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quarta-feira, outubro 28, 2015

'Os bares e puteiros são meu laboratório'

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Tonico no tempo em que vivia Zé Carneiro
O ator Tonico Pereira, mítico Zé Carneiro do Sítio do Pica Pau Amarelo de minha infância, interpreta atualmente um malandro em mais uma das telenovelas globais. Numa entrevista para o site IG, ao ser questionado sobre a composição da personagem Ascânio, descrito como "vagabundo e bêbado", ele escancara: "Não tenho essa ortodoxia escolar. Os bares e puteiros são meu laboratório. Está tudo dentro de mim". E mais: em plena "crise econômica", Tonico diz que já foi à falência sete vezes. "Minha bandeira é o descontrole", enfatiza.
Personagem Ascânio: 'vagabundo e bêbado'
Chamando a responsabilidade pelo aperto financeiro para si, evita bater no governo de Dilma Rousseff, a presidenta que, como candidata à reeleição, no ano passado, contou com o apoio público do ator em um ato no Rio de Janeiro. E, já que ele falou sobre cachaça e eu entrei na seara política, completo a tríade do Futepoca no post com uma menção de Tonico Pereira ao futebol. Segundo ele, na entrevista para o IG, o esporte foi preterido por seu apetite sexual: "Entrei na profissão [de ator] pelo prazer e satisfação, mas também pela libido. Na época que comecei, tinha muita mulher bonita querendo se libertar, estava começando aquela coisa da pílula e era melhor estar no teatro do que no futebol, rodeado de homens".


domingo, abril 26, 2015

Por que não ver a final do campeonato paulista pela Globo

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chupagloboguilhermedioniziogazeta Em meio a manifestações nas ruas e também no meio virtual contra a Rede Globo, Santos e Palmeiras fazem hoje a final do campeonato paulista de futebol. Coincidentemente, são dois dos grandes clubes de São Paulo que têm menos exibição de jogos na grade da emissora, que detém os direitos de transmissão da competição. Por conta dessa baixa exposição, que prejudica comercialmente ambas as equipes, a Vênus Platinada tem sido alvo constante de xingamentos e protestos de torcedores nos estádios.

No último domingo (19), por exemplo, a torcida santista comemorou a classificação para a final do campeonato paulista com o coro: “Chupa Rede Globo/É o Santos na final de novo”. Mas xingamentos à emissora têm sido uma constante em partidas do clube alvinegro. Nas quartas de final contra o XV de Piracicaba, um domingo antes, a emissora preferiu transmitir o jogo do Corinthians e Ponte Preta no sábado e deixar o dia livre para cobrir as manifestações contra o governo Dilma. A decisão se mostrou equivocada em termos de audiência: o jogo do sábado chegou a 15 pontos no Ibope e o filme Homem-Aranha derrubou a média da emissora no horário nobre do futebol, a tarde dominical.

A torcida do Palmeiras também tem se manifestado, em especial nas redes sociais, contra a emissora, a qual parte dos alviverdes se refere apenas pelas suas iniciais, RGT. Em especial por conta da postura global de não dizer o nome do estádio do clube, Allianz Parque, o que mais uma vez prejudica o planejamento do clube em termos de exposição da marca. Além disso, em 2014, os palmeirenses viram sua equipe na TV aberta em treze ocasiões, contra 14 do Santos, 29 do São Paulo e 33 do Corinthians.

Neste ano, Santos e Palmeiras tiveram seu clássico televisionado no Campeonato Paulista, partida que rendeu uma média superior ou igual à de três partidas da Libertadores transmitidas até então: um dos jogos entre Corinthians e San Lorenzo e outro contra o Once Caldas, e a partida entre São Paulo e Danúbio, do Uruguai. A justificativa de que jogos de Corinthians e também do São Paulo têm preferência em relação aos outros por conta exclusivamente dos pontos no Ibope motiva a publicação de matérias/profecias furadas como esta do Uol, que antes do clássico preconizava que sua transmissão era “um risco” para a Globo.

De acordo com levantamento do jornalista Cosme Rímoli, a média de audiência dos jogos do Corinthians na Rede Globo em 2010 foi de 23,8 pontos; caindo para 22,6 pontos em 2011; 21,9 em 2012; 19,9 pontos em 2013 e 17,5 em 2014. Já a média dos jogos do Santos não ficou distante, chegando a superar o desempenho corintiano em 2011. Em 2010, por exemplo, ela foi de 21,2 pontos; 24,2 em 2011, 21 em 2012; 18,7 em 2013 e 17,2 em 2014. A média santista sobe também em função justamente de poucas partidas transmitidas, com os clássicos sendo destacados. Mas não é só isso que justifica. Em 2011 e 2012, por exemplo, a equipe contava com Neymar e tinha um ótimo desempenho em campo, o que evidencia que o torcedor em geral gosta de ver jogos que valham em termos de competição mas que também sejam promessas de bons espetáculos, com grandes jogadores atuando. No entanto, isso não é tão levado em consideração pela detentora dos direitos de transmissão.

