêmea'
De espada em punho, atacando (mais um) carregamento de 'danone' e biritas
Chulapa escreveu: 'Enquanto o povo me incomoda eu vou morrer com meu danone'

quarta-feira, fevereiro 26, 2014

Não discuta com os bêbados!

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'ABSENTEM LAEDIT CUM EBRIO QUI LITIGAT'
('Insulta um ausente quem discute com um bêbado')

Dicionário Jurídico de Bolso - Expressões Latinas, pág. 21
Autor: Douglas Dias Ferreira (Editora Quartier Latin, 2006)

quarta-feira, outubro 23, 2013

Leituras de cabeceira Futepoca (2)

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Voltando a visitar alguns sebos e livrarias, me peguei matutando sobre aquela frase do Adoniran Barbosa: "se quiser tirar de mim arguma coisa de bão, que me tire o trabaio, a muié não!" O pedido, declamado no início da gravação de "Conselho de mulher", é um daqueles dilemas recorrentes nas preocupações do manguaças trabalhadores (leia-se: empregados assalariados) na mesa do bar. Como parar de trabalhar? Qual o segredo para a aposentadoria, a liberdade e o ócio tão desejados? Vai daí, encontrei algumas "soluções"...

Profissionalize sua casa (com planilha para mesadas): 






Funde uma igreja e passe a sacola. Afinal, você não tem...



A melhor dica: crie um partido conservador/neoliberal



quinta-feira, outubro 17, 2013

Leituras de cabeceira Futepoca (1)

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Percorrendo sebos do Centrão e matutando sobre minha orientação filosófica de que "o propósito da vida é arrumar encrenca" (e, por extensão, de que "nada faz sentido e tudo está fora de controle"), selecionei quatro títulos que podem interessar aos futepoquenses, simpatizantes, manguaças, maloqueiros e malucos em geral:

Para os que querem entender a origem da encrenca:



Para os que já estão (bem pra lá de) encrencados:



Para os que ainda acham possível sair da encrenca:



Para aqueles que pretendem transcender a encrenca:



quarta-feira, maio 25, 2011

A gambiarra e o jeitinho brasileiro

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Certa vez, quando morava na Irlanda, estava num pub manguaçando com um amigo polonês e nos divertíamos ensinando um ao outro palavras ou expressões dos respectivos idiomas. Lembro-me de ter aprendido o significado de curva, que, em português, caberia na expressão "vá pra curva que o pariu!". Foi então que tentei pensar numa coisa que fosse bem "brasileira", e me lembrei de "gambiarra". Mas como explicar o que é isso? Tentei linkar com "jeitinho brasileiro", mas, já meio zonzos e cada um tentando se expressar num inglês pra lá de macarrônico, ficou difícil. Tudo teria sido mais fácil, para explicar ao gringo "gambiarra" e "jeitinho brasileiro", se eu dispusesse das seguintes imagens:




segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Quando os jornalistas também eram barbudos

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No finzinho de um post do Glauco de dois anos atrás, ele chamava a atenção para um texto do blogue Futebol é Literatura sobre a ausência, hoje, de jogadores barbudos. "Parece que barba é crime. Será uma proibição contratual? Uma exigência dos técnicos? Penso saudosamente em Sócrates, no zagueiro campeão do mundo Hugo de León, do ponta Mário Sérgio, do atacante Kita. Coitados, órfãos do futuro, sem sucessores", dizia Fabrício Carpinejar, o autor. Pois é, os tempos eram outros. Hoje em dia a "rebeldia barbuda" quase não é mais tolerada. E não é só no futebol que isso acontece, infelizmente. Os pelados vigiam os peludos.

