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William José: brigou, brigou e marcou (Santosfc) |
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William José: brigou, brigou e marcou (Santosfc) |
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Confraternização na final do Rio-São Paulo de 2002 |
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Diego, um dos algozes do "Real Madri do Morumbi" |
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Danilo decidiu ida do Corinthians à final da Libertadores 2012 |
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Esperança peixeira é que ele resolva |
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Belo lance... (Divulgação/SantosFC) |
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Meninos curtem a casa (Ricardo Saibun/Santosfc.com.br) |
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Vice-artilheiro do Santos no campeonato, Ibson começa a se afirmar |
Após 17 (guarde esse número) rodadas seguidas e várias pelejas mal jogadas há pelo menos dois meses, o Corinthians saiu da liderança do campeonato brasileiro. A vitória do Santos no Pacaembu – a primeira derrota do Alvinegro paulistano após 17 (opa, olha ele aí de novo) clássicos no estádio, sendo que a última tinha sido para o próprio Peixe – fez o ex-líder cair para o 3º lugar, a dois pontos do Vasco e um do São Paulo.
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Não cai, Neymar... Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC |
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Abraço não durou 17 segundos. Ricardo Saibun/Divulgação Santos |
Trabalhando num congresso nesse fim de semana, ouvi a excelente vitória do Corinthians sobre o Santos, 4 a 2. Os (muitos) gols do clássico, que parece ter sido um jogaço, foram marcados, na ordem, por Jorge Henrique, Bruno César (!), Ralf (!) e Paulinho para o Timão, enquanto os centroavantes André e Marcel fizeram para o Peixe.
Não tenho condições de falar muito sobre o jogo, mas sei que o Timão começou pressionando e marcou cedo. Pelo que entendi, depois disso recuou e tomou sufoco durante toda a primeira etapa, mas saiu ileso.
Sei também que tomou o empate logo na volta do intervalo – e que fez o segundo menos de um minuto depois. E novamente de acordo com meu entendimento, avançou o time e pressionou o Santos na maior parte da segunda etapa, chegando à goleada (cabe discussão sobre o critério para definir uma goleada, mas enfim.
A exclamação no gol de Bruno César se refere ao belíssimo começo do meia no Parque São Jorge, com um meio gol na partida passada (foi contra, mas não sei se o juiz assinalou pra ele) e um inteiro hoje. Parece que jogou bem de novo. Já o destaque para Ralph é porque, segundo o Mauro Beting, o dele foi um golaço - e ele não é muito dessas coisas de driblar, fazer gol...
Enfim, vou tentar ver algum teipe da partida e comento mais depois. No momento, é só comemoração pela primeira vitória convincente no Brasileirão, pelo time ter resolvido jogar pra frente e por ter encontrado opções para a armação das jogadas. Ah, e pela liderança, com 13 pontos, que se mantém. Alvíssaras!
“Um homem de moral não fica no chão”, já diria o compositor Paulo Vanzolini na música que tem o célebre refrão “Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”. A canção (que citei em outro contexto em um post do Edu) me veio à cabeça quando o garoto Neymar, sem paradinha, perdeu pênalti contra o Corinthians aos 7 do primeiro tempo. Antes da falta, ele mesmo havia desperdiçado uma chance preciosa frente ao goleiro Felipe, aos 2 de jogo. Mesmo assim, tinha a convicção de que o moleque não ia esmorecer.
O garoto tem talento, mas tem algo a mais: personalidade. Era possível perceber isso em sua estreia contra o Oeste, no ano passado, quando já trazia uma carga grande nos ombros. É lépido, rápido, frágil, mas parece veterano quando pega na bola. E foi como um jogador mais velho que matou a redonda passada por Marquinhos. Protegeu como um atacante mais pesado, virou e bateu como quem está acostumado a ir pras redes. Como um... Ronaldo? Não, como Neymar mesmo.
O gol era merecido. O Corinthians recuava com seus volantes à frente de zaga e Ganso e Marquinhos se revezavam na armação de jogadas mais atrás, mantendo a movimentação do ataque mesmo com a ausência de Robinho. O Timão foi empurrado para a intermediária e, não fosse uma linda jogada de Dentinho, não teria ameaçado uma vez sequer a trave santista. Já o Peixe exigia o arqueiro corintiano que fez dois milagres além do pênalti também milagroso.
Veio o segundo tempo e já era de se esperar um Corinthians mais adiantado, tentando marcar o Santos na saída de bola. Mano Menezes tentou dar mais mobilidade à equipe sacando Alessandro e Ralf e colocando Moacir e Jucilei. Mas foi o Peixe que marcou com André, numa linda jogada de Marquinhos, que fez sua melhor partida na Baixada, e em uma assistência fatal de Neymar aos 14.
Mesmo jogando mal, o Corinthians diminuiu a vantagem em uma jogada isolada de Ronaldo, que Dentinho completou aos 24. Mas a volúpia paulistana foi brecada com a expulsão de Moacir, praticamente jogado às feras por Mano Menezes, ou à fera, já que teve a incumbência de marcar Neymar. Como já disse aqui em várias ocasiões, o Santos é uma equipe leve que chama faltas e o pesado Timão abusou delas. Se o time da Vila soubesse aproveitar melhor as bolas paradas, o jogo poderia ter sido decidido mais cedo.
Na seqüência do lance de Moacir, Roberto Carlos foi expulso por simular um pênalti, numa marcação que os corintianos certamente podem reclamar, já que é puramente interpretativa. Dá papo de boteco, assim como a cotovelada que Dentinho deu em Pará, que também fazia sua melhor partida no Santos em 2010. Para muitos entendidos e não-entendidos de arbitragem, era jogada para expulsão, que aconteceria antes do primeiro tento corintiano.
