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segunda-feira, dezembro 28, 2015

A caipirinha, a amizade, o Exército e o Clube da Esquina

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Milton e Lô: encontro musical a partir da caipirinha
No programa "O Som do Vinil", apresentado por Charles Gavin no Canal Brasil, Milton Nascimento fala sobre o histórico LP "Clube da Esquina", de 1972, no qual revelou o jovem músico/cantor/compositor Lô Borges, que na época tinha apenas 18 anos. Por ser quase dez anos mais velho que Lô, Milton mantinha amizade mais estreita apenas com dois de seus irmãos maiores, Marilton e Márcio Borges (este último seu primeiro parceiro musical). Até que um dia, já famoso e morando no Rio de Janeiro, Milton fez uma visita a Belo Horizonte e foi até a casa dos Borges, no bairro Santa Tereza, para rever os amigos:

"Entrei e não tinha ninguém. A casa toda aberta e nenhuma pessoa lá dentro. Resolvi sair e tomar um qualquer coisa no buteco. Quando eu tava saindo, o Lô tava chegando. Porque, antes desse dia, a minha imagem que eu tinha do Lô era de um garoto de dez anos. Falei: 'Ô, Lô, que coisa boa, vamos até no buteco, ali, que eu vou pedir uma caipirinha pra mim e ocê toma um guaraná'. Pedi uma caipirinha e ele pediu outra pra ele. Eu dei uma olhada daquelas e ele enfrentou. Aí eu fui ver: 'Meu Deus do céu, esse menino não é mais criança, não'. Ele pegou, falou comigo: 'Olha, eu adoro as coisas que você faz, sou seu fã e tudo, mas eu tenho uma grande tristeza'. Eu falei: 'Por que?'. [E ele]: 'É porque vocês não gostam de mim'. Eu falei: 'Cê tá loco? Claro que gosto d'ocê, eu sempre gostei'. [E ele]: 'Não, cês saem de noite, vão pra lá, pra cá, pra tudo quanto é lugar, e nunca me chamaram pra nada do que cês fazem'. Aí eu peguei e falei assim: 'Ô, Lô, cê vai me desculpar, mas eu só vim a descobrir que ocê não era mais criança quando cê pediu a caipirinha'. Ele tinha 17 anos. Conversamos, ele falou: 'Eu tenho umas coisas lá em casa, assim, que eu faço, e num sei que tal. E eu falei: 'Então vamo aproveitar, vamo pra lá, que não tem ninguém'. E fomos, subimos lá e ele tocou umas coisas assim, tal. De repente, começou a fazer uma harmonia, que veio logo uma melodia na minha cabeça. Quando acabou, tava lá uma música, que a gente, pela letra do Marcinho [Borges] e por tudo, é o 'Clube da Esquina'. Que era sobre a rapaziadinha que se reunia ali na esquina da casa do Lô com a outra rua, Paraisópolis e Divinópolis." (veja aqui, a partir de 02:45)

A pacata esquina da rua Paraisópolis com a rua Divinópolis
Mais pra frente, Lô Borges relembra o que aconteceu a partir da amizade selada com caipirinhas:

"O Milton foi um cara, assim, fundamental pra mim, desde o começo. Ele prestou muita atenção nas coisas que eu vinha fazendo, que eu tava começando a compor. E a partir daí, toda vez que ele voltava pra Belo Horizonte, ele [perguntava]: 'Cadê o Lô?' [Alguém respondia]: 'O Lô continua na esquina, tocando violão, num sei o que lá...' Aí, ele chegou, um dia, ele chegou perto de mim e falou: 'Cara, eu queria te convocar pra uma coisa, agora, que não é mais gravar música sua, só. Eu queria te convocar pra fazer um disco. Cê vai ter que mudar de Belo Horizonte, cê vai ter que morar no Rio, comigo, pra gente fazer um disco." (veja aqui, a partir de 06:26)

Porém, em pleno governo do ditador Emílio Garrastazu Médici, o sonho do garoto de 18 anos quase foi abortado pelo Exército. Prossegue Lô Borges:

"[Milton disse]: 'Cê aceita [fazer o disco]?' Eu disse: 'Aceitar eu aceito, agora o difícil vai ser convencer minha mãe, convencer o Exército brasileiro. O capitão da minha companhia, nessa primeira entrevista, ele me tratou bem e falou: 'Tudo bem'. Eu expliquei pra ele os motivos, falei, olha: 'Eu tô sendo convidado pelo Milton Nascimento, que fez 'Travessia', num sei o que lá, eu tenho 18 anos, e o cara tá me abrindo uma porta pra eu transformar a musicalidade que eu tenho numa carreira profissional, de ir pro Rio de Janeiro, gravar discos. Então, eu não tenho nada contra o Exército'. Eu tive que falar essas histórias. Aí o capitão chega, num belo dia, ele fala assim: 'Quem é o músico, mesmo, da minha companhia?' Aí eu, tímido, lá, já com o cabelinho cortado, já, raspado, fui: 'Sou eu'. Ele falou assim: 'Vem cá'. Aí ele me levou pra dentro de uma sala, me pegou pelo braço, com toda a força, me jogou num sofá e falou assim: 'Olha, você não vai servir o Exército não é porque você não quer servir o Exército. É porque o Exército que não quer pessoas da sua espécie aqui dentro. Seus comunistas de merda!' E depois convencer meu pai e minha mãe foi mais fácil." (veja aqui, a partir de 07:10)

