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segunda-feira, outubro 07, 2013

Sobre Vladimir, Claudinei e Dalai-Lama

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Existem múltiplas e diferentes formas de emoções e de dores negativas, como a vaidade, a arrogância, a inveja, a ambição, a cobiça, a pusilanimidade etc.
Mas, entre todas, o ódio e a cólera são considerados os mais funestos, porque representam os maiores obstáculos ao desenvolvimento da compaixão e do altruísmo e porque destroem a virtude e a tranquilidade do espírito.
Claudinei não gostou. Nem eu (Ivan Storti/Santos FC)
Era esse ensinamento que o Dalai-Lama vertia em seu livro Todos os dias – 365 meditações diárias era o recomendado para o leitor no dia 6 de setembro. E foi com sua lembrança em mente que olhei para o rosto do arqueiro reserva Vladimir, desolado após mais uma finalização lusa quando o jogo estava três a zero contra o Santos. Tinha atribuído ao atleta alcunhas pouco generosas, adjetivos algo chulos, palavras que não se pronunciam nas homilias. Afinal, ele falhou nos três gols tomados e passava uma sensação de morte iminente no torcedor toda vez que a bola chegava perto da área.
Tudo bem, não jogava desde 2011, pensei, o desculpando com toda postura zen que consegui manter. Mas tem goleiro que passa tempos sem atuar e faz papel melhor. Mas ele não teve uma proteção decente, foi prejudicado por uma péssima atuação defensiva do lateral Cicinho e do capitão Edu Dracena que, não satisfeito com sua bela performance, entregou os pontos ao dizer que o Santos tinha que pensar em 2014. Sinceridade demais no momento errado.
E era preciso ser meditabundo, quase sorumbático, para compreender Claudinei Oliveira. O treinador é jovem, tem um belo futuro pela frente, mas oscila demais junto com seu time. Não possui em mãos um elenco brilhante ou mesmo numeroso, mas inventa em excesso quando não é necessário e altera a equipe com substituições que vão da superlotação de volantes à abundância de atacantes em menos de 90 minutos. Em geral, sempre sem ligação no meio de campo, fazendo a equipe piorar quando já não está bem. Difícil obter padrão assim.
É necessário ter paciência com o time em transição. Mas nem sempre vai ser fácil segurar a língua. O fato é que os dois últimos resultados mostraram o cenário atual do Brasileirão: o Santos é mais arrumado que o São Paulo, e menos que a Portuguesa, bem armado por Guto Ferreira, treinador que fez trabalhos interessantes também na Ponte em 2013 e no Mogi em 2012. Durante a peleja, deu um “prestenção” (verbal) em Claudinei, que reclamava da arbitragem. O santista, ao que parece, resmungou se calou. Eu também. E desisti ali. 

quinta-feira, outubro 03, 2013

Com um a menos, Santos supera São Paulo por 3 a 0 e sonha com G-4

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Citando o Conselheiro Acácio, toda partida tem momentos que podem ser cruciais, mudando seu rumo e fazendo o torcedor pensar “se não fosse aquele lance”... No clássico entre Santos e São Paulo, na Vila Belmiro, depois do tento marcado por Edu Dracena* na primeira etapa aos 22, Alison foi expulso aos 42. Até então, o Peixe finalizava mais que o rival e chegava a exercer um relativo domínio, mas os visitantes se animaram e foram atrás do empate na etapa inicial. Em chute de Rodrigo Caio, Aranha rebateu e Douglas quase marcou o que seria o empate aos 47, mas perdeu.

Imagem
Thiago Ribeiro fez contra seu ex-time (Foto SantosFC)
Esse poderia ser um lance crucial, já que a igualdade daria mais confiança ao São Paulo. Mas não foi ali, ao menos para o Alvinegro, que se deu o lance decisivo. Com um a menos, a aposta de qualquer torcedor era que Claudinei Oliveira reforçaria sua fama defensivista, colocando outro volante no lugar de um dos dois atacantes, repondo a ausência de Alison. Afinal, o time tinha entrado com três volantes e um lateral no meio contra o Atlético-MG, só alterando a forma de jogar quando já perdia a partida. Mas, dessa vez, o treinador não recuou mais do que deveria.

