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terça-feira, janeiro 18, 2011

O fora de série Neymar marca quatro e Brasil derrota o Paraguai no Sul-Americano sub-20

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A estreia da seleção brasileira no Sul-Americano sub-20 foi um jogo com quase tudo que o futebol pode proporcionar ao torcedor. Grandes jogadas, muitos gols, tentos de placa, alternância de domínio, expulsões, quase brigas. Ótimo para o telespectador daqui que não fez esforço para ficar acordado na madrugada de terça.

Não foi um jogo fácil no início. Apesar de o Brasil quase ter marcado com Bruno Uvini, em cobrança da falta de Neymar, o Paraguai chegava bem à frente com Correa, atacante de área quase típico, porém com alguma técnica, e Ortega, atleta que os antigos chamariam de “liso”. Além disso, o sistema defensivo guarani estava bem postado, com jogadores que ganharam na base da força física muitas disputas com os avantes brasileiros.

Mas em uma partida equilibrada, às vezes é o elemento surpresa que ajuda a decidir. E assim foi. O volante Casemiro veio de trás e, com habilidade, força e muita vontade, conseguiu furar a retaguarda adversária e sofreu pênalti. Confesso que até agora não tenho muita convicção da marcação do árbitro, mas o lance pareceu de fato penalidade. Neymar deslocou o goleiro e abriu o placar.

Sete minutos depois, o fora de série da Vila Belmiro deu de novo o ar de sua graça. Lucas avançou e conseguiu tocar para o santista, que entrou na área, fugiu da marcação de dois rivais e finalizou no único lugar possível. Dois a zero. O atacante peixeiro ainda deixaria Lucas na cara do goleiro Ovando, mas o tento não saiu, e faria mais duas jogadas de efeito no lado esquerdo do ataque que dobraram a torcida no estádio, contrária ao Brasil.

A equipe toda se mostrava motivada, com o tal “comprometimento” que tanto pedem os técnicos. Mesmo quem não desempenhava bem sua função se destacava pela entrega. Mas excesso de vontade também pode ser contraproducente. Talvez isso justifique a tola expulsão do volante Zé Eduardo, que recebeu dois cartões amarelos em três minutos. Expulsão justa que complicou a partida. Quase na sequência, o goleiro Gabriel se atrapalhou e o Paraguai conquistou escanteio. Viera, livre na pequena área, diminuiu na cobrança.

Ney Franco sacou o apagado Oscar e colocou o volante Fernando. Mas o susto só passou quando, em uma bola disputada no ataque após um chutão da defesa brasileira, a bola sobrou para Neymar, que chutou em cima do goleiro, prosseguiu no lance e marcou de cabeça. Três minutos depois, uma pintura de gol. O lateral Galhardo, que substituiu o ansioso Danilo, lançou da intermediária e Neymar dominou, avançou e encobriu o arqueiro paraguaio com um classe ímpar. Com a esquerda. O quarto do Brasil e o quarto dele.



Mais jogadas de efeito do santista e, com a equipe já relaxada diante de um perdido Paraguai, dois lances ainda agitam a partida. Os guaranis chegam ao segundo gol aos 39, com Galhardo. E Henrique, de novo com o tal excesso de vontade, comete falta, toma o segundo amarelo e é expulso. Mesmo com dois a menos durante o fim da partida, o Brasil não é ameaçado.

A vitória por 4 a 2 sela um início promissor para a equipe de Ney Franco, mas traz também a preocupação com o rendimento e o preparo psicológico de alguns atletas. O ponto positivo é que o leque de opções à disposição é bom. E poder contar com Neymar é quase uma bênção.

9 comentários:

Maurício Ayer disse...

Neymar mostrou mais uma vez que é gênio, muito melhor que tantos "craques" que nos acostumamos a admirar.

E que belo lançamento recebeu para o gol de cobertura, não?

Leandro disse...