No bar: Milton, Toninho Horta, Beto, Fernando Brant, Lô e Marcinho
E foi depois de todos esses percalços, da caipirinha, da amizade (musical) que surgiu, da pressão do Exército e da permissão da família que um dos discos mais fantásticos da história da música brasileira foi produzido. Com a participação de outros músicos, letristas, compositores e cantores geniais, como Toninho Horta, Beto Guedes, Robertinho Silva, Ronaldo Bastos, Fernando Brant, Marcio Borges, Novelli etc etc. Companheiros de composições, gravações e de mesas de bar, lógico. Por isso, pra encerrar esse post, nada melhor que celebrar a música e a amizade (re)ouvindo esse disco - e, de preferência, saboreando uma caipirinha:





quarta-feira, novembro 11, 2015

Manguaça medicinal

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(Da parede de um buteco na região da Praça da Sé, no Centro de São Paulo)


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Som na caixa, manguaça! (Volume 14) - "Boteco do Arlindo"



quarta-feira, setembro 16, 2015

Arrigo Barnabé traçava um 'X-Banana' no Bar do Vavá

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Num post (clique aqui) sobre o maravilhoso show "Caixa de Ódio – o universo de Lupicínio Rodrigues", do Arrigo Barnabé (confira uma palhinha clicando aqui), em agosto de 2011, o camarada Maurício "De Marcelo" Ayer registrou: "Numa dessas noitadas, o Marcão contou que viu um documentário em que aparecia o senhor Barnabé, lhe perguntavam sobre um lugar de São Paulo que achasse significativo, e ele de bate-pronto indicava o Bar do Vavá". Depois do tal show, "De Marcelo" teve o prazer de manguaçar com o Arrigo e tocou no assunto: "[Ele] logo reavivou recordações do saudoso Gardenburger, sob o olhar curioso de nossos colegas de mesa. [...] Não sabia da morte do Vavá, ficou bastante triste, e me perguntou sobre seu irmão João (o chapeiro)".

Trecho do documentário mostra a localização do extinto 'Gardenburger Rest. Lanch.'

Pois então, durante todos esses anos eu pelejei para encontrar o tal documentário, mas não sabia sequer seu título. Lembro vagamente de ter ligado a TV na madrugada, acho que na Cultura (mas não tenho certeza), e tomado o susto de ver o Arrigo Barnabé sentado no balcão do nosso inesquecível Bar do Vavá, já extinto - e de ter me espantado mais ainda ao ver o próprio Vavá falando no documentário. Já deve fazer uns seis ou sete anos isso. E, por mais que eu fuçasse o Gúgou ou o IuTubi, não tinha qualquer referência para achar essa preciosidade. Pois no início desta semana, zapeando a esmo, trombei por acaso, novamente, com o tal vídeo no canal fechado "Curta!". Estava no fim, nem vi a sequência do Vavá. Mas li o nome nos créditos finais e o localizei! Ei-lo:



Trata-se do primeiro episódio de uma série chamada "Mapas Urbanos", do diretor Daniel Augusto, produzido em 1998. Vários artistas, poetas, músicos e compositores falam sobre a cidade de São Paulo, o maior centro urbano do país e da América Latina. Nesta primeira parte, além do Arrigo Barnabé, aparecem Arnaldo Antunes, Itamar Assumpção, José Miguel Wisnik, Luiz Tatit, Nelson Ascher, Paulo Vanzolini, Régis Bonvicino e Tom Zé. E o Vavá, é claro! Quem quiser ir direto ao ponto pode levar o cursor até o minuto 12:11, mais ou menos, e, logo depois de o Arnaldo Antunes falar sobre uma estátua antiga que até então estava preservada numa lanchonete da Avenida Paulista, aparece o Arrigo aboletado no saudoso balcão do não menos saudoso Bar do Vavá.

