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Nessa segunda, dia 23, as centrais sindicais organizaram manifestações em todo o país para tentar evitar que o Congresso derrube o veto presidencial a uma emenda feita pela oposição na Lei da Super-receita, a chamada Emenda 3. A mudança vai facilitar para que empresas contratem trabalhadores como pessoas jurídicas, e naõ mais com carteira assinada. Se a prática, hoje já muito comum na área jornalística, se espalhar para os outros setores, será uma morte virtual dos direitos trabalhistas. Nada mais de férias, FGTS, seguro-desemprego. Em São Paulo, essas manifestações incluíram paralisação de duas horas no Metrô e nos ônibus municipais.
De manhã, o Luciano Faccioli, na Record, falava que “greve prejudica trabalhadores”. Mostrava filas enormes de carros, um trânsito enorme, ônibus lotados. E, sobre o motivo da paralisação, algumas palavras perdidas no meio da matéria. Nenhuma imagem dos atos feitos pelos sindicalistas. Nenhuma análise sobre a ameaça aos direitos trabalhistas e outros impactos da Emenda 3, nem que fosse a favor. O enfoque se repete em toda a mídia: paralisação prejudica trabalhadores. No ônibus, um manguaça comenta: “E quem se ferra é o povo, que não tem nada a ver com isso”. Eu acho que tem, apesar da Record discordar.
3 comentários:
A Globo, ao falar sobre a emenda 3, disse que a medida "evita arbitrariedades que poderiam ser cometidas pelos fiscais".
Todas as matérias que vi na televisão sobre a emenda 3 são pra lá de enviesadas, com as mesmas fontes, e mal se ouve sindicalista. Por isso que o povo acha que não tem nada a ver com isso...
curioso o que o glauco fala: "o povo acha que não tem nada a ver com isso". O movimento sindical também não consegue chegar na população em geral. O poder de influência é bem reduzido. Eu não cairia numa nostalgia sem muita base de dizer que antes era diferente, até porque a história, embora haja um enfraquecimento dos sindicatos por terceirizações e aumento da pressão do desemprego na década de 90, pra citar itens de almanaque, quer dizer, de mesa de boteco.
Acho inclusive que o título do post lembra desse detalhe. É difícil ser sindicalista não só pq a cobertura da mídia é enviesada, mas tbem porque há um descolamento grande entre o sindicato e as bases (e há mil causas pra isso).
Aliás, alguém aí soube se o sindicato dos jornalistas ou a Fenaj orientaram a seguir ou não a paralisação de segunda? Eles participaram da convocação na cut...
Opa, ninguém é sindicalizado... A começar por mim.
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