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segunda-feira, junho 03, 2013

'Um, dois, três: o Guariba é freguês!'

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Outro dia falei aqui sobre a "ressurreição" do Clube Atlético Taquaritinga, time da minha cidade que teve seu auge entre 1983 e 1984, quando disputou a elite do futebol paulista e travou jogos memoráveis contra Palmeiras, Santos, São Paulo (incluindo a estreia profissional do atacante Muller, em 15/11/84) e Corinthians (vitória por 2 a 0 em 10/07/83, uma das maiores zebras da loteria esportiva). Foi a época em que o estádio Taquarão foi feito, uma obra sugerida pelo meu pai, Chico Palhares, que fez o projeto, marcou as estacas e trabalhou na construção, terminada em cima do prazo para  que o clube tivesse o direito de disputar da Primeira Divisão em 1983, pois a Federação Paulista exigia estádios com capacidade mínima para 15 mil torcedores.

Depois de se rebaixado em 1984, o CAT passou para a Divisão Intermediária, como se chamava a Segunda Divisão na época, e ali passou muitos anos, quase alcançando o retorno à elite do Paulistão em 1989 e 1992. Mas, como ocorreu com vários clubes tradicionais do interior de São Paulo nas últimas décadas (vide Guarani), que perderam fonte de renda e sustentação por inúmeros motivos, o Taquaritinga entrou em declínio. Nos anos 1990, chegou à Série B1-A (a extinta Quarta Divisão), conseguiu voltar à Série A-2 (a Segunda Divisão, na prática) mas, nos últimos três anos, a decadência foi incontrolável. Em 2010, foi rebaixado para a A-3 e, no ano seguinte, despencou para a Série B - um "buraco negro" que unificou a Quarta e a Quinta divisões do futebol paulista, com mais de 40 clubes e disputa semi-amadora.

Em 2012, estreando nessa que é a última divisão paulista, o Taquaritinga fez uma campanha horrível e chegou a ser considerado "o pior time do Estado de São Paulo". Ultimamente, o clube amargava o vexaminoso recorde de dois anos e três meses sem vencer uma partida sequer, desde março de 2011 (!). Mas agora, num esforço de vários abnegados da cidade, o time tenta um ressurgimento. Decidi ajudar. Eu não assistia um jogo do CAT desde 2009, quando fui ver uma derrota para o Juventus na Mooca, e um empate contra o União São João e mais uma derrota, dessa vez para o Monte Azul, ambos os jogos em pleno Taquarão. Por isso, neste feriado de Corpus Christi, comprei um kit com bolsa, camisa, boné, caneca, chaveiro e ingressos e levei meu pai, o desenhista do estádio, para ver CAT x Guariba. Comigo também estavam os amigos Marcelo Okada, Márcio Sala e Alexandre Varrone, que voluntariamente aderiram ao grupo que hoje comanda o clube.

E reforçando a torcida, que, com muito boa vontade, chegou a umas 100 "testemunhas", também estavam minha sobrinha Ana Helena, seu namorado, o "Dô", e seus irmãos Túlio e Bruno Milanezi. Este último levou à Taquaritinga o ex-jogador Lupércio, ídolo do CAT nos anos 1960, junto com o filho dele, Lupa, e a nora Vanessa. Todos, logicamente, também compareceram ao Taquarão. Pra completar, o pai da Ana, Túlio e Bruno, o meu cunhado "Beis" (Antonio José), que é oftalmologista, era o médico dentro do gramado (!!). Ou seja, tudo conspirava para a tão aguardada vitória, tanto que equipe da EPTV Ribeirão, retransmissora local da TV Globo, marcou presença. E não deu outra: CAT 3 x 1 Guariba, com direito à torcida gritando "olé" e "1, 2, 3: o guariba é freguês!".

