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segunda-feira, julho 24, 2006

A volta da Era Dunga

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Ontem os boatos já ficavam mais fortes e hoje veio a confirmação: Dunga, capitão do Tetra, é o novo técnico da seleção brasileira. A escolha remete a 1991 quando, após a fracassada campanha na copa da Itália, Falcão, que também nunca havia treinado uma equipe de futebol, foi escolhido como comandante do escrete verde-amarelo.

Mas as semelhanças param por aí. Se àquela época o ex-técnico Sebastião Lazzaroni foi escurraçado, ninguém duvide que, mesmo derrotado, Parreira foi ouvido na escolha do seu sucessor. E deu aval ao seu ex-comandado, que tem como objetivo trazer de volta a "vibração" que teria feito falta à equipe na Alemanha.

Outra hipótese provável e apontada por muitos como a mais possível, é que Dunga estaria apenas esquentando o banco para um técnico de renome assumir a seleção mais adiante. No caso, Felipão tem contrato com a seleção portuguesa até a Eurocopa de 2008 e, em tese, estaria livre para comandar o Brasil na Copa de 2010. A versão pode até ter sua verossimilhança, mas alguém combinou com o Felipão? E se Portugal tiver outro desempenho brilhante no torneio, ele deixaria a equipe?

Dunga, como jogador da seleção, foi um tido como um dos grandes responsáveis pelo fracasso de 1990 quando, em um lance simbólico, ficou no chão tentando marcar um Maradona fora de forma que assistiu Caniggia no gol que eliminou o Brasil do torneio. Em 1994, mais técnico do que na edição anterior, fez assistências e caiu bem menos no gramado. Em 1998, protagonizou um racha na equipe, divergindo de outros que não concordavam com seu "comando".

Líder, sim. Positivo, nem sempre. Como técnico? Ainda não se sabe, mas uma declaração de Jorginho, ex-lateral da seleção, pode dar uma dica importante para a motivação da escolha. "O Luxemburgo já esteve lá, mas ele não conhece bem o dia a dia na CBF, o que passa na cabeça dos jogadores. Nesse ponto, o Dunga está na frente". É preciso conhecer bem a CBF...

1 comentários:

Marcão disse...

Nada contra o Dunga como técnico, porque, até onde sabemos, nunca treinou time algum. Mas fica claro que seleção brasileira não é coisa séria. Se pensarmos em retrospectiva, a última vez que a voz do povo foi atendida foi na escolha do Luxemburgo, em 98. Ele era um consenso de público e imprensa, mas ou menos como agora, antes do anúncio do Dunga.
Depois que Luxemburgo caiu, em 2000, o Felipão era a bola da vez, mas sabiamente não aceitou. O Leão assumiu por acaso (o próprio Ricardo Teixeira disse na época, à Placar, que tinha 5 nomes e saiu ligando a esmo para os celulares - quem atendeu primeiro levou). Quando o Teixeira percebeu que o Felipão poderia aceitar, fritou o Leão vergonhosamente na Copa das Confederações.
O problema é que a história teve final feliz com o pentacampeonato, por isso a preparação mambembe para a Copa de 2002 foi esquecida. Quando Felipão, mais uma vez sabiamente, caiu fora após a conquista, a CBF demorou 6 meses para definir o novo técnico. E esse "novo" era a dupla Parreira-Zagallo. Brincadeira de mau gosto que deu no que deu.
Não que a comissão técnica tenha sido a principal culpada pela derrota (os jogadores têm muita culpa), mas a CBF administra o futebol brasileiro, o mais vitorioso e tradicional do mundo, como se fosse um clube amador. Não é possível que tudo fique centralizado nas mãos de um elemento como Ricardo Teixeira. O que ele entende de futebol?
Legal dar uma chance pro Dunga para que treine um time pela primeira vez na vida, mas logo na seleção brasileira? Como bem lembrou o Glauco, essa estratégia furreca já foi tentada antes, após a Copa de 90, e deu no fracasso do Falcão. Vamos insistir no erro? Talvez eu queime a língua e o Dunga se saia muito bem na seleção, mas vejo tudo isso como um amadorismo absurdo.
Soluções amadoras, improvisações amadoras. Que não vêm de agora, repito. Sinceramente, não creio que o Felipão tenha vontade de voltar ao cargo. Ele apostou numa loteria e venceu, não vai apostar de novo e trocar o certo pelo incerto. Vamos ver se o Dunga tem a mesma sorte como apostador...