Cena do documentário 'Mapas Urbanos', com Arrigo Barnabé no saudoso Bar do Vavá

Logo de cara, ele fala: "Esse bar aqui... Eu morava aqui na [rua] Virgílio de Carvalho Pinto. Isso em 1973. Em 1973, 1974, a gente morou aqui, numa república. Um monte de gente. E volta e meia a gente vinha aqui no Bar do Vavá, que naquela época era uma espécie de um 'inferninho', tinha uns neons vermelhos aqui, assim. E a gente vinha à noite, aqui. E eu conversava com o Vavá". E na sequência aparece o Vavá relembrando: "O Arrigo vinha depois do... Acho que aquela época ele era amador, e ele vinha fazer os lanches dele, um sanduíche de queijo, um X-Banana, um queijo quente com alface, tomava um suco, a gente conversava muito" (Nota do Autor do Post: quem conheceu o X-Elvis e outras "iguarias" daquele bar não duvida que misturassem queijo com banana).

Vavá, o mito, no documentário de 1998: inspirador do Futepoca faleceria 11 anos depois

E prossegue Vavá, o mito, inspirador do Futepoca e protagonista do nosso Post 1000: "Aquele tempo eu era universitário, tava fazendo medicina em Ribeirão Preto. Nos finais de semana, quando eu vinha pra São Paulo, a gente conversava, [o bar] ficava aberto até altas horas da madrugada e ele [Arrigo Barnabé] vinha". Em seguida, o artista dá um testemunho histórico: "Certamente que esse tipo de bar está no universo das minhas canções". Mas Arrigo observa que o Bar do Vavá não tinha "balcão de fórmica vermelha", como na canção "Diversões eletrônicas", parceria sua com Regina Porto que venceu o 1º Festival Universitário da MPB, realizado pela TV Cultura em maio de 1979, um marco do movimento musical Vanguarda Paulista (assista clicando aqui).

Fradique Coutinho, 390: hoje, no lugar do saudoso boteco de Pinheiros, há uma ótica

"Eu não sei que bar tem o balcão de fórmica vermelha, acho que eu inventei na hora", diz Arrigo Barnabé, no documentário "Mapas Urbanos". Interessante é a que letra da tal canção começa falando em um "antro sujo" e em um "luminoso". Seriam referências ao "inferninho" e aos "neons vermelhos" de suas recordações do Bar do Vavá de 1973-74? Provavelmente. Durante 52 anos, entre 1956 e 2008, o glorioso, simpático e hospitaleiro boteco do bairro Pinheiros arregimentou uma fauna peculiar de frequentadores, serviu de palco para milhares de situações inusitadas (como essa aqui, exemplarmente narrada pelo camarada Glauco "De" Faria) e até de cenário para uma história em quadrinhos (do camarada Don Luciano, veja aqui). Mas, infelizmente, acabou.

Maio de 2007: Thalita, Glauco, Mauro Beting, Olavo, Anselmo, Marcão, Frédi e Edu

Apesar da saudade, fica aqui a confirmação de que o tal documentário com Arrigo Barnabé no Bar do Vavá (e com o próprio) realmente existe. E que não é mais uma lenda urbana ou "estória" (de bêbado) - "Ih, lá vem o Marcão com suas 'estórias'...". Engraçado é que conheci o boteco e seu dono em 1999, provavelmente pouco depois da gravação dessas entrevistas do "Mapas Urbanos". E passei a frequentar mais assiduamente o Gardenburger a partir de 2003, levando pra lá, dois anos depois, todos os futepoquenses, amigos, familiares, simpatizantes e convidados (como o Mauro Beting e o Antônio Martins). Enfim, vida que segue... Avoé, Arrigo! Avoé, Daniel Augusto, pelo documentário! E avoé, Vavá! Até um dia.

P.S.: Tem duas frases nesse episódio do "Mapas Urbanos" que me chamam a atenção. Primeiro, como se falasse do próprio Bar do Vavá, o compositor Luiz Tatit diz (o grifo é meu): "Nem há tanto tempo para a pessoa se envolver tanto com as coisas [na cidade de São Paulo]. Tudo o que você viveu desapareceu". E o poeta Régis Bonvicino resume muito bem o que sinto - e sempre senti - (sobre)vivendo nessa metrópole (os grifos são meus): "Aqui eu vivo a experiência do confinamento. Essa sintaxe do confinamento, da impossibilidade, da interdição". Deve ser por isso que o Bar do Vavá me faz tanta falta.

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sexta-feira, agosto 28, 2015

Feijoada, rabada com agrião, cerveja e caipirinha

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Das coisas que mais gosto no Rio de Janeiro, desde que descobri aquela cidade, há uns cinco anos, estão os tradicionais butecos de bairro. Butecos mesmo, na acepção da palavra, daqueles que têm o mesmo dono há décadas e que acaba, com o tempo, agregando uma fauna de figuras e clientes fiéis. Algo como o nosso lendário (e saudoso) Bar do Vavá, aqui em São Paulo, ou o Mosca Feliz, meu buteco predileto lá em "Botafurca", região de confluência entre os bairros de Botafogo e Urca no Rio, próxima à Praia Vermelha. Pois foi exatamente num buteco desses, na Tijuca, que o ex-presidente do Uruguai, José "Pepe" Mujica, se enfiou na manhã de ontem.