Formou sim duas linhas de quatro para se resguardar, mas não abriu mão do contra-ataque como em outras ocasiões no Brasileiro. Manteve Thiago Ribeiro, atacante que penou de forma solitária contra o Galo, mas que soube ser ágil e preciso quando recebeu bola de Cicinho, aos 15, para marcar o segundo do Santos no clássico.

Mesmo com um a menos, a partir desse momento o jogo de nervos favoreceu o time santista. O Tricolor, sem confiança e nem técnica, não conseguiu furar o bloqueio peixeiro e ainda tomou o terceiro gol em nova jogada de Cicinho pela direita, com finalização de Léo, aos 45. Outro ponto que chama a atenção é o fato do veterano ex-lateral e hoje meia ter entrado bem mais uma vez, assim como na peleja contra o Internacional. Deveria ser mais aproveitado na equipe.


Claudinei reagiu, e bem, à pressão, em uma semana na qual, de forma pouca sutil, foi chamado de técnico sem “t” maiúsculo. Após a vitória, pode conseguir mais tranquilidade para dar um padrão à equipe que não oscile entre ter três volantes e um atacante em um jogo, terminando com três atacantes e um volante. Ou conseguir piorar o ritmo de uma partida ao colocar quatro atacantes em campo quando está atrás no placar, como aconteceu contra o Botafogo. Variações durante uma partida são normais, mas quando são bipolares mostram que se errou em algum momento, ou no início, ou no meio. O sonho da Libertadores ainda está de pé, mas o Santos vai precisar do seu treinador confiando mais em si mesmo, já que a confiança dos jogadores parece que já tem.
*Com 17 gols, Edu Dracena está a três de igualar Alex como maior zagueiro-artilheiro do Santos.

quinta-feira, agosto 08, 2013

Santos 1 X 1 Corinthians - Depois de apanhar, Santos mostra que continua de pé

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Em um dos grandes momentos da história do cinema (só que não), Sylvester Stallone, investido no papel de Rocky Balboa pela sexta vez nas telas do cinema, vira para seu filho, que não quer que o 'Garanhão Italiano” suba ao ringue com 60 anos de idade, e despeja sua sabedoria em uma frase. “Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto consegue apanhar e continuar seguindo em frente.”

Como o cara não ganha um Oscar com essa interpretação primorosa? Uns quatro músculos da face em ação na cena

E o time do Santos que entrou em campo ontem apanhou na semana passada. Até mais do que as incríveis surras que o personagem de Stallone tomou de diferentes lutadores durante a série cinematográfica. O que estava em questão hoje não era apenas o clássico contra o Corinthians, mas se os moleques e os veteranos, espezinhados com razão por Deus e pelo mundo, iriam suportar a pressão e jogar de forma digna contra um dos times mais consistentes do Brasil.

O início da peleja, com um gol de Paulo André aos 3 minutos, dizia que não. Hoje, não. Ou... hoje, sim? Lembrei daquele time de meninos de 2002, cuja fórmula cantada por comentaristas para que ele caísse na segunda partida das quartas de final do Brasileiro contra o São Paulo era tomar um gol no começo do jogo. E o Santos tomou. Mas não caiu. Também não tombou na noite de ontem.

William José: brigou, brigou e marcou (Santosfc)
Chegou a ter 68% de posse de bola no primeiro tempo. Mas pouco ameaçou o gol de Cássio. Essa vem sendo a tática do Corinthians de Tite, pressionar e marcar logo no começo, e depois esperar pelo contra-ataque. Nas duas partidas contra o Corinthians na Libertadores de 2012, na maior parte do tempo o Timão, com a vantagem, marcou atrás da linha da bola contra o Peixe. E se deu melhor.

Mas aquele Corinthians tinha mais qualidade técnica com Paulinho no meio. O Santos também era melhor tecnicamente que o time de hoje, mas menos coeso taticamente. E menos aguerrido. Porque os donos da casa hoje entraram querendo curar a ressaca, provando que podiam aguentar qualquer trago e qualquer tranco, mesmo com o revés do início.

