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Destaques
quarta-feira, abril 22, 2015
'Até que era bom!'
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segunda-feira, junho 03, 2013
'Um, dois, três: o Guariba é freguês!'
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Chico Palhares no estádio que idealizou e projetou para o CAT há mais de 30 anos |
terça-feira, março 19, 2013
71 anos, terra arrasada e possível ressurgimento
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Taquarão: aguardando ajuda da Prefeitura para disputa da Série B |
Fúlvio Zupani (ao centro) e secretário Julio Santos (à direita) |
sexta-feira, maio 27, 2011
Discípulos de Braguinha
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Na década de 1980, muitos dos garotos de Taquaritinga (SP), entre 7 e 17 anos, passaram por uma escolinha de futebol que, se não foi a única, com certeza foi a primeira da cidade. O professor era o ex-jogador Braguinha, que foi campeão paulista da 2ª Divisão pelo Clube Atlético Taquaritinga (CAT), em 1982, garantia de acesso à divisão de elite do estado, que disputaria nos dois anos seguintes. Na foto acima, do elenco campeão, Braguinha é o quarto da esquerda pra direita, sentado.
Nos primeiros tempos, a escolinha funcionou em um campinho anexo ao ginásio municipal. Depois, Braguinha comprou um terreno e contratou meu pai para nivelar e demarcar o campo. Foi assim que, aos 11 anos, ganhei bolsa integral para jogar lá, duas vezes por semana. Como já comentei algumas vezes neste blogue, sempre fui "doente do pé" pra futebol. Gordo, míope, desajeitado, sem habilidade, sem noção. Em resumo: grosso, mesmo. Como a única vantagem era ser alto, virei zagueiro. De muitos vexames, pauladas e algumas pequenas "glórias".
Convocado pra 'seleção'
Dessas "façanhas", lembro de duas. Toda semana Braguinha escolhia os 11 melhores garotos, entre as quatro ou cinco dezenas que lá jogavam, para compor a seleção que, no sábado, enfrentava o time mais forte da escolinha, de garotos na faixa de 14 a 15 anos. Ciente de minha ruindade, nunca sequer considerei a hipótese de ser selecionado. Mas fui! Teve uma semana que eu mandei muito bem na defesa, e até fui pro ataque, fiz um gol de cabeça numa cobrança de escanteio.
No sábado eu estava lá, com um uniforme especial da escolinha, reservado para essas partidas (que depois tive que levar pra casa pra lavar, passar e devolver). Foi um jogo debaixo de muita chuva, com o campo todo enlameado. Acho que perdemos, pois um bando de moleques de 11 ou 12 anos não podia competir com caras de 15 ou 16. Mas deve ter sido um placar apertado, vendemos caro a derrota e fomos elogiados pelo Braguinha. Melhor que isso: joguei bem e, na medida do possível, consegui desarmar um dos atacantes adversários algumas vezes. Lembro de chegar em casa coberto de lama, como o sobrevivente de uma guerra. Como um herói. Orgulhoso.
Outra pequena "glória" foi ter sido escolhido, depois disso, para representar a escolinha numa partida em uma cidade próxima, Catanduva. Dentro do ônibus, na estrada, nos sentíamos como jogadores profissionais, viajando para enfrentar mais uma partida decisiva. Doce ilusão: apanhamos de 4 a 0, ou coisa parecida, de uns moleques baixinhos que driblavam e tocavam a bola de forma alucinada. Mas valeu a aventura. Ontem, fuçando coisas velhas, encontrei minha carteira da escolinha (reprodução acima). Não faço ideia do destino de Braguinha, mas guardarei sempre na lembrança, graças a ele, aqueles dias de "boleiro" mirim.
Ou, como diria Chico Buarque, "ah, que saudades que eu tenho dos meus 12 anos, que saudade ingrata!".
sexta-feira, abril 01, 2011
Para consumo próprio
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Publicado pelo blogue daquele careca mala:
Talvez o prefeito seja convidado para se filiar ao Partido Verde...
quarta-feira, março 16, 2011
Se gritar 'pega ladrão'...
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O arranca-rabo aconteceu numa manhã de domingo, no estádio Adail Nunes da Silva, o Taquarão, em Taquaritinga (SP). Disputa entre CAT e Francana pela série A-2 do Paulistão (segunda divisão). Lembro que a cena do policial abrindo e/ou segurando o portão no alambrado, enquanto os torcedores invadiam o gramado, foi mostrada com alarde no programa Fantástico, da TV Globo. Enfim, "coisas" lá da terrinha...
segunda-feira, março 14, 2011
Dose cavalar
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Outro dia citei aqui um tal de "Coice de mula", policial que matou um jornalista. Pois vejam a marca de cerveja que existiu no século passado em minha cidade natal:
quinta-feira, outubro 08, 2009
É campeão! É campeão!
