Destaques

quinta-feira, julho 27, 2006

Pelé "influiu" na estréia de Beckenbauer

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Li na edição de 9 de julho da Folha uma reportagem interessante de Rodrigo Bueno, feita na Alemanha. Ele entrevistou Willi Giesemann, 68 anos, em Hamburgo. Trata-se do defensor alemão que quebrou a perna num lance com Pelé no Maracanã, em um amistoso entre as seleções dos dois países em 1965. Mas o curioso é que, com a fratura (da qual nunca se recuperou muito bem), Giesemann abriu espaço na seleção da Alemanha para o jovem Franz Beckenbauer.

O amistoso aconteceu em 6 de junho de 1965. Giesemann entrou no segundo tempo no lugar de Höttges, para marcar Garrincha. O Brasil vencia por 1 a 0, gol de Flávio na etapa inicial. Quando faltavam três minutos para o fim, Giesemann, 27 anos e versátil a ponto de atuar no meio e na defesa, avançou com a bola e já ultrapassava o meio-campo quando Pelé atingiu sua perna direita.

"Fez crack. Soube na hora que era fratura", narra o alemão, que havia defendido seu país no Mundial de 1962 e já vislumbrava a Copa seguinte. Passados pouco mais de três meses do fatídico amistoso no Maracanã, a Alemanha voltava a campo contra a Suécia, estreando Beckenbauer, de 20 anos, colega de Giesemann no Bayern. Fora da Copa da Inglaterra, Giesemann tentou a sorte até 1968, encerrando a carreira precocemente no Barmbeck-Uhlenhorst.

As eleições de 1989

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A Thalita já falou nesse blog que o YouTube é uma das invenções mais sensacionais dos últimos tempos. Hei de concordar e indicar dois vídeos que realmente conseguem dar uma pequena mostra das primeiras eleições presidenciais realizadas no Brasil depois da ditadura militar. Em 1989, eram 23 os candidatos à presidência da República e ali concorreram figuras carimbadas, algumas quase míticas, outras bizarras que já sumiram no tempo.

Lula concorria pelo PT, Maluf pelo extinto PDS (depois PPB e hoje PP), Brizola pelo PDT, Covas pelo recém-criado PSDB, Ulysses pelo PMDB, Roberto Freire pelo PCB, Aureliano Chaves pelo PFL, Ronaldo Caiado pelo PSD e, claro, o vencedor Fernando Collor pelo PRN. Figuras caricatas como Marronzinho, Afonso Camargo (o homem do vale-transporte), Antonio Pedreira e o estreante Éneas também marcaram presença.

Mas um ficou ainda mais notável durante os poucos dias em que conseguiu ser candidato, antes de sua impugnação pela Justiça Eleitoral. O apresentador Silvio Santos entrou no lugar de Armando Côrrea (PMB) e tentou, durante os poucos dias em que esteve na disputa, "conscientizar" a população de que votando no número 26 na cédula - já impressa com o nome de Côrrea - estaria votando em Silvio Santos. O vídeo da propaganda do candidato relâmpago está nesse link.

O debate realizado no SBT também foi outra pérola do pleito. Ver a edição feito pelo TJ Brasil, noticiário da emissora comandado por Boris Casoy, é digno de nota não só pelos temas tratados, mas pelas piadas contadas pelos candidatos, pelos confrontos abertos entre eles e pela eloqüência de Brizola, as expressões de Lula e os momentos de constrangimento de Maluf contra praticamente todo o resto da mesa, exceção feita a Afif, seu ex-pupilo que atribui ao mentor o "enfrentamento contra a ditadura". O vídeo pode ser visto nesse link.

quarta-feira, julho 26, 2006

Zagallo perde emprego na CBF

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Zagallo não é mais o coordenador técnico da seleção brasileira. A decisão pela saída do "Velho Lobo" da equipe nacional foi definida na tarde desta quarta-feira, em reunião na sede na CBF (Confederação Brasileira de Futebol). O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, lamentou a decisão, mas indicou que a saída de Zagallo faz parte do processo de reformulação implantada na estrutura da comissão técnica da seleção.

"A trajetória profissional de Zagallo se confunde e está profundamente marcada com a história da seleção. Ele deixa o cargo que ocupa na comissão técnica, mas tem experiência e condições de prestar mais serviços ao futebol no Brasil", comentou o dirigente ao site oficial da entidade, "CBF News".
A nota veiculada diz que a CBF tem planos de contar com Zagallo no projeto de organização da Copa do Mundo de 2014, assim que a postulação do Brasil seja atendida.

Ronaldo ou tortas, eis a questão

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Os torcedores do Leyton Orient, time da terceira divisão da Inglaterra, estão dispostos a tirar dinheiro do próprio bolso para que o clube contrate o atacante Ronaldo. Eles farão vaquinha para tentar tirar o brasileiro do Real Madrid, e, caso não tenham sucesso, podem gastar a arrecadação em tortas para os fanáticos.

"Se não conseguirmos juntar o dinheiro ou se ele não quiser vir jogar no time, todo dinheiro será doado para o clube", afirmou um porta-voz da campanha, que sugeriu um destino para o montante caso não consigam trazer Ronaldo. "Nós consultaremos o clube para vermos qual a melhor forma de gastar este dinheiro, talvez ele seja usado para comprar um mini-ônibus para a equipe de base ou tortas frescas para os torcedores nos dias de jogos".