Mas por que a Globo age assim se pode até mesmo perder ou deixar de ganhar audiência com isso? Parte da resposta é o cachimbo que entorta a boca. Como monopolista que é, a Globo é de fato avessa a riscos. Tanto que muitas vezes prefere pagar salários milionários a um funcionário seu fora do ar, posto na “geladeira”, a vê-lo em outra concorrente. No caso do futebol, colocar sempre o time de maior torcida local, como Corinthians e Flamengo, minimiza as chances de uma surpresa, ainda que às vezes ela pudesse ser positiva.

Há ainda um outro fator nebuloso, e este seria político. Em 2011, época em que a Record fez uma proposta superior à da emissora carioca ao Clube dos Treze, uma associação que reunia os maiores times brasileiros e era a responsável pela negociação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, executivos da emissora fluminense articularam com dirigentes de equipes para implodir a possibilidade de acordo. Antes, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) havia derrubado uma cláusula preferencial no contrato assinado pela entidade com emissora dos Marinho, que na prática inviabilizava a concorrência com outras emissoras. A reação global foi negociar individualmente com os clubes, com o Corinthians sendo o primeiro a se desligar do Clube dos Treze. A negociação aprofundou a diferença paga entre os 12 clubes de maior torcida, especialmente Corinthians e Flamengo, e os demais. Na dança, os clubes médios e pequenos foram ainda mais penalizados com a discrepância estabelecida.

Como a Globo ajuda a implodir o futebol brasileiro

Embora à primeira vista possa parecer que haja ganhadores nessa disputa entre clubes pelos recursos da televisão para o futebol, trata-se de um jogo que tem só um vencedor: a própria Globo, que se aproveita da cega desunião entre os times para lucrar, sem se importar com a crescente depreciação do esporte nacional. Como dito nesta matéria, a repetição exaustiva dos mesmos clubes na grade televisiva vai cansando o telespectador: “A transmissão excessiva de jogos de clubes mais populares, em especial Flamengo e Corinthians, para a maioria das praças, contribuiu para a desvalorização do futebol como um todo e, embora possa parecer que seja mais benéfico para ambos, o que geraria vantagens desportivas mais adiante, trata-se de um jogo em que todos perdem porque o esporte em si se desgasta e cansa o telespectador. Um exemplo é que foi justamente a transmissão de uma partida do Corinthians, contra o Coritiba, no dia 3 de agosto, a pior audiência da emissora em jogos do Campeonato Brasileiro em 2014. O que parece bom a curto prazo, não se sustenta ao longo do tempo.”

Muitos campeonatos de futebol pelo mundo se protegem em relação à exposição excessiva e à distribuição desigual extrema de recursos entre os clubes. A Premier League, divisão principal do campeonato inglês, é um exemplo. A fórmula de remuneração pelos direitos televisivos estabelece que 50% do volume distribuído seja fixo, enquanto 25% são direcionados de acordo com o desempenho do clube na competição e outros 25% segundo o número de jogos transmitidos. Cada clube tem também um número mínimo de partidas televisadas, impedindo a abissal discrepância que acontece no Brasil.

Na Inglaterra, os clubes pensam, juntos, primeiro na valorização do próprio futebol, para assim conseguirem se capacitar economicamente e manter espetáculos interessantes para o público. Não interessa uma desigualdade enorme entre o maior e o menor. No Brasil, a Globo é a verdadeira “organizadora” da modalidade, submetendo a CBF, federações e clubes e impondo um modelo que é bom apenas para ela, direcionando datas e horários de partidas e decidindo a seu bel prazer quem vai e quem não vai ser televisionado. O que torna o futebol brasileiro razoavelmente equilibrado é a incompetência de dirigentes, que conseguem torrar fortunas sem um desempenho equivalente a sua capacidade financeira em campo. Mas os jogos ficam ruins de se assistir. E o público já percebeu isso.

Nos números de audiência de dois dos grandes de São Paulo citados acima, percebe-se que ambos tiveram queda de audiência entre 2010 e 2014. O Corinthians perdeu 26,4%, enquanto Santos, São Paulo e Palmeiras perderam 20%, mesmo índice de decréscimo do Campeonato Brasileiro. O Campeonato Paulista perdeu, no mesmo período, 23%, e a Copa do Brasil, 32%. A Globo já estudaria diminuir o número de partidas transmitidas em sua grade. Claro, sem consultar os clubes ou se preocupar com o futuro do futebol.

A emissora também estaria de olho no futebol europeu, já que a partida entre Barcelona e Paris Saint-Germain exibida na tarde desta terça-feira rendeu à Globo 16 pontos, um alto índice para o horário. Fecha-se assim um ciclo cruel: quem é em parte responsável pela derrocada do futebol brasileiro e pela manutenção da distância entre a qualidade da bola jogada aqui e no Velho Mundo pode ser o primeiro a dar as costas para seus parceiros.

