Destaques

sábado, julho 08, 2006

Itália x França

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Nem a dona da casa, a Alemanha de Ballack, nem os “favoritos” Brasil e Argentina de Ronaldinho Gaúcho e Riquelme, nem a badalada Inglaterra de Beckham. Itália e França fazem a final da Copa do Mundo de 2006. Quem diria?
Mas a final é mais do que justa. Pode ter sido uma surpresa, mas Nelson Rodrigues diria que já estava escrito. Pra falar a verdade, gosto dos dois times. A Itália poucas vezes foi tão bem representada por seu próprio estilo como por este time de Buffon, Cannavaro, Gattuso, Pirlo, Grosso, Del Piero e Totti. Venceu uma Alemanha cujo poder, como se viu, se restringia à tradição e à força da torcida, pois o time, tecnicamente e como elenco, deixou a desejar. Se a Itália tem como virtude ser um time de conjunto e força – mas também talento e técnica –, a França tem um elenco forte, também técnico, e com uma defesa sólida, até aqui... ressalve-se. O meio de campo é equilibrado, com a força e o poder de marcação de Makelele e a eficiência de Vieira, jogador que costuma surpreender na frente. Falar de Zinedine Zidane é desnecessário.
Os “azuis” têm o problema do goleiro Barthez, sempre doido pra entregar o ouro, mas a zaga tem a liderança de Thuram. A partir de Thuram, Zidane e Vieira no meio de campo com o perigoso Henry à frente formam a espinha dorsal desse time que começou desacreditado, cresceu no momento certo e chegou à final. Contra a França, o time de Felipão lutou, teve garra, usou catimba e pressão contra o árbitro, mas os franceses venceram categoricamente. Ainda bem, para o bem do futebol.
O favoritismo da Itália para a final, se há, deve-se ao aspecto físico. Na semifinal contra Portugal, o time francês demonstrou grande desgaste no segundo tempo, enquanto os italianos terminaram a prorrogação contra a Alemanha com mais gás.
Entre Alemanha x Itália eu preferia a Itália, entre Portugal x França, torci pra França. Meu palpite é Itália, mas torço pra não acabar em pênaltis.

sexta-feira, julho 07, 2006

Podolski é eleito melhor jogador jovem da Copa

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O atacante alemão Lukas Podolski foi eleito, nesta sexta-feira, o Melhor Jogador Jovem do Mundial pelo Grupo de Estudos Técnicos da Fifa. Podolski chegou às semifinais com a seleção da Alemanha, que neste sábado vai enfrentar Portugal na disputa pelo terceiro lugar, em Stuttgart.

O equatoriano Luis Valencia, o português Cristiano Ronaldo e o argentino Lionel Messi foram os três preferidos pelos torcedores na votação pela Internet. Eles foram os finalistas do prêmio, ao lado das revelações escolhidas pelo Grupo de Estudos da Fifa: Podolski, o suíço Tranquillo Barnetta e o espanhol Cesc Fábregas.

Lúcio fala

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O zagueiro Lúcio, um dos únicos jogadores sair ileso do vexame tupiniquim na Copa da Alemanha, resolveu falar a diversos órgão de imprensa sobre o que aconteceu no Mundial. Para o diário Lance, confessou o óbvio, houve erro de marcação no gol da França. Disse o atleta:

"Não treinávamos para fazer linha de impedimento. Treinamos apenas para não ficar muito em cima de Dida, para não haver um desvio e atrapalhá-lo. Eu tinha de marcar Vieira e Juan, Gallas ou Thuram, que eram os mais fortes na bola aérea. No momento em que a bola foi lançada tínhamos de acompanhar, não entrar antes. Não lembro quem teria de acompanhar Henry ou se houve alguma precipitação de algum jogador. Agora, infelizmente, não há mais nada a fazer".

