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sexta-feira, agosto 17, 2007

Drummond e o futebol

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Como eu cansei do Cansei e a gente anda negligenciando um pouco o futebol e a cachaça, segue um pouco de inteligência para falar do esporte.

Carlos, Drummond, poeta, mineiro de Itabira, tinha um defeito: torcia para o Vasco, como Paulinho da Viola e outros de quem tanto gosto e que não merecem o tal de Eurico, o eterno.

Voltando a Drummond, esta postagem é só para lembrar do poeta falando de futebol. A compilação saiu no jornal O Povo, http://www.opovo.com.br/opovo/esportes/721092.html e vale a pena.

Futebol se joga no estádio?
Futebol se joga na praia, futebol se joga na rua, futebol se joga na alma"
(Futebol, de Carlos Drummond de Andrade)


DRUMMOND E A BOLA

"O difícil, o extraordinário não é fazer mil gols, como Pelé. É fazer um gol como Pelé".
Pelé: 1.000 (1969)


"Confesso que o futebol me aturde, porque não sei chegar até o seu mistério. Entretanto, a criança menos informada o possui". Mistério da Bola (1954)


"Não há nada mais triste do que papel picado, no asfalto, depois de um jogo perdido. São esperanças picadas". Jogo à Distância (1966)


"Perder é uma forma de aprender. E ganhar, uma forma de se esquecer o que se aprendeu". (1974)


"Se há um deus que regula o futebol, esse deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios. Mas, como é também um deus cruel, tirou do estonteante Garrincha a faculdade de perceber sua condição de agente divino. Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam, e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho". Mané e o Sonho (1983)

7 comentários:

Anônimo disse...

Essa frase do "um gol como Pelé" é uma das melhores de todos os tempos. Não só para as relacionadas ao futebol, acrescento.

fredi disse...

É, Olavo, concordamos.

Anônimo disse...

grande lembrança!

Anônimo disse...

engraçado, meu sogro hoje estava me contando que, "no seu tempo", via programas tipo mesa redonda emq ue figuravam nelson rodrigues, armando nogueira (que, com todo respeito porque o tipo tá doente, é meio devagar, mas na época devia ser melhor), joão saldanha...
o que foi feito, amigos, do comentário-arte de futebol?

Edu Maretti disse...

Muito boa a lembrança, Frédi. Comentar Drummond, de resto, é uma tarefa impossível. Falar de Drummond é se sentir humano, demasiado humano.

Marcão disse...

Acabei de assistir na Cultura uma reprise do programa especial Grandes Momentos do Esporte sobre o Drummond e sua relação com o futebol, no ano de seu centenário, 2002. Tem depoimentos do Pelé, Tostão, Reinaldo e Flávio Aguiar (professor de Literatura da USP), entre outros. Uma curiosidade que o Frédi, autor do post, não vai gostar: Pedro Graña Drummond, neto do poeta e co-autor, com o irmão, da coletânea de textos do Drummond "Dia de Futebol" (com prefácio do Pelé), afirma que no Rio de Janeiro o avô torcia para o Vasco, e, em Minas Gerais, para o Cruzeiro...

Anônimo disse...

Não era defeito de Drummond ser Vasco!!Defeito é a ignorância e a estupidez de achar que a história de um dos maiores clubes do Brasil se resume a Eurico!!Vasco é um time de luta, como nenhum outro existiu.Que lutou contra preconceito a muitas décadas passadas e contra a corrupção atualmente!!O Vasco não é o time da virada somente dentro de campo.É principalmente fora dele. Ninguém sofreu mais com a era Eurico do que os próprios vascaínos!!E isso passou!Vasco campeão da copa do Brasil de 2011!!Fim da era Eurico!!Virada do Vasco!!Vitória do Vasco!!Por isso Drummond era Vasco Assim como eu sou!!