Bussunda vai virar nome de avenida na vila do Pan no Rio

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da Folha Online

"O nome do humorista Bussunda vai batizar uma avenida no Rio. Um decreto assinado pelo prefeito Cesar Maia (PFL) determina que uma via na Barra da Tijuca (zona oeste da cidade) se chame "Avenida Cláudio Besserman Vianna - Bussunda".

"O integrante do programa "Casseta & Planeta" (Globo) morreu no dia 17 de junho, aos 43 anos, vítima de ataque cardíaco, em um hotel na Alemanha, onde gravava o "Casseta" com seus colegas, durante a Copa do Mundo.

"

Divulgação
Humorista Bussunda interpreta Ronaldo Fofômeno, paródia do craque Ronaldo

A avenida que levará seu nome ainda está em construção. A via fica na parte central da Vila do Pan, paralela à avenida Ayrton Senna. A Vila do Pan vai abrigar os atletas dos Jogos Pan-Americanos de 2007."


O que a Folha Online não contou são os planos de construção de uma estátua em tamanho real do humorista vestido como Ronaldo Fenômeno, conforme a foto. Os relatos de fontes confiáveis atestam que a estátua será engordada em uns quilinhos pra adequar a sátira às últimas semanas em que o Gordo teria entrado em depressão e abusado dos chocolates ao lado de Raica (que, segundo as mesmas fontes, teria só ficado olhando).

Dunga afirma que 4-4-2 será o esquema

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Dunga afirmou nesta quarta que vai manter o 4-4-2 como esquema da equipe brasileira e que, em algumas ocasiões, pode posicionar o time com três defensores (3-5-2). "O Brasil tem qualidade, mas em alguns momentos jogaremos com três zagueiros. Jogaremos com quatro atrás, mas, pela minha convicção e pelo que vimos na Copa, não jogaremos em linha. Terá sempre uma cobertura", disse o ex-jogador em entrevista à Rádio Record.

Além do esquema, Dunga defendeu que os jogadores da Seleção têm de aproveitar as características ofensivas inerentes de um atleta do País e usá-las em campo. "Jogador brasileiro tem que ter a atitude de partir para cima do adversário, aproveitar a individualidade", opinou o comandante. Exemplos desta agressividade, Ronaldinho e Robinho devem atuar nas armações das jogadas, evitando contato direto com o marcador rival, segundo o treinador. "Eles têm de partir mais de trás. Vimos na Copa que fica difícil para eles jogarem de costas para o gol, por causa da forte marcação".

Ex-jogador do Santos chega à seleção.

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Eu e minha habilidade genial no photoshop

Esqueçam todos os clichês já feitos sobre a escolha de Dunga para a seleção brasileira - da inexperiência, de ser pau-mandado da CBF, de esquentar banco para o Felipão, e etc..

O curioso é que a chegada de Dunga no time canarinho é que pela primeira vez, salvo engano, um ex-jogador do Santos assume a chefia da principal equipe do país. Breve levantamento feito pelo Futepoca confirma que nunca o Peixe havia cedido um ex-atleta para o cargo de técnico.

Diríamos mais: dos grandes clubes brasileiros (usamos a classificação tradicional e careta, que considera "grande" os quatro maiores de São Paulo, os quatro do Rio, os dois de Minas e os dois de Porto Alegre), apenas o Santos ainda não tinha um ex-jogador que tinha virado técnico da seleção. A relação:

São Paulo: Falcão
Corinthians: Leão
Palmeiras: Leão
Flamengo: Evaristo
Vasco: Leão
Fluminense: Telê
Botafogo: Zagallo
Atlético-MG: Telê
Cruzeiro: Luxemburgo
Internacional: Falcão
Grêmio: Leão

Citamos apenas um exemplo por clube, mas existem mais, claro. Elogiamos também a versatilidade de Émerson Leão, sem o qual não poderíamos completar a lista. Agora, com a chegada de Dunga, o Santos faz parte desse seleto grupo.

Dunga no Santos
A passagem do capitão do tetra pela Vila não foi nada memorável - tanto que não são todos os santistas que lembram que um dia ele chegou a vestir a camisa do clube. Não que tenha jogado mal, mas é que ficou pouco tempo mesmo.

Aquele tempo, a segunda metade da década de 80, foi duríssimo para o clube. Caixa praticamente zerado, torcida raivosa, técnicos fracos e por aí vai. As "estrelas" eram sempre medalhões em franca decadência - na foto em questão, temos, além de Dunga, o lendário Hugo de León e o sempre artilheiro Serginho Chulapa.

Essa fase negra do Peixe só foi virar a partir da segunda metade da década de 90.

Qualquer semelhança com a época atual não é mera teixeirência...