O jogador também falou por telefone à coluna da jornalista Mônica Bergamo. A ela, revelou:

"O juiz apitou e eu vi que não poderia fazer mais nada. Na hora, nem sabia o que pensar. Fui procurar um jogador reserva da França, que tinha pedido, na entrada do segundo tempo, para trocar a camisa dele com a minha. Fui para o vestiário, mas demorei muito para trocar de roupa. Que ânimo eu tinha para trocar de roupa? Ficou todo mundo triste, chorando, foi muito ruim. E a derrota ainda dói muito. (...) Choro todos os dias, quando falo com minha mulher. Para meus filhos, foi difícil. Minha filha [Victória, 8] chorava de soluçar. É difícil saber que você não pode voltar no tempo e mudar as coisas".

Pior do que esta, só a Copa de 1990

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A Copa do Mundo deste ano registra, por enquanto, uma média de 2,27 gols por partida. É a pior marca desde o Mundial de 1990, quando a competição atingiu a média mais baixa da história: 2,20 por jogo. A situação fez com que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, cogitasse eventuais mudanças no futebol. O dirigente chegou a mencionar a possibilidade de alterar a regra de impedimento, aumentar o tamanho do gol ou mesmo reduzir para 10 o número de jogadores de cada equipe.

quinta-feira, julho 06, 2006

Manguaça: Brasil despiroca chineses

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Um idoso chinês causou um alvoroço em Nanjing após a derrota do Brasil para a França, por 1 a 0, nas quartas-de-final da Copa 2006, no sábado.

O homem correu por uma praça da cidade batendo nas pessoas e gritando: "Os brasileiros perderam! Não há nada que valha a pena assistir! Não quero assistir mais a jogo algum!"
O homem foi preso pela polícia, mas depois de agarrar uma pessoa e tê-la mordido "com força", informou o jornal Nanjing Morning Post.
Outro morador da cidade chinesa ficou similarmente perturbado e foi preso após correr pelas ruas nu carregando uma faixa com a frase: "o Brasil precisa vencer".
Apesar de a China não ter disputado a Copa do Mundo e do fato de que a maioria dos jogos são disputados durante a noite no país, muitos chineses ficaram obcecados pelo Mundial.

Contraponto

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Vou agora contra a corrente dos demais manguaças deste blog. Torci demais pela seleção portuguesa, não só pelo fator familiar. Torci também porque foi a única seleção, a meu ver, que demonstrou uma vontade irracional de ganhar os jogos. Quando assisti Portugal x Holanda, meu comentário foi: isso é que é Copa do Mundo! Não acho bonito um monte de botinada, mas a entrega da seleção portuguesa foi comovente. Se é bonito enxergar no jogo os duelos táticos, a inteligência e a categoria, também é fundamental ver tesão por jogar bola. Senão, meus amigos, me desculpem, mas não tem graça. Por isso achei também que os lusitanos ganhariam da insuportável Inglaterra, um time que vive de nome (lembra alguma seleção que a gente conhece?) e parece estar praticando cooper em campo o tempo inteiro.

Não acho que se Portugal chegasse à final haveria alguma injustiça. Claro, haveria Zidane se aposentando de forma menos brilhante, numa disputa de terceiro lugar. Mas haveria, do outro lado, jogadores como Miguel, que se contundiu sozinho, depois de fazer a jogada mais bonita da sua vida. Haveria Figo e Cristiano Ronaldo, que fizeram com que a raça fosse maior que a máscara. Haveria Maniche, volante esperto que sabe vir de trás e surpreender. Haveria Ricardo, o ótimo goleiro luso, que se transformou em líbero e depois atacante nos últimos momentos do drama português.

E sinceramente o futebol francês não me agrada. Um time compacto leva a uma defesa quase intransponível. Deixa o adversário com a posse e aposta em contra-ataques. É uma estratégia vencedora, mas não é lá muito empolgante.

A beleza do jogo não está só na técnica, que os franceses têm mais refinada, sem dúvida, mas também na raça, que há de sobra em Portugal. Se isso é mérito ou não de Felipão não me interessa. Mas que ver uma seleção limitada chegar longe por conta da vontade é uma das coisas mais bonitas que existem no futebol. Pode não ser justíssimo com o talento, mas a gente sabe que talento não basta.

