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terça-feira, outubro 06, 2009

Quem aposta em Mário Sérgio?

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O Internacional fechou a contratação de Mário Sérgio Pontes de Paiva para substituir o cada vez mais apagado Tite, que fez um trabalho pra lá de decepcionante no clube. O campeão do primeiro turno faz a segunda pior campanha no returno, só perdendo para o imbatível Fluminense no quesito. O Colorado tentou tirar Vanderlei Luxemburgo do Santos (o que não aconteceu, para tristeza deste que escreve), o que demonstra uma certa desorientação da diretoria, já que ele e o xerife têm características bastante distintas.

O primeiro desafio do treinador é resolver problemas de relacionamento, como destacou Gerson Sicca. Em entrevista, Mário Sérgio disse: “Eu não estou preocupado com a parte tática. Já vi muitas coisas dentro do futebol e o que eu acho é simples: no futebol tem que se resolver problemas de relacionamento, deixando o grupo sem nenhuma peça negativa, já está se dando um salto muito grande. A parte tática é apenas uma definição de padrão dependendo das características dos jogadores. Tem que haver uma mobilização entre os jogadores de dar o máximo”. Ou seja, mesmo tendo um elenco invejável, o ex-treinador se perdeu na relação com o grupo em algum momento. A pergunta é: Mário Sérgio é o cara que vai consegui recuperar o tal elã?

Sua primeira como experiência como treinador foi no Vitória, em 1988. foram 5 amistosos e 26 jogos oficiais pelo campeonato baiano, com 13 vitórias, 8 empates e 5 derrotas Tornou-se comentarista de televisão onde mostrou extremo conhecimento sobre futebol (quem não lembra de suas observações precedidas por Sílvio Luiz com seu bordão “conhece, porque já esteve lá”?). Seu sucesso na Band fez o Corinthians apostar no xerife como treinador em 1993. Fez a melhor campanha da primeira fase do Brasileirão daquele ano mas o Timão precisaria vencer um grupo de quatro equipes nas semifinais, com Vitória, Flamengo e Santos. Com uma única derrota para o clube baiano de Dida, Roberto Cavalo, Vampeta e Alex Alves; o Alvinegro ficou de fora da final vencida pelo Palmeiras. Mário Sérgio já tinha impressa a marca de retranqueiro.

De lá pra cá, foi comentarista de novo, teve passagens São Paulo, Atlético-MG, Atlético-PR, Vitória, São Caetano (não necessariamente nessa ordem), foi diretor de futebol do Grêmio e ressurgiu na vitrine do futebol com a campanha do Figueirense vice-campeão da Copa do Brasil em 2007. Porém, no Brasileiro e com o mesmo Figueirense, iniciou uma verdadeira via crucis com uma sucessão espetacular de insucessos.

Foi demitido do Figueira depois de um período em que obteve uma vitória, cinco empates e quatro derrotas. Assumiu o Botafogo depois da eliminação da equipe da Sul-americana contra o River, perdeu três jogos e viu Cuca voltar ao comando alvinegro. Foi para o Atlético-PR em 2008, onde estreou com goleada sobre o Ipatinga mas amargou quatro revezes seguidos não resistiu. Fecharia o ano como treinador do Figueirense, com uma campanha de cinco derrotas, quatro empates e uma vitória somente, sendo demitido a três rodadas do fim do campeonato contribuindo de forma decisiva para o rebaixamento do time catarinense. Faça as contas. Nesse período, em quatro trabalhos diferentes, três vitórias, nove empates e incríveis 16 derrotas.

O alento (ou não) para a torcida colorada é sua mais recente passagem, na Lusa. Entrou no lugar de Estevam Soares e obteve cinco vitórias, três empates e duas derrotas no Paulistão. Mas foi eliminado da Copa do Brasil pelo Icasa e desentendimentos com o meia Felype Gabriel com a diretoria selaram sua demissão. Mas deixou a Lusa em sexto lugar, em condições de disputar a classificação para a fase final do campeonato. Se melhorar um pouco o aproveitamento de 60% que Mario Sérgio teve na Portuguesa durante o Paulista, o Inter obteria a vaga da Libertadores, já que o time tem hoje 54% e o Goiás, quarto colocado, tem 56%. E, a bem da verdade, o Inter tem muito mais time do que os que o xerife teve em mãos nos últimos anos e essa é sua grande chance de voltar ao primeiro escalão dos técnicos brasileiros.

