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sexta-feira, maio 21, 2010

Orelhadas de bar (4)

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O nome do buteco é Seja Cerveja, em Jaú, interior de São Paulo.

- Minha vizinha cansou de fazer o serviço de casa mas não quer contratar empregada.

- Ué, e tem outro jeito?

- Ela diz que não quer explorar ninguém, mas mora sozinha.

- Como explorar? Não vai pagar?

- Ela é do movimento das mulheres, é feminista. Não quer subjugar outra mulher.

- Que besteira. Cada uma com sua função, é só tratar como igual.


Um cachorro entra no recinto. Um velho pica fumo e dá uma escarrada. O dono do bar espanta moscas com um pano imundo.

- Mas se a moça mora sozinha, será que não dá conta do serviço?

- Ela bebe muito. Disse que tomou uma garrafa de vinho e foi lavar roupa, vomitou tudo em cima, encheu o tanque de comida.

- Sério? Que foda...

- É, e outro dia jogou um balde d'água no chão de taco, pra lavar. Estragou tudo.

- Então ela deve estar querendo empregada pra poder beber em paz.

- Pode ser. Mas ela é doida.


O dono do bar aparece e oferece fatias de queijo mineiro. Uma mulher de seios fartos passa rebolando e tira a atenção dos manguaças. A tarde cai e o frio aumenta. Está na hora de uma dose de conhaque com mel e limão.

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