Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook
Sim, estou empolgado e eufórico com o resultado de ontem. Mas como os amigos sabem que sou um torcedor educado, e que acha um pé no saco as zoeirinhas típicas pós-derrota, não escrevo para sacanear os são-paulinos. E sim para destacar um consequência que considero fundamental na partida de ontem.
Finalmente o Santos goleou em um clássico. Puxando pela memória, acho que a última goleada-goleada (adoto o critério que 3x0 e 4x2 não são goleadas) que o Peixe havia aplicado em um rival foi em 1997, um 4x0 sobre o Palmeiras na Vila Belmiro, na última rodada do Paulistão daquele ano, num jogo que não valia rigorosamente nada.
E as goleadas contra, de 1997 para cá, foram várias: 5x0 para o Palmeiras, no Brasileirão daquele ano; 5x1 para o Corinthians, Paulista/00; 5x0 Corinthians, no Paulista/01; 4x0 Palmeiras, Brasileiro/04, em jogo citado pelo Maretti; e os fatídicos 7x1 para o Corinthians no Brasileiro do ano passado. Falo de cabeça, sem pesquisa, pode ser que tenha até mais alguma.
Isso indica que o Santos não montou times bons nesses últimos anos? Claro que não! O Peixe foi campeão brasileiro em 2002 e 2004. E os rivais, nesse período, passaram por maus bocados, como o rebaixamento do Palmeiras em 2002, as intermináveis crises do Corinthians (todo ano tem uma) e as pipocadas são-paulinas, que só acabaram com o título paulista no ano passado.
Acredito, sem fazer cálculos, que o Santos tenha retrospecto positivo contra os três grandes de 2002 pra cá. Talvez não com o Palmeiras, mas certamente contra Corinthians e São Paulo. O que se repetiu nesses tempos foi o seguinte quadro: o Santos entrar como favorito em um clássico, jogar melhor, matar o rival e... ganhar de 3x0 ou, na melhor das hipóteses, 4x2.
Na minha humilde opinião, o Santos não conseguia golear em um clássico por motivos puramente psicológicos. Porque times nós tínhamos - muito melhores do que os de ontem, inclusive. A impressão que dá é que batia nos atletas o fantasma da pequenez a qual o Santos foi submetido nas décadas de 80 e 90, quando viu os rivais ganharem títulos nacionais e internacionais enquanto chupava o dedo.
Claro que o São Paulo estava com o time reserva, o que diminui um pouco os méritos pela vitória de ontem. Mas o que acontece é que nesse período de hegemonia em clássicos o Santos chegou a enfrentar outros times reservas, mistões, expressinhos e mesmo assim não acontecia nada.
A partir de ontem, o que existe no Santos é um pensamento: sim, é possível golear em um clássico. Dá pra enfiar quatro, cinco em um grande rival. A torcida quer isso, mais até do que os eventuais shows terminados em 3x0 que tanto aconteceram.