Na segunda etapa, a superioridade se traduziu em gol. Em um, de William José, mas poderia ter sido dois, poderia ter sido uma vitória de virada. O Santos tomou conta do meio de campo corintiano, Tite tentou corrigir a desvantagem colocando Ibson no lugar de Romarinho. Não bastou. Arouca, Leandrinho, Cícero e, principalmente, um onipresente Montillo, em sua melhor atuação pelo Santos, fizeram do meio de campo seu castelo. Sem contar Léo atrás, que roubou a bola do contra-ataque que resultou no tento peixeiro e Edu Dracena, que calou a boca do crítico futepoquense que o cobrou em relação às declarações infelizes de alguns dias atrás. E Neílton, menos vistoso que eficiente, também mostrou que o passeio de Barcelona foi isso. Um passeio que ficou pra trás, como aqueles que fazemos nas férias.



Assim como no jogo contra o Coritiba, o time não conseguiu traduzir a superioridade nos três pontos. Numa competição de pontos corridos, isso é grave. A equipe precisa do algo a mais, de um ou dois jogadores com poder de decisão, que possam mudar uma partida ou fazer o inesperado quando o contexto exigir. O novo gerente de futebol, Zinho, chegou com a ingrata missão de buscar esse (ou esses) “a mais”. Os santistas aguardam com ansiedade. 

sexta-feira, agosto 02, 2013

Oh Captain! My Captain!

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Profissionalismo, coerência e colocações pertinentes e inteligentes. A gente vê... onde mesmo?


segunda-feira, fevereiro 11, 2013

A derrota do Santos para o Paulista e os dilemas de Muricy

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“Olha a capa de chuva! Agora é cinco, depois que começar de chover é dez...”. O ambulante do Pacaembu na partida de ontem já vislumbrava o forte toró que cairia minutos depois do começo da peleja entre Santos e Paulista. Uma precipitação tão intensa que fez do gramado do Pacaembu, que sempre teve uma boa drenagem, um verdadeiro lamaçal que impossibilitava os lances de bola no chão antes mesmo da metade da etapa inicial.

Para o Santos, time que tenta impor um estilo de jogo de toque de bola, era uma má notícia. Mas pior ainda pelo técnico Muricy Ramalho, promover a reestreia de dois atletas que fatalmente sentiriam mais ainda o jogo em um campo pesado. Edu Dracena, 31 anos, retornou após seis meses ausente por conta de uma contusão e Marcos Assunção, 36 anos, jogou sua primeira partida desde o ano passado. Foram sacados Renê Júnior, que tem sido talvez o melhor atleta santista neste 2013, e o zagueiro Neto, também destaque positivo na equipe.

Após o primeiro tempo no qual ambos os times até tiveram suas chances, mas o futebol jogado foi quase zero, a segunda etapa com um gramado menos molhado prometia ser melhor pra o Santos. Só prometia. Guilherme Santos, que já havia falhado ao menos duas vezes antes e fazia sua pior partida pelo time, cometeu um pênalti infantil no atacante Cassiano, convertido por Marcelo Macedo.

O que passou, Neymar?
A partir daí, o Paulista, que já se defendia bem, se fechou ainda mais. E a falta de criatividade santista ficava evidente. O meio de campo alvinegro não conseguia atacar e marcava mal, dando oportunidades de contra-ataque para os visitantes. Montillo praticamente não apareceu e demorou a ser substituído por Muricy. O treinador santista preferiu sacar Guilherme Santos, que realmente tinha que sair, e Bruno Peres, para as entradas de André e Felipe Anderson, que passou a ocupar a ala esquerda. Cícero fez as vezes na direita.

Sem laterais, o time ficou ainda mais vulnerável e foi em uma falta do “ala” Felipe Anderson na intermediária que saiu o segundo tento, de falta, do Paulista. Gol que contou com a falha do goleiro Rafael, que tentou adivinhar o canto, dando um passo e meio para o lado errado. Embora Muricy Ramalho tenha dado bronca em um repórter que fez uma pergunta sobre questão tática e suas substituições em mais um de seus arroubos de arrogância, a justificativa de que quis “abrir o time” é bastante questionável até para pobres mortais como nós, que não entendem tanto de futebol como o douto comandante do Santos.