Brasileirão: paulistas afiam suas armas

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Passada a Copa do Mundo (pelo menos para a seleção brasileira), os manguaças aguardam com ansiedade a retomada do Brasileirão. Os quatro grandes clubes paulistas já afiam suas armas.

No Corinthians, o principal esforço foi o de contratar o atacante Nilmar em definitivo. Kia Joorabchian depositou 2 milhões de euros na conta do Lyon para formalizar a prorrogação do vínculo com o jogador até 14 de agosto. Após essa data, a parceira corintiana entregará os 8 milhões de euros restantes para a concretização do negócio. Quanto aos argentinos Tevez e Mascherano, os boatos sobre suas saídas cessaram (por enquanto). A bola da vez é o meia Ricardinho, que teria despertado o interesse do Manchester United. O valor da compra do atleta já até teria sido apresentado à diretoria do clube inglês: 5 milhões de libras (cerca de R$ 20 milhões). Outro que deve sair é o volante Xavier, com proposta do Maccabi Haifa, de Israel.

Já pelos lados do Parque Antarctica, a grande novidade é a contratação do meio-campista chileno Valdivia, vindo do Colo-Colo (o valor não foi divulgado). Apesar do acerto, o Palmeiras só poderá contar com o reforço no dia 13 de agosto, data estipulada pela CBF para a reabertura das negociações com o exterior. Sem acerto com o paraguaio Gamarra, cujo contrato venceu em 30 de junho, o clube fez nova proposta para contar com o zagueiro Dininho, ex-São Caetano, atualmente no Sanfrecce Hiroshima. Outro que pode ser repatriado é Marcelinho Paraíba: o Hertha Berlin revelou que o atacante está negociando sua transferência para o Palmeiras. De concreto mesmo, só a volta do volante Marcinho Guerreiro, que não acertou com o Olympique de Marselhe.

Em Santos, o boato continua sendo um possível convite da CBF para que o técnico Vanderlei Luxemburgo assuma a seleção brasileira. Enquanto isso, o Peixe fechou um novo contrato com o lateral-esquerdo Kléber, para as próximas quatro temporadas. Cedido inicialmente por empréstimo pelo Basel, da Suiça, o ala teve seus direitos federativos adquiridos por 1,5 milhão de euros. Quem saiu foi o volante Fabinho, que acertou sua rescisão para viabilizar transferência para o clube francês Toulouse. O atleta estava ligado ao Santos até dezembro e os valores da negociação não foram divulgados. Por fim, o Shakthar Donetsk segue negando um empréstimo do meio-campista Elano. Eles querem uma transferência em definitivo.

No São Paulo, a contratação mais recente foi a do lateral-direito Ilsinho, vindo das categorias de base do Palmeiras. Ele não conseguiu passaporte comunitário para se transferir para o Villareal da Espanha e optou por um contrato com o Tricolor até 2010. Para a mesma posição, o São Paulo aguarda o equatoriano Neicer Reasco, que foi liberado para ficar na LDU até o final da participação da equipe na Copa Libertadores da América. Por sua vez, o atacante Ricardo Oliveira negou as especulações sobre um suposto interesse da MSI em adquirir seus direitos federativos por 10 milhões de euros. Ele deve retornar ao Betis no dia de 10 de agosto. O clube espanhol não demonstrou interesse pelo atacante Diego Tardelli, que deve retonar ao São Paulo.

Sete finalistas concorrem à Bola de Ouro

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A Fifa divulgou nesta quinta-feira a lista dos 10 candidatos à Bola de Ouro, prêmio que será concedido ao melhor jogador da Copa do Mundo-2006. Entre os indicados ao prêmio, sete disputarão a final do torneio, neste domingo - três franceses e quatro italianos. Nenhum brasileiro foi indicado.