Mesmo com dois a mais, o ataque santista se perdeu entre o relaxamento e uma relativa soberba. Mas não foi só isso. Ironicamente, a linha de impedimento que o Corinthians tanto havia tentado e não conseguido fazer na primeira etapa, passou a ser bem sucedida sem os dois laterais que quase sempre davam condições para os atacantes do Santos. André lembrou Kléber Pereira tal foi o número de vezes que ficou sem condições de jogo. Parece que os meninos jogam melhor quando marcados.
Assim a partida terminou 2 a 1 e se o santista pode ter ficado irritado com a sopa que a equipe quis dar para o azar, não pode esquecer que é a nona vitória consecutiva do time e a liderança no campeonato está mantida, com quatro pontos de vantagem sobre o vice Santo André. Mais um teste pelo qual o Santos passou.
Como era de se esperar, milhares de corintianos se acotovelaram nas bilheterias do Pacaembu, hoje pela manhã, na desesperada tentativa de assegurar um lugar na segunda partida decisiva do clube pelo Campeonato Paulista, contra o Santos, no próximo domingo (a foto à esquerda é de Reinaldo Marques/Terra). Segundo o site Terra, "havia gente esperando desde sábado". "Quando a bilheteria foi aberta, às 9h (de Brasília)", prossegue o texto de Maurício Duarte, "os fãs comemoraram como um gol de Ronaldo. Fogos, pessoas se levantando de suas cadeiras de praia, muita bebida e gritaria. Mas a festa durou pouco. Às 10h30 (de Brasília) as bilheterias foram fechadas. Quando os corintianos foram avisados pela polícia e pelos orientadores de que os ingressos estavam esgotados, houve princípio de confusão, uma tensão muito grande entre a Tropa de Choque e os torcedores revoltados, que provocavam os policias com hinos ofensivos, atirando pedras e garrafas de plástico". Mas o melhor depoimento foi de "um dos fãs mais exaltados, que admitiu ter consumido vinho, vodka e cerveja na fila durante a espera". Segundo a reportagem, o rapaz chorava compulsivamente, batia no peito e reclamava dos dirigentes corintianos, da polícia e até da política nacional: "Só tem safado na diretoria do Corinthians, que não disponibiliza ingresso. Por isso a política desse país não vai pra frente, porque somos tratados desse jeito. Mas isso aqui é Corinthians, é amor, sentimento, não dá pra controlar". Tava demorando para alguém botar a culpa no (corintiano) Lula...
É nisso que o torcedor praiano pensa depois da derrota. Alguns já elaboram desculpas para justificar o vice-campeonato. Outros, tentam ter esperanças. Hoje, o acaso e Ronaldo foram contra nós. Uma falta boba de Pará, uma matada no peito infeliz de Kleber Pereira e um toque involuntário da bola em Fabiano Eller definiram a partida. Fora as defesas de Felipe. No próximo domingo, a sorte pode estar do lado peixeiro.
Mas a culpa não é do treinador. Até porque a entrada de Maikon Leite, há meses sem atuar, foi uma demonstração óbvia da falta de elenco que a equipe tem. Só um atacante alto, e sem homens de frente velozes no banco, Mancini se virou como pôde. É preciso reforçar para o Brasileirão. Pedrão, do Barueri, será muito, mas muito bem vindo dentro desse contexto.
A propósito, tiraria Neymar para a entrada de Róbson, que precisava ir para o jogo mesmo.
*****
Por conta desse alto grau de exigência que a comparação cruel traz à mente, é bom o torcedor do Santos ter paciência com esses dois atletas. São bons, podem ser craques sim, mas estão em meio a um furação graças à pífia administração peixeira. São milagres e, por isso, todo alvinegro tem que agradecer a eles, e não xingá-los.
Sobre atletas decisivos, Madson, novamente, foi efetivo, mas não o suficiente.
Hoje tem Santos x Corinthians. O clássico alvinegro do estado de SP. Devo dizer a vocês que acho Santos x Corinthians o clássico mais bonito de todos.
Abaixo, o retrospecto a partir da (magnífica) Era Robinho (se houver erros, corrijam). São 13 vitórias do Santos, 2 empates e 2 vitórias do Timão. As vitórias do Santos se reduzem a 12, se eliminarmos aqueles 4 a 2 do Vila Belmiro de 2005 que o Zveiter anulou. Eu considero aquele jogo na estatística.
2002
Santos 1 x 0 (Rio-SP, Vila Belmiro)
Santos 3 x 1 (amistoso, Vila Belmiro)
Santos 4 x 2 (Brasileiro, Pacaembu)
Santos 2 x 0 (Brasileiro, Morumbi)
Santos 3 x 2 (Brasileiro, Morumbi)
2003
1 x 1 (Brasileiro, Morumbi)
Santos 3 x 1 (Brasileiro, Vila Belmiro)
2004
Santos 3 x 2 (Brasileiro, Pacaembu)
1 x 1 (Brasileiro, Vila Belmiro)
2005 (ano em que a MSI comprou o Campeonato Brasileiro)
Santos 3 x 0 (Paulista, Vila Belmiro)
Santos 4 x 2 (Brasileiro, Vila Belmiro)*
Corinthians 3 x 2 (Brasileiro, Vila)**
Corinthians 7 x 1 (Brasileiro, Pacaembu)
* jogo anulado pela CBF
** jogo remarcado pela CBF
2006
Santos 1 x 0 (Paulista, Morumbi)
Santos 2 x 0 (Brasileiro, Vila Belmiro)
Santos 3 x 0 (Brasileiro, Pacaembu)
2007
Santos 2 x 1 (Paulista, Vila Belmiro)