Por todo esse contexto, um bom protesto do torcedor neste domingo seria não assistir à final do campeonato paulista pela Globo. O boicote não só é um instrumento legítimo de protesto contra a emissora em um dia em que estão programadas diversas manifestações pelo país em “descomemoração” de seu aniversário, como seria também um alerta para os dirigentes de futebol de que é preciso pensar em alternativas ao monopólio global, que vem colaborando para a decadência do futebol nacional como um todo. Na disputa entre os clubes alimentada pela emissora, no final, todos podem sair perdendo. E perceber isso mais à frente pode ser tarde demais.

terça-feira, março 17, 2015

Socialismo e anarquismo - para crianças

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Chiados e riscos nostálgicos na estante da sala
Ao embutir uma estante na parede da sala, e instalar, nela, um aparelho de som com toca-discos, passei uma noite inteira deleitando os ouvidos com velhos LPs, observando as artes das capas gastas pelo tempo e curtindo até os nostálgicos chiados e riscos que os CDs eliminaram. Discos bem antigos da Simone, Toquinho & Vinicius, Roberto Ribeiro, Clara Nunes, Milton Nascimento, trilhas de novelas e de filmes, duplas caipiras, música brega, rockinho brasileiro dos anos 80, coletâneas de tangos e de canções italianas, música andina, blues, jazz, guarânias, mela-cueca, enfim, uma miscelânea anárquica e heterogênea que catei aqui e acolá nos últimos 20 anos. Tem até um LP do (falecido) ator Cláudio Cavalcanti, de 1971, em que ele declama poemas e canta várias canções, como "Let it Be", dos Beatles (!). A última parada foram os discos infantis, para que minha filha Liz, de 12 anos, se familiarizasse - e se divertisse (muito!) - com o manuseio dos anacrônicos vinis e do toca-discos. E conhecesse, por tabela, o som que as crianças consumiam em tempos idos: Patotinhas, Arca de Noé, Pirlimpimpim, Balão Mágico etc etc.

Capa do vinil lançado no Brasil há 38 anos
Foi aí que encontramos o LP "Os Saltimbancos", de 1977, versão brasileira do musical inspirado no conto "Os Músicos de Bremen", dos Irmãos Grimm, com letras do italiano Sergio Bardotti e músicas do argentino Luis Enríquez Bacalov. Aqui, as letras em português foram feitas por Chico Buarque, e interpretadas, no LP, por Miúcha, Nara Leão, Magro e Ruy (ambos do MPB4). Liz já tinha ouvido essas músicas, mas sem prestar muita atenção. Daí eu expliquei o caráter político do musical, com o personagem Jumento representando a classe trabalhadora, a Gata os artistas e libertários, o Barão a elite conservadora, e daí por diante. A tese central, no enredo que conta a união de quatro animais contra o jugo de seus donos, é marxista: "Todos juntos somos fortes/ Somos flecha e somos arco/ Todos nós no mesmo barco/ Não há nada pra temer" (da música "Todos juntos", sintetizando o que o velho Karl quis dizer com "Trabalhadores do mundo, uni-vos"). Mas eu mesmo nunca tinha atentado para a ousadia do Chico Buarque. Como é que isso passou pela censura da época?

Chico e sua filha Silvia, em 1977: ousadia
Na letra de "Um dia de cão", que apresenta o personagem Cachorro, a provocação aos militares é escancarada: "Lealdade eterna-na/ Não fazer baderna-na/ Entrar na caserna-na/ O rabo entre as pernas-nas". E mais: "Fidelidade à minha farda/ Sempre na guarda do seu portão/ Fidelidade à minha fome/ Sempre mordomo/ E cada vez mais cão". A zombaria (pesada) à obediência canina e nunca questionada dos militares é arrematada com a frase "Sempre estou às ordens, sim, senhor!". Por algo muito semelhante - os versos "Há soldados armados, amados ou não/ Quase todos perdidos de armas na mão/ Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição/ De morrer pela pátria e viver sem razão", de "Pra não dizer que não falei das flores (Caminhando e cantando)" - o Geraldo Vandré tornou-se o inimigo musical nº 1 dos militares e sofreu forte perseguição. Mas as sutilezas de "Os Saltimbancos" não param por aí. Na música que apresenta a personagem Galinha, Chico Buarque ironiza (os grifos são meus): "Pois um bico a mais/ Só faz mais feliz/ A grande gaiola/ Do meu país". Hoje isso pode parecer uma bobagem sem importância, mas, naqueles tempos bicudos, isso era uma provocação pra lá de temerária. Só que, de alguma forma, passou pela censura.

