Compartilhe no Facebook
Fato: os times brasileiros, hoje, são inferiores aos do passado. Não se trata de romantismo, rabugice ou qualquer coisa por aí; é que com a tal globalização e a influência do poderio econômico crescendo no futebol, os craques, os semi-craques e as boas promessas estão jogando fora do Brasil. Ficamos aqui com veteranos, garotos sonhando em ir pra fora e medianos que não chamaram a atenção de outros mercados - além, é claro, de algumas exceções a essa regra (Zé Roberto, Rogério Ceni, Fernandão, etc.).
Outro fato: pela segunda vez seguida um time brasileiro vence a Libertadores e o Mundial de Clubes. O fato é ainda mais relevante se considerarmos que são dois clubes diferentes - e, nesses dois anos, as finais de Libertadores foram disputadas entre brasileiros. É a primeira vez que o Brasil ganha dois mundiais interclubes seguidos com dois times distintos.
Raciocínio: aí complica. Um fato contradiz o outro. Como podem os times brasileiros, cada vez mais enfraquecidos, conquistarem o mundo dois anos seguidos? Será que os times estão mesmo piorando, será que é romantismo demais achar que os do passado é que eram bons? Mas se os times daqui estão melhores, porque ninguém que atua no Brasil vai pra Copa? Como explicar que desses dois campeões mundiais só tivemos um atleta jogando no Mundial da Alemanha - e ainda assim um goleiro reserva?
Tentativa de explicação: aí que entra a polêmica. Eu explico (ou melhor, tento explicar) esse fenômeno em duas frentes. A primeira diz o seguinte: esse Mundial de Clubes não necessariamente é parâmetro pra dizer que os times brasileiros "são os melhores do mundo". Sabemos que os europeus não dão tanta trela assim a esse Mundial (não quero entrar em polêmica aqui, mas isso é fato); e mesmo que dessem, não é um jogo que define quem é melhor, quem é mais estruturado, etc.. Acho que ninguém aqui define a seleção francesa como melhor que a brasileira. Mas no mata-mata eles passaram. Acontece a mesma coisa com o Mundial de Clubes. Palmas pro Inter e pro São Paulo que o conquistaram, mas também não é o caso de deitar nos louros da vitória e achar que tudo é uma maravilha.
Já na segunda tentativa, sugiro o seguinte raciocínio: futebol é competição, e o Brasil não é o único país da América do Sul que perde talentos para fora. Acontece a mesma coisa com Argentina, Uruguai, Paraguai e etc.. Então, como o Internacional do Fernandão não compete com o Internacional do Falcão, e sim com o São Paulo do Mineiro, o Libertad do Bobadilla e por aí vai, fica mais fácil ser campeão da Libertadores. Até porque o futebol brasileiro revela mais talentos que os supracitados. Daí pra ser campeão do mundo, não é tão complicado assim.
Falei besteira ou vocês acham que faz sentido?