Mas o melhor foi que registraram uma cena tradicional dos anos 1980 nas arquibancadas, o Chico Palhares, "pai" do Taquarão, soltando o grito: "Caaaaaattêêêêêêê....". Cliquem no link e confiram:

terça-feira, março 19, 2013

71 anos, terra arrasada e possível ressurgimento

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Numa inversão de dois algarismos, o glorioso Clube Atlético Taquaritinga (CAT), de minha cidade natal, completou 71 anos no dia 17 março. E, a duras penas, tenta juntar os cacos de seu declínio no futebol paulista, após dois rebaixamentos seguidos, caindo da Série A-2 (a Segunda Divisão de fato), em 2010, e da Série A-3, no ano seguinte, além de ficar em último lugar na última divisão estadual, a chamada Série B (que, na prática, foi uma junção da quarta com a quinta divisões). Um jornal da terrinha informa que o time vai disputar novamente a Série B este ano, e que, pra isso, contratou o técnico Wilson Carrasco - ex-meia esquerda que fez sucesso na Portuguesa de Desportos, no fim dos anos 1970 e início dos 1980. Mas, além de montar uma equipe praticamente do zero, o treinador terá outros desafios, como a recuperação do estádio Taquarão (aquele que dizem ter sido construído em tempo recorde, e com 3 mil litros de pinga...). Na foto abaixo, Wilson Carrasco, o preparador físico e um dos atacantes contratados pelo CAT para a temporada deste ano vistoriam a "terra arrasada" que é, hoje, o gramado local.

Taquarão: aguardando ajuda da Prefeitura para disputa da Série B
Mas as notícias não são todas preocupantes. Alguns amigos meus - Angelo Marcelo Okada, Alexandre Varrone e Marcio Sala - resolveram arregaçar as mangas e estão participando diretamente da nova diretoria do CAT. Segundo eles, o ex-jogador Edmílson, taquaritinguense tetracampeão mundial com a seleção de Felipão em 2002 (tendo, inclusive, marcado um golaço), poderá assumir as categorias de base do clube. Ele possui uma Fundação em Taquaritinga, voltada às crianças carentes, parecida com a que é mantida pelo Cafu e a outra, do Raí e do Leonardo. No último domingo, aniversário do CAT, o prefeito de Taquaritinga, Fúlvio Zupani (PT), se encontrou na cidade do Guarujá com Julio Eduardo dos Santos, Secretário Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, e o presenteou com uma camisa do clube (foto abaixo) - que possui uma das combinações mais originais do futebol, pois, ao escolher originalmente as cores da bandeira da Itália, teve que trocar o branco pelo preto para evitar problemas durante a 2ª Guerra, quando o país europeu se tornou inimigo do Brasil (como lembrou Celso Unzelte nessa homenagem aqui). Aliás, Unzelte cantou o Hino do CAT, gravado em ritmo de forró e já lembrado pelo Glauco em um post.

Fúlvio Zupani (ao centro) e secretário Julio Santos (à direita)
Enfim, vamos torcer para que o CAT, pelo menos, possa ressurgir das cinzas. O clube viveu seu momento de glória entre 1982 e 1984, quando foi campeão da antiga Segunda Divisão do Paulistão e disputou a elite por dois anos. Tinha jogadores como o zagueiro Estevam Soares e o ponta-esquerda Edivaldo (já falecido, ex-Atlético-MG, São Paulo e seleção brasileira). Eu era garoto e, naqueles dois anos, entrava em campo com o time, em jogos contra Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Cruzeiro. Meu pai, Chico Palhares, foi quem idealizou e projetou o estádio Taquarão, em uma cratera onde a Prefeitura retirava terra para obras. Há exatos 30 anos, portanto, o CAT completava 41 anos em plena Primeira Divisão do Campeonato Paulista, fazendo bonito. Outro dia descobri, folheando o Almanaque do São Paulo que Alexandre da Costa publicou pela Abril em 2005, que o primeiro jogo do atacante Muller pelo Tricolor do Morumbi, como profissional, ocorreu justamente no Taquarão, pelo Paulistão de 1984. Que momentos como esse voltem a acontecer por lá, um dia! Vai, CAT!

quarta-feira, março 16, 2011

Se gritar 'pega ladrão'...

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O arranca-rabo aconteceu numa manhã de domingo, no estádio Adail Nunes da Silva, o Taquarão, em Taquaritinga (SP). Disputa entre CAT e Francana pela série A-2 do Paulistão (segunda divisão). Lembro que a cena do policial abrindo e/ou segurando o portão no alambrado, enquanto os torcedores invadiam o gramado, foi mostrada com alarde no programa Fantástico, da TV Globo. Enfim, "coisas" lá da terrinha...

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Domingos eterno!