Raul: anarquia para crianças (na Globo!)
Outro LP revisitado, dessa vez muito menos político, foi o "Plunct, plact, zum", trilha sonora de um especial infantil exibido pela TV Globo em 1983. Tinha no elenco os humoristas José Vasconcelos e Jô Soares, as cantoras Fafá de Belém e Maria Bethânia e os cantores/compositores Eduardo Dusek e Raul Seixas. E foi este último que, pra variar, "carimbou" ali, naquela inocente atração global para crianças, um componente político inusitado. Encarnando o "Carimbador Maluco", Raul compôs uma canção homônima que fez enorme sucesso (tirando-o de um ostracismo de três anos sem gravar) e que botou na boca das crianças - e do povo - os versos iniciais "Tem que ser selado, registrado, carimbado/ Avaliado, rotulado/  Se quiser voar!". Pois isso foi tirado simplesmente de um texto anarquista, "Ser governado", de Pierre-Joseph Proudhon, publicado em 1851 no livro "Idée générale de la révolution au XIX e siècle" ("Ideia geral de revolução no século XIX"). Diz o filósofo e político francês: "Ser governado é ser, a cada operação, a cada transação, a cada movimento, notado, registrado, recenseado, tarifado, selado, medido, cotado, avaliado, patenteado, licenceado, autorizado, rotulado, admoestado, impedido, reformado, reenviado, corrigido". Isso mesmo: anarquia para crianças! E na Rede Globo! Grande Raul. A Liz adorou tudo isso.


sexta-feira, março 13, 2015

O futebol encaretou

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Será que a Itaipava levou Sheik a parar de beber?
No programa Globo Esporte de hoje, da famigerada "Vênus Platinada", o atacante corintiano Emerson Sheik fez questão de declarar (o grifo é meu): "Festa nunca mais! Eu tomava minha cerveja, mas já estou há dois meses sem beber" (leia aqui). Uma frase na medida para ficar "de boa" com a torcida - a mesma que, há cerca de um ano e meio, reagiu furiosamente depois da postagem de uma foto em que o jogador dava uma "bitoca" num amigo, episódio que colaborou decisivamente para que fosse emprestado ao Botafogo-RJ no ano passado. De volta ao Corinthians, Sheik recuperou a confiança do técnico Tite, apesar de causar alguma dor de cabeça à diretoria, como quando chega atrasado aos treinos. Porém, mesmo assim, vem apresentando um bom futebol neste início de temporada. E esse é o cerne da questão: o que importa se o jogador bebe ou não a sua cervejinha nas horas de folga? Sou daquela opinião de que, se o cabra corresponder em campo, ninguém tem nada com sua vida pessoal. Mas hoje, com as torcidas organizadas patrulhando "baladas" noturnas (e a imprensa esportiva dando cada vez mais espaço pra esse tipo de pauta "revista Contigo"), os jogadores procuram passar a imagem de "bons moços". Dando declarações como a de Emerson Sheik ao Globo Esporte, por exemplo.

Sócrates, nos tempos de jogador, brindando cerveja
Coisas como essa me levam a pensar no quanto o futebol encaretou de uns 20 ou 30 anos pra cá. Quando eu era moleque, nenhum dos grandes craques escondia que tomava sua cervejinha - e, quando apareciam na TV fazendo churrasco ou roda de samba, todos ostentavam um copinho na mão. Como o Júnior, do Flamengo, o palmeirense César Maluco, o sãopaulino/santista Serginho Chulapa, o Careca (que conta que bebeu com os torcedores logo após a conquista do Brasileirão de 86), sem falar no Renato Gaúcho, Romário & cia. ilimitada. Mas o ícone máximo, neste "quesito", era mesmo o Doutor Sócrates, "guru informal" e sintético do Futepoca. Tá certo que o Magrão, a exemplo de outros casos tristes como os do Canhoteiro e do Garrincha, sucumbiu ao alcoolismo e morreu disso, depois de parar de jogar. Mas, nos seus tempos de Corinthians e de seleção brasileira, nunca deixou de corresponder em campo, mesmo mantendo o hábito de beber e fumar - e publicamente, à vontade, em qualquer situação. Por isso mesmo, ao contrário dos jogadores de hoje, tinha a coragem de peitar todo tipo de patrulha, da torcida e da imprensa. "Não querem que eu beba, fume ou pense? Pois eu bebo, fumo e penso. Fui para a avenida brincar, bebi direitinho. Não fico me escondendo para fazer as coisas", afirmou, à revista Placar, logo após o Carnaval de 1986. Prestem atenção: "bebo e penso". Ah, bons tempos! Velhos tempos, saudosos tempos...


quinta-feira, dezembro 04, 2014

Três anos sem Sócrates: o médico era sãopaulino...