Segundo notícia do portal "Pragmatismo Político", Mujica, que está no Rio para uma homenagem e evento com estudantes da Universidade Estadual (Uerj), pediu "feijoada, rabada com agrião, cerveja e caipirinha" no Bar do José, na Zona Norte carioca. Melhor ainda: "ao som de Amado Batista". “Escolhi a trilha sonora porque gosto e deu um clima mais legal pro almoço. Nunca imaginei ter um presidente aqui”, contou José Alves Ferreira, o cearense que comanda o referido buteco há 14 anos. “Te falar? Político brasileiro é muito cheio de frescura. Aqui é só rabada, feijoada, mocotó…”, opinou.

'Pepe' Mujica manda brasa na rabada e nas cervejas do Bar do José, no Rio de Janeiro

O dono do buteco disse ainda que “não conhecia muito bem” o uruguaio, o que fica evidente quando revela que votou em Aécio Neves (PSDB) em 2014 e que é a favor da saída de Dilma Rousseff (PT) do governo federal. Com certeza, ele desconhece o apoio incondicional de Mujica à Dilma, que o levou a criticar a criminalização da presidente do Brasil, de Luiz Inácio Lula da Silva e do Partido dos Trabalhadores em seu programa de rádio, no dia 14 de julho deste ano. "Esse ranço capitalista do Brasil imperial não pode aceitar a liderança de homens e mulheres que não são de sua entranha, mas definitivamente tendem a ser e representar as imensas maiorias”, criticou Mujica, na ocasião.

“Tirar 40 milhões de cidadãos da miséria. É isso o que significou o governo do PT e principalmente o impulso de Lula, assinando talvez em termos quantitativos a maior façanha da história econômica da América Latina, se por façanha se entende como vivem as pessoas e não simplesmente números, papéis”, acrescentou o ex-presidente do Uruguai. Ontem, ao ouvir os gritos de “não vai ter golpe” dos estudantes da Uerj, Mujica comentou: “Golpe de Estado, por favor! Este filme já vimos muitas vezes na América Latina. Esta democracia não é perfeita, porque nós não somos perfeitos. Mas temos que defendê-la para melhorá-la, não para sepultá-la”. E fim de papo (de bar).


terça-feira, agosto 04, 2015

'Podia ter um bar por aqui...'

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No programa "Espelho", apresentado pelo ator Lázaro Ramos no Canal Brasil, o mítico Luis Carlos Miele é entrevistado em um bar (veja aqui, se tiver senha de assinante) e conta sobre a época em que estava ensaiando a peça de teatro "Ménage à trois", com Rogéria e Chico Caruso, e vários de seus amigos morreram naquela época, em sequência, como Millôr Fernandes, Ivan Lessa e Chico Anysio. A série trágica fez até com que o nome da tal peça teatral mudasse para "Homenagem à trois". E, numa dessas (muitas) idas e vindas ao Cemitério São João Batista, na Zona Sul do Rio de Janeiro, Miele encontrou o cartunista Jaguar - que, como ele, é um pé-de-cana "profissional" e "militante":

- Ô, Jaguar, a gente tá vindo tanto aqui que devia montar um bar do outro lado da rua e já ficar sentado lá, esperando o próximo enterro!

- Boa ideia, Miele! A gente abre conta e paga por mês.

- Pois é. E quando chegar nossa hora, é só atravessar a rua!

- Isso! E eu já tenho até o nome do bar.

- Qual é, Jaguar?

- SAIDEIRA.


quarta-feira, abril 08, 2015

Som na caixa, manguaça! - Volume 85

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LÁ SE VAI O CAMPEONATO


Domingo, chegou o grande dia
Meu time nas finais, uma tarde de alegria
No boteco, com os camaradas
A cerveja lidera a invasão da arquibancada!

Olê!Olê!Olê!Olê!......

Nossa torcida cumpre seu papel
Cantamos e cantamos, nosso time lá no céu
A defesa é como uma muralha
Nosso ataque corta como uma navalha!

Olê!Olê!Olê!Olê!......

O jogo segue empatado
O adversário luta e por isso é respeitado
E então um pênalti é marcado
Vamos ao deliro, chacoalhamos o estádio!

Olê!Olê!Olê!Olê!......

A tensão congela nossas almas
E o nosso atacante corre para a bola
O nervosismo estampado nos seus olhos
O chute muito alto e a bola vai pra fora!

Olê!Olê!Olê!Olê!......

O empate não é nosso resultado
Um pênalti perdido, lá se vai o campeonato!
A raiva nos toma o coração
Queremos quebrar tudo, mas beber é a opção

Olê!Olê!Olê!Olê!.....