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Ontem pela manhã, durante o clássico lusitano entre Portuguesa e Portuguesa Santista, jogo-treino disputado em Mogi das Cruzes, o zagueiro Domingos (ex-Santos e agora no time do Canindé) deu uma entrada violenta no centroavante Caconde (ex-Clube Atlético Taquaritinga e agora no time praiano), provocando um tremendo quebra-pau, que encerrou o "amistoso" ainda no primeiro tempo. Questionado sobre o pugilato, Domingos esquivou-se: "Quero paz em 2010". Imagine se quisesse guerra...

Domingos (à esquerda), em pose de pugilismo, parte pra cima de Caconde

quinta-feira, outubro 08, 2009

É campeão! É campeão!

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Calma, palmeirenses! Ninguém ganhou nada (ainda)! O título do post refere-se ao hino do glorioso Clube Atlético Taquaritinga (CAT), citado este ano pelo não menos glorioso presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Talvez por isso (ou não), decidiram homenagear o Leão da Alta Araraquarense, pintando seu distintivo em um dos setores do estádio Morumbi. Os amigos Chico Rodrigues(corintiano) e Zé Luís Mirabelli (sãopaulino), taquaritinguenses como eu, estiveram ontem no camarote vip da Motorola e se surpreenderam com a modesta homenagem - algo mais interessante que o horrendo empate do time da casa com o Coritiba, por 2 a 2. Abaixo, Chico aponta a prova do crime.


Ah, e como bom corintiano, Chico atenta para a capa da revista que distribuíram para os sãopaulinos, algo, para ele, no mínimo suspeito:

segunda-feira, abril 27, 2009

O guarda, o cachorro e a jogada ensaiada

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Forçado a fazer uma visita rápida a Taquaritinga no fim de semana, para o tratamento de canal de um dente (o valor, somado às passagens de ônibus, saiu por menos de um terço do que tentaram me cobrar na capital), me aventurei em mais uma partida da Série A-2 do Campeonato Paulista. No sábado à noite, o CAT (Clube Atlético Taquaritinga) recebeu, no estádio Taquarão, o Atlético Monte Azul, sensação do campeonato. Resultado óbvio: 3 a 0 para os visitantes, que se classificaram para essa fase final em primeiro lugar (o CAT foi o oitavo). Bem montado, o Monte Azul passeou em campo e deu a impressão de que, se quisesse, poderia ter ganho por 5 ou 6 gols.

Já o Taquaritinga, protagonista de um vergonhoso episódio de atraso de salários, é um time desarticulado, sem laterais, sem meio campistas e com o centroavante jogando isolado na bandeira de escanteio. Seu técnico foi demitido às vésperas do jogo - dizem que um diretor do Monte Azul alertou que ele estava tentando vender o resultado. E o novo treinador veio da Ferroviária, que caiu para a Série A-3 (muito animador esse detalhe). O primeiro chute do CAT no gol adversário ocorreu aos 30 minutos do segundo tempo. O responsável foi o atacante Caconde, que havia acabado de entrar. A torcida o chama carinhosamente de "Caca" - daí, dá pra ter uma ideia da situação... Aliás, o melhor de ir ao estádio assistir esses "jogos perdidos" é ouvir as pérolas sonoras que a arquibancada atira aos porcos. Dois corneteiros me chamaram a atenção pela criatividade: o Mané Biela, que exerce a promissora profissão de amendoinzeiro (em bom taquaritinguês, pronuncia-se "minduinzêro"), e o manguaça oficial Zé Bundinha:

- Isso aí não foi falta, não! Os jogador (sic) do CAT tão caindo é de fome!

- Olha lá, jogada ensaiada: quando o CAT bater o escanteio, é só o guarda soltar o cachorro no pescoço do goleiro do Monte Azul!

- Ainda bem que o alambrado fica longe do campo, senão a gente não ia aguentar o bafo de pinga dos jogador (sic) do CAT!


Ps.: Falando em mé, ouvi o seguinte diálogo no metrô, em meu regresso à paulicéia desvairada:

- Ô, Regina, quem era aquela moça que chegou no final do almoço? Como fala, hein!

- A Gilda? Putaquipariu! De cada dez coisas que ela fala, oito são cachaça!

- É mesmo, só fala em cachaça. Ela é legal!

segunda-feira, abril 13, 2009

Vai uma escolta aí?