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Hoje faz três anos que perdemos Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira. O Doutor. O Magrão. Cada vez que ouvimos, hoje, algum jogador de futebol sendo entrevistado, mais falta sentimos da inteligência, conteúdo, posicionamento e consciência do velho e bom Sócrates. Paciência, vida segue. No vídeo abaixo, gravado para o programa "Fantástico", da Rede Globo, temos uma de suas últimas entrevistas, logo após sair do hospital, no fim de agosto de 2011. As complicações no fígado, decorrentes do alcoolismo, fragilizaram definitivamente sua saúde, provocando sua morte cerca de três meses depois. Mas posto esse vídeo porque, nele, a esposa de Sócrates, Kátia Bagnarelli, faz uma revelação: o médico que havia salvado sua vida, naquele momento, era torcedor do São Paulo (!). Justo o rival que o Magrão (também médico) derrotou por duas vezes, nas decisões do Campeonato Paulista de 1982 e 1983, e que teria, mais tarde, seu irmão Raí como um dos maiores ídolos. "Um sãopaulino teve que salvar a vida de um corintiano", observou Kátia à reportagem, enquanto Sócrates ria. Confiram (a partir de 1:38):




sexta-feira, novembro 28, 2014

Som na caixa, manguaça! - Volume 80

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MIRA IRA (NAÇÃO MEL)
(Lula Barbosa e Vanderlei de Castro)

LULA BARBOSA, MIRIAM MIRAH, TARANCÓN e PLACA LUMINOSA


Mira num olhar
Um riacho, cacho de nuvem
No azul do céu a rolar...

Mira Ira, raça tupi,
Matas, florestas, Brasil

Mira vento, sopra continente
Nossa América servil
Mira vento, sopra continente
Nossa América servil...

Mira num olhar,
Um riacho, cacho de nuvem
No azul do céu a rolar...

Mira ouro, azul ao mar
Fonte, forte esperança
Mira sol, canção, tempestade, ilusão
Mira sol, canção, tempestade,
Ilusão...

Mira num olhar
Verso frágil tecido em fuzil
Mescla morena

Canela, CACHAÇA, bela raça, Brasil

Anana ira,
Mira ira anana tupi
Anana ira, anana ira
Mira Ira

Canela, CACHAÇA, bela
Canela, CACHAÇA, bela
Canela, CACHAÇA, bela raça, Brasil



(Do LP "Festival dos Festivais", Som Livre, 1985)




segunda-feira, outubro 27, 2014

Inesquecível

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sexta-feira, junho 21, 2013

Sobre Rede Globo, manifestações, despolitização e democracia

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Um vídeo mais que didático... (Via Twitter da Cynara Menezes)

quarta-feira, maio 01, 2013

Bayern pinta o sete contra o Barcelona e entristece a Globo

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Na maior emissora do país, uma torcida descarada no confronto entre duas equipes estrangeiras. Louvava-se o Barcelona, o locutor lamentava a derrota parcial, 1 a 0 àquela altura, por conta das “crianças que torcem” pelo time catalão, junto a um ex-jogador assumidamente "comentarista-torcedor", o ex-jogador Beletti. No segundo gol dos visitantes alemães, Galvão Bueno se entristece com o gol contra de Piqué, "que não merecia" fazer aquela jogada (sim, criamos o conceito de gol contra por mérito...).

Barcelona quase não saiu na foto
A Globo e parte da mídia esportiva brasileira chorou pelo Barcelona. No placar agregado, um 7 a 0 inapelável para o Bayern de Munique. Não foi aquele acaso que pode acontecer em uma partida única, onde o pior pode vencer ou o melhor goleia de forma inapelável, mas foram duas partidas nas quais os alemães foram superiores em quase todos os aspectos, dentro e fora de casa, com torcida a favor e contra. Na primeira peleja, o 4 a 0 foi quase uma bênção para os catalães que poderiam ter tomado seis ou sete.

Logo após aquela goleada, justificativas de todos os lados. Messi estava “baleado”. Sim, estava, mas vi comentarista dizendo que ele resolvia jogo “com uma perna só” por ter dado um passe para um jogador dar uma assistência para um gol na segunda partida contra o Paris Saint German (veja bem, um passe para um jogador dar uma assistência...). Em uma partida, aliás, que o Barcelona, em casa, jogou pior que o adversário, conseguindo se classificar com dois empates. Os catalães, antes, já tinham perdido a primeira partida do confronto contra o duvidoso Milan, que hoje pena no campeonato italiano para conseguir um terceiro lugar que o garantiria na Liga dos Campeões de 2013. Mesmo assim, teciam-se loas. Do outro lado, um adversário que chegou na final da Liga dos Campeões na temporada 2009/2010 e também no último campeonato.

E o pessoal corre para justificar a derrota catalã, em especial o vareio gigantesco da partida de Munique. Neste vídeo aqui, além de mencionar erros de arbitragem e desfalques como o do capitão Puyol e Mascherano (curiosamente, desfalques de rivais do Barcelona não são levados em conta quando perdem), o comentarista José Trajano faz uma analogia incrível ao dizer que, “mal comparando”, o Barcelona com Messi em condições precárias ou sem o argentino é igual ao Santos sem Neymar. Em parte, verdade, Messi provavelmente não teria sido suficiente para que o Barcelona se classificasse, mas tornaria o decantado time menos previsível e chato. Mas a comparação leva a outra reflexão. O Santos é um time coalhado de jogadores medianos, e por isso depende do Onze, além do fato de ter um padrão tático que muitas vezes varia entre o quase nada e o “joga no Neymar que ele resolve”. A diferença é que o atual Alvinegro não é considerado um dos maiores times de todos os tempos, sequer é um dos maiores da vasta história do Peixe.

