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domingo, setembro 18, 2011

Corinthians 1 X 3 Santos - Peixe tira Timão da liderança

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Após 17 (guarde esse número) rodadas seguidas e várias pelejas mal jogadas há pelo menos dois meses, o Corinthians saiu da liderança do campeonato brasileiro. A vitória do Santos no Pacaembu – a primeira derrota do Alvinegro paulistano após 17 (opa, olha ele aí de novo) clássicos no estádio, sendo que a última tinha sido para o próprio Peixe – fez o ex-líder cair para o 3º lugar, a dois pontos do Vasco e um do São Paulo.


Não cai, Neymar... Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC
O Santos entrou modificado taticamente por Muricy Ramalho, que não pôde contar com os titulares do meio de campo Arouca, Elano e Ganso. Ibson voltou a jogar depois de pouco mais de um mês fora por contusão e a atuação dele no setor, assim como de seus companheiros pouco entrosados, quase comprometeu o Peixe no primeiro tempo. Eram três atacantes de ofício, mas Neymar voltou bastante para buscar jogo e Alan Kardec também se movimentava para ocupar espaços, embora nenhum dos dois tenha atuado como meias. O Corinthians tentou se impor no início da partida e pelo lado direito da defesa praiana, em jogada de linha de fundo de Alessandro, chegou ao seu gol aos 12 minutos do primeiro tempo. Liédson “matou” com o rosto e marcou.

Na sequência, Julio César fez duas boas defesas em um escanteio e em outra bola cruzada na área corintiana por Danilo. Os lances de escanteio na área da equipe da casa, aliás, foram das principais armas santistas no primeiro tempo. E em uma delas saiu o gol de empate, com Henrique, aos 38. Antes disso, o Peixe havia chegado uma outra vez com Borges, que se deparou com uma saída arrojada do goleiro do Corinthians. O Timão, por sua vez, meteu uma bola no travessão com Liédson e contou com uma finalização ótima de William, defendida por Rafael. Em chances, equilíbrio, mas os corintianos mantiveram o controle da partida por um tempo maior.

Abraço não durou 17 segundos. Ricardo Saibun/Divulgação Santos
Na segunda etapa, o Santos voltou melhor tática e tecnicamente. Muricy posicionou melhor seus meias, bloqueando as passagens pelas laterais e evitando o maior perigo do primeiro tempo, os lances de linha de fundo. O time foi mais incisivo e o Joia, que já tinha aparecido bem em alguns momentos nos 45 minutos anteriores, começou a aparecer mais: ora como arco, ora como flecha. 

Aos 6 minutos, Alan Kardec perdeu um gol incrível, cara a cara com Júlio César depois de lance espetacular de Neymar. Mas, dois minutos após, não desperdiçou a jogada feita por Neymar no lado esquerdo, foi ao fundo e cruzou para Borges fazer seu 17º (olha aí de novo...) gol no campeonato. A partida, eletrizante, seguiu e o Corinthians se aproximou com perigo aos 10, em chute de fora da área de Emerson. Esta foi a segunda defesa de Rafael no jogo e, mesmo o Peixe jogando com um a menos por quase meia hora no segundo tempo, o arqueiro santista não foi mais exigido, ainda que tenha passado um susto com uma cabeçada de Liédson aos 24, quando o Peixe já atuava sem o expulso meia Henrique.

Alan Kardec perdeu ainda outro gol feito aos 12, e Felipe Anderson também deixou de fazer ao encobrir o goleiro rival, finalizando pra fora... Com um a mais, o Corinthians ficou mais com a bola, mas não ameaçou realmente a meta peixeira. Usou e abusou da jogada aérea, principalmente por meio de chuveirinhos, mas a defesa santista foi soberana nesse quesito. Foram 31 bolas alçadas na área sem sucesso e só cinco chegaram em cabeças e pés paulistanos. Tite tentou mexer, mas a equipe sentiu o gol de empate e partiu pra cima sem organização, deixando espaços para o contra-ataque santista. Em uma dessas jogadas de contra-ataque, Alan Kardec cruzou para Neymar, mas Chicão não deixou o joia fazer e empurrou pro gol, anotado para Kardec.



Ao fim, o Santos completou sete partidas sem derrota, uma sequência de cinco vitórias e dois empates, somando... 17 pontos. Para esse santista, nascido num dia 17, foi um dia numerologicamente feliz.

*****

Se algum repórter quisesse fazer a Rogério Ceni alguma pergunta que não fosse laudatória como de hábito, deveria perguntar quantas das faltas que Neymar recebeu não existiram no clássico contra o Corinthians, e se houve alguma que aconteceu e que o árbitro deixou de marcar. Será que chegaremos na mágica estatística de 50% de simulação?

11 comentários:

Anselmo disse...

Rogério Ceni poderia falar menos. Quase sempre.

O Santos do Muricy vai bem tbem por ter peças regulares, que não são brilhantes, mas ajudam. E tem o Neymar, que atormenta o time adversário. Fica bem difícil de ser enfrentado quando encaixa.

E o corinthians vai caindo... Mas infelizmente ainda tem tempo pra se reorganizar...

Moriti disse...

O Santos, pra mim, tem o melhor time do Brasil, com jogadores de bom/ótimo nível, como Henrique, Elano, Borges, Arouca e Leo (lembrando que boa parte desses caras não jogou hoje), e dois foras de série: Ganso (que está devendo ultimamente) e Neymar, que é gênio.

Além disso, tem o Muricy que, desde 2003, monta times vencedores, um atrás do outro.

Com dois jogos a menos e num campeonato em que os ponteiros de cima oscilam muito, ouso dizer que o Santos tem chances consideráveis de arrancar para o título.