Na política, com exceção do Lula, do José Genoíno e de mais meia dúzia de três ou quatro, é difícil achar alguma figura de maior proeminência que mantenha com orgulho seus pêlos na cara. E na imprensa não é diferente: o visual yuppie e mauricinho que passou a imperar nas redações a partir dos anos 1990 limpou de vez o rosto dos jornalistas - com exceção, talvez, dos manguaças de alguns blogues e publicações "de esquerda" (a exemplo do rapaz na foto acima). Por isso, foi com satisfação que vi, no Facebook, um retrato do arquivo de nosso camarada Jesus Carlos, da agência Imagenlatina. Vejam aí, com legenda dele:

Greve - ABCD. Jesus Carlos (Em Tempo) e Lula conversando, com Irmo Pasoni (Veja), Hélio (free-lancer) e U. Detimar (Folha de São Paulo) durante a greve de 1979, no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. Foto: Roberto Faustino.

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Por não ser dono de bar, jornalista é cliente assíduo

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Muita gente não entende o motivo de a maioria dos jornalistas beber tanto. Já elocubrei sobre isso aqui no blogue, mas vejo que o assunto gerou até análises acadêmicas. No livro "Jornalismo freelance - Empreendedorismo na Comunicação", de João Marcos Rainho (Summus Editorial, 2008), o autor afirma que três caminhos surgem quando um jornalista está desempregado. Primeiro, óbvio, é procurar e arrumar outro emprego. Segundo, profissionalizar-se como freelance. E, terceiro, continuar desempregado e mudar de ramo - e Rainho observa que "esta última possibilidade está se tornando muito comum nos últimos anos!" (e deve ser, mesmo, ainda mais depois que acabaram com a necessidade de diploma para exercer a profissão). Pois bem, mais algumas páginas à frente há um trecho interessante sobre os que renegam ou pretendem renegar o ofício (os grifos são nossos):

"Pesquisando sobre o modo de vida dos jornalistas para sua tese de mestrado, Isabel Siqueira Travancas entrevistou dezenas de profissionais no Rio de Janeiro [trabalho publicado no livro 'O mundo dos jornalistas']. Ela descreve que o sonho da maioria dos jornalistas dos grandes centros urbanos é ser dono de um jornal - ou ter um bar, para se libertar do esquema empresarial do grandes jornais e do próprio anonimato."

Taí: na impossibilidade de ter um bar, o jornalista vira cliente. Ou melhor: verdadeiro devoto e militante da causa! E o problema do anonimato acaba quando ele passa de alcoólatra anônimo para bêbado conhecido...

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Essa é a neve que o Brasil precisa!

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A BBC informa que sete pessoas foram submetidas ao "sacrifício" de permancerem presas por oito longos dias dentro de um pub no Norte da Inglaterra, pois a saída do estabelecimento foi soterrada por uma grande quantidade de neve (foto). O acesso ao pub Lion Inn, na cidade de Blakey Ridge, condado de North Yorkshire, foi interrompido na sexta-feira da semana passada, após mais de seis metros de neve terem caído na região. Somente na noite de sábado, com a reabertura da estrada, foi que os manguaças puderam sair do local - ou apenas os que ainda não estavam em coma alcoólico, talvez.

O cozinheiro Daniel Butterworth entregou que os funcionários aguentaram os primeiros dias de confinamento graças à bebida e que todos "riram muito" durante os dias em que estiveram isolados dentro do pub. Motivo não faltou: "Os patrões não estavam aqui, não puderam chegar por causa da neve", comemorou Butterworth. Além de manter os manguaças vivos e felizes, a bebida ainda ajudou no resgate, pois eles só conseguiam sair ao jardim com trenós improvisados com caixas de cerveja. Taí, se um dia eu viajar à Inglaterra nessa época do ano, vou considerar a possibilidade de incluir Blakey Ridge no meu roteiro...

terça-feira, junho 15, 2010

Será o Muricy Ramalho?