Cantando, vamos para o bar
Lembrar as nossas glórias, a mágoa afogar
Apesar da alegria, ninguém pôde esquecer
Que o maldito campeonato, acabamos de perder!

(Do CD "Canções de batalha", gravadora TRREB, 2004)




quarta-feira, dezembro 25, 2013

Mais um da série 'Butecos aprazíveis'...

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quinta-feira, setembro 19, 2013

Não nos resta outra alternativa...

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E, além de tudo isso, beber água (demais) também faz mal e pode até matar. Como nós não nos importamos com rato no bar (desde que ele não caia dentro do copo) e o álcool tem fama de exterminar germes e bactérias, BORA TOMAR UM GORÓ, cambada! Do jeito que a coisa vai, essa é a única atitude SUSTENTÁVEL!

sexta-feira, setembro 13, 2013

Santo remédio!

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Afastado por "licença médica", o ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, observa à distância a possibilidade de novo julgamento dos réus do "mensalão" e, para o seu (alegado) "problema crônico na coluna", toma um "remédio" numa "farmácia", em Brasília:

No clima seco do cerrado, Barbosa 'molha a palavra' (Foto: Ed Ferreira/AE)

segunda-feira, setembro 09, 2013

'Um jeito ianque/ De São Paulo...'

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 Vaga-bundando pela rede social Fêicibúqui no fim de tarde desta segunda-feira, me deparo com um depoimento surpreendente do músico, cantor e compositor Alceu Valença (foto):
"Mais uma vez me disponho a escrever sobre um assunto que pela rapidez com que as notícias se tornam caducas em nossos tempos, não deveria voltar a comentá-lo. Acontece que ontem, conversando numa roda de amigos em um bar em São Paulo sobre a espionagem americana no Brasil, eis que sou surpreendido por um vizinho de nossa mesa que entrou no nosso papo sem ser chamado e tentou justificar a arapongagem americana como algo necessário e fundamental para o resto do mundo, argumentando que o que levava a interferência do governo Obama, era evitar possíveis ataques terroristas no Brasil e no resto do mundo. Sabemos que a rede privada da Petrobrás foi invadida, lhe perguntei sorrindo: '- Você acredita que haja terroristas nos quadros na nossa empresa de petróleo?' E o rapaz, imediatamente, me respondeu: '- Os terroristas estão infiltrados em todas as nossas empresas públicas!!!' E acrescentou, fechou seu raciocino: '- Nossa presidenta não foi terrorista!? Logo, o serviço de inteligência americano está de olho no Brasil, e com toda razão, por causa dela.' Gostaria de saber a opinião de vocês. Comentem o caso de acordo com suas crenças." - Alceu Valença
Tudo bem que, como já disse ao Futepoca o ator José Dumont (neste post aqui), "O bar é o grande ato politizador. Porque, se eu não escuto opinião, como vou mostrar a minha?" Ou seja, todo mundo tem o direito de pensar e se expressar como quiser (se bem que invadir conversa alheia seja falta de educação). Mas me parece sintomático que tal cena, descrita pelo nordestino Valença, tenha acontecido na cidade de São Paulo. É óbvio que gente conservadora, reacionária, paranóica e americanófila existe em qualquer ponto desse Brasil varonil. Mas é a capital paulista justamente a mais decantada como "cosmopolita", "miscigenada", "aberta", "progressista", "moderna" etc etc. São Paulo, capital, onde nordestinos, negros e pobres sofrem um preconceito atroz, onde homossexuais são espancados em plena região da Avenida Paulista, onde os moradores de Higienópolis tentam recusar uma estação do Metrô para não atrair "gente diferenciada", onde a Polícia Militar do PSDB bate, prende, atropela, atira e joga bombas contra manifestantes. Por esse prisma, os simpatizantes de Obama e da espionagem institucionalizada acabam sendo o menor dos problemas...

E o episódio narrado me lembrou uma música do Premeditando o Breque:

"O clima engana/ A vida é grana/ Em São Paulo (...)
Gatinhas punk/ Um jeito ianque/ De São Paulo..."


quinta-feira, agosto 08, 2013

Da série: butecos 'aprazíveis'

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Uma joelhada voadora e um chute giratório diretamente no seu fígado!


sexta-feira, maio 03, 2013

Amigo Ibra assistiu o jogo do Timão, dormiu e partiu

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Ainda estou incrédulo. Notícia triste. Lembro de quantas e quantas vezes, nos últimos dois anos, me encontrei com o Ibra lá no bar Meu Rico Português, na esquina da Teodoro Sampaio com a Francisco Leitão, em Pinheiros. Eu já conhecia sua história, havia assistido o documentário Hércules 56 e cruzado com ele em alguns comícios e manifestações. Mas um dia, depois de observá-lo bebendo e fumando sozinho no referido buteco paulistano, decidi abordá-lo. "Perdão, mas o senhor não é o José Ibrahim?" "Sou. O que é que manda?" "Nada. Sou apenas um admirador de sua trajetória" "Obrigado. Senta aí, vamos tomar uma cerveja". E foi assim que passei tardes e noites conversando sobre o governo federal, Cuba, a campanha para prefeito em São Paulo, sindicalismo, luta partidária. Com o tempo, minha filha Liz também o conheceu - e sempre me contava quando encontrava o Ibra em algum lugar.

