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domingo, outubro 30, 2011

Santos 4 X 1 Atlético-PR - Furacão vira brisa com Neymar

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Mais um post que corre o risco de ser docemente repetitivo. Dessa vez, pude acompanhar in loco no Pacaembu Neymar, o gênio, fazer cinco gols legítimos, mas só quatro validados. E ainda fez mais um, este irregular de fato.

Mas não foram só os gols. Foram passes inteligentíssimos, como o dado para Renteria desperdiçar diante do goleiro Renan, dribles desconcertantes, passes em que a finta de corpo deixou o marcador procurando a bola do lado oposto ao qual ela tinha ido... O repertório que se mostra diferente a cada peleja.

Embora o placar tenha sido dilatado, o jogo só se tornou realmente fácil na segunda etapa. No primeiro tempo, o Peixe sofreu com a quantidade de erros no meio de campo. Alan Kardec recuava para armar, mas não tem o cacoete de meia; Arouca avançava mais, principalmente pela direita, mas também errava bastante. Na esquerda, Durval, mais uma vez no lugar de Léo, conseguiu, junto com  o mais uma vez efetivo Bruno Rodrigo, evitar os avanços de Guérron, mas não conseguia acrescentar nada à frente, justamente no setor do campo que Neymar gosta de atuar. Assim, sem ter com quem jogar , o moleque forçava as jogadas individuais para criar as chances alvinegras.

Precisa legenda? (Foto Santosfc)
Foi um primeiro tempo praticamente sem chances para o Atlético, que chegou com perigo duas vezes. Mas, logo no início do jogo, o Santos teve um pênalti a seu favor e começa a polêmica sobre a arbitragem. O comentarista Leonardo Gaciba diz que Cléber Santana usou o tal “jogo de corpo” em Neymar no lance anotado pelo árbitro. A mim, não pareceu, mas resolvi buscar o próprio Gaciba, em seu blogue encerrado na RBS, em que ele comenta sobre o tal “ombro a ombro”. Diz o ex-árbitro:: “Ainda, como diria Arnaldo Cesar Coelho 'a regra é clara' quando nos explica que este tranco com o ombro, mesmo que a bola esteja em disputa, quando for realizado com força excessiva, é ilegal! (grifo meu) O atleta não pode, simplesmesmente, esquecer-se da bola e jogar-se contra o adversário, só porque o contato será feito com o ombro!”. Cada um interpreta como quer, mas, além de achar que Cléber Santana utilizou a tal “força excessiva”, ainda é possível ver o uso do antebraço “alavancando” o tronco de Neymar.

Ainda no primeiro tempo, outro lance “interpretativo”, o árbitro anulou o que seria o segundo gol do garoto na partida. A bola passou por um impedido Alan Kardec, que não fez menção de participar do lance. Depois de validar o gol de Neymar e do time rubro-negro já se postar no meio de campo para sair com a bola, jogadores do vistante cercaram o auxiliar Fábio Pereira e Francisco Carlos Teixeira voltou atrás e anulou o tento. Naquela conjuntura, o tempo fechou e o time se desorganizou por um instante. Até que, pouco depois, numa tentativa de contra-ataque do Atlético, Neymar voltou para a intermediária, desarmou o ataque paranaense com um chutão e vibrou. A torcida foi junto e incendiou o Pacaembu novamente, mas o segundo tempo estava no fim.

Logo no início da segunda etapa, gol do Atlético-PR. Escanteio cobrado de forma magistral por Paulo Baier, o mais lúcido e perigoso jogador rubro-negro, encontrou Guérron. Mas não demorou dois minutos para o Santos empatar. Cléber Santana fez outro pênalti, empurrando Edu Dracena em cobrança de escanteio. Não recebeu o segundo cartão amarelo, que lhe valeria a expulsão. Neymar não desperdiçou. E, cinco minutos depois, Rentería lançou Neymar; o zagueiro Manoel cai, e o atacante não desperdiça. Pseudopolêmica: ao fazer o movimento de correr pra disputar com o santista, há um suposto choque da perna dele com o joelho do adversário.