Com a colaboração de Glauco Faria

Robinho leva seu Fusca 79 a leilão

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O atacante Robinho, do Real Madrid, irá leiloar seu Fusca 1979 - modelo 1980 - em um site. Toda a renda será destinada para o Centro Regional de Oncologia Infantil, em São Vicente, cidade em que o ex-jogador do Santos nasceu. O leilão irá começar no próximo dia 14 de agosto.

terça-feira, julho 25, 2006

Nada é (ou foi) pior do que Parreira e Zagallo

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Não voltaremos à chamada Era Dunga. Por um motivo muito simples: não acredito que tenha existido uma Era Dunga, mas, sim, uma Era Parreira. Que felizmente, parece, enfim acabou.

Ninguém se dá conta da existência de uma outra época, a Idade Zagallo, mais longa do que outras eras da história do futebol. A era do ufanismo e da mediocridade. Antigamente, as escolas estaduais eram boas, mas éramos obrigados a cantar o hino nacional todos os dias antes de ir para a sala de aula. Era a ditadura. Quando ouço o “velho lobo” falar da “amarelinha”, lembro desse tempo obscuro, mentiroso, cínico.

A Era Zagallo, aliás, começou antes mesmo do regime militar, em 1958, mas não vi Zagallo jogar. Como se sabe, em 58 teríamos Pepe, o ponta esquerda do melhor time do mundo, e entrou o então “revolucionário” ponta recuado Zagallo. Conta a história que teria sido o infortúnio de uma contusão de Pepe que deu chance ao “craque” Zagallo, um paradigma do qual nunca mais nos livramos, já que – mais dia, menos dia – sempre voltou, como um sonho (no caso, pesadelo) recorrente. Houve outros que fizeram mesma função, como o Zinho de Parreira em 1994. Zinho que, como Dunga, foi injustiçado pela sanha jornalística ou popular de criar rótulos. Se Zinho foi uma “enceradeira” na seleção tetracampeã, ele não era isso no Palmeiras de Luxemburgo em 1993 e 1994. Os palmeirenses sabem disso. Zinho se transformou no Zé Roberto de 2006.

Enfim, o termo Era Dunga foi uma invenção de jornalistas, como milhões de outras. O problema naquele time pífio de 1994 – campeão que só me fez vibrar por gols espetaculares como o de Bebeto contra os EUA (jogada de Romário) ou de Branco contra a Holanda ou pelos poucos instantes em que Viola esteve em campo contra a Itália –, enfim, o problema naquele time pífio não era Dunga, mas Parreira. Dunga, pelo contrário, era um primeiro volante dos melhores. Um dos jogadores de melhor índice de acerto de passes de seu tempo.

Já como técnico, Glauco disse bem, abaixo: “Líder, sim. Positivo, nem sempre. Como técnico? Ainda não se sabe”. E, de fato, Dunga conhece a CBF. O alemão Klinsmann também era inexperiente e seu relativo sucesso se deve, como se sabe, a seu auxiliar, Joachim Löw. Klinsmann era o líder, Löw era o técnico de fato (agora, é de fato e de direito, já que assumiu a seleção alemã depois da Copa).

É provável que Dunga não dê certo. Mas, se tiver um bom auxiliar técnico, se representar uma transição, se der brios a um time sem alma e se estivermos livres de Parreira e Zagallo para sempre, já será um avanço. Nada é pior do que Parreira e Zagallo.

Deu na Folha On Line...

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Ator preso na Globo é conselheiro do Corinthians

O ator Ricardo Ackel Dualib, 29, ex-figurante da novela "Cobras & Lagartos" preso nesta terça-feira no Rio, após disparar tiros nos estúdios da Globo, é conselheiro vitalício do Corinthians, além de neto do presidente do clube, Alberto Dualib. Procurada pela reportagem, a família não quis se manifestar. O artista se encontra detido desde o final da manhã na 32ª DP, no Taquara, Rio, e ainda hoje será encaminhado para a Polinter (Polícia Interestadual).

No site de relacionamento Orkut, a página do ator, que não traz sua foto, já recebeu vários recados de amigos, alguns deles surpresos com a notícia da prisão. Dualib faz parte do Conselho do Corinthians e se declara, em sua página, um apaixonado por futebol.

A Folha Online ligou para a casa de Ricardo Dualib nesta tarde, e foi orientada a procurar a irmã dele, Vanessa, no celular. Questionada pela reportagem sobre a prisão, ela pediu um tempo antes de falar.

Sem perceber que a conversa era ouvida, Vanessa disse a alguém que estava ao seu lado que a Folha Online queria uma posição da família sobre o caso, e comentou "não temos o que falar, né?". Depois disso, o telefone foi desligado. Em uma nova tentativa, o aparelho encaminhou a ligação para a caixa postal.

Prisão

Dualib chegou armado à portaria 3 do Projac --estúdios da Rede Globo em Jacarepaguá, no Rio-- por volta das 9h45. Segundo informações de policiais da 32ª DP, ele saiu de São Paulo para o complexo de estúdios. Ele carregava desenhos de sua autoria e, ao chegar ao local, os lançou sobre uma estátua dizendo que queria que o material fosse analisado pela Globo e efetuou dois disparos para o alto.

De acordo com a assessoria de imprensa da emissora, o rapaz também gritava que queria atirar nas câmeras dos estúdios. Diferentemente da polícia, a Globo informou ainda, em nota, que Dualib chegou ao local trajando uma sunga --a polícia informou que ele estava nu na hora do crime.