Muricy poderia ter alterado o meio de campo, fortalecendo o setor mais fraco da equipe. Mas manteve Marcos Assunção até o fim, talvez confiante em alguma bola parada, resgatando os idos tempos do emocionante “Muricybol”. Tal qual castigo, foi o Santos quem tomou um gol de falta e a bola mais perigosa do Alvinegro nesse quesito foi obra de Neymar, e não do volante veterano.

O terceiro gol no final fechou o caixão do vexame, mas o Onze santista fez o de honra para diminuir a vergonha. Passada mais uma formação diferente, ficam questões pendentes para o treinador santista, como a levantada nesse post, a respeito da formação do meio de campo. Se quiser contar com Marcos Assunção, a equipe fica mais lenta e perde poder de marcação, ainda mais com Dracena na zaga, mais lento que o até aqui titular Neto. Abrir mão de Renê Júnior parece algo absurdo, assim como sacar Cícero, um dos únicos três jogadores santistas que marcaram nesse Paulista, fora Miralles e Neymar. Uma alternativa seria colocar Arouca como lateral direito, mas não parece ser uma solução do agrado nem de Muricy, nem do volante que voltou à seleção brasileira mesmo passando por uma fase irregular no clube.

Assim, o comandante santista, que reclamava por não ter opções em 2012, terá que quebrar a cabeça para lidar com a fartura em alguns setores. E, claro, vai continuar reclamando, como é do seu feitio.

quinta-feira, maio 10, 2012

Teve volta! Santos 8 X 0 Bolívar

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“Vai ter volta”. Era assim, com raiva, que Neymar falava aos repórteres depois da derrota do Santos para o Bolívar em que ele recebeu banana, mexerica, pedra e demais objetos, além de ter sido caçado em campo. O que os bolivianos não previam é que o regresso pudesse ser tão, mas tão amargo.

Começou aos 4 minutos, com uma finalização com efeito de Elano, que pegou o arqueiro Arguello, que tem pinta de cantor de tango, no contrapé. O Bolívar tinha vindo à Vila Belmiro com esperanças. Afinal, era o primeiro clube boliviano a chegar na fase de mata-mata da Libertadores, tendo vencido uma peleja na fase de classificação fora de La Paz. E chegava com a vantagem conquistada na partida de ida. Seu treinador, Ángel Guillermo Royos, comandou o Barcelona B e se diz “descobridor” de Messi. Mas o Bolívar sentiu o golpe. Aos 8 e aos 9, teve dois amarelos contra si e o descontrole já era evidente.

Como numa luta de boxe, em que um mina a confiança do rival com golpes, mas também psicologicamente, o Peixe já havia deixado o Bolívar mais qeu abatido. E os adversários ficaram ainda mais com o pênalti cometido pelo argentino Arguello, que empurrou Edu Dracena na área. Aos 22, Neymar não perdoou e se tornou o maior artilheiro da Era pós-Pelé, de forma isolada, com um gol a mais que Serginho Chulapa e João Paulo.

O golpe fatal viria aos 27. Neymar dá um passe de trivela, simplesmente genial, e Ganso se ajeita na área para marcar de letra. Antológico. Ali, se fosse de fato uma luta de boxe, o árbitro teria dado nocaute técnico e parado a luta. Mas no futebol isso não é possível. Virou um massacre.

Majestade
Elano, Ganso e Neymar marcariam mais uma vez cada um; Alan Kardec faria o seu e Borges, que entrou em seu lugar, também anotou. Um 8 a 0 que é a maior goleada da Libertadores de 2012. Sem lances duvidosos a favor do Alvinegro, com ambos os times com onze jogadores até o final. Inconteste. Ficou barato, diante das circunstâncias, para os visitantes.