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Calma, palmeirenses! Ninguém ganhou nada (ainda)! O título do post refere-se ao hino do glorioso Clube Atlético Taquaritinga (CAT), citado este ano pelo não menos glorioso presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Talvez por isso (ou não), decidiram homenagear o Leão da Alta Araraquarense, pintando seu distintivo em um dos setores do estádio Morumbi. Os amigos Chico Rodrigues(corintiano) e Zé Luís Mirabelli (sãopaulino), taquaritinguenses como eu, estiveram ontem no camarote vip da Motorola e se surpreenderam com a modesta homenagem - algo mais interessante que o horrendo empate do time da casa com o Coritiba, por 2 a 2. Abaixo, Chico aponta a prova do crime.
Ah, e como bom corintiano, Chico atenta para a capa da revista que distribuíram para os sãopaulinos, algo, para ele, no mínimo suspeito:
terça-feira, maio 26, 2009
Monte Azul e Rio Claro, novidades do Paulista 2009
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Aconteceu no fim de semana a quinta rodada dos quadrangulares semifinais da Série A2 Paulista. E com definições: dois times, Monte Azul e Rio Claro, podem comemorar seu acesso à elite do futebol bandeirante na próxima temporada.
Para o Monte Azul, a conquista é ainda especial, por representar a estreia do clube na primeirona do estado. Vale ressaltar que não se trata de um "time novo de empresários", como muitos clubes que têm proliferado nas primeiras divisões por aí. É um time fundado em 1920, ou seja, com muita história para contar. Já o Rio Claro disputou há poucos anos a Série A1.
Monte Azul e Rio Claro estavam na mesma chave do quadrangular, e despacharam os simpáticos Flamengo de Guarulhos e Taquaritinga.
No outro grupo, emoção garantida até a última rodada. O Rio Branco lidera com nove pontos, seguido por Sertãozinho, com sete, São José, com seis e União São João, com cinco. A rodada derradeira terá os duelos Rio Branco x São José e União São João x Sertãozinho. Ou seja: todos podem se classificar.
Após o término da fase inicial, os campeões de cada chave se enfrentam para decidir quem fica com a taça maior da A2. No ano passado, o campeão foi o Santo André, que acabaria, na mesma temporada, subindo à Série A do Campeonato Brasileiro.
Série A3
Na terceira divisão, o clima também é de definições. O campeonato também está na fase semifinal e tem regulamento similar ao da A2, com dois grupos de quatro equipes nos quais os dois primeiros de cada chave sobem de divisão. Osvaldo Cruz e Votoraty dominam o grupo 2 e tendem a subir; no grupo 3, a disputa está equilibradíssima, com Pão de Açúcar, Penapolense, XV de Piracicaba e Grêmio Osasco se mantendo praticamente iguais após quatro rodadas disputadas.
segunda-feira, abril 27, 2009
O guarda, o cachorro e a jogada ensaiada
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Forçado a fazer uma visita rápida a Taquaritinga no fim de semana, para o tratamento de canal de um dente (o valor, somado às passagens de ônibus, saiu por menos de um terço do que tentaram me cobrar na capital), me aventurei em mais uma partida da Série A-2 do Campeonato Paulista. No sábado à noite, o CAT (Clube Atlético Taquaritinga) recebeu, no estádio Taquarão, o Atlético Monte Azul, sensação do campeonato. Resultado óbvio: 3 a 0 para os visitantes, que se classificaram para essa fase final em primeiro lugar (o CAT foi o oitavo). Bem montado, o Monte Azul passeou em campo e deu a impressão de que, se quisesse, poderia ter ganho por 5 ou 6 gols.
Já o Taquaritinga, protagonista de um vergonhoso episódio de atraso de salários, é um time desarticulado, sem laterais, sem meio campistas e com o centroavante jogando isolado na bandeira de escanteio. Seu técnico foi demitido às vésperas do jogo - dizem que um diretor do Monte Azul alertou que ele estava tentando vender o resultado. E o novo treinador veio da Ferroviária, que caiu para a Série A-3 (muito animador esse detalhe). O primeiro chute do CAT no gol adversário ocorreu aos 30 minutos do segundo tempo. O responsável foi o atacante Caconde, que havia acabado de entrar. A torcida o chama carinhosamente de "Caca" - daí, dá pra ter uma ideia da situação... Aliás, o melhor de ir ao estádio assistir esses "jogos perdidos" é ouvir as pérolas sonoras que a arquibancada atira aos porcos. Dois corneteiros me chamaram a atenção pela criatividade: o Mané Biela, que exerce a promissora profissão de amendoinzeiro (em bom taquaritinguês, pronuncia-se "minduinzêro"), e o manguaça oficial Zé Bundinha:
- Isso aí não foi falta, não! Os jogador (sic) do CAT tão caindo é de fome!