Os escolhidos são: Fabio Cannavaro, Andrea Pirlo, Gianluca Zambrotta e Gianluigi Buffon, da Itália; Zinedine Zidane, Thierry Henry e Patrick Vieira, da França; Michael Ballack e Miroslav Klose, da Alemanha; e Maniche, de Portugal. O anúncio oficial do vencedor deve acontecer na segunda-feira (10).

Blatter cutuca Parreira sobre atuação de Gaúcho

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O técnico da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Parreira, apontado por grande parte da torcida como responsável pelo fracasso do Brasil na Copa 2006, também não escapou das críticas do presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter. Nesta quinta-feira, o comandante da entidade máxima do futebol atribuiu o discreto desempenho do meia Ronaldinho no Mundial ao esquema adotado pelo treinador do Brasil.

"A verdade é que Ronaldinho não encontrou espaço para jogar, pois o treinador colocou vários atletas ao seu lado, e isso não funciona", disse Blatter. "Há um princípio do futebol que deve ser sempre respeitado: existem jogadores que correm e marcam, e outros que criam as jogadas. Ronaldinho está no segundo grupo e não pode ficar 'amarrado'", completou.

quarta-feira, julho 05, 2006

Como chora o Felipão...

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"Ele é um excelente árbitro, ele sabe fazer direitinho o que quer fazer... A arbitragem é a arbitragem sul-americana que vocês conhecem bem, sabe matar o jogo, vocês conhecem melhor do que eu. Foi pênalti no Henry, assim como foi pênalti no Cristiano Ronaldo que ele não deu. Agora o árbitro é ele, faz o que quer". Essa declaração mostra bem que o queridinho treinador gaúcho viu outro jogo. Mas, como disse no post abaixo, Felipão nunca perde. Ele sempre é roubado.

Mas o festival de idiotia, já demonstrado também por suas declarações em posta anterior, continuou. "Se existe uma vergonha para a América do Sul é isto que aconteceu hoje. Toda vez que alguém da América do Sul chega a um lugar de destaque, eles querem terminar com essa pessoa, no caso a minha equipe", reclamou.

E continua: "Portugal era um patinho feio, a gente sabia disso e vinha fazendo força para permanecer. Não penso que a França foi melhor, foi um jogo bem equilibrado, foi um pênalti que houve. Essa é uma situação que poderia ser para o nosso lado, mas seria muito difícil já que somos um país muito pequeno. Eu acho que o normal teria sido um resultado de empate", completou.

Como diz o Olavo, é difícil perder na bola...

Allez, les bleus!

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Desculpem se acham que é perseguição, mas, pra mim, Portugal hoje foi a cara do Felipão. Após tomar o gol foi um time tenso, que fazia o abafa sem qualquer tipo de organização. Raça, espírito de luta e quetais são importantes para um time que quer ser campeão, mas não bastam e isso ficou provado hoje.

O técnico se esgoelava e berrava na beira do campo. E, pelo comportamento dos jogadores portugueses, de se jogar na área acintosamente, tive a impressão de que isso também foi ordem do treinador, que apostava em algum "remorso" do árbitro pelo pênalti que marcou para a França. Só esqueceram de avisá-lo que foi uma marcação correta. Mas Felipão não perde, ele sempre é roubado...

E esse tipo de "orientação" técnica existe mesmo. No ano passado, em uma partida entre Vasco e Santos em São Januário, após o árbitro ter marcado um pênalti para a equipe santista, Renato Gaúcho mandou, sem necessidade de qualquer leitura labial, seus jogadores se atirarem na área pra cavar um pênalti. Uma sucessão de jogadas desperdiçadas por conta disso e o árbitro marca uma falta, fora da área, como penalidade. E o Vasco perdeu o pênalti. Nenhum jogador se jogou na área depois disso.

