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quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Entre pontapés e pancadas

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Kaká diz: "Não agüento mais receber tanta pancada". Quer que os árbitros façam alguma coisa. Seu clube, o Milan, reiterou as denúncias de perseguição. "Um jogador nunca faz duas faltas consecutivas em Kaká. Há um revezamento entre os jogadores, como se fosse uma estratégia planejada. Claro, os árbitros não vêem nada", dizem os rubro-negros milaneses.

Um dia antes, guardadas as proporções em todos os níveis, Vanderlei Luxemburgo dispara a mesma acusação sobre seu segundo atacante, o meia Valdívia. Nas contas do comandante palestrino, expulso na última partida contra o Rio Preto, primeiro foi o número oito, depois o camisa sete, e assim por diante até se cansarem de surrar El Mago.

O brasileiro naturalizado croata Eduardo da Silva, do Arsenal, tomou uma pernada do zagueiro Taylor, do Birmingham. Cordial, o agredido perdoou o assassino, o que justifica os termos gentis para com o britânico.

Minha perna dói só de olhar.



Assista:


A linha é completamente diferente do que propõe o Olavo. Mas tem coisas que precisariam ser repensadas.

Muito se falou aqui sobre Sandro Goiano, ex-Grêmio, hoje no Sport, e sobre Materazzi. Por mais que tenham suas funções táticas dentro de campo, são atletas de se notabilizaram por, digamos, excessos.

O que fazer para proteger os atletas vítimas da pancadaria e para diminuir o espaço do anti-jogo?

7 comentários:

Glauco disse...

Meu, que povo mais chorão! Agora parece que virou moda isso. Engraçado é que são dois pesos e duas medidas. que tal o Milan orientar o dócil Gattuso a diferenciar uma canela alheia de uma bola? Será que é só o Kaká que apanha ou os rivais do clube italiano não tomam botinadas do seu ídolo da seleção da Bota (pra um cabra desses ser ídolo, só jogando no futebol italiano mesmo...).

Aliás, rodízio de jogador batendo em alguém não é novidade. Vai fazer o que? Instituir cartão amarelo e vermelho em função de "conspiração"? Ou vai expulsar o treinador malévolo que organizou a quadrilha?

Óbvio que tem que se proteger os craques. Não só os craques, o Valdivia também. Mas isso tme que ser feito por medidas de fato punitivas no pós-jogo também, nãoa dianta jogar a responsabilidade só nas costas do árbitro. Por mais rigor nos tribunais.

Nicolau disse...

Concordo com o rigor nos tribunais. Uma sugestão que às vezes aparece e que eu não acho tão absurda de alterações de regras nesse sentido é a instituição de punição por certo número de faltas coletivas, como no futsal. Não ia necessariamente proteger os craques de entradas violentas, mas ia diminuir o número de faltinhas bestas que truncam o jogo.

Anônimo disse...

Eu não sei um jeito pra resolver essa questão, realmente. Mas é bom termos ciência que a situação não é nova.

maurício disse...

Primeiro, cartão amarelo ao Glauco pela "seleção da Bota".
Eu sou a favor da instituição de tribunais populares. Porque é que nem no Big Brother: o público tende a ser muito mais moralista do que as instituições. Então os caras estão batendo no Mago? Põe em votação pelo telefone e pela internet - o dinheiro arrecadado pode se reverter em alguma coisa, tipo a manutenção dos gramados contra formigueiros etc. Se o cara é condenado pelo povo, aí se aplica a punição, que poderia ir de humilhação pública a corredor polonês.

Marcão disse...

"Pernada" é um puta esforço de boa-vontade para com o açougueiro Taylor, Anselmo!

Para assassinos como esse, flagrado por fotos e câmeras de TV de diversos ângulos, só há uma medida possível: o banimento definitivo do futebol. Por muito menos (muito menos mesmo!), o goleiro Rojas foi obrigado a encerrar a carreira.

Sobre o Kaká, não tem jeito: todo cara habilidoso será vítima de pancada. Ou ele descobre um jeito de escapar ou vai virar um chorão eterno. Pelé apanhava muito mais (muito mais mesmo!) e nunca reclamou.

Anselmo disse...

Marcão, concordo com a generosidade. Eu entrei no clima de perdão que o Eduardo da Silva propôs, por isso tratei apenas como criminoso o zagueiro;

é curioso mesmo pensar que Rojas foi banido por um teatro ridículo em uma eliminatória de copa do mundo que tentava melar um jogo sem motivo.

a fifa considera que anti-jogo que termina com a partida de sacanagem é mais grave do que anti-jogo que fere outros jogadores.

Diante do caso Taylor, é bom lembrar da entrada de Salgado em Juninho, em 97.

(parênteses. Isto está no Wikipedia:

O "grande feito [de Salgado] no futebol foi ter impedido a participação de Juninho Paulista na Copa de 98, depois de lhe aplicar um Salgado Slidehouse Kick."
fecha parênteses).

Nem um nem outro foram banidos. Mas a entrada de Salgado foi mais surreal e sem noção do que a do Taylor. Há mtos carrinhos com o pé levantado com mais maldade do que a voadora do inglês. Nem todas conseguem a realização da pulsão de morte que motiva o agressor.

Mas o que fazer com os maldosos que não acertam o alvo-canela? Mandá-los de volta aos treinos (de jiu jitsu) ou bani-los tbém?

Sobre Pelé, temos aí um caso de jogador caçado que reagia. E ele quebrou pernas, joelhos e outros... nénão? É o que todos os tiozões falam. Na copa de 70, meteu um cotovelaço no nariz do zagueiro uruguaio (dagoberto fontes, se não muito me engano) na semi-final. É anti-desportividade. Uma reação, podem dizer, mas não é futebol. Hoje em dia, um monte de comentaristas politicamente corretos iam achar ruim e o STJD ia condenar o Pelé. Pelos critérios do Marcão, para sempre do futebol.

Complexo...

Edu Maretti disse...

Com atraso, mas só pra reforçar que '"Pernada' é um puta esforço de boa-vontade para com o açougueiro Taylor". Acho que faltou indignação ao post.

Apesar de ser política e juridicamente inviável (a tal vontade política), fico com a linha do Marcão: "Para assassinos como esse, flagrado por fotos e câmeras de TV de diversos ângulos, só há uma medida possível: o banimento definitivo do futebol".

E onde foi parar a idéia de se suspender os açougueiros, assassinos e agressores em geral no mesmo período em que o agredido estiver fora de combate por causa de uma entrada criminosa?