- Olha lá, jogada ensaiada: quando o CAT bater o escanteio, é só o guarda soltar o cachorro no pescoço do goleiro do Monte Azul!
- Ainda bem que o alambrado fica longe do campo, senão a gente não ia aguentar o bafo de pinga dos jogador (sic) do CAT!
Ps.: Falando em mé, ouvi o seguinte diálogo no metrô, em meu regresso à paulicéia desvairada:
- Ô, Regina, quem era aquela moça que chegou no final do almoço? Como fala, hein!
- A Gilda? Putaquipariu! De cada dez coisas que ela fala, oito são cachaça!
- É mesmo, só fala em cachaça. Ela é legal!
segunda-feira, abril 13, 2009
Vai uma escolta aí?
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Como bom brasileiro, resolvi não desistir. Depois de acompanhar o jogo do Clube Atlético Taquaritinga (CAT) contra o Juventus, na Mooca, dia 4, gastei a manhã do Domingo de Páscoa em novo compromisso da Série A-2 do Campeonato Paulista. Precisando de apenas três pontos para garantir vaga entre os oito finalistas do torneio, o CAT recebeu no estádio Taquarão o União São João de Araras - adversário que, por já estar classificado, entrou em campo com seis reservas. O primeiro tempo foi medonho, mas o pior estava guardado para a etapa final.
Favorecendo descaradamente o time da casa, o juiz expulsou dois jogadores do União São João. Mas nada disso conseguiu compensar a ruindade dos anfitriões: sem marcação, o time de Araras abriu o placar num contra-ataque e só não não ampliou porque o árbitro camarada deixou de marcar um pênalti. Aos trancos e barrancos, o CAT chegou ao empate, mas tomou um inacreditável gol de falta logo em seguida. No sufoco, o Taquaritinga ainda empatou novamente, dando números finais ao (injusto) placar: 2 a 2. Excluído do G-8 com esse empate, o CAT tentará a sorte contra o Rio Preto, fora de casa. Mau presságio, pois, em campos adversários, perdeu os dois últimos jogos, contra Juventus e São Bernardo.
A torcida cateana, revoltada com o resultado pelo fato de o time ter jogado quase metade da partida com dois a mais, foi ao alambrado xingar os jogadores na entrada dos vestiários. Houve bate-boca e princípio de briga, a polícia precisou intervir. Nisso, meu cunhado, o santista e oftalmologista Beis, que atuou como médico do União São João na partida, também se dirigia aos vestiários. Foi então que seu genro, o sãopaulino Dô (que lhe daria carona), chegou no alambrado e gritou: "Beis, eu te pego lá fora!". Pensando que aquilo era uma ameaça, um policial chegou para o meu cunhado e disse: "Ô, doutor, se quiser, a gente providencia uma escolta!".
quinta-feira, abril 09, 2009
Dale-ô, dale-ô, dale-ô, Juventus!
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No setor de visitantes: Tuty Renzo, Chico, Marcão Palhares e Taroba
Como estava aguardando as fotos, registro só agora a prova do "crime", ou melhor, da "expedição" que muitos taquaritinguenses desterrados em São Paulo fizeram ao estádio da Rua Javari, bairro da Mooca, no último sábado. Mais do que o futebol, a ocasião serviu de encontro e união da "colônia", com figuras como João Palomino, da ESPN Brasil. O Juventus, que ainda está na zona de rebaixamento da Série A-2, venceu o Clube Atlético Taquaritinga (CAT), que permaneceu entre os oito classificados para a fase final, por 2 a 1. Assim que chegamos, com o jogo já em andamento, o Moleque Travesso abriu o placar, com Jordan (foto à direita). Aliás, para chegarmos até o setor de visitantes, tivemos que passar por trás desse gol, no meio da torcida juventina. Houve provocação, mas tudo no bom humor.
Só então pude contemplar o campo onde Pelé marcou o gol que considera como mais bonito, há exatamente 50 anos: tirando pequenas reformas, o visual é o mesmo daquela época, com o setor coberto sustentado por colunas, destinado à torcida da casa, e o alambrado praticamente no gramado. Sente-se o cheiro de grama e os jogadores passam a meio metro do torcedor - o que permite imaginar que, nos áureos tempos, devia ser realmente difícil derrotar o Juventus ali. Mas não passaram nem dez minutos e o CAT empatou, com Carlos Henrique. Em pé, no alambrado, provocamos os juventinos aos berros cruéis de "Ão-ão-ão/ Terceira divisão!".