E Ángel Arroyo, que disse, brincando, não conhecer Neymar, hoje o 16º maior artilheiro da história alvinegra, talvez tenha visto que a provocação (em todos os níveis) do jogo de ida não tenha sido uma ideia brilhante. Em um só jogo, tomou a mesma quantidade de gols que sofreu nas outras sete partidas da Libertadores.

E a história segue sendo escrita.

domingo, outubro 30, 2011

Santos 4 X 1 Atlético-PR - Furacão vira brisa com Neymar

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Mais um post que corre o risco de ser docemente repetitivo. Dessa vez, pude acompanhar in loco no Pacaembu Neymar, o gênio, fazer cinco gols legítimos, mas só quatro validados. E ainda fez mais um, este irregular de fato.

Mas não foram só os gols. Foram passes inteligentíssimos, como o dado para Renteria desperdiçar diante do goleiro Renan, dribles desconcertantes, passes em que a finta de corpo deixou o marcador procurando a bola do lado oposto ao qual ela tinha ido... O repertório que se mostra diferente a cada peleja.

Embora o placar tenha sido dilatado, o jogo só se tornou realmente fácil na segunda etapa. No primeiro tempo, o Peixe sofreu com a quantidade de erros no meio de campo. Alan Kardec recuava para armar, mas não tem o cacoete de meia; Arouca avançava mais, principalmente pela direita, mas também errava bastante. Na esquerda, Durval, mais uma vez no lugar de Léo, conseguiu, junto com  o mais uma vez efetivo Bruno Rodrigo, evitar os avanços de Guérron, mas não conseguia acrescentar nada à frente, justamente no setor do campo que Neymar gosta de atuar. Assim, sem ter com quem jogar , o moleque forçava as jogadas individuais para criar as chances alvinegras.

Precisa legenda? (Foto Santosfc)
Foi um primeiro tempo praticamente sem chances para o Atlético, que chegou com perigo duas vezes. Mas, logo no início do jogo, o Santos teve um pênalti a seu favor e começa a polêmica sobre a arbitragem. O comentarista Leonardo Gaciba diz que Cléber Santana usou o tal “jogo de corpo” em Neymar no lance anotado pelo árbitro. A mim, não pareceu, mas resolvi buscar o próprio Gaciba, em seu blogue encerrado na RBS, em que ele comenta sobre o tal “ombro a ombro”. Diz o ex-árbitro:: “Ainda, como diria Arnaldo Cesar Coelho 'a regra é clara' quando nos explica que este tranco com o ombro, mesmo que a bola esteja em disputa, quando for realizado com força excessiva, é ilegal! (grifo meu) O atleta não pode, simplesmesmente, esquecer-se da bola e jogar-se contra o adversário, só porque o contato será feito com o ombro!”. Cada um interpreta como quer, mas, além de achar que Cléber Santana utilizou a tal “força excessiva”, ainda é possível ver o uso do antebraço “alavancando” o tronco de Neymar.

Ainda no primeiro tempo, outro lance “interpretativo”, o árbitro anulou o que seria o segundo gol do garoto na partida. A bola passou por um impedido Alan Kardec, que não fez menção de participar do lance. Depois de validar o gol de Neymar e do time rubro-negro já se postar no meio de campo para sair com a bola, jogadores do vistante cercaram o auxiliar Fábio Pereira e Francisco Carlos Teixeira voltou atrás e anulou o tento. Naquela conjuntura, o tempo fechou e o time se desorganizou por um instante. Até que, pouco depois, numa tentativa de contra-ataque do Atlético, Neymar voltou para a intermediária, desarmou o ataque paranaense com um chutão e vibrou. A torcida foi junto e incendiou o Pacaembu novamente, mas o segundo tempo estava no fim.

Logo no início da segunda etapa, gol do Atlético-PR. Escanteio cobrado de forma magistral por Paulo Baier, o mais lúcido e perigoso jogador rubro-negro, encontrou Guérron. Mas não demorou dois minutos para o Santos empatar. Cléber Santana fez outro pênalti, empurrando Edu Dracena em cobrança de escanteio. Não recebeu o segundo cartão amarelo, que lhe valeria a expulsão. Neymar não desperdiçou. E, cinco minutos depois, Rentería lançou Neymar; o zagueiro Manoel cai, e o atacante não desperdiça. Pseudopolêmica: ao fazer o movimento de correr pra disputar com o santista, há um suposto choque da perna dele com o joelho do adversário.