Sobre o Ceni, sou fã dentro de campo, mas concordo com o Anselmo, quanto menos falar, tanto melhor.

Maurício Ayer disse...

O Santos é o melhor time, porque tem o que ninguém mais tem: o gênio. Isso só prova o quanto o calendário dos campeonatos no Brasil atrapalham: ganhou a Libertadores e para isso chegou tarde ao Brasileiro.

Mas o Corinthians poderia ter ganho o jogo. O elenco não é ruim se comparado aos outros times e eu estou entre o que considera que Adriano será um reforço.

Acontece que este campeonato se equilibra pela trajetória tortuosa de todos os times que disputam a dianteira. É o Campeonato dos Tropeços. Quem conseguir fazer o quatro, passar no bafômetro e atravessar umas boas rodadas sem vacilar vai ser o campeão.

Camilo disse...

Anselmo, não há organização que resista à titebilidade.

Maurício, também acho que poderia ter ganho no primeiro tempo. Depois vem o Tite e dá uísque paraguaio batizado com maracujá pros jogadores e... além de ninguém fazer o quatro e passar no bafômetro, ainda tem que arcar com uma baita dor de cabeça.

Ah! Antes que eu me esqueça, o Santos tb teve seus méritos.

Leandro disse...

O Corinthians poderia ter vencido o jogo não fosse o problema que atravessa com as bolas cruzadas em sua área e que ninguém consegue arrumar, desde o técnico e a comissão anteriores a Tite.
Sei que não há gênio do futebol que dê jeito em jogadores como Leandro Castán e Ramon, mas insistir tanto nestes nomes e "boicotar" o promissor Edenilson é sacanagem.
E será que Paulo André é assim tão ruim a ponto de merecer ser banco de Castán?
Alex segue sendo mera promessa, e ontem não teria feito a menor diferença, em termos futebolísticos, se o acidente que sofreu tivesse ocorrido no primeiro, e não no último minuto de jogo, pois o sujeito não fez nada que prestasse a partida inteira. Nem mesmo nos primeiros quarenta minutos, quando o Corinthians teve o domínio do jogo.
E se Tite já vem sendo questionado desde fevereiro, é natural que passe a ser ainda mais questionado agora, depois de duas derrotas seguidas em que o time se apresentou de forma bizarra nos segundos tempos, e da perda da liderança.
Ao argumento de que faltam bons nomes disponíveis no mercado, respondo que Paulo Autuori está desempregado neste momento.

Nicolau disse...

Concordo com o Leandro: é impressionante a quantidade de gols de escanteio sofridos pelo Corinthains nesse campeonato. Mas discordo quanto às administrações anteriores: William dava muito mais segurança nesse quesito que qualquer de seus colegas, Chicão incluso, fraco de cabeça.

Outro ponto que me irritou foi a falta de pontaria dos mosqueteiros. O primeiro tempo foi equilibrado e muito bom, com chances dos dois lados. Mas três das do Santos foram salvas por Júlio Cesar, em boa jornada, enquanto Rafael ficou olhando a maioria e só defendeu o chute de William que Glauco citou. Aquela cabeçada de Liedson não dá pra perder.

Tendo palpitado sobre o jogo, vamos ao campeonato. Minha impressão que o pessoal ainda não se acostumou com os pontos corridos. No 'pessoal' inclua analistas, técnicos, jogadores e torcedores. O Corinthians ficou agora há 3 pontos do líder, posto que ocupou por 17 rodadas consecutivas e pelas manchetes dos jornais de hoje, parece que entrou na zona de rebaixamento. Deve ser o único time do mundo a ficar em crise no topo da tabela...

Dizer que não dá pra tirar 3 pontos em 15 rodadas, com 45 pontos a serem disputados, é bizarro. É um processo longo. Lembro no ano passado quando o Timão ganhou do Fluminense no Rio, já pelo segundo turno. Minha sensação foi de que haviamos resolvido o torneio, ganhando a ponta e tirando o maior concorrente da parada. Nada mais equivocado. Dá tempo de mudar essa situação e ser campeão e desespero, invasão de vestiário e outros tipos de pressão exagerada não vão resovler nada. O time jogou muito bem o primeiro tempo, mas não teve calma para controlar e virar o jogo quando ficou com um a mais.

Calma talvez seja o conceito fundamental aqui. Calma, treinamento de escanteios defensivos e pontaria. Sem contar um pouco de sorte, que nunca é demais, rs. Vai, Corinthians!

Glauco disse...

Verdade que o Corinthians, se tivesse feito o segundo gol, teria mais chances de vencer. Mas o Santos também poderia ter goleado se tivesse convertido uma das suas três inacreditáveis chances...

Karin disse...

Taí, o meu segundo time do coração ganhou do meu (recentemente eleito) terceiro time do coração...
rs!

Leandro disse...

Sim, Glauco, o Santos perdeu uma chance de aplicar goleada. Sobretudo depois que o Corinthians se mandou com todo mundo e deixou Castán e Chicão no mano-a-mano. Ou seria Tite-a-Tite???...
O Corinthians, por sua vez, também perdeu a chance de abrir 3x0 e praticamente resolver o jogo ainda no primeiro tempo.
Mas futebol não tem espaço para o "se" num contexto destes. Três pontos para o Santos, e o Corinthians que busque resolver seus problemas nas próximas rodadas se ainda quiser lutar por alguma coisa.

Glauco disse...

Quis dizer, e repito, que as chances mais nítidas de gols foram do Santos. Só isso.

Nicolau disse...

As chances mais nítidas foram mesmo do Santos, evitadas por belas defesas de Júlio Cesar. O Corinthians teve chances em igual número, mas seus atacantes finalizaram na maioria para for ado gol - ainda que muito, muito perto. Mais capricho nas finalizações.