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Como bom brasileiro, resolvi não desistir. Depois de acompanhar o jogo do Clube Atlético Taquaritinga (CAT) contra o Juventus, na Mooca, dia 4, gastei a manhã do Domingo de Páscoa em novo compromisso da Série A-2 do Campeonato Paulista. Precisando de apenas três pontos para garantir vaga entre os oito finalistas do torneio, o CAT recebeu no estádio Taquarão o União São João de Araras - adversário que, por já estar classificado, entrou em campo com seis reservas. O primeiro tempo foi medonho, mas o pior estava guardado para a etapa final.

Favorecendo descaradamente o time da casa, o juiz expulsou dois jogadores do União São João. Mas nada disso conseguiu compensar a ruindade dos anfitriões: sem marcação, o time de Araras abriu o placar num contra-ataque e só não não ampliou porque o árbitro camarada deixou de marcar um pênalti. Aos trancos e barrancos, o CAT chegou ao empate, mas tomou um inacreditável gol de falta logo em seguida. No sufoco, o Taquaritinga ainda empatou novamente, dando números finais ao (injusto) placar: 2 a 2. Excluído do G-8 com esse empate, o CAT tentará a sorte contra o Rio Preto, fora de casa. Mau presságio, pois, em campos adversários, perdeu os dois últimos jogos, contra Juventus e São Bernardo.

A torcida cateana, revoltada com o resultado pelo fato de o time ter jogado quase metade da partida com dois a mais, foi ao alambrado xingar os jogadores na entrada dos vestiários. Houve bate-boca e princípio de briga, a polícia precisou intervir. Nisso, meu cunhado, o santista e oftalmologista Beis, que atuou como médico do União São João na partida, também se dirigia aos vestiários. Foi então que seu genro, o sãopaulino Dô (que lhe daria carona), chegou no alambrado e gritou: "Beis, eu te pego lá fora!". Pensando que aquilo era uma ameaça, um policial chegou para o meu cunhado e disse: "Ô, doutor, se quiser, a gente providencia uma escolta!".

quinta-feira, abril 09, 2009

Dale-ô, dale-ô, dale-ô, Juventus!

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No setor de visitantes: Tuty Renzo, Chico, Marcão Palhares e Taroba

Como estava aguardando as fotos, registro só agora a prova do "crime", ou melhor, da "expedição" que muitos taquaritinguenses desterrados em São Paulo fizeram ao estádio da Rua Javari, bairro da Mooca, no último sábado. Mais do que o futebol, a ocasião serviu de encontro e união da "colônia", com figuras como João Palomino, da ESPN Brasil. O Juventus, que ainda está na zona de rebaixamento da Série A-2, venceu o Clube Atlético Taquaritinga (CAT), que permaneceu entre os oito classificados para a fase final, por 2 a 1. Assim que chegamos, com o jogo já em andamento, o Moleque Travesso abriu o placar, com Jordan (foto à direita). Aliás, para chegarmos até o setor de visitantes, tivemos que passar por trás desse gol, no meio da torcida juventina. Houve provocação, mas tudo no bom humor.

Só então pude contemplar o campo onde Pelé marcou o gol que considera como mais bonito, há exatamente 50 anos: tirando pequenas reformas, o visual é o mesmo daquela época, com o setor coberto sustentado por colunas, destinado à torcida da casa, e o alambrado praticamente no gramado. Sente-se o cheiro de grama e os jogadores passam a meio metro do torcedor - o que permite imaginar que, nos áureos tempos, devia ser realmente difícil derrotar o Juventus ali. Mas não passaram nem dez minutos e o CAT empatou, com Carlos Henrique. Em pé, no alambrado, provocamos os juventinos aos berros cruéis de "Ão-ão-ão/ Terceira divisão!".

Na segunda etapa, fui até a cabine de imprensa, cumprimentar os radialistas de Taquaritinga, e foi lá que encontrei o Palomino, que levava seu filho João Vítor pela primeira vez a um estádio. "Um empatezinho aqui já tava bom demais", me soprou o jornalista conterrâneo. Não deu: minutos depois, Dewide fez o gol da vitória para o Juventus. O barulho que a pequena torcida organizada do nosso adversário fazia atrás daquela meta, a mesma onde Pelé fez o gol antológico em 1959, me levou a crer que atrapalhou tanto o goleiro do Juventus, no gol que sofreu no primeiro tempo, quanto o do CAT, no final do jogo. Gritavam, sem parar: "Dale-ô, dale-ô, dale-ô, Juventus!".