O quarto viria em um lance de gala do garoto, que finge que vai abrir na ponta, mas avança na área, deixando a marcação sem rumo. O chute perfeito acaba com o jogo. O Peixe ainda desperdiçaria chances de ampliar e o Atlético colocaria uma bola na trave, em lance irregular no qual Guérron domina com o braço, e outra em cobrança de Paulo Baier já perto do fim do jogo. Mas a noite era de Neymar, que chegou a 96 gols como profissional, não contando os tentos feitos como infantil e juvenil (alô, Romário), sendo 78 pelo Alvinegro em 154 partidas.

domingo, maio 01, 2011

São Paulo 0 X 2 Santos - Muricy mexe bem. E os craques decidem

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Nada de time reserva. Muricy Ramalho entrou com seus titulares para enfrentar o São Paulo, que tinha a vantagem da torcida e do campo, para tentar uma vaga na decisão do campeonato paulista. Ainda que o Tricolor tenha entrado com a proposta de acuar o Peixe, foi Neymar, depois de falha grotesca de Alex Silva, quem meteu uma bola na trave logo no início da partida. Mais à frente, Edu Dracena tentou imitar o rival e quase o São Paulo fez o gol.

A primeira etapa teve uma configuração curiosa: o time do Morumbi atacava mais pelo lado esquerdo da defesa alvinegra, com Jean e Ilsinho, mas também foi por ali que Léo chegou com perigo, exigindo uma boa defesa de Rogério Ceni. Mas foi jogando também pelo outro lado que os donos da casa, a partir dos 30 minutos, passaram a exercer muito mais pressão que o Peixe, fazendo uma blitz por oito minutos. Jean perdeu uma grande chance na cara do gol, quase reproduzindo um tiro de meta.

Se fosse uma luta de boxe, o São Paulo teria terminado a primeira etapa com leve vantagem por pontos. Mas Muricy mudou no intervalo. Colocou o zagueiro Bruno Aguiar e sacou o mais uma vez inoperante (ainda é o queridinho da torcida?) Zé Love. A ideia não foi recuar o time, mas sim avançar um pouco mais os laterais, os transformando em alas, e tomar conta do meio de campo, área de domínio tricolor até aquele momento. Em compensação, liberou mais os até então discretos Ganso e Elano para apoiarem Neymar.

Com menos de cinco minutos, Jonathan e Léo já tinham ido bem até  campo rival, e o São Paulo não conseguia mais atacar com tanta facilidade. Bruno Aguiar, jogando pelo lado direito, atuou muito bem, apesar de ter dado um passo errado que armou um contra-ataque sãopaulino. Mas difícil um zagueiro não falhar em um jogo tão movimentado.

O primeiro gol santista saiu graças a uma tranquilidade incrível de Paulo Henrique Ganso na área, depois de passe de Neymar. Ele conseguiu controlar e dar uma assistência primorosa para Elano marcar e voltar ao topo da artilharia do Paulista. O meia, aliás, que também fez gol contra o Tricolor na primeira fase da competição, conseguiu sua nona vitória na disputa (são só duas derrotas).

O segundo tento do Santos não tardaria, e com participação de um gigante veterano. Léo, que resistiu como pôde às investidas em seu setor no primeiro tempo e apoiou bem quando foi ao ataque, roubou a bola na intermediária e tocou para Ganso, que lançou Neymar. O atacante disputou corrida com dois zagueiros sãopaulinos, recebeu um toque de Xandão – e não caiu. Perdeu o ângulo para a finalização mas viu o companheiro Ganso chegando. Deu o passe e o Dez tocou com precisão para fazer o gol que desmoronou o rival.