Mas, voltando ao jogo, a França mostrou sua superioridade técnica, principalmente no meio e no ataque, dominado a maior parte do primeiro tempo o meio de campo português. No segundo tempo, bateu o desespero na esquadra lusa e a França claramente cansou. O jogo caiu muito por conta disso, o que mostra bem quem mereceu a vitória. Quando os franceses ficaram cansados, a técnica e a beleza do jogo desapareceram, embora tenha havido alguma emoção.

A Itália tem camisa, tem defesa e tem preparo físico. Mas a França tem Zidane. Torço por ele.

A tradição da Azzurra

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Certa vez, numa entrevista, Chico Buarque disse que o melhor livro que a gente lê é sempre o último (o mais recente). Pensei nisso depois de Itália 2 x 0 Alemanha. Tenho dificuldade em convencer meus amigos amantes do futebol (entre os quais dois assinam neste blog) sobre por que gosto do futebol da seleção italiana. Essa dificuldade se deve a alguns paradigmas falsos. O principal é aquele segundo o qual a Itália joga um futebol feio. Para mim é belo.
Muito primitivamente falando, um time tem que ter o quê? Defesa, meio de campo e ataque. A defesa italiana é impressionante, tanto no quesito eficiência quanto na categoria. Mas a defesa da Azzurra é fantástica não apenas porque defende bem, o que faz com eficiência qualquer time medíocre, como o Paraguai de 1998 ou a Grécia que conquistou a Eurocopa em 2004. Ou como faz Portugal de Felipão. Não. A defesa da Itália é formada por craques. Sim: defensores, mas craques. Que não dão chutão, mas saem jogando. Por isso eu achava que a Itália seria finalista, mesmo jogando contra a blitzkrieg alemã. Isso eu disse em mesas de bar, por e-mail e telefone a vários amigos na semana passada, ainda durante as quartas-de-final.
Com um futebol exuberante que equilibrou todos os setores do campo, nessa semi-final memorável, antológica, fatal para os favoritos alemães, a Itália é finalista da Copa da Alemanha. Enquanto se defendia magistralmente com Buffon, Cannavaro, Materazzi, Zambrotta, Gattuso e mesmo Pirlo e Grosso, a Itália de Marcelo Lippi se arriscou terminando o jogo com quatro jogadores de frente (atacantes e meias ofensivos): Del Piero, Totti, Iaquinta e Gilardino.
Esse estilo “feio” e “conservador” matou os anfitriões com um futebol refinado. Isso tem que ser dito: com um futebol refinado. Minha impressão é de que a Itália nesta Copa do Mundo foi o que a Argentina queria ter sido e não foi.
Pesou a tradição da Azzurra, em mais um “jogo do século”. E os alemães – com seu jogo horrivelmente mecânico, com aquela fé na força (a fé na força), o preparo físico, jogando em casa, entusiasmados e alucinados – felizmente perderam. Para o bem do futebol.

"Coisas estranhas acontecem comigo em Copas"

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O técnico Zico, que treinou o Japão na Copa do Mundo da Alemanha e foi contratado pelo Fenerbahce - time do brasileiro Alex - da Turquia, disse que coisas estranhas acontecem com ele durante Copas do Mundo. Zico participou de três copas como jogador (1978, 1982 e 1986), uma como coordenador técnico do Brasil (1998), e agora como treinador do Japão, sem nunca conseguir um título.

"Que coisas estranhas acontecem comigo em Copa do Mundo, acontecem. Então esta é minha sina, minha vida, o que é que eu posso fazer? Eu não vou deixar de ir a uma Copa do Mundo, se tiver de ir amanhã, por causa disso. Que bata o recorde de Copas do Mundo perdidas, tudo bem. Mas eu vou fazer o meu trabalho", disse o técnico em entrevista ao Sportv.

Bem-humorado, Zico diz que a fama de pé-frio em Copas do Mundo não o assusta. "Isso aí não me importa não. Me chamam de pé frio, de derrotado, de tudo, de perdedor. Isso aí são coisas que a gente passa por cima, com tranqüilidade".