Conformados com o resultado e surpresos com a hospitalidade dos juventinos, fomos (lógico) aos bares folclóricos de uma esquina atrás do estádio. Lá, encontramos diretores do clube, ex-jogadores, fotos, flâmulas e trófeus. Um dos ex-atletas que cumprimentei foi Buzzoni (à esquerda), ex-Juventus, Portuguesa e Palmeiras. Apesar da derrota do CAT e da qualidade sofrível dos jogos da Série A-2, conhecemos um local mítico e aconchegante para todos que gostam de futebol. Recomendamos. E voltaremos.



segunda-feira, março 16, 2009

Lembrança indelével

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Durante coletiva em Brasília, na sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou menosprezar o Manchester City, dos brasileiros Robinho e Elano, com uma comparação inusitada:

- Agora [o jogador brasileiro] não está mais indo para a Itália, para a Espanha. O pessoal está indo para a Sibéria. (...) Hoje tem jogador da seleção, como o Robinho, jogando num time equivalente a um time pequeno, a um Volta Redonda, a um Taquaritinga.

(Veja íntegra aqui)

Sem querer, o presidente acabou fazendo um grande elogio ao modesto Clube Atlético Taquaritinga, ou CAT, que disputa a Série A-2 do Campeonato Paulista (competição em que levantou o título em 1982 e 1992). Já o Manchester City ganhou duas vezes o Campeonato Inglês, em 1937 e 1968.

Mas a memória de Lula para o Taquaritinga, entre milhares de times pequenos que povoam o país, tem uma explicação. Em 1983, primeiro ano em que o CAT disputou a elite do Paulistão, houve o chamado "jogo dos campeões". Em 10 de julho daquele ano, no estádio Taquarão, o CAT (campeão da 2ª Divisão em 1982) recebeu o Corinthians (campeão da 1ª no ano anterior). A expectativa era de goleada do alvinegro paulistano, que tinha Sócrates, Casagrande, Vladimir, Zenon, Ataliba, Biro Biro e Leão - e seria bicampeão paulista no fim da temporada.

Só que o Taquaritinga venceu por 2 a 0, naquela que foi considerada uma das maiores zebras da loteria esportiva em todos os tempos. Os gols foram feitos por Edvaldo (que depois jogaria pela seleção brasileira e São Paulo) e por Carlinhos Maracanã (que também jogou no São Paulo). O resultado foi tão surpreendente que, 25 anos depois, o corintiano Lula ainda lembra o nome daquele time do interior paulista. E o homenageia involuntariamente, comparando-o ao clube atual de Robinho e Elano.

(Texto reproduzido aqui)

segunda-feira, março 09, 2009

Pra compensar minha ruindade

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Todo mundo aqui, um dia, já sonhou em ser jogador de futebol - ou, pelo menos, disputou suas peladas pela vida afora. Eu não tenho muito o que contar, sempre fui ruim da canela e doente do pé, mas também tentei jogar alguma coisa. Porém, nada tão sério quanto dois primos de Araraquara (SP) que foram profissionais na década de 1970 ou, agora, minha sobrinha Lívia, que foi convidada a fazer um teste no Santos FC (na foto, ela aparece com Kleiton Lima, técnico da equipe feminina do Peixe). Volante defensiva, Lívia tem 17 anos, estuda Educação Física e joga no time da Universidade Santa Cecília, de Marcelo Teixeira.

Mas, apesar de passar vergonha com a minha ruindade, a família já produziu outros boleiros. Nos tempos de exército, meu pai, Chico Palhares, tirava um troco no Independente e no C.A.P., ambos de Pirassununga (SP). Meu avô Chiquito, pai dele, recebia dinheiro, no amadorismo, para atuar pelo Rio Branco de Ibitinga (SP). Um de seus cunhados, João Gonçalves, chegou a treinar pelo Fluminense do Rio de Janeiro (mas tomou um porre no dia da estreia, pulou numa fonte pública e foi dispensado). Também para o Fluminense iria o irmão mais velho do meu pai, Luís, que desistiu por problemas financeiros. Mas foi esse tio que gerou os únicos jogadores profissionais, até hoje, da família: Ademir (Mimi), que jogou pela Ferroviária e Paulista de Jundiaí, entre outros, e Antonio (Tonho), que também jogou pela Ferroviária, pelo Taquaritinga e vários clubes. Fuçando pela internet, encontrei fotos da equipe de Araraquara com esses meus primos:

Ferroviária, 1975 - Em pé: Sérgio Bergantin, Maurício, Helinho, Ticão, Mauro Pastor e Zé CArlos; Agachados: Freitas, Amauri, Reinaldo, Tonho Palhares e Wágner Martins

Ferroviária, 1977 - Em pé: Sérgio Miranda, Marinho, Samuel, Carlos, Wilson Carrasco e Sérgio Bergantim; Agachados: Tatinho, João Beijoca, Tite, Mimi Palhares e Zé Roberto

Até onde eu sei, os dois eram meio-campistas, clássicos camisas 10. Por isso, não sei se chegaram a jogar juntos. Meu pai viu muitos jogos deles na cidade de São Paulo, em praticamente todos os estádios. Depois do futebol, Mimi fez carreira como policial (por onde se aposentou) e cursou engenharia, profissão que ainda exerce, lá em Araraquara. Tonho formou-se químico e aposentou-se pela Citrosuco, de Matão (SP), onde reside.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Entra na lista?

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Pesquisando fotos antigas do Clube Atlético Taquaritinga (CAT), acabei tropeçando na ficha de uma partida que poderia ter entrado no ranking que o Glauco e o Olavo fizeram outro dia para o site Impedimento. Trata-se de uma derrota do Santos por 4 a 0 para o América, em São José do Rio Preto (SP), no Paulistão de 1980. E o herói do jogo foi o ponta-esquerda Mazzola, autor dos dois últimos gols. Seis anos depois, ele jogaria no Taquaritinga (foto acima), pela Divisão Intermediária do Paulista, a segunda divisão da época ou Série A-2 de hoje. Vítima de uma operação malsucedida no joelho direito, o ponta-esquerda encerraria a carreira precocemente no Corinthians de Presidente Prudente, aos 30 anos, em 1988.

Quem recuperou a goleada do América contra o Santos foi Edwellington Villa, da coluna Flash Bola, no Diário da Região de Rio Preto. Ele traçou um perfil de Mazzola, que, na foto à direita, exibe a camisa que vestiu na partida histórica. Conterrâneo do craque Neto, que brilhou principalmente no Corinthians e hoje é comentarista, o ex-ponta-esquerda nasceu em Santo Antônio de Posse, na região de Campinas, há 50 anos. Tentou a sorte no Mogi Mirim e no Botafogo de Ribeirão Preto antes de profissionalizar-se no América, em 1979. Também jogou pelo Bandeirante de Birigui e Ituano.

Mas foi em 1980 a consagração de Mazzola, com grandes atuações tanto no Paulistão quanto na Taça de Prata do Brasileiro (equivalente à Série B), quando o América subiu para a Taça de Ouro. Uma das melhores partidas do ponta-esquerda na campanha do acesso foi a goleada por 6 a 2 sobre o Figueirense. Mas a vitória épica foi mesmo contra o Santos, que terminaria como vice-campeão paulista. Um detalhe curioso é que o técnico do América era Urubatão, e o do Santos, o ídolo Pepe - dois dos titulares do alvinegro praiano na conquista do bicampeonato paulista de 1955/ 1956.

FICHA TÉCNICA
América 4 x 0 Santos
Data: 1º/10/1980
Competição: Campeonato Paulista (2º turno)
Local: Estádio Mário Alves Mendonça (São José do Rio Preto-SP)
Juiz: Dulcídio Wanderley Boschillia
Gols: Marinho (1), Marinho (10), Mazzola (49) e Mazzola (54)
Expulsões: Gerson Andreotti, João Paulo e Neto
Renda: Cr$ 1.684.630,00
Público: 19.223 pagantes

América - Valô; Berto, Camilo, Jorge Lima e Ademir Gomes; Gerson Andreotti, Serginho Índio e Marcelo (Zé Cláudio); Marinho, Mazzola e Cândido. Técnico: Urubatão.

Santos - Marola; Nelsinho Baptista, Márcio Rossini, Neto e Washington; Miro (Toninho Vieira), Rubens Feijão e Pita; Nilton Batata (Claudinho), Campos e João Paulo. Técnico: Pepe.


América de Rio Preto (1980) - Em pé: Paulinho, Jorge Lima, Gerson Andreotti, Ailton Silva, Luiz Fernando Calori e Reginaldo; Agachados: Marinho, Rotta, Luis Fernando Gaúcho, Serginho Índio e Mazzola

terça-feira, maio 13, 2008

Agora vai...