Pois é. Foi a Liz que me deu a notícia: ele morreu ontem. Diz a notícia do site G1: "Ibrahim assisitiu a um jogo de futebol pela televisão na noite de quarta-feira (1) e depois foi para seu quarto. A mulher o filho saíram para trabalhar pela manhã e o deixaram dormindo. O corpo do sindicalista foi encontrado pela família no início da tarde." Assim, simples. Assistiu o jogo do Corinthians contra o Boca Juniors, dormiu e partiu. Engraçado: nunca conversamos sobre futebol. Era só política. E, de repente, nunca mais vou encontrar o Ibra bebericando sua cervejinha e fumando, às vezes falando muito ao celular - ele era secretário de Formação Política da União Geral dos Trabalhadores (UGT). Nem deu tempos de dar um abraço, de dizer "bebe mais uma", "até logo". Ou dizer que eu tinha a intenção de escrever alguma coisa sobre ele. Ibra foi como um "primeiro Lula". Amigo Ibra, esteja em paz. E à luta, sempre!

sexta-feira, maio 20, 2011

Ação de marketing

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Na foto acima, vemos o time do São Paulo que empatou sem gols com o Corinthians em 30 de agosto de 1987, na segunda partida fnal do Campeonato Paulista. Como havia ganho o primeiro jogo por 2 a 1, quatro dias antes, o Tricolor garantiu a taça. Vemos, em pé, o volante Bernardo, o zagueiro Adílson, o goleiro Gilmar (hoje empresário de jogadores), o eterno "xerife da zaga" Darío Pereyra, o lateral-esquerdo Nelsinho e o lateral-direito (e hoje treinador) Zé Teodoro.

Abaixo, agachados, vemos o massagista Hélio Santos, a dupla formada pelo atacante Muller e o meio-campo Silas (veja post sobre os dois), o baixinho atacante Lê (campeão paulista pela Inter de Limeira em 1986), o meia Pita e o finado ponta-esquerda Edvaldo.

Lê e Edvaldo, aliás, fizeram os gols da vitória na primeira partida da decisão. E o técnico do São Paulo, que não aparece, era Cilinho. Mas faço esse post para destacar um dos "papagaios de pirata" que sempre querem aparecer nessas fotos de time posado. No alto, à esquerda, há um manguaça de óculos escuros, com a mão no ombro de Bernardo, que aproveitou aquele dia para fazer propaganda de seu estabelecimento comercial. De qual ramo? Um buteco, lógico...

quarta-feira, maio 11, 2011

Filosofia de bar

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Estou lá, apreciando minha loira gelada, quando ouço, na mesa em frente:

- A mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer!

É por causa de coisas como essa que sou viciado em buteco...

terça-feira, abril 19, 2011

Cerveja, papo de buteco e quadrinhos de qualidade

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Pra quem curte uma boa arte em quadrinhos e valoriza o trabalho nacional, repassamos aqui o convite do nosso colaborador e amigo Luciano Tasso: "dia 29 de abril, às 19 horas, na Livraria HQMix, que fica na Praça Franklin Rossevelt, 142 - Centro - São Paulo (11) 3259-1528, vai ter o lançamento de uma HQ que eu fiz e uma editora se interessou em publicar (não sei como!). Estarei lá bebendo cerveja e encontrando quem quiser e puder ir. Aquele abraço". O lançamento, "Automatic Kalashnikov 47", ou simplesmente "AK-47" (foto da capa à esquerda), é definido pela Editora Annablume como "uma comédia urbana surreal. Na grande e sufocante cidade, seres bizarros trafegam oprimidos, vivenciando o espetáculo do absurdo. Em algum ponto deste caos, a história de Kramer, um detetive autônomo, torna-se o motivo condutor de uma inteligente narrativa capaz de entrelaçar um caso de tráfico de armas, fanatismo religioso e as impagáveis conversas de boteco, palco de análises políticas e psicológicas necessárias para o fluxo da vida". É por isso que, para os chegados aqui do Futepoca e boêmios do bairro Pinheiros e adjacências, o encontro de possíveis cenários parecidos com um extinto bar da rua Fradique Coutinho e de personagens similares aos que o frequentavam NÃO será mera coincidência...