Ainda Segundo informações da polícia, Dualib não aparentava estar sob o efeito de drogas, apesar de confessar, em depoimento informal, que bebe "algumas coisinhas" e fuma maconha às vezes.

Dualib afirmou aos policiais que pretendia apenas chamar atenção para o seu trabalho, mas admitiu ter exagerado em sua atitude. Ele não trabalhava como figurante para a Globo desde abril.

Dunga: "Gosto da defesa da Itália"

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“Técnico não barra ninguém, é o jogador que se escala”, disse o novo técnico da seleção brasileira, o ex-jogador Dunga, em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta terça-feira, dia 25. O capitão do tetra não se sente intimidado para iniciar o novo desafio à frente da seleção e disse que barrou o atacante Cristiano Ronaldo “e não aconteceu nada por isso”. Dunga disse que a seleção vai dar “sangue, suor, lágrima e alegria” sob o seu comando. Ele deixou claro que os jogadores que estiverem sob seu comando terão que viver só para a seleção.Sobre a vitória da Itália na última copa ele disse que, como em todas as outras Copas, “foi a parte coletiva que prevaleceu”. Em relação a atuação do Brasil no jogo contra a França na copa, Dunga disse que “mais que não deixar o Zidane solto, era importante marcar quem recebia a bola dele”. Leia a íntegra da entrevista com Dunga:

Paulo Henrique Amorim – Dunga, você deve estar acompanhando evidentemente a repercussão à escolha do seu nome. Está todo mundo muito feliz, porque você tem todas as qualificações, porém, você nunca treinou um time de futebol. O que você diz sobre isso?
Dunga – Fico muito feliz com a repercussão. Lógico, essa é uma oportunidade única, a seleção brasileira é representativa. E vai depender tudo do nosso trabalho que vamos obter. Porque a seleção já teve treinadores bem experientes de outros clubes e que não tiveram o resultado esperado por todos na seleção. Vai depender muito daquilo que a gente fizer em campo.

Paulo Henrique Amorim – Não assusta?
Dunga – Não, acho que a vida é feita de desafios. E para vencermos na nossa vida, em qualquer profissão, tem que ter coragem de tomar decisão, de ter iniciativa, acho que minha forma de atuar como jogador foi exatamente essa. Uma certa tensão, receio, isso tem, mas jamais faltar coragem em um momento em que tem que se tomar decisão.

Paulo Henrique Amorim – Em seu benefício temos que evocar os exemplos de Klinsmann e do próprio Beckenbauer, que foram jogadores de seleção sem terem trabalhado em clube, não é isso?
Dunga – Seleção é um pouco diferente de clube, e esses jogadores demonstraram, tiveram sua capacidade. É claro que quando a gente tem a prática, a experiência, tem que alinhar um pouco da teoria, mas tem que fazer um grupo bom, não só de jogadores e comissão técnica, mas principalmente fazer os jogadores entender que quando estiverem na seleção brasileira eles têm que viver exclusivamente naquele período para a seleção. Essa filosofia de que naquele período curto ali eles têm que estar não só com o corpo, mas com a mente, a alma e o coração na seleção brasileira.

Paulo Henrique Amorim – Outro problema, desculpe se eu falo de problema, mas é uma questão que a gente tem que discutir, é que a seleção precisaria enfrentar as chamadas vacas sagradas, os nomes intocáveis, o Cafu, Roberto Carlos, Ronaldo Fenômeno, que está gordo. A pergunta que se faz é a seguinte: o Dunga barra estrela?
Dunga – Acho que não é o Dunga, treinador nenhum barra estrela. Ao mesmo tempo o treinador não escala nem convoca jogadores. Quem se escala e é barrado são os próprios jogadores com seu comportamento, com a atuação que têm nos clubes e na seleção brasileira. Então o treinador só pode colocar quando os jogadores estiverem em melhores condições.

Paulo Henrique Amorim – Para não falar da seleção brasileira passada, que evidentemente poderia criar para você um problema ético, mas o que você gostou das outras seleções dessa Copa do Mundo que a gente acabou de assistir?
Dunga – Eu acho que a motivação, a motivação dos jogadores, a determinação, principalmente sabendo seus limites e suas virtudes, explorar muito as virtudes e a característica de cada jogador para que o conjunto saia vencedor. E mais uma vez, essa Copa do Mundo não foi diferente das outras, apesar de não ter agradado muito a alguns. Se ganha uma Copa do Mundo com o grupo, não é nem com o time, é com o grupo da seleção. A individualidade é importante, agora, se nós colocarmos em primeiro lugar a individualidade, fica difícil. A Itália, que venceu a Copa do Mundo, demonstrou isso. Tinha o Totti, que era a grande sensação, mas no final o que prevaleceu mesmo foi a parte coletiva da Itália.

Paulo Henrique Amorim – Você gosta da defesa da Itália?
Dunga – Gosto.

Paulo Henrique Amorim – Que defesa boa, hein?
Dunga – Mas a nossa defesa também foi bem na Copa do Mundo, não temos o que reclamar.

Paulo Henrique Amorim – Você toparia falar sobre a seleção brasileira nessa Copa? O que você não gostou?
Dunga – Eu acho que é uma coisa anti-ética eu não estava lá, eu estava como torcedor.