O quarto viria em um lance de gala do garoto, que finge que vai abrir na ponta, mas avança na área, deixando a marcação sem rumo. O chute perfeito acaba com o jogo. O Peixe ainda desperdiçaria chances de ampliar e o Atlético colocaria uma bola na trave, em lance irregular no qual Guérron domina com o braço, e outra em cobrança de Paulo Baier já perto do fim do jogo. Mas a noite era de Neymar, que chegou a 96 gols como profissional, não contando os tentos feitos como infantil e juvenil (alô, Romário), sendo 78 pelo Alvinegro em 154 partidas.

7 comentários:

Maurício Ayer disse...

Realmente, um passeio. Concordei com todas as marcações do árbitro. O segundo gol santista foi bem anulado: mesmo sem tocar na bola, Alan Kardec polariza todos os olhares pois realmente deixa a bola para o Neymar. Ou seja, paralizou a defesa. Se isso não é participar da jogada...

Glauco disse...

Bom, vamos consultar a origem das especificações sobre o tal "impedimento passivo", que nunca existiu e que a Fifa fez questão de alucidar com detalhes a partir de 2005 (link aqui. Tal redação esclareceu o polêmico "não-impedimento" em três regrinhas simples:

- Interferir na jogada significa tocar na bola recebida de um companheiro de equipe. Alan Kardec não toca na bola

- Interferir junto ao adversário significa evitar que o oponente toque ou seja capaz de tocar a bola através de uma clara obstrução da linha de visão ou movimento do rival, ou fazendo gestos ou movimentos que, na opinião do árbitro, engane ou distraia o adversário. Alan Kardec não evita que o rival toque na bola por meio de obstrução da linha de visão ou movimento do rival, nem faz gestos ou movimentos já que não faz menção de ir para a bola

- Conseguir vantagem de uma posição irregular significa tocar na bola após rebote da trave ou do travessão ou desviada por um adversário quando se está em posição de impedimento. Alan Kardec não se valeu disso.

Além disso, o mais estranho é que o árbitro validou o gol e o bandeira não anotou nenhuma irregularidade no lance. Depois, quando a bola já estava no meio de campo, jogadores do Atlético-PR fora pressionar o bandeira depois de já terem falado com o árbitro e então o lance foi invalidado. Qual o tipo de interferência que jusitifica esse recuo dos dois?

Maurício Ayer disse...

Pois então, o fato de existir uma regulamentação pode dar sustentação a uma interpretação, mas não quer dizer que a regra seja bem escrita. A bola vai na direção precisa do Alan Kardec no momento em que ele está acintosamente impedido, até a bola passar por ele e ele “não fazer menção de pegar a bola” já se passaram os segundos que mudam a reação da defesa. Não quer dizer que, se ele não estivesse ali, teriam conseguido evitar o gol, mas minha opinião é de que ele atrapalhou; mas se pra caber na regra ele teria que ter tocado na bola, então realmente não poderia ter invalidado. Nesse caso minha sugestão é de que o pessoal da fifa incluísse mais uma linha nessa regra.

Leandro disse...

O prêmio de melhor jogador do mundo segue sendo um negócio eurocêntrico que tem por verdadeiro intuito fazer oba-oba com os clubes de lá.
Em 2001/2002 o melhor jogador do mundo foi o Riquelme, e entre 2003 e 2005 foi o Tevez, mas como estes dois não jogavam em clubes da Europa não foram lembrados por ninguém do Velho Continente.
Passou da hora de reconsiderarem isso e incluírem Neymar em igualdade de condições com os demais jogadores que hoje estão cotados para ganhar o troféu deste ano.

Nicolau disse...

Neymar está jogando demais, impressionante. Que mantenha a pegada contra o Vasco semana que vem, hehe!

Moriti disse...

O melhor jogador do Brasil. Disparado. E, sem dúvida, entre os melhores do mundo (e não entre os 50, mas entre os três, ele, Messi e Cristiano Ronaldo). E só tem 18 anos.

O cara dribla como Garrincha e finaliza como Romário. Um alívio ver os tantos artifícios e ousadia dele na atual onda de mediocridade e futebol medroso.

Nicolau disse...

O André Kfouri lembrou que o Messi fez 3 contra o Mallorca no fim de semana, um de pênalti, e foi tratado como semi-deus. O Neymar faz 4 no Atlético PR, que deve ser mais forte que o tal Mallorca, e a gente mesmo acha coisa normal. Não é.