Uma amostra da arte de Luciano Tasso na HQ "Automatic Kalashnikov 47":

sábado, abril 09, 2011

Com ovos, é perfeitamente possível fazer omelete

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Fiquei no aguardo dos santistas comentarem alguma coisa sobre a contratação do Muricy Ramalho mas, achando muito curiosa a reação da mídia esportiva (ah, a mídia esportiva...), resolvi me adiantar. O que mais tenho lido e ouvido, desde quando a ida de Muricy pra Vila Belmiro era só especulação até sua oficialização no cargo, é que o treinador é retranqueiro, joga feio e não vai dar certo com o time rápido, habilidoso e de muitos gols como é o Santos, desde o primeiro semestre de 2010. Os palpiteiros insistem que ele arrumará a defesa mas prejudicará o ataque, vai mandar os atacantes voltarem toda hora e blá, blá, blá.

Não concordo. Muricy usa o que tem, não tinha como ele fazer milagres com um São Paulo de Aloísio, Alex Dias, Souza, Joílson, Jadílson. Vai daí, acertou a defesa e mandou chuveirar bola na área dos adversários ou cavar faltas ou escanteios que resultassem em gols. No Palmeiras, a mesma coisa. Tinha algum craque naquele time? Uma linha de ataque veloz e habilidosa? No Fluminense, ele tinha o Conca. E só. O resto não se comparava nem de longe aos meninos da Vila. Por isso, agora, Muricy terá a chance de provar que, com excelentes jogadores, dá pra ganhar e jogar bonito.

Ou não. Mas é melhor aguardar pra ver do que condenar o homem logo de cara, não acham? Pra mim, se o Santos passar dessa fase na Libertadores, levanta o caneco. Aposto meia dúzia de Heineken no buteco a escolher. Alguém topa?

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Yo y mis cervezas

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Buenas, já que aproveitei o tempo que estive na Irlanda para comentar umas e outras cervejas que provei por lá, faço o mesmo, agora, sobre as que conheci numa rápida passagem por Uruguai e Argentina. Quando chegamos a Montevidéu, fomos encontrar uns amigos na Cervejaria Burlesque, no bairro Pocitos. Provamos algumas cervejas artesanais, não engarrafadas industrialmente, e outras marcas latinas. Mas eu gostei mesmo foi da holandesa Grolsch (foto), uma Premium American Lager que fica entre a compatriota Heineken (mas menos amarga) e a nossa Serra Malte (mas um pouco mais suave). O teor alcoólico é de 5% e ela vem numa garrafa com um sistema diferente de lacre.

Muito parecida com a Grolsch é a uruguaia Zillertal (foto), que provei em um butequinho da Praça Cagancha. Vem numa daquelas garrafonas de 1 litro, como as também uruguaias Norteña e Patricia, mais comuns em terras brasileiras, e tem 5,5% de álcool. É outra Premium Lager e, pelo o que percebi, só não é mais pedida que a popular (e fraquinha) marca Pilsen. Também experimentei, em Montevidéu, uma long neck de garrafinha gordinha da mexicana Negro Modelo, que chega até lá via importadora venezuelana. Muito gostosa, 5,3% de álcool. Pelo o que li aqui, ela também é uma cerveja Lager, mas o fabricante a denomina Munich Dunkel, sendo que outros a consideram uma Vienna. Quem entende sobre isso, que se manifeste...

Ainda no Uruguai, na última noite por lá, provei uma long neck da marca Patricia, só que estilo Red Lager, no barzinho Fun Fun, bairro Ciudad Vieja. Muito boa, parecida com a Baden Baden desse tipo, só que mais fraca (5% de álcool). Já em Buenos Aires, resolvi mergulhar de cabeça nos excelentes vinhos, mas o forte calor - muito mais que em Montevidéu, cidade ventilada - me "obrigou" a voltar à fundamental rubia helada, digo, loira gelada. A primeira que arrisquei foi a manjada Quilmes (foto), num buteco tosco da Avenida Córdoba, em Palermo Viejo. Outra cerveja Lager, o que comprova que essa história de que as Pilsen, mais leves, são obrigatórias em lugares quentes, é conversa fiada aceita só no Brasil. A Quilmes tem 4,9% de álcool, mas vou me abster de nota para a qualidade, pois na Argentina, ao contrário do Uruguai, todo bar serve cerveja morna. Só o chope vem geladaço.