Daí fica a questão: como os boleiros que idolatravam o Barcelona como um dos maiores da história agora insinuam uma “Messi-dependência”? Pode um esquadrão histórico depender de um jogador só? Lembrando de um grande da história, o Santos dos anos 60. Na melhor de três contra o Milan, em 1963, o Santos perdeu a partida de ida por 4 a 2. Na de volta, não pôde contar com Pelé (só) e sem o capitão Zito, além de Rildo. Mas Pepe resolveu a parada na volta contra um dos grandes esquadrões milaneses da História. Na partida-desempate, ainda sem Pelé e Zito, deu Santos de novo. Pelé também desfalcou a seleção em 1962, mas Garrincha e Amarildo deram conta do recado. E olha que aquele seleção está abaixo da de 1970 e, para muitos, aquém da 1958 também...

Em síntese, a nova desclassificação do Barça na Liga dos Campeões, desta feita com requintes inolvidáveis de crueldade, não apaga o que essa equipe já fez. Mas justamente aquilo que ele fez recentemente não deveria apagar o que outros grandes fizeram anteriormente, por mais deslumbrados que os comentaristas tenham ficado, perdendo um pouco do senso crítico e histórico. Um dos grandes de todos os tempos? Sim. Maior de todos os tempos? Não. A História é uma senhora que caminha a passos lentos, como diria Galeano, mas resolveu andar um pouco mais rápido.

E como é feriado e não é o caso de escrever mais, coloco aqui um trecho de um post do ano passado, quando o limitado Chelsea tirou os catalões da Liga com a clássica retranca dos mais fracos: “E se eu, mesmo reconhecendo que o Barcelona é um dos times mais competitivos da história, não for tão fã do futebol deles? Pode ser? E se eu achar que a troca quase infindável de passes às vezes é necessária, em outras pode ser interessante, mas muitas vezes faz o jogo ficar chato pra burro?” O pensamento único do futebol tomou mais um golpe.

Ah, sim. Gol do Bayern (não tem vídeo dos gols porque a Uefa caça todos no YouTube, veja aqui...).

quarta-feira, abril 17, 2013

O povo não é bobo: tucana é a Rede Globo!

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Há exatos três anos, fiz um post aqui comentando a cara de pau da Rede Globo de aproveitar seu aniversário de 45 anos para fazer um vídeo safado remetendo descaradamente à campanha presidencial do tucano José Serra - ao pisar e repisar sete vezes a palavra "mais" em míseros 30 segundos (além de incluir "Brasil, muito mais"), aludindo ao mote "O Brasil pode mais", slogan eleitoral do PSDB naquela ocasião. Teve gente que ironizou, dizendo que a esquerdalha tava procurando chifre em cabeça de cavalo, pois a emissora não tinha culpa de completar 45 anos justo em ano de eleição presidencial, sendo 45 o número do PSDB.

Mas criar um vídeo "institucional" de aniversário da empresa com artistas falando coisas que não têm nada a ver com isso, como "mais educação e saúde", pareceu palanque explícito. Tanto que a Globo vestiu a carapuça e tirou o vídeo do ar, passando o vexame de dizer que ele havia sido feito em 2009 quando, descobriu-se, tinha sido feito mesmo naqueles dias de campanha eleitoral. Coisa feia.

Pois bem, três anos depois, o mesmo golpe volta a ser aplicado: na terra do tucano Aécio Neves, a Globo Minas, cuja emissora regional completa 45 anos em 2013, resolveu ressuscitar a campanha nacional cancelada em 2010 e usar o gigantesco 45 (com a palavra "anos" bem pequena) nos carros de reportagem da emissora. Abaixo, foto de alguns carros da empresa estacionados na Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte. Não basta bolinha de papel e tomate. Tem que vestir a camisa (da campanha). Alguém aí consegue imaginar do que a Globo será capaz até as eleições de 2014?

Globo 45 e PSDB: TUDO A VER!



sexta-feira, novembro 23, 2012

A saída de Mano Menezes, a lógica da CBF e o futuro da seleção

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Com a saída de Mano Menezes, a seleção brasileira, ou melhor, a patroa da equipe, CBF, vai para o divã. Na prática, o técnico não tinha um desempenho brilhante, nem deixará saudades para o torcedor, em que pese ter tido apoio quase incondicional do maior grupo de comunicação do país. Mas, para saber o que virá depois dele e o que significa a alentada “virada filosófica”, é preciso retroceder um pouco na recente história da seleção, que mostra como a direção do futebol brasileiro reagiu até agora na troca de técnicos, sempre negando aquilo que o anterior deixou (ou teria deixado).