Renovação

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Dez entre nove manguaças tem a solução para a Seleção canarinho a partir de agora: renovação. Em um inacreditável esforço de memória, o Futepoca fez um levantamento da taxa de manutenção e troca de jogadores por mundial a partir de 1994 em relação à edição anterior.

O elenco da "era Dunga", como ficou conhecida a opção pelo preparo físico de Sebastião Lazaroni, em 1990 – numa injustiça ao exímio lançador que o volante se tornou depois –, deixou 10 dos 22 como herança para 1994. Apenas dois deles, Muller e Ricardo Rocha foram reservas (o primeiro sem lugar por causa de Romário e o segundo por carência de tendão disponível). Veio o Tetra.

Mário Jorge Lobo Zagallo foi para o Mundial da França em 1998 com sete jogadores do plantel anterior, todos titulares. Lá, já eram 23 os convocados. O sonho do Penta foi adiado e apenas seis jogadores permaneceram para a vitoriosa campanha de 2002 de Luiz Felipe Scolari. Da Córeia-Japão para a Alemanha, foram novamente 10 os jogadores mantidos, mas o resultado um fiasco.

A maior continuidade ocorreu em 1994 e 2006, ambos tinham Carlos Alberto Parreira como técnico. Há que se considerar que Zé Roberto esteve em 1998 e neste ano, mas não no time pentacampeão. Felipão fez a maior renovação, mas seu time foi aproveitado na Copa seguinte.

Se projetarmos, a partir da derrotada campanha de 2006 os que têm chances de permanecer para o próximo mundial, considerando idade e potencial, temos 9: Júlio César, Cicinho, Gilberto, Luisão, Kaká, Ronaldo Gaúcho, Adriano, Robinho e Fred. Decretamos o fim da "Era Gordo"

Se a estimativa se confirmar, o ritmo de renovação fica abaixo de outros Mundiais e dos clamores da torcida embreagada.

Mas o treinador que entrar, terá a Olimpíada de Pequim e a síndrome de nunca ter conquistado o Ouro Olímpico pela frente. O limite de idade de 23 anos pode ser usado pelo técnico para atender ao clamor popular, já que é necessário para a preparação. Mas se a medalha dourada não vier, o apelo da torcida pode se converter em seu oposto, com pedidos de atletas experientes. Azar de quem assumir a bronca.

Ofereço-me como candidato ao cargo.

Manguaça: motorista leva garrafada e bate ônibus

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Um motorista de ônibus de Berlim bateu o seu veículo contra um carro estacionado após ser atingido na cabeça por uma garrafa de cerveja atirada por um passageiro que contestou sua visão da derrota da Alemanha para a Itália pela semifinal da Copa 2006. A informação é da polícia local nesta quarta-feira.

O passageiro e o motorista estavam sozinhos no ônibus no sudoeste de Berlim, não muito longe do hotel onde está concentrada a equipe. Era por volta das 2h na manhã e eles estavam discutindo sobre a derrota da Alemanha por 2 a 0, ocorrida algumas horas antes, nos minutos finais da prorrogação.

"Quando o motorista comentou que 'os jogadores alemães apenas não foram bons o suficiente', o passageiro começou a insultá-lo", informou um porta-voz da polícia. "Ele então acertou o motorista na cabeça com uma garrafa de cerveja."

O piloto perdeu temporariamente o controle do ônibus e atingiu uma Mercedes-Benz estacionada - embora o ônibus estivesse a apenas 30 km/h no momento. O passageiro abriu uma saída de emergência e fugiu.

A polícia está procurando o homem, que usava uma camisa da Alemanha com o número 20, do atacante Lukas Podolski.

terça-feira, julho 04, 2006

Luís de Camões

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Felipão à parte (ou, justiça seja feita, também por conta dele), Portugal foi muito mais longe do que alguns esperavam. Dentre os "profetas" que pregavam o apocalipse lusitano, estava o querido jornalista Milton Neves. O Bola na Trave recomendou e gente ratifica. Vale dar uma olhada no Milton Neves.