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Como aperitivo antes de Brasil x Coréia do Norte, um registro boêmio do camarada João Paulo, em seu blogue:

Eu e Lisa acabamos de ser expulsos do Bar do KreK, o único em Brasília que fica aberto até o último cliente, na 302 Sul. Silvana, a balconista/proprietária, nos explicou simplesmente que havia chegado a hora do Murici, quando ninguém se responsabiliza por mais ninguém e passa a ser cada um por si.

segunda-feira, maio 24, 2010

Beba moderadamente. Mas beba!

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Mais pesquisa manguaça: estudo de cientistas franceses publicado pelo European Journal of Clinical Nutrition grante que as pessoas que bebem moderadamente são mais saudáveis do que abstêmios. Isso mesmo. Os bebuns ocasionais são menos propensos a problemas do coração, obesidade e depressão do que os que evitam totalmente o álcool. "O consumo moderado de álcool é um poderoso marcador de nível social, de saúde e ainda diminui os riscos de se desenvolver uma doença cardiovascular", garantiu Boris Hansel, do Hospital Pitié-Salpêtrière, de Paris.Os pesquisadores analisaram os prontuários de 150 mil pessoas da capital francesa, que se submeteram a exames médicos entre 1999 e 2005. Os voluntários foram divididos em quatro grupos: pessoas que não bebem, pessoas que bebem pouco, pessoas que bebem moderadamente e pessoas que bebem muito. Além de reduzir as chances de se desenvolver doenças do coração e depressão, o álcool moderado tende a diminuir os níveis de colesterol e os níveis de açúcar no sangue, sugere a pesquisa francesa. Os especialistas ainda descobriram que a quantidade moderada de álcool está associada ao crescimento socioeconômico e ao hábito de praticar exercícios físicos. Apesar disso, o estudo não defendeu o uso medicinal de vinho ou de outras bebidas alcoólicas.

terça-feira, maio 11, 2010

Delivery de bêbado e sexo

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Na Inglaterra, o camarada Paulo Junkie (que se despediu daqui num buteco da praça Benedito Calixto, na presença de alguns dos futepoquenses), recebeu uma proposta de emprego muito interessante lá em terras londrinas. Conta ele que só precisa validar sua carteira de motorista para assumir a função de catador de bêbado e entregador de prostituta. Funciona assim: a agência fornece uma espécie de mobilete dobrável (foto), daí ele põe uma moça na garupa e entrega na casa de algum cliente; depois, no caminho de volta, passa em algum lugar onde um bêbado deu perda total, põe o cidadão no carro dele ou num táxi, dobra a mobilete e põe no porta-mala do veículo, leva o manguaça pra casa dele, pega a magrela e volta, resgata a moça e retorna à agência. E assim, transportando profissionais do sexo e resgatando bebuns, o Paulão vai juntando seus pounds (libras). O serviço de catador de bêbado bem que podia ser incluído no Manguaça Cidadão...

sexta-feira, abril 09, 2010

Melhor ficar em casa

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Já há algum tempo venho destacando aqui o movimento silencioso que, aos poucos, vai cercando, vigiando, policiando, proibindo e destruindo o nosso fórum mais adequado: o bar. Aqui em São Paulo, além de não poder mais fumar em paz nas mesas dos butecos, estamos ameaçados de ter que pagar 20% de caixinha para o garçom e de ir embora pra casa à meia noite. É incongruente. A gente sai de casa exatamente para beber, fumar e voltar bem tarde - e, de preferência, gastando pouco. E agora vem outra ação anti-manguaça: acabar com o bate papo. Isso mesmo, querem extinguir qualquer som ambiente nos butecos. Já tem lugar onde, se você quer dançar ou curtir uma música, tem que ouvir num fone. Imagine um monte de gente dançando, cada um num ritmo, e o bar em completo silêncio. "É meio ridículo, olhando de fora", resumiu Vinicius Ferreira à Folha de S.Paulo. E o pior é que, com os ouvidos ocupados, fica impossível conversar. Pois é, já não podemos fumar, conversar ou esticar além da meia noite. Repito: só falta proibir a venda de bebida alcoólica no bar. Ou, como diria o De Massad, "não dá ideia".