Na segunda etapa, fui até a cabine de imprensa, cumprimentar os radialistas de Taquaritinga, e foi lá que encontrei o Palomino, que levava seu filho João Vítor pela primeira vez a um estádio. "Um empatezinho aqui já tava bom demais", me soprou o jornalista conterrâneo. Não deu: minutos depois, Dewide fez o gol da vitória para o Juventus. O barulho que a pequena torcida organizada do nosso adversário fazia atrás daquela meta, a mesma onde Pelé fez o gol antológico em 1959, me levou a crer que atrapalhou tanto o goleiro do Juventus, no gol que sofreu no primeiro tempo, quanto o do CAT, no final do jogo. Gritavam, sem parar: "Dale-ô, dale-ô, dale-ô, Juventus!".
Conformados com o resultado e surpresos com a hospitalidade dos juventinos, fomos (lógico) aos bares folclóricos de uma esquina atrás do estádio. Lá, encontramos diretores do clube, ex-jogadores, fotos, flâmulas e trófeus. Um dos ex-atletas que cumprimentei foi Buzzoni (à esquerda), ex-Juventus, Portuguesa e Palmeiras. Apesar da derrota do CAT e da qualidade sofrível dos jogos da Série A-2, conhecemos um local mítico e aconchegante para todos que gostam de futebol. Recomendamos. E voltaremos.
segunda-feira, março 16, 2009
Lembrança indelével
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Durante coletiva em Brasília, na sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou menosprezar o Manchester City, dos brasileiros Robinho e Elano, com uma comparação inusitada:
- Agora [o jogador brasileiro] não está mais indo para a Itália, para a Espanha. O pessoal está indo para a Sibéria. (...) Hoje tem jogador da seleção, como o Robinho, jogando num time equivalente a um time pequeno, a um Volta Redonda, a um Taquaritinga.
(Veja íntegra aqui)
Sem querer, o presidente acabou fazendo um grande elogio ao modesto Clube Atlético Taquaritinga, ou CAT, que disputa a Série A-2 do Campeonato Paulista (competição em que levantou o título em 1982 e 1992). Já o Manchester City ganhou duas vezes o Campeonato Inglês, em 1937 e 1968.
Mas a memória de Lula para o Taquaritinga, entre milhares de times pequenos que povoam o país, tem uma explicação. Em 1983, primeiro ano em que o CAT disputou a elite do Paulistão, houve o chamado "jogo dos campeões". Em 10 de julho daquele ano, no estádio Taquarão, o CAT (campeão da 2ª Divisão em 1982) recebeu o Corinthians (campeão da 1ª no ano anterior). A expectativa era de goleada do alvinegro paulistano, que tinha Sócrates, Casagrande, Vladimir, Zenon, Ataliba, Biro Biro e Leão - e seria bicampeão paulista no fim da temporada.
Só que o Taquaritinga venceu por 2 a 0, naquela que foi considerada uma das maiores zebras da loteria esportiva em todos os tempos. Os gols foram feitos por Edvaldo (que depois jogaria pela seleção brasileira e São Paulo) e por Carlinhos Maracanã (que também jogou no São Paulo). O resultado foi tão surpreendente que, 25 anos depois, o corintiano Lula ainda lembra o nome daquele time do interior paulista. E o homenageia involuntariamente, comparando-o ao clube atual de Robinho e Elano.
(Texto reproduzido aqui)
segunda-feira, março 09, 2009
Pra compensar minha ruindade
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Todo mundo aqui, um dia, já sonhou em ser jogador de futebol - ou, pelo menos, disputou suas peladas pela vida afora. Eu não tenho muito o que contar, sempre fui ruim da canela e doente do pé, mas também tentei jogar alguma coisa. Porém, nada tão sério quanto dois primos de Araraquara (SP) que foram profissionais na década de 1970 ou, agora, minha sobrinha Lívia, que foi convidada a fazer um teste no Santos FC (na foto, ela aparece com Kleiton Lima, técnico da equipe feminina do Peixe). Volante defensiva, Lívia tem 17 anos, estuda Educação Física e joga no time da Universidade Santa Cecília, de Marcelo Teixeira.