Torcer pro Felipão?

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Mais um consenso contruído no Brasil: torcer pra Portugal porque o Felipão é técnico. Sinceramente, falar que "ele é brasileiro", "ele tem garra" e bla-bla-bla é conversa mole demais pro ouvido de um torcedor brasileiro frustrado que quer se ocupar de futebol até o fim da Copa.

Felipão é um técnico vencedor. E que mais? Por que torceria pra ele? Seu estilo, sempre privilegiando a retranca e contando com os pênaltis, não me agrada. Alguém se lembra da final da Libertadores em que o Palmeiras teve que ir pra decisão por penalidades com o portentoso Deportivo Cali? Precisava daquilo?

E no jogo com a Inglaterra, Portugal com um a mais e mesmo assim tomando sufoco dos ingleses, com o técnico luso-brasileiro fazendo alterações que não mudaram em nada o perfil tático da equipe. Claro, por que mudar apenas porque a equipe adversária tem um a menos durante 60 minutos?

Além dessa preferência pela retranca, temos também a personalidade que dá mais motivos para não torcer para ele. Em junho de 2001, o novo querido da torcida foi citado pela revista argentina El Gráfico por ter afirmado que "Pinochet torturou muito, mas não há analfabetismo no Chile". Maravilha legitimar ditaduras.

Uma outra mostra do respeito à diversidade, foi sua declaração dando conta de que mandaria um jogador embora do time se descobrisse que ele era homossexual. Isso não é preconceito, é "disciplina". Prefiro ficar com a opinião do jornal inglês Guardian. Segundo eles, Scolari é um "brasileiro machão que acredita que homens são homens, vacas são café da manhã e Pinochet era um sujeito legal". Torça pra ele quem quiser. Eu que não vou.

O primeiro finalista

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Pois é, e a Itália foi pra final. Sinceramente, apesar de ser um time com deficiências técnicas evidentes, era preferível para o futebol ver a Alemanha na decisão da Copa, já que o time germânico, do jeito dele - que é bem peculiar -, procurava mais o gol do que a Itália ou qualquer outro tim das semifinais.

A Itália tem um jogo eficiente, mas irritante. Muita posse de bola, privilegiando o toque e a defesa. Em nenhum momento a Alemanha encontrou a Itália com menos de quatro jogadores atrás, nem mesmo nas possíveis chances de contra-ataque. Tática, bem armada e com um estilo de jogo que causa náuseas. Em alguns momentos da partida, pelo estilo italiano e a deficiência técnica alemã, a bola foi muito, muito mesmo maltratada. As emoções ficaram reservadas para a prorrogação, quando se abriram os espaços, principalmente do lado alemão que buscava a vitória com base mais na emoção do que em qualquer esquema. Deu no que deu.

Vendo uma semifinal assim, dá mais raiva do desperdício que foi a pífia seleção nacional.

10 pérolas das transmissões da Globo

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Galvão Bueno: "Olha, olha, que absurdo, ele deu a lei dos 6 segundos!!! Meu Deus!!! A última vez que deram isso foi em 1912!! Só quer aparecer!! Arnaldo César Coelho, quando você apitava você marcava essa bobagem?"
Arnaldo: "Não, mesmo porque essa regra foi instituída em 2001."

Noronha: "...nesse Estádio Olímpico de Berlim, que o Hitler construiu pra Copa do Mundo de 1936."

Galvão Bueno: "Além de tudo, a Argentina está ganhando de dois países: da Sérvia e de Montenegro!"

Cléber Machado: "No tempo em que jogava como Tchecoslováquia, a Tchecoslováquia não jogava nem como República Checa nem como Eslováquia."

Galvão Bueno: "...nessa que é a mais alemã de nossas cidades, Santa Catarina!!"

Cléber Machado: "Ele é um gigante grande toda vida!"

Galvão Bueno: "Se essa Alemanha, essa seleção alemã, se ganhar a Copa, aposto com você que a Alemanha e o povo alemão vão fazer uma grande festa, que não fique dúvidas disso!"