A partir daí, o São Paulo tentou chegar com chuveirinhos sucessivos na defesa peixeira, com Rivaldo jogando a bola na área, tentando aproveitar a altura de Fernandão, que quase marcou. Antes disso, Neymar perdeu uma chance inacreditável sozinho diante de Rogério Ceni. Mas o santista tem créditos sobrando. E Muricy Ramalho, assim como fez à frente do São Caetano em 2004, eliminou o São Paulo do campeonato paulista. E o Santos, pelo segundo ano seguido, tirou o Tricolor nas semifinais do estadual, a quarta eliminação seguida da equipe da capital nessa etapa da competição.

A vitória traz mais confiança para a equipe, mas o desgaste também parece ser evidente. Desde que assumiu o Peixe, Muricy encarou cinco “finais”: contra o Cerro Porteño, em Assunção; Deportivo Táchira, no Pacaembu; Ponte Preta e América-MEX, na Vila, e São Paulo, no Morumbi. Já na terça, a partida de volta contra os mexicanos, em uma cidade a pouco mais de 200 quilômetros da Cidade do México. A força psicológica se consolida, mas a física aguenta?

sábado, março 19, 2011

Bragantino 2 X 1 Santos - sem técnico e sem técnica, o retrato do caos

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Sem esquema tático e com incríveis vazios de um meio de campo que não marca e apóia mal, o Santos foi derrotado pelo Bragantino por 2 a 1. Derrota mais que merecida, já que o time do interior fez a lição de casa: contra-atacou, aproveitou o espaço que os volantes santistas davam à frente da área, finalizou muito a gol e se defendeu, às vezes de forma violenta, mas nada que surpreenda por se tratar de uma equipe inferior tecnicamente ao adversário.

O que surpreendeu de fato não foi apenas a má partida alvinegra, mas o fato de que os jogadores, perdidos em campo e sem um técnico que orientasse ou pudesse alterar o panorama da partida no banco de reservas, também apelassem para a deslealdade. Elano já merecia ter sido expulso no final da partida contra o Colo Colo e, desta vez, além de Adriano (como é doído vê-lo com a camisa do Santos), Ganso poderia ter ido para o chuveiro mais cedo.

Edu Dracena, mais uma vez falhou, fazendo praticamente um corta-luz para o atacante do Bragantino Léo Jaime marcar o primeiro gol da partida. Aliás, as falhas algo bizonhas do zagueiro peixeiro fazem o torcedor lembrar de momentos marcantes de defensores do naipe de Camilo, Maurício Copertino, Marcelo Fernandez e tantos outros, alguns ex-companheiros de elenco de Marcelo Veiga, hoje treinador do Braga, nos tempos de fila do Peixe. No segundo gol da equipe do interior, Pará estava marcando um jogador mais alto que ele, mas sequer subiu junto com Marcelinho para atrapalhar seu cabeceio. O que fazia ali mesmo?

Martelotte já tinha dado sinais do que poderia fazer pelo clube no último Brasileiro. Ou seja, muito pouco. Insistir nele é uma ato de quase suicídio praticado pela diretoria.


****
Muricy Ramalho saiu do Fluminense reclamando das condições do clube. A ausência de um centro de treinamento decente foi um dos fatores que o técnico mencionou como grave para o rendimento da equipe, já que favorecia o surgimento de contusões. O tempo de permanência de atletas no departamento médico também perturbava Muricy. 

No Santos, nessa partida, estavam contundidos Léo, Alex Sandro, Jonathan, Diogo e Arouca. Charles foi contratado por recomendação de Adílson Batista e sequer jogou. Outros que, de memória, lembro que passaram pelo departamento médico na (curta, por enquanto) temporada de 2011: Alan Patrick, Maikon Leite, Róbson, o goleiro Aranha, e Elano, que até hoje não tem a mobilidade apresentada no ano passado. Houve equívocos na preparação física, nas contratações, no tratamento de atletas ou é toda mera coincidência?

*****
Em 2010, Santos e Bragantino fizeram um jogo bem diferente...

quinta-feira, março 03, 2011

Santos 1 X 1 Cerro Porteño - Arrepia, zagueiro...