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Ike/Gazeta do Sul
Essa eu soube pela Tribuna de Taquaritinga: Letícia Galvão Bueno (foto), da W1 Stock Car, e filha do locutor Galvão Bueno, pode assumir o CAT (Clube Atlético Taquaritinga) a partir de setembro. Ela integra o grupo liderado por Reinaldo Campelo, dono da FC 1 Eventos Esportivos (ex-presidente do Guaratinguetá, ex-diretor de esportes da TV Bandeirantes e ex-piloto de Stock Car), e o piloto de Stock Car Carlos Alves. A direção esportiva seria de Jarbas, irmão do ex-zagueiro palmeirense Luís Pereira. Nivaldo, ex-goleiro do CAT em 1980, seria o intermediário entre empresários e o clube do interior paulista. O grupo está negociando com o presidente do CAT, Bentinho Previdelli.

A proposta apresentada pelos empresários é de um contrato de cinco anos de parceria. Nessa história, o CAT entraria com o nome e a Prefeitura cederia o Estádio Taquarão (aquele que foi construído com 3 mil litros de pinga) para jogos do clube e possíveis eventos. A empresa parceira seria a responsável pelos gastos de contratação, alojamento, alimentação e viagens dos departamentos profissional e amador do clube. Na venda de um atleta, o clube ficaria com 30%, cabendo aos empresários os outros 70% da negociação. A proposta dos empresários foi apresentada no dia 7. A diretoria do CAT deve elaborar agora uma minuta de contrato para ser analisada pelo departamento jurídico dos empresários. Agora vai?

segunda-feira, dezembro 31, 2007

Um estádio feito com 3 mil litros de pinga

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Além de ser o cafundó onde nasci, Taquaritinga, no interior de São Paulo, é conhecida nacionalmente por ter levantado um estádio de futebol em tempo recorde, o chamado Taquarão (foto ao lado). Reza a lenda que a obra teria sido feita em 90 dias, entre fevereiro e maio de 1983, no início da gestão do prefeito Adail Nunes da Silva - que, depois de seu falecimento, daria nome ao campo de futebol.


Porém, o projetista do estádio, Francisco Palhares Filho (foto abaixo), revelou em 2007, no livro-reportagem "O Baú do Taquarão", trabalho do jovem Leandro Castro como conclusão do curso de Comunicação na Uniara (Araraquara-SP), que essa conversa de "90 dias" é pura demagogia política. O projeto do estádio no local foi sugerido por Palhares em meados de 1979 e a terraplanagem terminada em 1981. Naquele mesmo ano, o presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), Nabi Abi Chedid, lançou a pedra fundamental onde, mais tarde, seria o centro do gramado.

Quando o CAT (Clube Atlético Taquaritinga) ganhou o título da Segunda Divisão e o direito de disputar a elite do futebol paulista, em dezembro de 1982, as obras tiveram início de imediato, ainda no governo de Deolindo Dantas. Ou seja: o Taquarão com os primeiros 20 mil lugares (dos 32 mil que teria) prontos na sua inauguração, em 1º de maio de 1983, foi "finalizado" em cinco meses, o que também não deixa de ser uma façanha. Só que o crédito político tem de ser repartido, contradizendo a "versão oficial".

Mas Chico Palhares, como é conhecido, reservou ao Futepoca uma revelação ainda mais bombástica, que não consta no livro de Leandro Castro: cerca de 3 mil litros de pinga foram consumidos nas obras do estádio. Confira o papo:

Futepoca - De onde saiu tanta cachaça?
Chico Palhares - Havia uma usina de álcool combustível na cidade e lá também se produzia pinga. Na época, tinha uns seis tonéis de 15 mil litros cada, o que dá uns 90 mil litros de cachaça. Eu ia até lá e conseguia doações diárias para os pedreiros e serventes que trabalhavam na construção do Taquarão. Foi uma iniciativa pessoal, a Prefeitura não interferia. Eu trabalhava nas obras, era o projetista do estádio e sabia que o serviço era pesado, pelo curto prazo disponível (NR.: se o CAT não tivesse concluído a obra até maio, não teria disputado o Paulistão de 1983). Quis dar um "pagamento extra" aos trabalhadores, eles mereciam.