Cléber Machado: “A seleção do Equador vem evoluindo muito nos últimos anos. Se continuar com essa evolução, vai melhorar mais ainda.”

Galvão Bueno: "O Kaiser Franz Beckenbauer e sua esposa..."
(a TV mostra Beckenbauer e a chanceler do governo alemão, Angela Merkel)

Galvão Bueno: "Porque esse grupo da Alemanha... ele é... o grupo... ele... do que eu tava falando mesmo?"

segunda-feira, julho 03, 2006

"Você é feio, bobo e chato!"

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Esta é a matéria que mais contribui para 'explicar' o apagão da Seleção.


Parreira admite que seleção estava "rachada" na Alemanha

EDUARDO ARRUDA
FÁBIO VICTOR
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
da Folha de S.Paulo, em Frankfurt



Um dia após a eliminação do Brasil para a França, pelas quartas-de-final da Copa do Mundo da Alemanha, o técnico Carlos Alberto Parreira admitiu haver um racha na seleção.

Foi a declaração mais clara de Parreira até agora confirmando as rixas entre atletas velhos de casa e novatos, que cindiram o elenco derrotado. Em entrevista coletiva antes de deixar o hotel em Frankfurt, o treinador concordou que não conseguiu unir o time no momento mais importante destes seus quatro anos como comandante.

"Nosso trabalho desde o início foi fazer com que esses talentos jogassem em equipe. Conseguimos isso em determinados momentos, mas não conseguimos com a mesma intensidade na Copa", declarou.

Na Alemanha, ele se viu às voltas com a insatisfação de jogadores como Kaká, Juninho, Rogério e Ricardinho, que queriam mudanças no time. Ronaldo, Adriano, Cafu e Roberto Carlos eram os principais alvos.

A pressão dos jogadores com menos tempo de seleção deixou o técnico no meio de uma queda-de-braço, pois os atletas mais antigos, liderados por Cafu e Roberto Carlos, eram contra alterações e falavam diretamente com Parreira.

Ontem, o treinador mostrou que pisava mesmo em ovos. "Mexer nos medalhões sempre é mais difícil. Mas, conforme a necessidade surgiu, mudamos. Fizemos isso com o Ronaldo. Ele acabou se recuperando e mostrou o seu talento."

Tal recuperação é questionada pelos mais novos. Eles reclamam que bastou jogar bem contra o frágil Japão para que Ronaldo fosse considerado reabilitado pelo chefe.

Um dos maiores sinais da crise foi dado por Rogério. Contra a Austrália, à beira do gramado, Parreira gritava para seu time atacar, já que a defesa rival era lenta. Em tom jocoso, o goleiro disse no banco que o treinador se esquecera da lentidão de seu próprio ataque. Ronaldo e Adriano estavam em campo.

Rogério e Ricardinho se queixavam do técnico a amigos. Atacavam a demora dele para mexer no time, a falta de diálogo com os atletas e a proteção aos mais experientes.

Parreira nega o tratamento diferenciado, mas ontem defendeu Cafu e viu certo nervosismo em seu substituto. "Cicinho entrou contra a França, porque pensávamos que poderia melhorar a equipe, mas deu na mesma. O impacto de entrar numa partida de Copa, nessas condições, é muito grande."

Na avaliação de Parreira, a forma como a seleção se despediu da Alemanha ontem, com cada jogador indo para um canto, também foi um sinal da falta de união. Ele lembrou o primeiro título do Brasil, em 1958, na Suécia, que teve a participação em campo de Zagallo, hoje seu coordenador. Para o técnico, aquela era uma seleção sem divisão.

"O time saía unido do Brasil, todo mundo uniformizado, fazíamos uma visita ao presidente. Tinha jogo de despedida, voltávamos unidos. Havia um simbolismo, um romantismo. Isso mudou, como mudou o mundo. Agora, a convergência é outra. Os jogadores moram na Europa. É tudo diferente."