Paulo Henrique Amorim – E você gostou de um conterrâneo seu, do desempenho do Felipão?
Dunga – Ele foi muito bem, como é característica sua. Coloca sempre a importância do coletivo. No Brasil sempre se faz umas ponderações. O Felipão tirou o Cristiano Ronaldo e não aconteceu nada , que o Cristiano Ronaldo sem jogar da forma que todo mundo conhece ele é útil na equipe de Portugal. Como ele não estava jogando, o Felipão deixou ele descansando. Então acho que isso fortaleceu a equipe de Portugal.

Paulo Henrique Amorim – Isso aí eu posso entender como recado para quem, Dunga? Dunga – Para ninguém. É aquilo que eu falei, é o jogador que se escala. Depende do rendimento, do comportamento e da atitude. Tem que pegar os melhores em rendimento, não é?

Paulo Henrique Amorim –
Você jogou contra ele lá em 1998, eu estava lá, assisti àquela seleção sofrer. Você deixaria o Zidane solto?
Dunga –
Mais do que deixar o Zidane solto, teria que marcar os jogadores para quem o Zidane dava a bola. Então depois que a bola chega no Zidane fica mais difícil de marcar. O que eu vi no jogo contra a França, o Zidane foi importante, mas era muito mais importante os jogadores que davam a opção, que pasavam, que estavam sempre livre. Então, quando o Brasil ia marcar o Zidane, ele só tinha duas opções para fazer o passe.

Paulo Henrique Amorim –
Você acredita que o Brasil tem os melhores jogadores do mundo?
Dunga –
O Brasil sem dúvida nenhuma tem jogadores de qualidade excepcional. Agora, a gente não pode se enganar também que outros países têm também jogadores de grande qualidade. Nós somos os melhores desde que entramos em campo e mostramos isso. E o Brasil só foi cinco vezes só... cinco vezes o melhor do mundo. Das outras vezes a gente fala que tivemos grandes individualidades, mas não tivemos uma seleção, tivemos uma equipe, um coletivo.

Paulo Henrique Amorim –
Na seleção do Dunga a gente pode imaginar que vai ter um apetite, uma garra como a da Itália?
Dunga –
Tem que ter esse apetite dessa da Itália aliada à nossa qualidade técnica. Não adianta só falar em garra, em vontade, mas tem que ter a qualidade técnica, aquilo que se equilibra no futebol.

Paulo Henrique Amorim –
Mas tinha também aquele Pirlo, que era bom pra burro, não?
Dunga –
O Pirlo, o Zambrota, o Cannavaro, o Camoranesi.

segunda-feira, julho 24, 2006

A volta da Era Dunga

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Ontem os boatos já ficavam mais fortes e hoje veio a confirmação: Dunga, capitão do Tetra, é o novo técnico da seleção brasileira. A escolha remete a 1991 quando, após a fracassada campanha na copa da Itália, Falcão, que também nunca havia treinado uma equipe de futebol, foi escolhido como comandante do escrete verde-amarelo.

Mas as semelhanças param por aí. Se àquela época o ex-técnico Sebastião Lazzaroni foi escurraçado, ninguém duvide que, mesmo derrotado, Parreira foi ouvido na escolha do seu sucessor. E deu aval ao seu ex-comandado, que tem como objetivo trazer de volta a "vibração" que teria feito falta à equipe na Alemanha.

Outra hipótese provável e apontada por muitos como a mais possível, é que Dunga estaria apenas esquentando o banco para um técnico de renome assumir a seleção mais adiante. No caso, Felipão tem contrato com a seleção portuguesa até a Eurocopa de 2008 e, em tese, estaria livre para comandar o Brasil na Copa de 2010. A versão pode até ter sua verossimilhança, mas alguém combinou com o Felipão? E se Portugal tiver outro desempenho brilhante no torneio, ele deixaria a equipe?

Dunga, como jogador da seleção, foi um tido como um dos grandes responsáveis pelo fracasso de 1990 quando, em um lance simbólico, ficou no chão tentando marcar um Maradona fora de forma que assistiu Caniggia no gol que eliminou o Brasil do torneio. Em 1994, mais técnico do que na edição anterior, fez assistências e caiu bem menos no gramado. Em 1998, protagonizou um racha na equipe, divergindo de outros que não concordavam com seu "comando".

Líder, sim. Positivo, nem sempre. Como técnico? Ainda não se sabe, mas uma declaração de Jorginho, ex-lateral da seleção, pode dar uma dica importante para a motivação da escolha. "O Luxemburgo já esteve lá, mas ele não conhece bem o dia a dia na CBF, o que passa na cabeça dos jogadores. Nesse ponto, o Dunga está na frente". É preciso conhecer bem a CBF...

Um minuto de silêncio...

