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quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Obama, Hillary e a apelação eleitoral

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Paulo Henrique Amorim, em seu Conversa-Afiada, escreveu que Barack Obama está mais à esquerda do que Hillary Clinton. Chico de Oliveira, sociólogo e capa da edição da Fórum de abril de 2007, acredita que as diferenças entre os candidatos democratas não são tantas assim. Está em artigo na Folha de S.Paulo desta quinta-feira, 28.

"Ele é tão parecido com a Hillary, com seu terninho correto que faz par com o tailleur da ex-primeira-dama, quanto o PT com o PSDB", escreveu o ex-petista que, apesar do apoio a Heloísa Helena no primeiro turno de 2006, terminou o pleito com críticas severas ao comportamento do PSol.

À parte o tom provocativo que a afirmação possa conter, parece que Oliveira concorda com o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel que, em entrevista a Pedro Venceslau (na próxima edição da Fórum), declarou que petistas e tucanos são donos dos dois partidos de centro-esquerda do Brasil.

O que mais chama atenção sobre o artigo é que o sociólogo considera apenas a parcela democrata da disputa. Uma questão de escopo, é claro, mas que parece recair sobre parte dos analistas. Ocorre que o outro lado da briga de novembro pela Casa Branca, o dos republicanos, já em John McCain como indicado.

A maioria dos analistas parecem já tem certeza de que Obama será seu adversário. Outras lideranças republicanas começam a reclamar que, caso se confirme como primeiro candidato negro a vencer as prévias e primárias, será protegido pela mídia, como, acusam, vem acontecendo. A mídia ficaria temerosa de "parecer racista" a cada crítica feita.

Retórica. E também um aviso de que a campanha com Obama não será imune ao baixo nível. Mesmo porque, mulheres também são alvo de discriminação. A discussão sobre as diferenças entre o preconceito contra negros e contra mulheres só funciona na mesa de bar, porque é um falso debate.

Reprodução
Obama em trajes quenianosDois exemplos mostram isso mais claramente. Primeiro, a foto de Obama em trajes tradicionais do Quênia, de onde veio seu pai (já falecido), divulgados na terça-feira, 26. A publicação da imagem foi atribuída aos rivais democratas e a republicanos. As roupas foram apresentadas como características de muçulmanos.

Outro exemplo é ainda mais tosco. A NBC "confundiu" Obama com Osama. As aspas justificam-se porque uma imagem do terrorista mais procurado do mundo, comandante da enfraquecida rede Al Qaeda, foi exibida no fundo da tela, enquanto o apresentador Chris Matthews, do Hardball, falava sobre o candidato negro.

O vídeo está aqui:

A rede de TV desculpou-se, afirmou tratar-se de um erro. Acidental ou não, dá idéia de que, se preconceito racial "não pode", o religioso está liberado.

Também está no Revistaforum.com.br

6 comentários:

Glauco disse...

Estar à esquerda de alguém de direita é tão vantagem quanto ser mais magro que o Jô Soares?

Olavo Soares disse...

Já ouvimos falar de candidatos que forjam ataques à sua pessoa para aparecerem como "coitadinhos". Será que não seria essa a explicação para a foto do Obama?

Anselmo disse...

Olavo, que eu não duvido de nada, todo mundo sabe. Mas não acho que tenha sido o caso.

Se falava muito de um certo candidato de origem libanesa que fazia aparecer mulheres reivindicando paternidade de seus filhos (devidamente desmentidas por testes de dna).

No caso dos Estados Unidos, ataques pessoais de baixo nível não precisam ser maquinados pelas campanhas rivais. Principalmente quando se trata da campanha aberta, na tv, qualquer pessoa ou empresa ou ong pode pôr no ar um comercial para apoiar ou atacar um candidato. Em alguns casos, o adversário do ofendido sai dizendo que condena um ataque pessoal mais duro e sem noção.

tanto assim que em 2004, tanto bush qto kerry começavam e terminavam (respectivamente) seus comerciais oficiais dizendo: "sou (nome do candidato), e aprovo esta mensagem". Naturalmente que era em inglês.

No caso do Obama, ele vestiu trajes dos somalis, uma das etnias do quênia, de onde veio seu pai. Ele teria que ser o mais estúpido dos estúpidos pra querer "bancar o coitadinho" num contexto em qeu ele cresce em tudo quanto é pesquisa e que todos os analistas já acham que ele leva.

De um lado ou de outro, seria apelação, e Obama não tem motivos pra apelar agora.

Anônimo disse...

Tenho uma amiga brasileira que mora há muitos anos nos EUA e é casada com um gringo. É praticamente uma americana. Ela vota nos republicanos e há pouco tempo ainda apoiava o Bush. Em dezembro passado, ela veio a São Paulo. Conversando sobre a política na Gringolândia, ela me disse que nunca votaria no Obama. Eu perguntei por quê. Ela respondeu: "Porque ele é muslim. Depois de 11 de setembro, ninguém pode votar num muslim". É isso. A classe média americana é religiosa, preconceituosa e, basicamente, ignorante. Parecida com a de um país mais ao Sul dos EUA. Enfim, o Obama já enfrenta, há meses, uma campanha difamatória no boca-a-boca das pessoas comuns. E, se ele realmente for candidato, nós sabemos quão é baixa a campanha política nos EUA, com o apoio da mídia conservadora. Nós, aqui mais ao Sul, ainda estamos aprendendo... Esses "erros", como o da NBC, vão se tornar ainda mais comuns.

Glauco disse...

Acho que o comentário do Benedito esclarece ainda mais a coisa. Os ataques a Obama são pra reforçar o preconceito e não tem anda a ver com o que ele representa pra esquerda (brincadeira) ou pra qualquer facção política que se preza.

Unknown disse...

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