Mas, apesar de passar vergonha com a minha ruindade, a família já produziu outros boleiros. Nos tempos de exército, meu pai, Chico Palhares, tirava um troco no Independente e no C.A.P., ambos de Pirassununga (SP). Meu avô Chiquito, pai dele, recebia dinheiro, no amadorismo, para atuar pelo Rio Branco de Ibitinga (SP). Um de seus cunhados, João Gonçalves, chegou a treinar pelo Fluminense do Rio de Janeiro (mas tomou um porre no dia da estreia, pulou numa fonte pública e foi dispensado). Também para o Fluminense iria o irmão mais velho do meu pai, Luís, que desistiu por problemas financeiros. Mas foi esse tio que gerou os únicos jogadores profissionais, até hoje, da família: Ademir (Mimi), que jogou pela Ferroviária e Paulista de Jundiaí, entre outros, e Antonio (Tonho), que também jogou pela Ferroviária, pelo Taquaritinga e vários clubes. Fuçando pela internet, encontrei fotos da equipe de Araraquara com esses meus primos:
Ferroviária, 1975 - Em pé: Sérgio Bergantin, Maurício, Helinho, Ticão, Mauro Pastor e Zé CArlos; Agachados: Freitas, Amauri, Reinaldo, Tonho Palhares e Wágner Martins
Ferroviária, 1977 - Em pé: Sérgio Miranda, Marinho, Samuel, Carlos, Wilson Carrasco e Sérgio Bergantim; Agachados: Tatinho, João Beijoca, Tite, Mimi Palhares e Zé Roberto
Até onde eu sei, os dois eram meio-campistas, clássicos camisas 10. Por isso, não sei se chegaram a jogar juntos. Meu pai viu muitos jogos deles na cidade de São Paulo, em praticamente todos os estádios. Depois do futebol, Mimi fez carreira como policial (por onde se aposentou) e cursou engenharia, profissão que ainda exerce, lá em Araraquara. Tonho formou-se químico e aposentou-se pela Citrosuco, de Matão (SP), onde reside.
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
Perdendo a freguesia
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Sexta-feira de Carnaval, nove e meia da manhã. Na calçada de esquina, em frente ao bar, dois foliões cozidos de cachaça dormem um sono de morte. O dono do estabalecimento chega, abre as portas e, com uma vassoura, vai cutucar os inoportunos.
- Pô! Isso é hora de abrir o bar? Muito cedo!, reage, indignado, o primeiro manguaça.
- Ó, é isso aí! Muito cedo! E tem mais: amanhã eu juro que vou procurar outro bar pra dormir!, ameaça, com cara feia, o segundo pingaiada...
quarta-feira, fevereiro 18, 2009
Entra na lista?
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Pesquisando fotos antigas do Clube Atlético Taquaritinga (CAT), acabei tropeçando na ficha de uma partida que poderia ter entrado no ranking que o Glauco e o Olavo fizeram outro dia para o site Impedimento. Trata-se de uma derrota do Santos por 4 a 0 para o América, em São José do Rio Preto (SP), no Paulistão de 1980. E o herói do jogo foi o ponta-esquerda Mazzola, autor dos dois últimos gols. Seis anos depois, ele jogaria no Taquaritinga (foto acima), pela Divisão Intermediária do Paulista, a segunda divisão da época ou Série A-2 de hoje. Vítima de uma operação malsucedida no joelho direito, o ponta-esquerda encerraria a carreira precocemente no Corinthians de Presidente Prudente, aos 30 anos, em 1988.
Quem recuperou a goleada do América contra o Santos foi Edwellington Villa, da coluna Flash Bola, no Diário da Região de Rio Preto. Ele traçou um perfil de Mazzola, que, na foto à direita, exibe a camisa que vestiu na partida histórica. Conterrâneo do craque Neto, que brilhou principalmente no Corinthians e hoje é comentarista, o ex-ponta-esquerda nasceu em Santo Antônio de Posse, na região de Campinas, há 50 anos. Tentou a sorte no Mogi Mirim e no Botafogo de Ribeirão Preto antes de profissionalizar-se no América, em 1979. Também jogou pelo Bandeirante de Birigui e Ituano.
Mas foi em 1980 a consagração de Mazzola, com grandes atuações tanto no Paulistão quanto na Taça de Prata do Brasileiro (equivalente à Série B), quando o América subiu para a Taça de Ouro. Uma das melhores partidas do ponta-esquerda na campanha do acesso foi a goleada por 6 a 2 sobre o Figueirense. Mas a vitória épica foi mesmo contra o Santos, que terminaria como vice-campeão paulista. Um detalhe curioso é que o técnico do América era Urubatão, e o do Santos, o ídolo Pepe - dois dos titulares do alvinegro praiano na conquista do bicampeonato paulista de 1955/ 1956.
FICHA TÉCNICA
América 4 x 0 Santos
Data: 1º/10/1980
Competição: Campeonato Paulista (2º turno)
Local: Estádio Mário Alves Mendonça (São José do Rio Preto-SP)
Juiz: Dulcídio Wanderley Boschillia
Gols: Marinho (1), Marinho (10), Mazzola (49) e Mazzola (54)
Expulsões: Gerson Andreotti, João Paulo e Neto
Renda: Cr$ 1.684.630,00
Público: 19.223 pagantes
América - Valô; Berto, Camilo, Jorge Lima e Ademir Gomes; Gerson Andreotti, Serginho Índio e Marcelo (Zé Cláudio); Marinho, Mazzola e Cândido. Técnico: Urubatão.