A menos que o resto da competição mostre ser este Paraguai de ontem tão bom quanto aquele que há oito anos despachou os brasileiros liderados por dois não menos badalados jogadores do Santos, devemos analisar com temperamento a partida e as atuações individuais de ontem
Inclusive a do Neymar, pois a verdade é que os paraguaios mostraram uma fragilidade que parece colocá-los bem longe daqueles seus compatriotas que em 2004 chegaram à final olímpica e perderam o ouro para Tevez e companhia.
É claro que são animadoras as atuações de garotos como Lucas, Alex Sandro e Neymar, e no caso deste último é algo ainda mais alentador se lembrarmos que seu 2010 não foi pródigo em atuações de protagonista, já que o Santos teve um primeiro semestre de êxitos graças ao brilho de seus companheiros e o garoto fez menos do que se espera dele com a bola rolando (que o diga Chicão) na "hora do vamos ver".
Então, que não seja um alarme falso esta estréia, que Neymar confirme não ser um destes craques que vacila na hora H (como PipoKaká e Ronaldo Pipocucho Assis), que siga brilhando junto com seus companheiros e que vá para Londres no futuro para brilhar pela seleção brasileira, e não com a camisa de Chelseas ou Arsenals da vida, como queria (e ainda quer) a mídia venal do eurocentrismo tupiniquim.
"I hope so", diriam os piratas ingleses.

Glauco disse...

Leandro, a questão é que poucas vezes pode-se ver um atleta com repertório tão amplo de jogadas que envolve assistências, dribles e finalizações de todo modo como fez Neymar na partida de estreia do Sul-Americano sub-20. Só o quarto gol, feito com a canhota sendo que Neymar é destro (será mesmo?) já é bem exemplificativo do que estou falando. Quem gosta de futebol, curte ver atuações como essa. Claro que ele não vai jogar sempre assim, mas às favas com o lirismo comedido. Se não se pode reverenciar um jogador por uma atuação dessas, quando se vai reverenciar?

Quanto à atuação dele em 2010, discordo. Óbvio que os companheiros dele também brilharam, alguns ou algum (Ganso) em dados momentos igual ou mais intensamente que ele, mas desde quando isso é demérito? Ele tem 18 anos, fez inúmeros golaços em 2010, foi um dos maiores artilheiros do Brasil na temporada, estreou com gol na seleção principal (fato raro) e é mais que promissor. Quem jogou mais que Neymar em 2010?

olavo disse...

"já que o Santos teve um primeiro semestre de êxitos graças ao brilho de seus companheiros e o garoto fez menos do que se espera dele com a bola rolando (que o diga Chicão) na "hora do vamos ver"."

Legal, o que podemos inferir disso é que o Leandro confia tanto, mas tanto no potencial do Neymar que define que o que ele fez em 2010 foi pouco, perto do que ele pode produzir. Tô com você, Leandro! Gênios como ele podem fazer mais, mais e mais.

Leandro disse...

Eu acredito que o Ganso, enquanto esteve em campo, bem como o Jucilei, foram jogadores mais efetivos ao longo do ano de 2010.
Lógico que o futebol apresentado por Neymar é mais vistoso, são estilos bem diferentes, e aí fica mais fácil se encantar (de modo legítimo) com a plasticidade dos lances do garoto.
Em recente entrevista que deu ao Cartão Verde o presidente do Santos foi muito feliz quando comparou Ganso a um grande vinho e Neymar a um grande espumante. Estamos falando de modos de agir diferentes dentro e fora de campo, e Ganso prima pela discrição clássica em quase todos os seus movimentos fora ou dentro das quatro linhas (excetuado um ponta-pé em Ronaldo no Paulistão do ano passado).
Mas eu penso sim que ele (Neymar) pode mais. E quando se espera muito da pessoa, naturalmente que se cobra na mesma intensidade.

Maurício Ayer disse...

Neymar e Ganso são gênios.

Puxando a sardinha, é exatamente o que falta ao Corinthians neste momento, um grande atacante e um grande (graaaaande) meia armador. Nem precisam ser gênios.

mauro silva disse...

prezado maurício
ao corintians faltam bons jogadores mas sobram árbitros amigos.
ontem, assisti ao 1º tempo do jogo contra o bragantino a partir dos 20min. e, de cara, o bandeirinha assinalou impedimento inexistente contra o ataque do braga, 3 min. depois, a arbitragem anula gol legítimo do braga qdo. o mesmo bandeira "viu" impedimento inexistente.
e teve também um pescoço agarrado por corintiano não advertido com cartão.
resumo: 3 erros graves TODOS a favorecer o corintians.
desisti do 2º tempo.

Maurício Ayer disse...

Caro Mauro,
o Bragantino sobrou na pancadaria, sobretudo em cima do Dentinho, e se o árbitro não tivesse sido condescendente e desse os amarelos que devia logo no início, talvez o jogo tivesse se soltado mais e o placar talvez fosse outro. Se me permite a crítica, acho que seu julgamento é de torcedor, que vê o que quer.
abraços

Olavo Soares disse...

Jucilei foi mais efetivo do que Neymar em 2010.

É, eu morro e não vejo de tudo...