Futepoca - Quantos eram?
Palhares - Uns 80 no canteiro de obras, calculo. Eu tinha um galão plástico de 20 litros e fazia duas viagens, uma pela manhã e outra à tarde. Ou seja, dava 40 litros diariamente. Com dois "pagamentos", cada trabalhador bebia cerca de meio litro por dia (risos).

Futepoca - Isso durante quanto tempo?
Palhares - Durante uns três meses. Como o pessoal trabalhava de segunda à sexta-feira, dava uns 25 dias de expediente - e cerca de mil litros de cachaça - por mês (risos). No final, foram consumidos uns três mil litros de pinga! Realmente, nunca tinha parado para fazer essas contas. É outro recorde do Taquarão (risos).

Futepoca - Como era feito o "pagamento"?
Palhares - Quando eu chegava, o pessoal já corria até onde eu estava. Você via gente pulando do trator, largando ferramentas, vencendo barrancos, se atropelando (gargalhadas). Até gente idosa, como o velho Boyat, entrava na fila. Aquilo devia ter sido filmado...

Futepoca - Lembra o nome de outros "apreciadores"?
Palhares - Além de mim? (risos). Tinha o João Bagrinho, Laerte Gambá, Carlitão, Zé do Figo, Maestrinho, Zé Lôco, Chiquinho e muitos, muitos outros. Foram verdadeiros heróis - muitos deram volta olímpica no dia da inauguração do estádio, sendo aplaudidos pela torcida. Mas aquela distribuição de cachaça acabou sendo útil: tudo o que eu pedia, eles faziam na hora! (gargalhadas). Só não sei como eles se viraram depois que eu pedi demissão, por divergir da nova gestão na Prefeitura. Acho que a obra ficou mais lenta e o serviço, mais duro (risos).

quinta-feira, novembro 08, 2007

Assunto recorrente OU mais do mesmo

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Estive afastado da civilização por uns dias, em Taquaritinga (SP), motivo pelo qual não pude acessar o Futepoca. Além do mais, lá na pacata cidade da Alta Araraquarense, além de acompanhar o Clube Atlético Taquaritinga pelo rádio (último colocado na Copa Energil C!), quase nada me atraiu a atenção no cenário esportivo. Mas, para minha surpresa, descobri que, no domingo (4/11), a polêmica assistente Ana Paula de Oliveira (foto) estaria em Taquaritinga apitando as finais de um tal "Mini-Campo" no Clube Náutico. Depois, pra variar, participaria de um desfile. Não tive paciência de gastar tempo e dinheiro com isso - nem fiquei sabendo o resultado das partidas (decisão do 3º lugar e final). Mas, como a Ana Paula é assunto recorrente no Futepoca e o Nicolau apóia qualquer oportunidade de publicar foto de mulher pelada, deixo aqui o registro.

quinta-feira, agosto 16, 2007

Aquele que ninguém nunca ouviu falar

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Além de marcar o aniversário da cidadela paulista de Taquaritinga, terra do mundialmente famoso time de futebol CAT, 16 de agosto também é a data de falecimento de Elvis Presley, aquele que ninguém nunca ouviu falar. Pois então, hoje faz três décadas que o dito cujo foi comer capim (de Graceland) pela raiz. E é dia de júbilo para um bando de manguaças autodenominados “presleyterianos”, que fundaram a Primeira Igreja de Jesus Cristo Elvis, o Divino.
Os bebuns garantem que professam “a única religião que será importante nesse milênio” e estão reivindicando nos Estados Unidos um feriado nacional em homenagem ao rei obeso do rock. “A falta de um feriado para Elvis é uma desgraça nacional”, lamenta o cachaça Karl Edwards, co-fundador da igreja. “Quantos discos de ouro teve George Washington?”, questiona.
Para quem também segue essa religião e está em São Paulo, capital, uma dica é comparecer ao templo pagão Gardenburger, na Fradique Coutinho nº 390, Pinheiros, onde o elvismaníaco João deverá reprisar pela bilionésima vez os surrados VHS do falecido cantando em Las Vegas ou no Havaí. Se bobear, o X-Elvis até ressucita. Mas o lance é beber o morto!

Ps.: Outro pinguço que finou-se em 16 de agosto, há 33 anos, foi Canhoteiro, ídolo são-paulino dos anos 50. Curiosamente, morreu com a mesma idade que Elvis: 42 anos.