Santos - Marola; Nelsinho Baptista, Márcio Rossini, Neto e Washington; Miro (Toninho Vieira), Rubens Feijão e Pita; Nilton Batata (Claudinho), Campos e João Paulo. Técnico: Pepe.
América de Rio Preto (1980) - Em pé: Paulinho, Jorge Lima, Gerson Andreotti, Ailton Silva, Luiz Fernando Calori e Reginaldo; Agachados: Marinho, Rotta, Luis Fernando Gaúcho, Serginho Índio e Mazzola
segunda-feira, fevereiro 16, 2009
Um dia sem fim
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Foi num 16 de fevereiro, mas não como agora. Era terça-feira de Carnaval. Eu estava fazendo embaixadas com uma bola de tênis, logo depois do almoço. Ouvindo algum LP no aparelho de som, mas já não sei qual. Só me lembro que o telefone tocou, eu atendi. Uma voz aflita, de mulher, pediu para eu chamar minha mãe com urgência. Minha mãe, naquele horário, descansava rezando seu rosário. Voltei para a outra sala e desliguei o som. Fiquei aguardando alguma coisa terrível, pois a aflição de minha mãe, no telefone, me pareceu pior do que a da pessoa que estava do outro lado da linha.
E o terrível aconteceu: "-Marcos, seu tio Estevam não voltou pra casa essa noite e acabaram de encontrar o carro dele dentro de uma lagoa, em outra cidade. Eu estou indo ficar com a sua tia. Avise seu pai". E saiu, desesperada, para socorrer a irmã mais nova. Fiquei ali, parado, sabendo que tinha ouvido uma versão amenizada. Minha mãe não sabe mentir. Havia um contexto perigoso. Meu tio, ex-presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga, terminava seu mandato como vereador. E vinha fazendo algumas denúncias muito graves pelo microfone de uma rádio local.
Mas, para mim, ele era acima de tudo o meu padrinho, que sempre se portou como um tipo de "segundo pai", conversando comigo e me aconselhando. Principalmente ali, quando estava com meus 13 ou 14 anos. Por isso, temi pelo pior. E ele veio, quando meu pai apareceu, chorando: "-Mataram teu tio!". A partir dali, vivi uma espécie de paralisia sentimental. Não conseguia chorar, não conseguia pensar na vítima de tal brutalidade como sendo o meu tio, o meu padrinho. Fiquei nesse torpor durante horas, o resto do dia.
Um dia cinzento, chuvoso, feio. Tive que ir para a casa de uma das minhas irmãs enquanto meus pais tentavam colaborar de alguma forma naquele caos familiar. Fiquei lá naquela casa, numa varanda, olhando o vazio. Sem pensar em nada, sem sentir nada. Meu pai retornou à noite e me perguntou se eu queria ir ao velório. Sonâmbulo, desatento e sem vontade própria, assenti com a cabeça. Nada me importava, aquilo só podia mesmo ser um sonho. Um pesadelo do qual, com certeza, eu acordaria. Quem dera...
No local, a cidade inteira se espremia para se despedir do vereador. Aos empurrões, cheguei à beira do caixão. Ainda hoje não suporto a mistura enjoativa do cheiro de vela com flores. Olhei para o meu tio. Um corte suturado com pontos assinalava o local onde a bala entrou, no rosto. Minha tia me puxou e disse: "-Olha o que fizeram com ele!". Só então notei a presença dos meus primos, em choque. Na hora, senti tudo o que estava acontecendo. A ficha caiu, o choro explodiu. Não me lembro como saí dali. Na verdade, penso, às vezes, que nunca saí daquela situação.
Porque ela volta todos os dias 16 de fevereiro. Como hoje. E sempre voltará, com certeza, até o final dos meus dias.
sexta-feira, janeiro 09, 2009
O encontro das fotos com o fotógrafo em um bar
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Domingo de calor em Taquaritinga, interior de São Paulo, e o amigo Taroba me chamou pra tomar um "sorvete" (três bolas de chocolate e duas doses de vodka) no mítico Bar do Tadao. Chegando lá, um rapaz mostrava com todo o cuidado, para um grupo muito compenetrado de 10 a 12 pessoas, algumas fotografias em papel, coisa rara em tempos de maquininhas digitais. Percebi que eram imagens de algum show de rock, mas, como já não conheço quase ninguém na cidade em que nasci, não quis me intrometer. Só que o Taroba já voltava com os "sorvetes" e cumprimentou o dono das fotos: "- E aí, Miau, beleza?". E acrescentou, para meu espanto: "-Ah, você está com aquelas dos Ramones aí? Pois esse aqui é o Marcão, foi ele quem fez as fotos!". Todos olharam estupefatos para a minha cara. Era verdade. Duas dessas fotos: o guitarrista Johnny Ramone (acima) e o baixista C-Jay (abaixo).
