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sábado, julho 29, 2006

Do discurso obrigatório ao retranquismo anunciado

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O novo treinador da Seleção Brasileira, o ex-jogador e recém-técnico Dunga, assumiu o cargo com o discurso obrigatório: para jogar na Seleçã, precisa de garra, determinaçã, vontade e orgulho da amarelinha. (não me perguntem por quê, mas escrevi isso pensando num tom Leonel Brizola de falar. Talvez a associação com o assento gaúcho da falecida raposa.)

Até o xará do técnico, o anão amigo da Bela Adormecida, adotaria esse tom após a derrota – tom não é a palavra politicamente correta pra alguém mudo, mas anão também não é. Depois da apática derrota canarinha contra a França, nas quartas-de-final da Copa do Mundo da Alemanha, o cosmos clamava por amor à camisa, suor, jogadores brasileiros de verdade, fora mercenários, Malan, Palocci e o FMI.

Mas a previsibilidade da Nova-Era-Dunga foi além. Em declaração ao jornal espanhol Marca, repercutida amplamente pela mídia esportiva veio o anúncio de uma retomada do futebol de resultado. Quadrado mágico voltou a ser só misticismo chinês, porque a utilização de quatro jogadores ofensivos está descartaca pelo ex-volante.

"
Não acredito num 4-2-4, com quatro jogadores ofensivos", afirmou. "Acredito no equilíbrio. Todos atacam e defendem. Para tocar a bola, você tem que recuperá-la primeiro. É bastante óbvio", declarou o aprendiz de Parreira.

O inusitado revés do retranquismo nesta gestão de 2002 a 2006 foi surpreendente. As pressões pela inclusão de quatro atletas de características essencialmente ofensivas – somado ao quinto, Robinho, na reserva – venceram a teimosia que caracteriza o cargo de técnico do Brasil. Havia condições de se jogar pra frente e bem.

Com a derrota, não caiu só o técnico ou sua fórmula, mas também os bodes expiatórios que, no caso, são compostos por uma lista. O primeiro item é a profusão de homens de frente.

Voltamos ao retranquismo que o Olavo tanto gosta. Bota ponta Dunga!

2 comentários:

Glauco disse...

Filosofias como as da escola DUnga fazem o futebol ficar cada vez mais pobre e sem graça. Daqui a pouco vão ter que aumentar os jogos pra 130 minutos pra ver se sai gol.

Marcão disse...

Diria Parreira: "Gol é um mero detalhe".