E aí, alguem aposta nele?

8 comentários:

Fabricio disse...

Um técnico famoso por não perdurar muito pelos clubes, um Internacional sonhando com Luxemburgo há tempos e um Luxemburgo declarando uma vontade de dirigir o time colorado.

Pra mim Luxa já até assinou os papéis para ir pro sul em 2010.

Nicolau disse...

O cenário colocado pelo Fabricio é bem possível. Sobre esse ano, já tirei o Inter das minha lista de apostas pelo título. Libertadores acho que dá.

Anselmo disse...

Na minha memória, a primeira coisa que vem diante do nome "Mário Sérgio" é a habilidade que ele, como jogador, tinha de olhar para um lado e passar para outro. Claro que Didi fez isso muito antes dele e até Djalminha fez isso depois.

Mas, a partir daí, pondero. Se ele olhava para um lado e mandava a bola para o outro, o canal seria o Inter vislumbrar a sul-americana, porque, por analogia, teria quase assegurada a vaga na Libertadores.

É que, por essa lógica, se mirar o título, é capaz de cair pra série B.

Bom, mas talvez a analogia seja inadequada.

fredi disse...

Opa, como torço por time que já teve Mário Sérgio por treinador, vai aí um causo.

Não lembro bem o ano, mas sei que Mário Sérgio chegou no Galo e na sua primeira partida enfrentou o São Paulo no estádio Independência.

Chegou e achou que o time não tinha nenhum zagueiro decente, o que era até verdade...

Sua solução foi entrar com um time de volantes na zaga, além dos volantes habituais do meio de campo.

Resumo da história, tomou cinco gols e ficou bem pouco tempo no Galo. Depois disso não teve mais nenhum trabalho de destaque.

O que parece é que o Inter já contratou o Luxemburgo mesmo e resolver por lá um interino até o ano que vem. Acho que não vai dar certo, mas futebol é sempre uma caixinha de surpresas (rs).

Mário entende de futebol, privilegia a defesa, mas tem umas ideias bem malucas. Vamos ver no que dá...

Simples Capital disse...

Mario Sergio é tão retranqueiro que, quando dirigiu o Galo em 2004, ameaçado de rebaixamento, ganhou do Flamengo de 6x1 e falou que foi erro, que não queria botar um time tão "ofensivo". O Galo só se livrou na última rodada, quando inventou de demitir esse sujeito que não entende lhufas de futebol...

Maurício Ayer disse...

De Faria, quanto tempo!

Precisamos discutir o tema no fórum adequado.

Mas acho que o Anselmo já teorizou bem o tema.

abraços!

Nicolau disse...

Lembro de uma coluna do PVC de uns bons anos atrás, nem sei em que veículo, chamada "O dia em que o Rei do Gatilho matou o futebol", ou algo assim. Ele narrava um jogo do Corinthians quando dirigido pelo ex-ponta esquerda, em 1993. O time tinha então Rivaldo no elenco e o adversário, que não me lembro quem era (talvez o Bragantino), tinha um meia alto e forte (talvez aquele Alberto do time campeão em 1990). O treinador alvinegro então, pegou o jogador mais alto do elenco e mandou marcar o meia adversário. Rivaldo, aquele que era um craque perto da área, passou o jogo todo correndo atrás do cabra. No final, deixou de lado a função e fez a jogada do gol corintiano...

Gerson Sicca disse...

O Inter faz tempo que tá virado na casa da mãe joana. Muita gente apitando. Mário Sérgio não é treinador com bala pra resolver nossos problemas.
Infelizmente, a direção acabou com o centenário do colorado. Deveriam ter contratado o Muricy antes. Agora estamos penando.
Abraço!