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... pelo futebol brasileiro.
O novo técnico da Seleção é Dunga.

detalhes:
http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas/2006/07/24/ult59u102966.jhtm

quinta-feira, julho 20, 2006

Maldade do manguaça

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Comentário ouvido ontem à noite, em um bar da cidade de São Paulo, sobre o posicionamento de Rogério Ceni em cobranças de pênalti:

"Qualquer dia o Rogério vai pegar a bola antes do cara chutar"

Reação custa US$ 2 mil mais que ofensa

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A comissão disciplinar da Fifa optou por uma punição simbólica a Zidane, que foi julgado nesta quinta-feira pela cabeçada que deu no zagueiro Materazzi na final da Copa do Mundo. O ex-capitão da seleção francesa foi multado em 7.500 francos suíços (cerca de US$ 6 mil) e pegou três jogos de suspensão - que serão revertidos em prestação de serviços para a Fifa, pois Zidane encerrou a carreira na decisão do mundial.

Materazzi, que ofendeu a mãe e a irmã do francês no lance fatídico, pegou punição mais branda: foi suspenso por duas partidas e terá de pagar multa de 5 mil francos suíços (cerca de US$ 4 mil). Com isso, ficará fora das partidas contra Lituânia e França, as primeiras das eliminatórias para a Eurocopa-2008. Nada foi dito sobre possíveis conotações racistas das ofensas do italiano, que teria chamado Zidane e familiares, todos muçulmanos, de "terroristas".

Em 2005, o zagueiro Desábato, do clube argentino Quilmes, pagou fiança de R$ 10 mil (cerca de US$ 5 mil) para escapar da prisão, depois de ofender com palavras racistas o atacante Grafite, do São Paulo, durante partida da Libertadores da América. O lance tem semelhança com o que ocorreu na final da Copa, pois, ao ser ofendido, Grafite empurrou a cara de Desábato, atirando-o ao chão. Assim como Zidane, foi expulso. Mas não pagou multa depois.

Agora vai!

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1 - O glorioso volante Zé Elias, com passagem recente pelo Guarani de Campinas, está de volta ao futebol do velho continente. Ele assinou por um ano com o Omonia, do Chipre, e disputará a Copa da Uefa.

2 - Jardel, atacante cearense que fez sucesso no Grêmio e no Porto, também retorna ao futebol europeu. Ele foi apresentado como reforço do Beira-Mar, que subiu este ano para a primeira divisão do Campeonato Português.

quarta-feira, julho 19, 2006

Galeano sabe do que fala...

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O Mundial de Zidane

Por Eduardo Galeano (*)

Montevidéu, julho/2006 – No cenário da sanidade, um ataque de loucura. Em um templo consagrado à adoração do futebol e ao respeito de suas regras, onde a Coca-Cola proporciona felicidade, Master Card leva à prosperidade e Hyundai dá velocidade, são disputados os últimos minutos da última partida do campeonato mundial. Este é, também, a última partida do melhor jogador, o mais admirado, o mais querido, que está dizendo adeus ao futebol. Os olhos do mundo estão voltados para ele. E, subitamente, este rei da festa se converte em um touro furioso e investe contra um rival e o derruba, com uma cabeçada no peito, e se vai.

Deixa o campo por determinação do árbitro e pela vaia do público, que seria uma ovação. E não sai pela porta principal, mas pelo triste túnel que leva aos vestiários. No caminho, passa ao lado da taça de ouro reservada à equipe campeã. Ele nem a olha.

Quando este Mundial começou, os especialistas disseram que Zinedine Zidane estava velho. Mariano Pernia, o Argentina que joga na seleção espanhola comentou: “Velho é o vento, e continua soprando”. E a França derrotou a Espanha e Zidane foi, nessa partida, e nas seguintes, o mais jovem de todos.

Depois, no fim do campeonato, quando aconteceu o que aconteceu, foi fácil atacar o ruim do filme. Mas era, e continua sendo, difícil compreendê-lo. Será verdade? Não será um pesadelo, um sonho equivocado? Como pôde abandonar os seus quando mais necessitavam dele? Horacio Elizondo, o árbitro, lhe deu cartão vermelho com toda a razão, mas por que Zidane fez o que fez?

Ao que parece, o zagueiro italiano Marco Materazzi lhe dirigiu alguns desses insultos racistas que os energúmenos costumam gritar desde as tribunas dos estádios. Zidane, muçulmano, filho de argelinos, havia aprendido a se defender, desde a infância, quando recebia ataques desse tipo nos subúrbios pobres de Marselha. Conhece bem esses insultos, mas lhe doeram como a primeira vez, e seus inimigos sabem que a provocação funciona. Mais de uma vez fizeram com que perdesse a cabeça desta maneira suja, e Materazzi não é, digamos, famoso por sua limpeza.

Este Mundial esteve marcado pelas declarações das seleções, antes de cada partida, contra a peste universal do racismo, e Zidane foi um dos jogadores que o fez possível.O tema é candente. Às vésperas da Copa do Mundo, o dirigente político Jean-Marie Le Pen proclamou que a França não se reconhecia em seus jogadores, porque eram quase todos negros e porque seu capitão, um árabe, não cantava o hino nacional. Algum tempo antes, o treinador da seleção espanhola, Luis Aragonés, havia chamado de negro de merda o jogador francês Thierry Henry, e o presidente perpétuo do futebol sul-americano, Nicolas Leoz, apresentou sua autobiografia dizendo que nasceu em um povoado onde viviam 500 pessoas e três mil índios.