terça-feira, abril 06, 2010

Levantar e voltar a beber é necessário

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Dando uma espiada na matéria da revista Época sobre um estudo que comprova que as amizades influenciam o quanto bebemos (meio óbvio isso, mas penso que tudo é desculpa pra beber), acabei chegando ao link de outra reportagem, publicada em setembro, que me parece muito mais importante: "Álcool pode ajudar recuperação de traumatismo craniano". Foi então que, finalmente, entendi a letra daquela música que virou hino de bebum - "Vamo simbora pro bar/ Beber, cair, levantar" -, pois, para mim, quando a gente cai de bêbado é porque é melhor ficar ali e dormir, mesmo. Mas o risco de um traumatismo craniano realmente exige do manguaça o esforço hercúleo de levantar. E voltar para o bar, em busca do etanol que protege o cérebro.

segunda-feira, abril 05, 2010

Orelhadas de bar (2)

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Pontal do Maceió, litoral cearense, sábado de aleluia. Na mesa ao lado, cinco mulheres de meia idade bebem (muita) cerveja e conversam animadamente.

- Ela disse que ia fazer um macarrão e que podia levar meus amigos, se quisesse. Eu levei doze pessoas.

- A gente acabou com toda a comida da casa.

- O que eu não gosto de Carnaval é isso, essa gente toda. Tem que ter o espírito da brincadeira, senão vira bagunça.


Desce um menino do morro, correndo, e atrás dele segue uma vaca, chacoalhando o sino no pescoço. A Dona Biteca começa a picar o coentro pra temperar a peixada. O sol bate forte nas pedras do mar.

- Red Bull acaba com a vida de uma mulher. Eu acordei três da manhã, provocando. Quase morri.

- Eu gosto de Campari. Com pedaços de pêssego.

- Ontem eu fiquei bêba que só a peste. E quando fui pegar o mototáxi o homem tava mais bêbo que eu.

- O Ari? Aquilo é um pudim de cana!

- Eu conheço a tia dele. Ela é benzedeira. Você sarou daquela coruba nas costas?

- Sarei na cachaça! Secou tudo!


Chega o prato de camarões e dois caranguejos cozidos. A cerveja esquenta muito rápido. Meus óculos estão cheios de sal. As mulheres dão gargalhadas. São felizes. Ao menos neste momento.

quinta-feira, abril 01, 2010

O cerco é por etapas. Mas constante

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Depois da proibição do cigarro no bar e da possibilidade de sermos obrigados a desembolsar 20% do valor da conta para o garçom, mais uma medida anti-manguaça na cidade de São Paulo: a Câmara Municipal começou a debater um projeto que reduz de 1h para meia-noite o limite para o fechamento dos bares sem isolamento acústico. "Quero fechar os botecos que ficam com mesas nas calçadas e atrapalham os moradores vizinhos", brada o autor do projeto, vereador Jooji Hato (PMDB). "A noite foi feita para dormir", acrescenta o político. Pô, se é assim, proibam os caminhões de lixo e as britadeiras da Comgás de me atrapalharem o sono de madrugada!

Pelo menos, dessa vez, alguém levantou a voz contra mais esse ataque moralista. Percival Maricato, diretor da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), resumiu bem o cenário: "A sociedade está em um momento conservador (...) E alguns políticos aproveitam esse filão conservador, no embalo do anti-tabagismo e da lei seca, para tentar ganhar atenção com projetos contra os bares". Falou e disse. Quanto a nós, manguaças (ou "inconvenientes"), só nos resta a desobediência civil. Ou o anarquismo, como sugere o colega jornalista Paulo Gilani (na foto, à direita). "Temos que ter ações consistentes", comanda, sem revelar o que tem em mente. Alguém tem alguma outra estrategia para a resistência manguaça?

