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sexta-feira, julho 14, 2006

Seleção: quem assumir agora sobrevive até 2010?

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A CBF queria Luiz Felipe Scolari no comando da seleção brasileira em substituição a Carlos Alberto Parreira. Porém, com a recusa do atual comandante de Portugal, os nomes de Vanderlei Luxemburgo, hoje no Santos, e Paulo Autuori, no futebol japonês, ganharam força. Leão, que está no São Caetano, continua proscrito enquanto Ricardo Teixeira estiver na CBF. Será que além desses quatro nomes existem outros que poderiam assumir a seleção?

O treinador do Santos já comandou o Brasil entre 1998 e 2000, quando conquistou a Copa América de 1999, mas perdeu os Jogos Olímpicos de Sydney no ano seguinte. Paulo Autuori também tem experiência em seleções, já que treinou o Peru durante alguns jogos nas últimas Eliminatórias. Mas só está cotado devido as conquistas da Libertadores da América e do Mundial de Clubes da Fifa no ano passado, pelo São Paulo.

Entre nós, manguaças, há um certo consenso de que o treinador que assumir a seleção agora não sobrevive no cargo até a Copa de 2010. Quando Felipão foi procurado pela primeira vez, em 2000, recusou. Esperou Leão assumir e ser fritado pra pegar a seleção na reta final para a Copa de 2002, quando parecia impossível perder o cargo. Estaria fazendo o mesmo agora?

O fato é que Parreira assumiu em janeiro de 2003 e permaneceu até a Copa da Alemanha. Talvez tenha tido a sorte de o Brasil nem ter se classificado para a disputa das Olimpíadas de Athenas, em 2004. Assim, não houve a tradicional pressão para que a seleção conquistasse, enfim, sua primeira medalha de ouro no futebol. Além do mais, o Brasil tinha faturado a Copa de 2002 e a torcida estava satisfeita.

Mas agora é diferente. O Brasil perdeu o mundial e a cobrança pelo ouro olímpico voltará forte, como uma espécie de redenção obrigatória. Foi assim em 2000, na Austrália. A derrota em 1998 e o novo insucesso diante de Camarões, nas Olimpíadas de Sydney, determinaram a queda de Vanderlei Luxemburgo.

Portanto, quem assumir agora terá que classificar a seleção para Pequim 2008 e, de preferência, trazer a medalha de outro. Senão, será difícil resistir até 2010. Quem se habilitará? Façam suas apostas.

2 comentários:

Glauco disse...

Quem assume depois de uma conquista de Copa, Zagallo em 1995 e Parreira em 2003, consegue durar quatro anos no cargo. Já quem assume depois de derrota, não. Mas, o caso do Luxemburgo na Olimpíada foi culpa da vaidade dele, que quis assumir a seleção olímpica. Parreira, em nenhuma das vezes que foi técnico, assumiu tal encargo. No pré-olímpico de 2004, por exemplo, o treinador era Ricardo Gomes.

Marcão disse...

Eu tinha pensado nisso, é curioso. Pelo menos de 66 pra cá (não sei detalhes do que aconteceu entre as Copas anteriores), a escrita vem se mantendo: depois da Copa da Inglaterra, João Saldanha classificou o Brasil nas Eliminatórias mas foi demitido às vésperas do Mundial do México.

Zagallo assumiu, venceu a Copa e permaneceu tranqüilo até a Copa de 74 (mesmo tendo treinado a seleção - e levado nabo - nas Olimpíadas de 72). Após a derrota na Alemanha, Osvaldo Brandão teve uma longa seqüência no comando do Brasil, mas caiu antes da Copa de 78, quando o treinador foi Cláudio Coutinho.

O curioso é que, mesmo derrotado na Argentina, Coutinho seguiu no cargo. Mas caiu em 1980, abrindo espaço para Telê Santana assumir e seguir ileso até a Copa da Espanha. O novo fiasco no Mundial permitiu a Parreira sua primeira experiência na seleção, a partir de 1983.

O teimoso caiu e em seu lugar entrou Evaristo de Macedo. Seu pífio desempenho fez com que Telê voltasse nos braços do povo. Mas ele perdeu outra Copa, no México, e "a próxima vítima" foi Carlos Alberto Silva. Este formou uma nova geração mas não sobreviveu até 1990. Sebastião Lazzaroni foi quem chegou à Copa.

Com o vexame no Mundial da Itália, o "espírito de renovação" foi radical: o ex-jogador Falcão, que nunca tinha treinado nem time de botão, assumiu a seleção canarinho. Não durou um ano. Para o seu lugar, Parreira retornou e comandou o Brasil até a conquista do tetra, nos EUA.

Com a bonança, Zagallo assumiu tranqüilo e mais uma vez, mesmo se ferrando em uma Olimpíada (Atlanta, 1996), conseguiu o raro feito de permanecer até a Copa de 1998. A partir dali, Luxemburgo e Leão tiveram que cair para pavimentar o caminho de Felipão até o penta em 2002.

E agora, quem será o "boi de piranha"?