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segunda-feira, dezembro 17, 2007

A CPMF e a raça de víboras

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Com atraso, uma dica de leitura a respeito da votação que definiu o fim da CPMF, escrito por Dom Demétrio Valentim, bispo de Jales. Abaixo, alguns trechos do artigo, talvez o mais lúcido e coerente escrito sobre o tema:

A última sessão do Senado, que votou a CPMF, podia ter sido realizada no Butantã. Assim mesmo, não é certo que este Instituto incumbido de recolher as cobras venenosas do Brasil, teria em seu catálogo tantos exemplares quantos seriam necessários para classificar as serpentes que foram destilando seu veneno durante a sessão de quarta-feira.

(...)

Com certeza o episódio foi mal conduzido, em primeiro lugar pelo próprio Governo. Não se vai ao Butantã com chinelos de dedo! Faz parte da previdência governamental prevenir as dificuldades, e contorná-las em tempo, para não expor o interesse público ao jogo partidário dos congressistas.

Mas é evidente que faltou sinceridade e racionalidade na discussão da matéria. Isto impediu de analisar os méritos deste tipo de "imposto", que precisava da autorização qualificada do Congresso para continuar sua vigência.

Todos os Senadores sabiam que o Governo está prestes a propor uma profunda reforma tributária. Toda reforma tributária causa apreensões sobre o alcance exato das mudanças a serem feitas. Tanto mais era conveniente aprovar a renovação da CPMF, cuja arrecadação serviria de segurança mínima e de tranqüilidade administrativa, enquanto se aprovaria a reforma tributária. Mas nada disto foi levado em conta pelos que obcecadamente se posicionaram contra a proposta do Governo.

O artigo completo aqui.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Arthur Virgilio afirma ter ligação espírita com Mário Covas

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Tirado do site Conversa Afiada:
Trecho do discurso de Arthur Virgilio no Senado, dia 10: “... saio até do terrestre aqui, saio até desta coisa tão rastaqüera que é esta nossa vidinha aqui na Terra; estou conversando, em sessão espírita, com Mário Covas, estou fazendo aqui tudo o que Mário Covas faria, tudo o que ele me disse para fazer. Ele tem falado mais comigo do que com a Dona Lila. Ele me fala assim: ‘Arthur, vote contra a CPMF. Arthur, resista, não deixe a sua bancada faltar, membro algum’. A bancada do PSDB vai votar inteira.”

terça-feira, dezembro 11, 2007

A CPMF e a assessoria de imprensa

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De novo, a grande imprensa que fica cada vez mais "imprensinha". A Fiesp fez uma "pesquisa" com base nos dados da Proconsumo relativos a 2006, que foram atualizados monetariamente em 10% para 2007. O resultado está na mimética manchete dos portais e que estará amanhã nos jornalões: Brasileiro gasta mais com CPMF do que com feijão e leite.

O IG resolveu exagerar as conclusões da entidade patronal e tascou a afirmação grotesca em sua home: "Brasileiro gasta mais com CPMF do que com comida". Assim mesmo, sem especificar. Você, leitor do Futepoca, gasta mais com CPMF do que com comida? É só fazer as contas pra ver o quão falsa é essa bobagem. Ainda mais se for observado que na tabela de gastos da Fiesp o item Alimentação fora do domicílio aparece como responsável R$ 49,5 bilhões, enquanto a mal falada contribuição corresponde a R$ 40 bilhões.

Impressionante a falta de reflexão. Com os dados da dita pesquisa, você chega a que conclusão for. Pode manchetar: "Brasileiro gasta mais com roupa do que com comida" e por aí vai. Mas todos aderem àquela que interessa, a veiculada no release da Fiesp. É o jornalismo preguiçoso, na melhor das hipóteses, ou mau-caráter, na pior.

Isso sem levar em conta quem é o tal "brasileiro" que paga CPMF. É o trabalhador informal que não tem conta em banco ou o grande empresário que esperneia por causa de um tributo do qual ele não pode sonegar? Fico com Adib Jatene, que está longe de ser petista ou qualquer outra espécie de esquerdinha, mas disse ao presidente da Fiesp Paulo Skaf, em um jantar: "Por que vocês não combatem a Cofins (contribuição para financiamento da seguridade social), que tem alíquota de 9% e arrecada R$ 100 bilhões? A CPMF tem alíquota de 0,38% e arrecada só R$ 30 bilhões”. E Skaf respondeu: “A Cofins não está em pauta. O que está em discussão é a CPMF”. “É que a CPMF não dá para sonegar!”, retrucou Jatene.

E prosseguiu: "No dia em que a riqueza e a herança forem taxadas, nós concordamos com o fim da CPMF. Enquanto vocês não toparem, não concordamos. Os ricos não pagam imposto e por isso o Brasil é tão desigual. Têm que pagar! Os ricos têm que pagar para distribuir renda".

Difícil ou fácil?

quarta-feira, outubro 17, 2007

O falso debate sobre CPMF

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Depois de todos os jornais anunciarem quase como uma convocação o “show-protesto” contra a CPMF para ontem (terça) no Anhangabaú, o famoso vale paulistano recebeu apenas seis mil pessoas, segundo a maioria das matérias de hoje (estimativa da Polícia Federal) ou 15 mil, de acordo com a Folha de S. Paulo, baseada na Polícia Militar.

A própria Folha, que teria se regozijado com um público digno da causa da Fiesp, teve que admitir o fracasso do “protesto” em matéria jocosa (dá pra acessar a foto da capa, que mostra o ridículo público, mas a matéria é só para assinantes). No texto, o jornal ridiculariza o evento: “Ao ser questionado sobre o que achava do tributo, Dani, baterista da banda NX Zero, disse: ‘A gente está fazendo um negócio de uma coisa que não sei informar’”. Excelente! Já um tal de Ronaldo Koloszuk,“líder da Frente Nacional da Nova Geração”, admitiu: "Se não deu certo o público, paciência. O importante é defender as causas".

A CPMF
O problema é que o debate sobre a CPMF, segundo fontes não alinhadas à oposição, está desfocado. De acordo com opiniões pouco divulgadas, o tributo não é o demônio que pintam. Por exemplo, quem o defende enaltece uma característica da qual ninguém fala: “A CPMF é importante porque tira muita gente da informalidade e é um excelente meio de coibir a sonegação que muitos dizem ser o mal do país apenas da boca para fora”, escreveu o tributarista Eduardo Munhoz no jornal Visão Oeste, em artigo curto mas interessante, em que afirma ainda: “pergunte ao Paulo Skaf, presidente da Fiesp, que tanto reclama da carga tributária, se ele trocaria os impostos atuais sobre consumo por novos impostos sobre herança, patrimônio e fortuna (...). Ele não trocaria”.

A maioria dos países ditos civilizados, diga-se, tributa pesadamente herança, patrimônio e fortuna. Aqui, nada.