A única exceção foi o bar La Biela, no bairro Recoleta, onde conheci uma (gelada) Imperial, indicada, no rótulo, como "cerveza especial argentina". Nunca tinha ouvido falar, mas é boa mesmo. Pra (não) variar, é uma Premium Lager, com 5,5% de teor alcoólico. O bar servia também outras argentinas, como a já citada Quilmes e a Schneider, mas a Imperial estava em TODAS as quase 100 mesinhas do local, em versão long neck e 1 litro. Outra surpresa, já no caminho de volta, no Aeroporto Ezeiza, foi a Quilmes versão Stout, long neck (foto). Cremosa, suave (só 4,8% de álcool) e um pouco adocicada, diferente de outras do tipo, como a tradicional irlandesa Guinness ou a brasileira Colorado. Mas foi uma boa despedida. Até a próxima, ou melhor, as próximas! Saludos!

sexta-feira, dezembro 17, 2010

De como o artista driblava a 'rádio-patroa'

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Mais um trecho do livro de Paulo César Pinheiro do qual extraí outro post essa semana. Ele conta que o amigo e parceiro Baden Powell (foto) ficava muito infeliz durante suas temporadas de shows no exterior, por causa da "distância que o sufocava, da frieza do país que o rodeava, da solidão dos quartos de hotel em que se hospedava". Por isso, telefonava constantemente para Pinheiro e passava até uma hora no telefone. "Eu ouvia nitidamente o barulho das pedras de gelo nas paredes do copo. O chocalho da cascavel. E o uísque descendo como veneno, inoculado no sangue, cujo antídoto só encontraria atravessando o Atlântico". A vontade de Baden era voltar para sua casa no Itanhangá, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

Numa dessas, largou uma turnê pelo meio, pagando pesada multa, e veio correndo para seu refúgio brasileiro. Pinheiro conta: "As festas dadas nessas ocasiões eram magistrais. Uma durou três dias. Um fim de semana. Essa quando acabou, havia, encostado num pedaço do muro que cercava o terreno, um outro muro. De vidro. Uma montanha de garrafas de cerveja, vodka e uísque". Porém, o maior problema do artista era driblar a vigilância da esposa. "Quando Baden se casava com alguém era logo etilicamente policiado. Sumiam todas as bebidas da casa. E ainda assim ele ficava de porre. Pra elas era um mistério. Onde ele bebia, se não saía dali, nunca, sozinho? Jamais descobriram a artimanha", relembra o parceiro.

Segundo Paulo César Pinheiro, colada ao muro dos fundos, na rua seguinte, havia a birosca do "seu" Manuel, que, ao contrário do que se pode pensar, não era português, mas sim alemão - e macumbeiro. "Baden contratou um pedreiro para construir, do lado de fora do muro, um nicho espaçoso e uma portinhola de madeira. Esticou uma corda até o balcão do boteco e lá pendurou um sino. Quando queria uma dose, abria a portinhola, puxava a corda e o sino tocava no ouvido do gringo. Seu Manel enchia o copo longo com o Drury's previamente negociado, punha gelo e o colocava no nicho. Era só abrir o fecho da portinha e esticar o braço. O badalo tinia o dia inteiro na tasca do tedesco". Como diziam na minha adolescência, "deu Drury's, tome um Dreher!"...

quarta-feira, dezembro 01, 2010

Onde sobram mulheres - até nos bares!

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O site G1 soltou materinha hoje destacando que Santos (foto), no litoral paulista, é o município com a maior proporção de mulheres no país, segundo os novos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): 54% da população. Do total de 419,7 mil habitantes, a cidade tem 192 mil homens e 227,7 mil mulheres - equivalentes a 45,8% e 54,2%, respectivamente. E a reportagem colheu lá em Santos um depoimento curioso - e indignado (grifo nosso):

“- Tem muito mais mulher do que homem. No bar, na balada, no shopping, na praia, em praticamente todos os lugares da cidade”, diz a estudante de nutrição Maria Fernanda Araújo, de 22 anos, enfatizando o “muito”.

Lendo isso, muito manguaça solitário e acostumado com os butecos de público exclusivamente masculino, em São Paulo, vai começar a reservar uma graninha pra descer a serra todo final de semana...

terça-feira, novembro 23, 2010

Campanha contra o desperdício

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Encostado no balcão do buteco, traçando uma costelinha de porco com limão e pimenta, observo o manguaça que chega e pede um pingado (leite com café). Pouco depois, o atendente destampa uma garrafa da temível cachaça Riopedrense e passa a completar um vidrão com umas cascas velhas indefiníveis e a inscrição "carqueja" - um daqueles recipientes que já trazem acoplada uma torneirinha, estilo filtro de água (à direita). Os olhos do manguaça brilham. O rapaz vai enchendo o vidrão até a tampa, depois pega a garrafa com um restinho de pinga e faz que vai guardá-la num caixote.

- Ô, amizade! Num desperdiça, não. Bota aqui esse restinho.

Ato contínuo, o atendente do buteco despeja o finzinho da temível pinga (à esquerda) no pingado do manguaça. Que, não contente, ainda resolve pedir também uma costelinha igual a que eu degustava. E come a engordurada iguaria acompanhada do café com leite e cachaça, lambendo os beiços. Mais um daqueles momentos em que, como diz o Glauco, se diferenciam os homens dos meninos...