Bom, pra resumir: o Miau se chama Gustavo, é professor de Filosofia, fanático pela banda dos falecidos Joey, Dee Dee e Johnny Ramone mas, infelizmente, não tinha idade, na época, para ter ido a um show deles. Então lhe contei a história das imagens, que ele guarda como relíquias (as cópias eram do Taroba, que o presenteou). Essas fotos eu fiz no último show dos Ramones no Brasil, em março de 1996, para o jornal Tribuna de Indaiá, de Indaiatuba (SP). Foi uma gambiarra só: eu era editor de Esportes (nada a ver) e um amigo que trabalhava em Campinas tinha o esquema para tirar credenciais de fotógrafo mas não podia ir. Eu pedi a câmera para o meu jornal e paguei a passagem do bolso, numa excursão de um fã-clube local. A concentração foi num bar e a viagem, ida e volta, uma bebedeira (e fumaceira) daquelas.
Já no interior do Olympia, em São Paulo, eu e outros fotógrafos ficamos espremidos em 1 metro de corredor entre o palco e a grade isolante dos malucos da platéia, que nos socavam e cuspiam. O esquema era cruel: só podíamos fotografar até a quinta música - o que, em termos de Ramones, daria no máximo 10 minutos. Era proibido usar flashes e os holofotes piscavam ao ritmo das pancadas de Marky na bateria. Ninguém tinha máquina digital e, por isso, cada clicada era um mistério. Se o disparo ocorresse no milésimo de segundo em que a luz se apagava, não sairia nada. Esse foi o motivo de eu ter clicado 36 vezes e aproveitado só umas 10 fotos.
Ao contar isso para o Miau e outras pessoas que hoje têm menos de 25 anos, nunca me senti tão dinossauro (rsrs). Nem tentei explicar como fizemos para revelar os fotolitos, riscar a diagramação, colar os past ups... Tratamento de imagem? Nem em sonho! Buenas, mas chega de velharia. Só registro aqui mais uma das inúmeras situações insólitas que o bar, esse mito, sempre me proporciona. Hey ho, let's go! E manda mais um "sorvete", Tadao!
Outras duas: os malditos holofotes piscando sobre o baterista Marky (à esquerda) e outro deles ofuscando o rosto do finado Joey Ramone (à direita). Quase impossível manter o foco com os empurrões da malucada
sábado, junho 21, 2008
Cadê a bola? Cadê, cadê?
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"Exuberante o futebol/Da Portuguesa faça chuva ou faça sol". Cantarolava os lindos versos do hino da Portuguesa Santista, a mais Briosa de Ulrico Mursa, no fim do expediente da sexta-feira. Ao ouvir o trecho da música, Carminha, a Eminência Parda deste blogue, riu e fez cara de descrédito em relação à existência de tais palavras concatenadas de forma poética, engendradas em uma melodia cativante.
Para provar a existência dos versos, procurei na internet o hino. Achei o sensacional site Hinos de Futebol Podcasts e lá estava o hino da Briosa. Obviamente, é inevitável continuar a fuçar mais canções brilhantes dos times de futebol, como o conterrâneo da Lusinha, o Jabaquara, que tem em seus versos um dos piores cacófatos da história dos hinos: "Jabuca, Jabuca goooool".
Há outras pérolas da poesia nacional, como se vê no hino do São Bento, "Gol sorocabano, vai ganhando Azulão.../Gente de tutano tricotando o balão...". E quem quiser pode escutar o pra lá de animado hino do Taquaritinga, o portentoso CAT do Marcão, que tem versos como "Com as palavras se escreve sua história/ E com jogos muitas glórias/Que alegraram a multidão". O conceito de "multidão" na letra certamente é bastante elástico.
Mas uma indicação do Olavo mostrou aquele que deve ser o hino mais sensacional do futebol brasileiro. Trata-se da música que saúda o Goiânia Esporte Clube. O áudio evidencia o cuidado com o arranjo, um galo que carcareja de quando em quando na gravação, o órgão que fica entre a música de igreja e a Jovem Guarda, e o refrão que tem um tom quase de anúncio publicitário. A letra abaixo demonstra o primor e originalidade:
O galo carijó é professor.
O galo carijó é brigador.
O galo quando entra no rebolo
pega a bola, faz o gol, esconde a bola e ninguém vê
Cadê a bola?, cadê cadê?