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Zagueiro tem que ser malandro
Quando tiver perigo com a bola no chão
Pensar rápido e rasteiro
Ou sai jogando ou joga a bola pro mato
Pois o jogo é de campeonato

Aos 47 do segundo tempo, o capitão do Santos Edu Dracena não saiu jogando nem jogou a bola pro mato como ensina Jorge Benjor na música Zagueiro. Viu Barreira receber a bola de costas e achou por bem ir numa dividida. Mas o que Dracena queria dividir? Não parecia ser a bola. Pênalti pro Cerro Porteño, que, no segundo tempo, praticamente não ameaçou o gol peixeiro. O jogo estava empatado e menos de um minuto após, encerrado.

O erro final foi do superestimado Dracena, mas obviamente a culpa não é só dele. O Santos desperdiçou oportunidades de matar o jogo e deixou de ser agressivo na segunda etapa quando o adversário já estava entregue. Claro que o resultado também dá margem àqueles que têm sempre o dedo preparado para ficar em riste dizerem “Tá vendo? E a culpa era do Adílson?”. No meu ponto de vista,é também dele sim, pois se o Santos tivesse um esquema tático definido que fosse, talvez o resultado fosse outro. Mas tentar achar uma forma de jogar em dois dias de treino e 90 minutos de bola rolando não é tarefa das mais fáceis.



A primeira metade do primeiro tempo foi de desanimar qualquer santista. O quadro mudou quando Neymar começou a fazer mais jogadas pelo lado esquerdo, onde se sente mais à vontade. E onde Adílson não queria que ele jogasse porque, segundo o ex-treinador, um atleta como ele não podia “se limitar” naquele espaço. Claro que não. O que não significa que ele não possa jogar onde se sinta melhor, na maior parte do tempo, que é o lado canhoto e próximo à área. No segundo tempo, por ali também o garoto foi bem e levou perigo, mesmo sendo bem marcado.

Elano também voltou a frequentar por vezes o lado direito na meia e no ataque na etapa final, algo que não costumava fazer com Adílson. Foi assim que ele se destacou em 2002 na equipe de Leão e desta forma que atuou boa parte do tempo na seleção de Dunga. Mas o meio de campo continuou sentindo a falta de Arouca para fazer a transição para o ataque e a chegada surpresa, útil contra as retrancas. Nenhum outro volante do elenco faz esse papel.

O Santos só conseguiu ser mais compacto no segundo tempo, quando as tabelas e jogadas pelas laterais começaram a acontecer, algo raro nas últimas partidas. Por um lado, dá esperanças pensar que o time sim, pode jogar bem melhor do que vinha jogando. Mas em um torneio como a Libertadores, desperdiçar oportunidades como a de ontem abala a moral. O ponto positivo para Martelotte é que, deixando as duas principais peças da equipe à vontade, Neymar e Elano, o time pode produzir muito mais ofensivamente.

Já o ponto negativo é que a ansiedade do elenco pode resultar em novos episódios como o desnecessário pênalti de Dracena, similar, mas mais trágico, que o cometido por Adriano em Dentinho no clássico alvinegro. Nenhum dos rivais alvinegros é de fato imbatível, e as duas partidas disputadas deixam isso claro, mas o fato é que o Santos não venceu nenhum deles até agora. Vai ser um trabalho de paciência para o interino e para o próximo treinador recuperar a confiança do time. E a confiança do santista.

terça-feira, abril 13, 2010

Perdendo a chance de ficar quieto

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Essa eu decidi postar só para o deleite e as considerações do Glauco:

- "Eu não sei se essa molecada do Santos consegue segurar a pressão. O São Paulo levou dois gols, e na volta para o segundo tempo eu vi o Hernanes cobrando um colega. Foi uma atitude de quem tem experiência e eu não sei se o Santos, caso leve um gol do São Paulo [na partida de volta], vai conseguir segurar a bronca", disse Vanderlei Luxemburgo, técnico do Atlético-MG.

- "Não sei se o Robinho aguenta, se o Edu Dracena, que é o capitão, aguenta", reforçou o treinador, confundindo o capitão santista [na verdade é Robinho].