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quinta-feira, maio 13, 2010

Grêmio 4 X 3 Santos - o castigo pela tibieza

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Antes de falar sobre a vitória do Grêmio sobre o Santos ontem, vou reproduzir um trecho do que escrevi no post sobre o título paulista do Peixe:

"E Dorival Junior? Soube desde o início do seu trabalho reconhecer as características do grupo que tinha em mãos e jogou para frente. Ajudou jogadores a desenvolverem seu potencial, os mesmo que, nas mãos do antecessor, não tiveram como aprimorar o talento que já tinham. Mas lembrou um personagem vivido por Brandão Filho, no extinto humorístico Escolinha do Professor Raimundo, aquele mesmo que respondia bem todas as perguntas para errar barbaramente no final. Ao entrar na partida de ontem com Rodrigo Mancha no lugar do suspenso Wesley chamou o Santo André para o próprio campo e dificultou a saída de bola peixeira.

Pois é. Dorival repetiu o mesmo erro ontem. Entrou para a segunda etapa vencendo o jogo por 2 a 0 após um bom primeiro tempo com bela atuação de Ganso e dois gols de André. O time contava também com grandes intervenções do criticado Felipe, que defendeu um pênalti e fez outras duas defesas difíceis. Enfim, a máquina estava funcionando bem, embora o Grêmio também chegasse e a partida fosse mais equilibrada do que sugeria o placar.

Mas, aos 10, Dorival tirou Marquinhos, que jogava no lugar do suspenso Neymar, e colocou o volante Rodrigo Mancha. O Santos costuma jogar com um meio campo marcador onde o ataque também pressiona a saída de bola adversária. Assim, quem rouba a bola são os meias e atacantes que, em geral, são aqueles que de fato fazem desarmes no Alvinegro. Com Mancha, não apenas o passe foi quebrado como também o poder de recuperação do time na marcação foi prejudicado, já que o volante é lento e tem sérios problemas para acompanhar a saída adversária. Já disse aqui que Mancha não é jogador para o Santos, mas o problema é de quem o escala. E de quem muda o esquema para assegurar um resultado antes da metade do segundo tempo...



Assim, vieram dois gols em dez minutos, com duas bolas perdidas por Mancha. Dorival teve ao menos o bom senso de tirar o atleta, inconsolável após entregar dois gols, e colocar Rodriguinho, que tem um passe um pouco melhor. Mas a volúpia gremista contrastava com o abatimento peixeiro, que voltou a sofrer contra-ataques e outros dois gols nos dez minutos seguintes.



O furioso Rodrigo Mancha, que descontou sua atuação no banco de reservas...

Lembrei de uma partida da qual até hoje tenho raiva. Santos e Grêmio pelas semis da Libertadores de 2007, quando o "gênio" Vanderlei Luxemburgo foi ao Olímpico jogar pra empatar, com a equipe toda recuada. Voltou trazendo um 2 a 0 que dificultava e muito a vida do Santos que, mesmo vencendo por 3 a 1 na volta, foi eliminado. Ontem, Dorival quis recuar tendo em mãos um time que não sabe fazer isso. Seu castigo quase foi mais cruel do que o do nada saudoso técnico que está nas Alterosas.


Mas havia Ganso. E havia Robinho. A defesa tricolor deixou o meia santista pensar, o que foi um erro fatal. Ele achou o atacante da seleção que matou no peito e desferiu um petardo no ângulo de Victor. O Santos ainda seguiu equilibrando até o final da partida, aparentando ter mais preparo físico que o rival (algo semelhante aconteceu no primeiro jogo contra o Atlético-MG), mas foi o golaço de Ganso/Robinho que deixa a missão santista na volta menos ingrata do que aparentava. Provavelmente será outro jogaço.

4 comentários:

Nicolau disse...

Puta jogaço, muito legal! O Grêmio entrou errado no primeiro tempo, tentando segurar o Santos. Mesmo assim, Borges perdeu gol na cara e Jonas o penalti. No segundo tempo, fez o que devia e foi pra cima. Virada espetacular. Mas o gol de Robinho dá a vantagem para o Santos no jogo de volta.

Nicolau disse...

Aliás, o Grêmio, ao contrário do que ouvi por aí, não tem time pra bater nem é retranca. Joga futebol bem jogado, com belas trocas de passes.

Leandro disse...

Douglas deu o ar de sua graça de novo perdendo toscamente uma dividida para PH e que resultou em gol, dentro daquela postura molenga que tantas críticas lhe rendeu na passagem pelo Parque São Jorge.
Mas também mostrou sua já conhecida capacidade de colocar o mais grosso dos atacantes na cara do gol, de abrir espaços onde parece não haver nenhum.
E pensar que algumas cabeças pensantes(?) no Parque São Jorge o deixaram ir ao fim do mundo de mão beijada para trazerem como substituto Zidanilo(?), que jamais protagonizou nem protagonizará os rompantes de autêntico meia dos quais Douglas é capaz.
Quanto à disputa da próxima semana, o belo gol de Robinho tem tudo para representar aquilo que representaram os gols solitários de Vagner Love e Carlinhos Bala contra o Corinthians, e que representaria o legítimo gol cruzeirense de ontem contra o SPFC, pessimamente anulado.

Marcão disse...

O gol do Robinho foi tão decisivo quanto o do Edu Dracena contra o Atlético-MG, no Mineirão. Na Vila não tem pra ninguém, o Santos já papou mais esse título. Mas a atuação do Rodrigo Mancha foi comovente. Nunca vi um jogador fazer tanta besteira em tão pouco tempo - e o cara não é ruim a esse ponto. Foi a expressão máxima do "deu tudo errado". Realmente impressionante.