segunda-feira, março 22, 2010

Finalmente uma pesquisa relevante

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Pesquisadores do Keogh Institute for Medical Research, da Austrália, garantem que os homens que costumam tomar alguns drinques com regularidade têm melhor desempenho sexual do que aqueles que nunca tomam bebidas alcoólicas. Eles advertem, porém, que tomar um porre pode ser um tiro pela culatra. Ou seja, o segredo para ser bom de cama está em consumir bebidas com moderação. O estudo, realizado com 1.580 manguaças, mostrou que aqueles que bebiam até 5 doses por semana (porção considerada moderada) tinham uma vida sexual mais ativa e satisfatória do que os que não bebiam nunca ou aqueles que exageravam. Só que, mais uma vez, eu pergunto: quem consegue beber só isso?

Segundo o médico Kew-Kim Chew, coordenador da pesquisa, a incidência de problemas de ereção era 30% menor naqueles que tinham o hábito de beber alguns drinques por semana. Ele explica que a bebida alcoólica em doses moderadas pode ajudar a desinibir e melhorar a função circulatória, que está diretamente ligada aos problemas de ereção. Foram avaliados na pesquisa alcoólatras, homens que bebiam as doses recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), os abstêmios e aqueles que não bebiam nada durante a semana, mas exageravam no fim de semana.

sexta-feira, março 19, 2010

E a Folha explica alguma coisa?

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A Folhaonline traz hoje uma etiqueta dispensável (como toda etiqueta) sobre "como servir cada tipo de cerveja no copo certo". Manguaça que é manguaça toma cerveja até em copo de geléia Cascão, ou de requeijão Mimoso com rótulo, ou mesmo no bico, que é mais fácil. Mas é interessante o primeiro "ensinamento" da Folha:

"A cerveja pilsen (...) deve ser servida em copo pilsener."

Ah, tá. Ainda bem!

quinta-feira, março 18, 2010

Mauá entra na guerra contra a manguaça

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Leio no Diário do Grande ABC de hoje que em Mauá (onde nasceu o companheiro Nicolau e também o Mauro Beting) um vereador do PSDC, Professor Betinho (foto), apresentou um projeto de lei para proibir a comercialização e o consumo de bebidas alcoólicas em eventos organizados pela Prefeitura. E o negócio já foi aprovado em primeira discussão. A justificativa do vereador é lapidar: "São dezenas de jovens embriagados e em coma alcoólico nas festas". Ou seja, se dá fungo no galho de uma árvore, corte a árvore toda. É a mesma lógica das privatizações tucanas: se a estatal está com algum problema (que, por pior que seja, tem alguma solução), venda a estatal de uma vez. Por que o "democrata cristão" mauaense não propõe um programa municipal de conscientização, com jovens e seus pais, para debater o abuso do álcool, suas causas, consequências e possíveis soluções? E os que bebem e não abusam, vão fazer o que nesses eventos municipais? Tomar iogurte? Prestem atenção, manguaças, que o cerco é silencioso, mas incessante. Tudo o que é coletivo é perigoso pra essa gente. E deve ser vigiado, controlado, normatizado e proibido. Vamos assistir esse absurdo calados? E de bico seco?

sexta-feira, março 12, 2010

Para Incor, manguaçar não é vício, é 'estilo de vida'

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Ó, se até eles estão dizendo, não sou quem vai disconcordar: o Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), que está recrutando homens para uma pesquisa sobre "efeitos benéficos do vinho", observa que "podem se inscrever homens que bebem vinho tinto regularmente, como parte de seu estilo de vida". Pronto, descobri que sempre fui um homem "de estilo"!

Em tempo: os interessados em participar da pesquisa devem ter idade entre 50 e 75 anos, bebe vinho regularmente ou serem abstêmios. É oferecido um check-up cardiológico aos participantes, como parte do estudo. Informações e inscrições: (11) 3069-5510.