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sexta-feira, outubro 28, 2011

Enquete: Quem errou mais ao chamar quem?

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A semana teve novidades, decisões, choros, mudanças e convocações de ordens distintas. Várias delas questionáveis. O Futepoca propõe uma enquete de interesse público:

Quem errou mais ao chamar?


Dilma a Aldo Rebelo

O ministro Orlando Silva caiu do Esporte. Para seu lugar, o deputado Aldo Rebelo, também do PCdoB, foi chamado. Se, por um lado, o moço presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol, em 2001, que virou até livro com denúncias contra a cartolagem do ludopédio, depois teria mudado. Há quem diga que se converteu em amigo de Ricardo Teixeira, presidente quase eterno da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ao mesmo tempo, ele acumula desgastes com setores como o dos ambientalistas, depois de ter sido relator do Código Florestal na Câmara dos Deputados e feito o serviço a contento dos ruralistas. A senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional dos Agricultores (CNA), comemorou a escolha. O problema é que, apesar da força dos ruralistas no Congresso na hora de fazer progredir a mudança na legislação ambiental do país, isso não bastou, por exemplo, para fazer Aldo Rebelo vencer Ana Arraes (PSB-PE) na disputa por uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). Ou seja, apoio de ruralista pode até camuflar atrás de umas moitas de cana ou de uns bois pastando. Mas não blinda ninguém.



Mano a Kaká

O meia do Real Madrid era a esperança da Copa de 2010, no time de Dunga. Foi também um dos principais fiascos e para-raio de críticas – great power comes with great responsabilities, diria Tio Ben. Com a contusão no joelho que o prejudicou no Mundial da África do Sul, seu nome parecia banido da lista dos convocáveis de parte dos 190 milhões de treinadores com nacionalidade "brasileira" gravada na certidão de nascimento. Eis que, depois de se recuperar fisicamente e futebolisticamente no time madrilenho, o jogador foi lembrado por Mano Menezes em uma convocação com apenas jogadores que atuam fora do Brasil, para não atrapalhar a reta final do Brasileirão. Para uns, é uma chance de melhorar a qualidade no meio de campo da seleção canarinho. Para outros, chance extra para quem amarela ao vestir a camisa de mesma cor.


Valdívia ao fotógrafo, para conversar

O meia chileno Valdívia foi acusado de ter ameaçado o fotógrafo Grizar Júnior, do jornal O Dia. O profissional registrou boletim de ocorrência na terça-feira (25). O motivo de tanta ira seria um flagrante de El Mago nos braços de uma moça morena não identificada – mas que definitivamente não era sua loira esposa, a chilena Daniela Aranguiz. O jogador estaria alcoolizado (o que é justo) e teria chamado o fotógrafo para conversar e oferecido propina para comprar a foto (já não tão justo assim). O atleta alega que quem pediu os R$ 20 mil foi Grizar Júnior. Em meio ao rolo, o que não foi explicado foi por que ele chamou o fotógrafo para conversar. Teria de se explicar em casa, e só em casa.


São Paulo ao Leão

Depois de demitir Adílson Batista, aquele que perdeu o emprego nas três (3!!) equipes pelas quais passou neste ano de 2011, o Tricolor paulista resolveu agir como time pequeno: contratou um técnico para salvar o ano. E só o ano. O choque tem de funcionar em 45 dias e, para 2012, pode ser que Émerson Leão não fique. A avaliação é de que era preciso um cabra linha-dura para remotivar o elenco, como se uma bronca ou um falar mais grosso fosse pôr o pé de um Marlos na forma ou dar regularidade a um Dagoberto. Se a eliminação da Sul-Americana for referência, o cenário para os próximos dias só não é menos alvissareiro para os são-paulinos do que se desenha para os palmeirenses – porque estes perderam o ano definitivamente...


Record ao futebol masculino como destaque do Pan

Quando a Record chamou de prioridade o futebol de homens, ou melhor, de garotos, do time de Ney Franco nos Jogos Pan-Americanos, achou que a equipe poderia ir longe. Pelo menos mais longe do que a seleção o fez na edição do Rio de Janeiro, há quatro anos. Não foi e, dali, começou um choro enorme da emissora e de seu principal comentarista, o deputado e centroavante Romário, para acusar a CBF de boicotá-la e de desrespeitar a tradição da camisa e mais um monte de coisas. A história, com a aparente aposta na bola chutada pelos brasileiros como arma para bater a Globo no Ibope, já foi bem analisada aqui. Mas apostar no time D da seleção para ganhar audiência é mais complicado do que acreditar que algum dos autores do Futepoca vai prometer parar de ir ao bar por determinação de ano-novo. Chamar na manchete o esporte, que já tem tanta atenção da mídia e da torcida, quando tanto esporte com menos visibilidade e melhores resultados clamava por atenção não foi muito esperto nem condizente com o investimento nos direitos de transmissão do Pan.

