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quarta-feira, outubro 14, 2009

Palermo, dos pênaltis errados, virou santo

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A Igreja Católica tem muitos santos cuja vida casta e exemplar ocorre depois de uma conversão, um momento de redenção de uma vida devassa das mais distintas práticas pecaminosas.

São Paulo era, antes, Saulo, um caçador sanguinário de cristãos. São Francisco de Assis era rico de família avarenta, mas abriu mão de tudo. E por aí vai.

A Argentina, correndo o risco em uma grande conspiração tramada por Uruguai e Equador – que são Brasil nas eliminatórias – além do Chile, apela ao mais improvável dos neobeatificados no universo do futebol.



Marcelo Sottile escreve:

Diego: não bata o Rolls Royce. A partir do seu talento como jogador, você reclamou ser o técnico da seleção para encerrar a obra, para lustrar seu nome. Não para comper a coroa. Pense bem em suas decisões, busque lucidez no mais profundo do seu ser. Você não é um ladrão que rouba conhecimento dos outros. Você não será menos Maradona por escutar, por aceitar uma sugestão, por pedir ajuda. Não permita que a Argentina fique fora do Mundial. Não suportaríamos este tremendo fracasso. Até agora, Deus jogou do seu lado. (...) Palermo abriu-lhe uma porta para você se esquivar do outro final.


A matéria do Olé está aqui.

Palermo é o mesmo atacante que conseguiu, em pelo menos duas feitas, perder três pênaltis em uma mesma partida. Para refrescar a memória:

Contra o River Plate: "dedicate a otra cosa, papa", escreveu o autor da publicação no Youtube.


Colômbia 3 x 0 Argentina


Claro que o atacante do Boca Juniors não é só pênaltis errados. Ele também faz gols. É o imortal. Mas é divertido ver o desespero alheio.

quinta-feira, junho 05, 2008

O Fluminense sempre fez história

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Pouco antes do início da partida semifinal entre Fluminense e Boca Juniors, o locutor da Sportv, Luis Carlos Junior, perguntou ao ex-atleta e comentarista Junior se aquela era a maior partida da história do Fluminense. Fugindo totalmente do que seria o lugar comum, o rubro-negro respondeu que não sabia, pois o Tricolor era um clube centenário e para afirmar isso era preciso conhecer a fundo a história do Flu.

Nada mais correto. Alguns torcedores acham que não existia futebol antes da Libertadores, que começou a ser disputada em 1960, ou antes do Campeonato Brasileiro, iniciado em 1971. Mas havia. E muitos times faziam história já naquela época, com grandes exibições e dando craques fabulosos para o esporte mais popular do mundo. O Fluminense era uma dessas equipes.

Confesso que, depois das atuações apenas regulares nas oitavas-de-final e do primeiro jogo contra o São Paulo, achei que o Tricolor carioca não tinha a tal “cara de Libertadores” que tanto se fala das equipes que vencem o torneio sul-americano. Mas depois mostrou que possuía não só a feição vencedora, como também tinha aquilo que mais fascina no futebol: talento. Talento para continuar escrevendo sua bela história.

A vitória contra o São Paulo, com um gol no final, já havia sido um feito dramático. O empate com o Boca na Argentina, um belo resultado. Mas pairava a dúvida. Será que o Flu conseguiria repetir a façanha de superar o time argentino na Libertadores, algo só realizado pelo Santos de Pelé em 1963?

O primeiro tempo correu com o Tricolor segurando o jogo, tocando a bola e esperando o Boca. Os argentinos atacavam, mas não com tanto ímpeto, embora tivessem a iniciativa das ações. Riquelme aparecia pouco, e as jogadas portenhas aconteciam pelo lado direito, aproveitando a deficiência de marcação de Ygor e os avanços do ala Gabriel, que ataca bem mas marca mal. Uma chance do Flu, duas do Boca. E 0 a 0 no final da primeira etapa.

As emoções estavam reservadas para o segundo tempo. O Boca marca aos 12, em uma jogada típica. Datolo ginga no lado esquerdo do ataque. Enquanto ele baila, Palermo vai e volta duas vezes e se livra do marcador. E quem marcava o artilheiro era Thiago Neves, mostrando o quão ruim é quando o time recua pra só se defender. A volta de atacantes ou meias para a intermediária desarruma toda a marcação, a não ser que a retranca seja a tônica da equipe, o que não é o caso do Fluminense. A bola vem açucarada e o atacante faz aquilo que sabe fazer.

A partir daí, pensei “mas que time encardido.” Um ensaio de catimba, espaços se abrem para o contra-ataque, o toque consciente dos argentinos... Parecia tudo perdido. Mas Renato Gaúcho colocou Dodô no lugar de Ygor. E ele sofreu uma falta próxima à área. Washington cobrou magistralmente aos 17 minutos. Não deu tempo para o Boca dominar de forma completa a partida.

O visitante encurrala, ataca, mas aos 25 o argentino e torcedor do River Dario Conca domina pela esquerda. Olha pra área e cruza. A bola desvia em Ybarra e pega o goleiro Migliore no contrapé. Um tento salvador. Entre os 27 e os 35, só dá Boca. Uma pressão incrível, um ritmo eletrizante, com grandes intervenções do pouco confiável e rebatedor Fernando Henrique, tão vaiado em outras ocasiões pela torcida tricolor. Com justiça, diga-se. Mas era também a noite dele.

Então, pela primeira vez, vi um lance nada usual nas partidas da equipe de coração do ex-craque Maradona. Ao invés de sair jogando, o goleiro deu um chutão pra frente. O Boca, sempre inabalável, parecia tenso. Nervoso. Com medo. O Fluminense estocava, criava chances no contra-ataque, era dono da situação, mesmo acuado. E foi em uma saída errada de Palácio que Dodô, aos 47, acabou com a pose portenha. Festa no Maracanã. Eu, que não torcia nem para um, nem para outro, comemorei o gol carioca. Desta vez, o Maracanazo foi deles.

Nas arquibancadas, um Chico Buarque rindo como criança festejava com a filha Sílvia. Junto deles, os torcedores, quase 85 mil, cantavam e se emocionavam. Lá de cima, Castilho, Telê Santana, Preguinho, Didi e tantos outros que fizeram do Tricolor o que ele é, sorriram junto com Nelson Rodrigues, que caçoava dos "idiotas da objetividade". E quem sempre fez história, continuou fazendo.

Mais Fluminense:

E o Tricolor tá na final.
Cala-te, Boca!!!