Destaques

quinta-feira, maio 13, 2010

Fernandão e 3-5-2 dão padrão de jogo ao S.Paulo

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Surpreendente, no mínimo, foi o São Paulo que entrou em campo ontem, no Mineirão, para vencer o favorito Cruzeiro por 2 a 0 (foto - Reuters). Foi um time totalmente diferente daquele que escrachei aqui outro dia. Não vou mudar minhas críticas nem o palpite de que o clube vai passar mais um ano sem ganhar nada, mas tenho que reconhecer que houve mudanças importantes. Apesar de continuar com muitas falhas e jogadores abaixo da média, dois fatores foram primordiais para que o São Paulo tivesse, enfim, algum padrão de jogo: o retorno ao esquema 3-5-2, com Alex Silva, Xandão e Richarlyson mandando muito bem na retaguarda, e a estreia do ótimo Fernandão, que conseguiu fazer o pivô, a ligação com o ataque e segurar a bola na frente - o que nenhum meia ou atacante do elenco tinha sido capaz até o momento. Belíssima contratação.

Dagoberto e Marlos funcionam muito melhor como pontas na presença do ex-atacante do Goiás, em vez dos Washingtons, Fernandinhos e Marcelinhos da vida. Prova disso foi primeiro gol, uma triangulação com toques de primeira que há muito tempo não vejo no ataque do São Paulo. E o passe de calcanhar de Fernandão para Hernanes no segundo, no contra-ataque, é o tipo de coisa que falta num elenco, até esta partida, sem qualquer ousadia ou criatividade. É animador, mas sempre bom lembrar que não tem nada ganho. O time prossegue sem laterais decentes, com Júnior César e Cicinho apoiando pouco a linha de frente e deixando largas avenidas para os adversários. Não fosse o trio de zaga e a fantástica atuação de Rogério Ceni, o Tricolor teria levado o empate ou mesmo saído com uma derrota. Tudo bem que teve o gol de Thiago Ribeiro mal anulado. Porém, quatro minutos antes, o juiz tinha apitado impedimento - inexistente - no lance de um pênalti claro sobre Fernandão.

De resto, Rodrigo Souto foi seguro, Hernanes lutou, fez gol mas ainda não rendeu o que se espera dele, e Jean e Jorge Wagner entraram para fechar os buracos nas laterais e não comprometeram. Entre mortos e feridos, vejo que tanto o técnico Ricardo Gomes (com o 3-5-2) e a diretoria do clube (com Fernandão) se mexeram. Continuar naquela medíocridade pavorosa seria suicídio. Na próxima quarta-feira teremos o retorno de Miranda (em quem não confio mais) e talvez uma ou outra substituição (Carleto? Welington?). O Cruzeiro virá babando, para o tudo ou nada. Pode até reverter a situação, não importa. A atuação de ontem do São Paulo já foi um alívio para os que, como eu, previam um futuro pra lá de sombrio nessa temporada. E viva o Fernandão! Bem vindo, muito bem vindo!

7 comentários:

Olavo Soares disse...

Pintou o campeão.

Thalita disse...

Eu diria que pintou o secador.

Marcao, aproveita, vai? Tudo bem, vc pode continuar a ser ranzinza escrevendo, mas espero que vc esteja aproveitando a sensacao de ver seu time ganhando um jogo em que nao era favorito, fora de casa.

Pq foi isso. Nao vi o jogo pq comecava as duas da manha e o dia seguinte seria longo, entao estou por fora de observacoes taticas. Mas o que importa eh ter ido contra todas as expectativas e vencido o favorito num jogo importante como esse! Sei la se jogou melhor ou pior que o Cruzeiro, o que importa eh que 2 x 0 eh um resultado respeitavel. As semis, que eram quase intengiveis ateh ontem, de repente ficaram proximas. E hoje eu sou feliz por isso. E seguirei feliz ateh a proxima segunda, pq ai vai ser hora de ficar nervosa de novo.

Alias, vou tomar um pint por vc por aqui Marcao, ja que nao podemos brindar pessoalmente

Vamo Sao Paulo!

Fernando Augusto disse...

Não torceu contra ontem?

Marcão disse...

Não, Fernando, exatamente porque o time que entrou em campo ontem se comportou de forma totalmente diferente. Aquele jogo contra o Universitario foi ridículo e o time merecia perder nos pênaltis, pra ficar ainda mais feio. Torci contra mesmo.

E, Thalita, o São Paulo não jogou melhor, mas jogou pau a pau contra o Cruzeiro, dentro do Mineirão, construiu o resultado e suportou pressão. Surpreendente. Tá 500% melhor que o time que jogou até as oitavas (até porque, como disse, mudou o esquema e o Fernandão faz uma puta diferença). Mas, como 500% de nada é nada, prefiro a cautela. Vamos confiar que o time melhore ainda mais.

Glauco disse...

Pintou o campeão (2).

fredi disse...

Este ano está mais fácil secar o Cruzeiro.

Dá-lhe, Ipatinga

Dá-lhe, SPFC.

Vi o jogo e não consigo entender como o Júnior César era reserva nesse time.

E partidaça do Fernandão, fez a diferença.

Enquanto issso no lado do Cruzeiro, Adílson para sempre (rs).

Moriti disse...

Algumas discordâncias, Marcão. O Hernanes jogou muito. Marcou, teve aplicação tática, raça (vide a dividida que começou a jogada do segundo gol) tocou bem a bola e, claro, matou a partida com o tento que anotou.

O Júnior Cesar foi bem. Talvez, a melhor partida dele desde que chegou. Apoiou, chegou à linha de fundo, deu conta do recado na marcação e ainda salvou uma bola em cima da linha.

O Cicinho está evoluindo. No jogo de quarta, não sei se notou uma coisa: ciente de que muitas jogadas ofensivas do Cruzeiro ocorrem pela lado esquerdo do ataque, ele ficou mais na marcação, algo que nunca foi o forte dele e, quando teve a bola nos pés, trabalhou bem, valorizando a posse da redonda.

O sistema defensivo melhorou. Richarlyson deu mais velcidade e movimentação ao setor e não foi só terceiro zagueiro, muitas vezes fazia a função de primeiro volante e cobria as subidas do Júnior Cesar. O Rogério Ceni fez grandes defesas. Parece que os reflexos estão voltando.

Sobre o Fernandão, nada a acrescentar, você disse tudo.

Quanto ao futuro do time, bons indícios, mas, por enquanto, só indícios.