Mas pode-se reduzir a um insulto, ou a vários insultos, esta tragédia do vencedor que escolhe ser perdedor, do astro que renuncia à glória quando a tem ao alcance das mãos? Talvez, quem sabe, essa louca investida tenha sido, embora Zidane não quisesse, nem soubesse, um rugido de impotência.

Talvez tenha sido um rugido de impotência contra os insultos, as cotoveladas, as cusparadas, os chutes mal-intencionados, as simulações dos especialistas em contorções, mestres do ai de mim, e contra as artes de teatro dos farsantes que matam e exibem uma cara de não fui eu.

Ou, talvez, tenha sido um rugido de impotência contra o êxito esmagador do futebol feio, contra a mesquinhez, a covardia e a ganância do futebol que a globalização, inimiga da diversidade, está nos impondo. Por fim, na medida em que o campeonato avançava, ficava cada vez mais claro que Zidane não era deste circo. E suas artes de magia, sua presença, sua melancólica elegância, mereciam o fracasso, bem como o mundo de nosso tempo, que fabrica em série os modelos do sucesso, merecia este medíocre campeonato mundial.

E, de alguma maneira, também se pode dizer que a Itália merecia a Copa, porque todas as seleções, algumas mais, outras menos, jogaram à italiana e com o mesmo esquema de jogo, linha de quatro atrás, defesa fechada e gols roubados graças a contra-ataques.

A Itália se impôs, como tinha de ser. No final, o esquema tático causou muitos bocejos, mas também lhe deu quatro títulos mundiais. E ao longo desta quarta vitória sofreu dois gols, um contra e outro de pênalti, e na retaguarda, não na vanguarda, teve seus melhores jogadores: Buffon, goleiro, e Cannavaro, zagueiro.

Oito jogadores da Juventus chegaram à final em Berlim: cinco jogando pela Itália e três pela França. E se deu a casualidade de a Juventus ser a equipe mais comprometida nos escândalos que vieram à público pouco antes do Mundial. Das mãos limpas aos pés limpos: a justiça italiana parecia decidida a mandar para o exílio, a série B e a série C, os clubes mais poderosos, incluindo a Lazio, a Fiorentina e o Milan, do virtuoso Silvio Berlusconi, que praticou a fraude e a impunidade no futebol, nos negócios e no governo. Os juízes comprovaram toda uma classe de trapaças, contra árbitros, compra de jornalistas, falsificação de contratos, adulteração de balanços, divisão de posições no campeonato italiano, manipulação dos programas da tele...

Um ministro do governo anunciou a anistia caso a Itália vencesse o Mundial. A Itália ganhou. Tudo isso dará em nada, uma vez mais, e como sempre? Zidane foi punido por muito menos.

Alguém, não sei quem, soube resumir da seguinte maneira a Copa 2006: “Os jogadores têm uma conduta exemplar. Não bebem, não fumam, não jogam”. Os que de vez em quando acertavam a bola no gol, não jogavam bonito, e os que jogavam bonito nunca acertavam o gol. Toda a África ficou fora logo cedo, e não demorou muito para toda a América Latina também partir para o exílio. O campeonato mundial se converteu em uma Eurocopa.

Os resultados recompensavam este que agora chama de sentido prático: altos muros defensivos e na frente algum atacante, um Cavaleiro Solitário, implorando um favorzinho de Deus. Como costuma ocorrer o futebol e na vida, perde o que melhor joga e ganha o que joga para não perder.

Os pênaltis ajudaram a injustiça. Até 1968, as partidas difíceis eram definidas no cara ou coroa. De alguma maneira, continua sendo assim. Concluída a prorrogação, os pênaltis se parecem muito com o capricho do acaso. A Argentina foi mais do que a Alemanha, e a a França mais do que a Itália, mas uns poucos segundos puderam mais do que duas horas de jogo, e a Argentina teve de voltar para casa e a França perdeu a Copa.

Pouca fantasia foi vista. Os artistas deram lugar aos levantadores de peso e aos corredores olímpicos, que ao passarem chutavam a bola ou um adversário.

O Mundial foi tão aborrecido que os donos do negócio não tiveram outra coisa a fazer a não ser imaginar projetos para injetar entusiasmo no decaído espetáculo. Uma das idéias nascidas dentro da Fifa propõe castigar o empate não concedendo ponto às equipes. Outra sugere aumentar a distância entre as traves para aumentar o número de gols. E outra, se não te agrada este cardápio, pretendem uma Copa a cada dois anos.

Mas o futebol profissional, espelho do mundo, joga para ganhar, não por prazer, e o cálculo de custos zomba destas inúteis piruetas imaginárias dos burocratas que comandam o futebol mundial. Menos mal que o futebol profissional não é todo o futebol. Basta sair às ruas, ir às praias, aos campinhos, para comprovar que a bola pode rolar com alegria. No futebol profissional, o que aparece na televisão, pouca alegria se vê. Parecemos condenados à nostalgia do velho tempo dos cinco forwards e à triste comprovação de que agora nos resta apenas um, e no passo que seguimos nem um restará: todos atrás, nenhum na frente. Como comprovou o zoólogo Roberto Fontanarrosa, o atacante e o urso panda são espécies em extinção. (IPS/Envolverde)

(*) Eduardo Galeano, escritor e jornalista uruguaio, autor de As veias abertas da América Latina e Memórias do fogo.


terça-feira, julho 18, 2006

O "Canhão da Vila"

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Sem medo de fazer propaganda, saiu na Fórum de julho uma entrevista da qual participei com o lendário José Macia, o Pepe, segundo maior artilheiro da história do Santos, ficando atrás apenas de Pelé. A matéria se deu por conta do lançamento do seu livro de memórias, "Bombas de Alegria", Realejo Editorial. Abaixo, um dos muitos causos contados pelo jogador.