Goiânia Esporte Clube futebol é com você!
Com você!!
Cadê a bola?, cadê cadê?
Goiânia Esporte Clube futebol é com você!
Com você!!Com você!!
Vale a pena ouvir aqui, é comovente... Se você tiver um hino pra indicar, fique à vontade, leitor.
terça-feira, maio 20, 2008
Dez jogos do São Paulo em um quarto de século
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Sempre ouvi dizer que são-paulino não vai a estádio - e acho que deve ser verdade. Folheando o "Almanaque do São Paulo", de Alexandre Costa (Editora Abril, 2005), consegui recapitular, um a um, todos os jogos do meu time que paguei ingresso para assistir. E a freqüência não é nada admirável: em 25 anos, compareci na arquibancada em apenas dez partidas do São Paulo. Se existe algo de positivo é que, nestas ocasiões, vi o tricolor paulista ser derrotado apenas uma vez, na final do Brasileiro de 1989, no Morumbi, pelo Vasco da Gama - sim, senhores, eu vi in loco o fatídico gol de cabeça de Sorato (foto acima).
A primeira vez que vi o São Paulo de perto foi aos 9 anos, em 27 de julho de 1983, em Taquaritinga (SP). A partida era válida pelo Paulistão e eu entrei em campo com os jogadores. Lembro de ter pedido autógrafo até para o técnico Mário Travaglini, que achou graça (devia ser muito raro, para ele, esse pedido). Agnaldo abriu o placar para o tricolor no primeiro tempo e Sena empatou para o time da casa no segundo. Final: 1 a 1. No Paulistão seguinte, em 15 de novembro de 1984, o São Paulo voltou a Taquaritinga com sua grande atração naquele semestre, Casagrande. Eu estava lá e também garanti seu autógrafo. Casão não decepcionou: abriu o placar logo aos 26 minutos de jogo (Pita e Renato "Pé Murcho" completaram o 3 a 0).
Já em 4 de fevereiro de 1987, meu pai me levou para conhecer o Morumbi. De quebra, pude testemunhar a imortal linha de ataque Muller-Silas-Careca-Pita-Sidney (foto acima). Era a segunda partida das oitavas do Brasileirão de 86 e o São Paulo eliminou a Inter de Limeira por 3 a 0, com dois do Silas e um do Careca. No final daquele mês, o tricolor venceria o Guarani nos pênaltis, em Campinas, e conquistaria seu segundo título nacional.
Depois disso, só voltei ao estádio para ver meu time em 16 de dezembro de 1989, na já citada decisão do Brasileiro (1 a 0 para o Vasco). Aos 18 anos, deixei a casa dos meus pais e fui morar em Ribeirão Preto (SP). No prazo de um ano, o time do Telê tinha conquistado o Brasileiro, o Paulistão e a Libertadores. Fui ao Santa Cruz em 30 de julho de 1992, para assistir São Paulo x Botafogo-SP, que abriu o placar com Bira. Foi uma dureza para meu time empatar, mas Muller garantiu o 1 a 1 naquele confronto do Paulista (que o tricolor também conquistaria). Após o empate, choveu pedrada em cima dos são-paulinos. Saímos do estádio escoltados.
Quando fui fazer faculdade em Campinas, vi dois jogos, ambos pelo Brasileirão e contra o Guarani, no Brinco de Ouro: em 19 de novembro de 1993 (vitória por 1 a 0, gol de Guilherme) e em 1º de setembro de 1999 (outra vitória, 3 a 2, gols de França, Souza e Marcelinho Paraíba, com desconto de Luiz Fernando e Marcinho). Daí me mudei para o Ceará e veio um longo "jejum" de São Paulo no estádio. De volta às terras paulistas, reencontrei meu clube no Morumbi, em 15 de julho de 2006, contra o Figueirense. Ricardo Oliveira abriu o placar, Tiago Prado empatou para os catarinenses e André Dias, aos 46 do segundo tempo, fechou em 2 a 1.
No ano passado, em 7 de julho, levei minha filha mais velha, Letícia, para conhecer o Morumbi (exatamente duas décadas após o meu pai ter feito o mesmo por mim). São Paulo e Flamengo fizeram um belo jogo, com várias finalizações perigosas. Ilsinho perdeu um gol feito no último minuto (foto ao lado), mas o resultado foi mesmo 0 a 0. Para completar, voltei ao estádio em 1º de setembro, sendo premiado com um 6 a 0 sobre o Paraná, com dois gols de Aloísio, dois de Dagoberto, um de Souza e outro de Leandro. Vamos ver, agora, se me animo a assistir mais dez jogos no estádio nos próximos 25 anos. Mas, sem cerveja, acho muito difícil...