Quem errou mais ao chamar?

segunda-feira, outubro 24, 2011

O futebol masculino no Pan e a histeria calculada

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Quem viu ontem o jogo entre Brasil e Costa Rica no Pan-Americano escutou as bravatas de sempre quando uma seleção nacional perde no ludopédio. “Tem que honrar a camisa amarela”, exultava o narrador que corroborava a filosofia zagaliana de amor à pátria de chuteiras. Romário criticava a CBF por não ter mandado “força máxima” à competição, no que foi seguido por outro jogador-comentarista, Denílson, que se manifestou no mesmo sentido no Twitter. No microblogue, aliás, jornalistas esportivos chegaram a defender a queda de Ney Franco em função do resultado.

Na história, o país ganhou 4 medalhas de ouro em Pans. Significa
De verdade, alguém aí lembra do desempenho do Brasil, no futebol masculino, no Pan de 2007, que aconteceu aqui? Claro que não, simplesmente porque não é importante. Para outras modalidades, o Pan classifica para Mundial, Olimpíadas, mas no futebol ele não leva a nada. Tem valor em si? Bom, se você considerar que as seleções sul-americanas se classificam para o Pan por meio do Sul-americano sub-17 e as da Concacaf pelo seu regional sub-20, tem-se uma dimensão da relevância.

Não é à toa que seleções do porte de Guatemala, Jamaica e Cuba já chegaram às finais da competição, e outras como Antilhas Holandesas e Trinidad Tobago já pegaram bronze. Sendo assim, por que a histeria de alguns agora?

Ver Romário “exigir” os melhores parece um acinte para os torcedores de times que estão na reta final do Brasileirão. Os europeus sequer aceitariam receber qualquer solicitação da CBF pedindo a liberação de atletas para a competição continental. Mas a razão da “exigência” parece ser outra: a Record investiu pesado não apenas no Pan, mas principalmente no futebol, deslocando profissionais dos mais competentes para a cobertura de uma modalidade secundária no contexto dos Jogos. E, segundo Maurício Stycer, “o sonho maior da Record era poder exibir a partida da seleção brasileira, pelas semifinais, na próxima quarta-feira, dia 26, no mesmo horário em que a Globo estaria apresentando algum jogo da Copa Sul-Americana. A Record julgava que poderia superar a concorrente no Ibope em função do desinteresse que existe em relação a este torneio sul-americano.”



Continua o jornalista: “Durante a transmissão da partida contra a Costa Rica, Romário criticou a CBF por ter enviado ao Pan uma equipe muito jovem e inexperiente. A Record parece acreditar que a decisão de não mandar um time mais qualificado seria uma represália de Ricardo Teixeira contra a emissora, que tem apresentado uma série de reportagens sobre o dirigente.” Será que a emissora acredita de fato nisso? Para ser verdade, anteriormente a postura da CBF em relação ao Pan deveria ter sido diferente do que foi agora, quando a seleção que jogou foi uma espécie de “Sub-20 B”. Mas foi até pior. No Pan do Rio, por exemplo, cujos direitos de transmissão foram da Globo, parceira de Ricardo Teixeira, a seleção que disputou o Pan foi a sub-17. Resultado? O Brasil não passou da primeira fase, como agora. A CBF quis boicotar a Globo também?

O fato é que a Record investiu no futebol dentro de um evento multiesportivo no qual o grande charme reside justamente nas outras modalidades. E que bom que pelo menos duas vezes em cada quatro anos (no Pan, em menor escala, e nas Olimpíadas), o brasileiro pode acompanhar outro esporte que não seja o futebol, ainda que a emissora insista em não transmitir ao vivo diversas competições do Pan, inclusive aquelas em que o Brasil disputa medalhas.

A CBF está errada em muita, muita coisa mesmo. Mas nesse caso, o erro não foi dela.