Em 2006, Parreira colocou em campo jogadores com adiposidade em excesso, o que refletiu no desempenho do time. Cortar a balada e o descompromisso era a palavra de ordem após o fracasso diante dos pés de Zidane e por isso o símbolo do trabalho duro na seleção foi chamado, mesmo nunca tendo sido técnico anteriormente. Dunga usou, na prática, a receita moldada por Parreira em 1994, que não conseguiu repetir em 2006, e que Felipão também utilizou em 2002. “Fechou” o grupo, formando uma dita família que implicou na convocação da jogadores de qualidade duvidosa em função da “coerência” e “confiança”. Diferentemente de seus antecessores, achou por bem ser escudo de seus jogadores, topando com a imprensa e irritando o império global. Novo insucesso em 2010, apesar de uma trajetória vitoriosa até o Mundial, mesmo sem encantar.

Mano não conquistou a torcida nem com força da Globo
Veio Mano Menezes, segunda opção após a recusa de Muricy Ramalho, com a missão de “renovar” a seleção (sim, há excessos de aspas nesse texto, mas se tratando de prática e intenção da CBF e de seus contratados, é preciso). Primeiramente, recusou a herança dos atletas de Dunga, que não deixou muitos atletas jovens com experiência de amarelinha para o ex-corintiano trabalhar. Mesmo aqueles que teriam condições de continuar, não foram convocados por Mano ou, quando foram, já era tarde.

Mas, como diria conselheiro Acácio em suas ponderações de bar, uma coisa é ser técnico da seleção, outra é ser comandante de um time, quando se tem tempo pra treinar e impor um padrão. Não é à toa que os treinadores de priscas eras usavam bases de um e/ou outro time para dar consistência a um selecionado. 

Depois de testar, tentar, e não conseguir ser inovador, Mano perdeu para seleções fortes e só ganhou de equipes menos qualificadas. Fracassou em Londres e, quando tentava ajeitar seu time com dois volantes móveis e um quarteto ofensivo, ganhou o Superclássico das Américas perdendo, com um time B+ do Brasil, para um time C da Argentina. Não caiu pelo resultado em si, mas a peleja não ajudou em nada a sua permanência.

A política e o futuro

Como bem lembrou oNicolau, citando o Menon, há na saída de Mano uma questão política. José Maria Marín tem mais simpatia pelo presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, para ser seu sucessor. Mano é homem de Andres Sanches, diretor de seleções – por enquanto – e homem de confiança de Ricardo Teixeira, que o nomeou, assim como a Ronaldo no COL, para assegurar o seu “legado”.

Sanches é alguém cuja trajetória mostra a habilidade de crescer em um tipo de cenário, ver o cenário ruir, e depois seguir adiante como se nada tivesse com o assunto. Fez parte da diretoria que levou o Corinthians ao rebaixamento em 2007, sendo um dos parceiros principais de Kia Jorabchiaan na gestão. Sucedeu Alberto Dualib e fez o corintiano rapidamente esquecer o seu passado recente. Levado à CBF por Ricardo Teixeira, foi fundamental para levar Mano, seu ex-comandado, para a seleção brasileira. Tem um grande serviço prestado à CBF de Ricardo Teixeera e à Globo ao ser o principal articulador da implosão do Clube dos Treze.

Com esse currículo político, claro que era (e é) uma ameaça aos planos de poder de Marin, que tratou de escanteá-lo. Além do fator político puro, há o desempenho técnico da equipe da Confederação, que também influencia nos rumos do poder. E esse, sob a batuta de Mano, não ia bem das pernas. Juntando-se os ingredientes, está pronta a receita da troca de treinador.

A dúvida em relação ao futuro da seleção é: o que vai importar de fato, um time que ganhe e “cale a boca dos críticos” ou uma tentativa de ressuscitar o futebol arte, magia, moleque (seguem adjetivos), aquele que encanta mas não necessariamente ganha porque assim é o esporte?

Se seguirmos a lógica do “fácil é o certo”, que costuma ser a cebefista, a opção Felipão é a mais acertada. Foi ele quem assumiu o barco que navegava em águas intranquilas na última vez que um técnico não cumpriu um ciclo de quatro anos na seleção. Contudo, o fato de o treinador só ser anunciado em janeiro abre margem a especulações como o nome de Tite, que, vencedor do Mundial de Clubes, chegaria com pompa e circunstância no comando do time verde-amarelo. Os mais otimistas dirão que é o tempo necessário para convencer Pep Guardiola, sendo que já tem até abaixo-assinado para que ele seja o novo treinador do Brasil (ver aqui). E ao que parece, Guardiola gostou da ideia de treinar o Brasil. Ainda acho pouco possível, mas não custa torcer.

terça-feira, maio 29, 2012

Brizola tinha razão

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Às vezes é bom recordar que a manipulação e a defesa dos interesses escusos da grande imprensa não são uma invenção de hoje e nem da Veja.