As sete ondas - 1969

O jogo era contra o Corinthians no Pacaembu. Lula havia deixado o Santos e era agora técnico da A.A.Portuguesa também da cidade praiana. Chamou o seu massagista Beicinho, um crioulinho ágil e esperto, e intimou:
– Beicinho, hoje é sexta-feira. Você vai logo mais à meia-noite no mar, conta direitinho sete ondas e as pega num balde. Pois o Corinthians é um time perigoso, de mandingas, e temos que estar prevenidos, não quero perder esse jogo domingo!
Assim foi feito.
No domingo a delegação da Lusa santista chega nos vestiários do
Pacaembu com o chefão Lula à frente. Examinou bem o recinto e antes de nele entrar gritou:
– Ninguém entra! Aqui há coisa feita!
Chamou Beicinho e ordenou que lavasse os vestiários arremessando a água do balde com as sete ondas apanhadas na sexta-feira à noite. E Lula exclamava enquanto a água escorria:
– lemanjá vai nos garantir e proteger tranquilamente! Ela não falha! Após o apito final, com sete a zero para o Corinthians, Beicinho quase “recebeu as contas” quando disse ao Lula:
– Professor, ainda bem que eu só peguei sete ondas. Já pensou se eu pegasse umas dez ou quinze?

segunda-feira, julho 17, 2006

Como time pequeno 2 (A missão)

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No último sábado, contrariando minha índole são-paulina de só ver jogo em casa, fui ao Morumbi ver São Paulo e Figueirense. O ingresso a R$ 10 me convenceu a rever o estádio onde não punha os pés desde a fatídica final do Brasileirão de 89, contra o Vasco (sim, eu vi aquele humilhante gol de cabeça do Sorato in loco). Não tinha fila na bilheteria nem pra entrar. Saí de casa com antecedência de 40 minutos e entrei no estádio antes do apito inicial.

O São Paulo partiu com tudo pra cima do Figueira, perdeu um gol feito com Danilo aos 40 segundos e abriu o placar com Ricardo Oliveira aos 2 minutos, após uma bela roubada de bola do Lúcio na esquerda, que tocou para o Thiago cruzar na área. Depois disso, o Tricolor foi completamente dominado pelo time de Florianópolis, que só não aplicou uma goleada vexaminosa porque seus atacantes são muito ruins.

Poucas vezes vi o São Paulo jogar tão mal. Um verdadeiro timinho pequeno, horrível, desprezível. Danilo não pegou na bola, Thiago só fez aquela assistência e mais nada, Josué e Lugano erraram dúzias de passes bobos e deram contra-ataques fulminantes para o Figueirense, Mineiro estava perdido, Souza não produziu nada de útil e ninguém no time, mas ninguém mesmo, conseguiu marcar com um mínimo de competência. Os laterais adversários faziam o que queriam e saíam livres na cara do Rogério Ceni de minuto em minuto. Verdadeiro teste para são-paulinos cardíacos.

Quando o Figueirense empatou, achei que o São Paulo ia levar mais 3 ou 4 gols em seqüência. Não fosse um choque de cabeça entre Mineiro e um adversário, que parou o jogo e esfriou a pressão do time de Santa Catarina, tenho certeza de que o Tricolor teria sido derrotado. O gol de André Dias no último minuto foi um puta alívio, mas, ao mesmo tempo, uma tremenda injustiça. O Figueirense mandou no jogo de ponta a ponta.

Sinceramente, estou pra lá de cético quanto a partida de quarta-feira, contra o Estudiantes. Acho que a vaca já tomou o caminho do brejo e só me restará torcer por melhor sorte no Campeonato Brasileiro. O Gerardo Lazzari já pode comprar os rojões.

Como time pequeno

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O Palmeiras venceu o Corinthians, que agora amarga a vice-lanterna do Brasileirão, empatado em pontos com o Santa Cruz. Como a zona do rebaixamento ainda é uma realidade de quatro pontos – diferença para o bolo dos quase-na-lama com 14 pontos –, acabo ficando mais contente com a queda do alvi-negro paulistano do que da vitória palestrina.

O novo-time de Tite é muito diferente do que saiu de férias antes da Copa. Menos em peças do que em estilo. Com o técnico gaúcho, o Verdão se convence de que, mesmo com grandes nomes do passado em seu elenco, precisa se portar como time pequeno. Acossado no começo do jogo, a aposta na vantagem oferecida pelo preparo físico e marcação dura permitiu ao Palmeiras vener com um gol no fim da primeira etapa em sua única chance real naquela etapa. Desestruturado, o Corinthians não conseguiu reagir.

Em competição em que time grande joga como pequeno para não cair, impera a saudade da Copa do Mundo.