O bravo Brizola sabia que o bom combate nunca é perdido e se insurgiu contra o gigante várias vezes. Em poucas, ganhou, mas fez história.

terça-feira, janeiro 17, 2012

Estupro no BBB: como fica a rede Globo?

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O grotesco caso do provável estupro ocorrido em frente às câmeras do Big Brother Brasil 12 teve alguns desdobramentos após o excelente post da Thalita. A participante Monique (percebeu que nenhum deles tem sobrenome?) foi retirada da casa na manhã desta terça-feira, 17, para prestar depoimento à Polícia Civil – e, espero eu, assistir às cenas da “ficada”, nos termos de Pedro Bial, entre ela e o tal Daniel. O delegado esteve lá por quatro horas e não divulgou informações sobre os depoimentos, o que é o mínimo que se pode esperar.

No mundo virtual, as reações continuam. Luis Nassif, sem passar necessariamente pelo caso, argumenta pela proibição do BBB, que viola o direito à privacidade e intimidade. Segundo ele, não vale dizer que os participantes topam abrir mão desses direitos – da mesma forma que um suicídio assistido é punido, também deveria ser o sacrifício assistido da privacidade. Levanta a questão: o aparato jurídico de que dispomos cobre as possibilidades de um negócio como o BBB?

Paulo Henrique Amorim, como sempre, foi na canela, ao perguntar: estupro ao vivo não cassa concessão? Ele exorta os ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e José Eduardo Cardozo (Justiça) a seguir os passos do delegado da polícia civil e invadir o Projac para peitar a Vênus Platinada – que claramente optou por atrasar o quanto pôde qualquer investigação a respeito do caso, que só está avançando pelas repercussões, especialmente na internet.

No blog Tab na Rede, que conheci via Vi o Mundo, Ana Flávia C. Ramos também discute o papel da rede Globo no caso. Ataca ela: “Monique, confinada em um reality show, sem contato com o mundo exterior, não sabe que o Brasil discute seu suposto estupro. Possivelmente violentada enquanto dormia, ela é também 'violentada' pela produção do programa, quando esta se nega a informá-la exatamente sobre que está ocorrendo.”

Uma consequência prática o absurdo caso já teve: uma elevação de 80% na combalida audiência do reality show. Amargando média de 20 pontos no Ibope, a menor de todas as edições, o programa atingiu 36 pontos na segunda-feira. Ironia só possível na vida real.

segunda-feira, janeiro 16, 2012

O estupro no BBB

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Ontem, domingão, estive totalmente alheia à internet e só acordei para a polêmica do fim de semana hoje pela manhã. Em poucas palavras: tudo indica que houve abuso sexual no Big Brother Brasil 12. Parece (não vi todos os vídeos, porque, né? Ninguém merece) que esse participante Daniel tentou ficar com todas as mulheres em uma festa do programa, sem sucesso. Investiu várias vezes em Monique, que disse sempre não, apesar de ter cedido um selinho, ao que parece dentro de uma brincadeira. Quando Monique capotou na cama, bêbada, Daniel entrou em seu quarto e trocou carícias com ela, que estaria desacordada. Se houve relação sexual completa é impossível dizer, mas, óbvio, pouco importa.
A garota estava completamente bêbada e foi abusada. Isso é estupro, por definição. Mesmo que não tenha havido penetração, continua sendo estupro. Aí sabe o que o palhaço Pedro Bial (depois dessa eu não tenho porque não ofendê-lo) ainda teve a pachorra de perguntar para a garota se “foi só uma ficada”. E ainda comentou: “o amor é lindo!”. Mas Monique não lembra do que aconteceu, e como poderia?
O que não surpreende, mas entristece e revolta, é o fato de ter muita gente, inclusive mulheres, dizendo que Monique é a culpada pelo que aconteceu. Tem gente que diz que, se ela estava bêbada, estava mesmo pedindo. A saia curta, então, era um convite ao abuso. Não quer ser estuprada, não use roupas inadequadas, é o que diz o senso comum.


Infelizmente, a impressão que tenho é que Monique tampouco se sente à vontade para elaborar o que aconteceu naquela noite. O boçal Daniel garante a ela que não houve sexo, “só uns amassos e beijos”. Mas quem define o que é sexo e, por consequência, estupro? O texto do Papo de Homem resume bem essa discussão: o poder é de quem define o que é estupro. Se esse direito é dado a quem comete a violência, o estupro deixaria de existir, não? Por isso, na dúvida, não estupre.
Mas continuando com Monique, ela parece estar num estado em que não tem condições emocionais nem argumentos para saber que sim, sofreu um estupro, por vários motivos:
1 – Pedro Bial falou em amor. Oras, se o todo poderoso apresentador falou em amor, é porque nada sério pode ter acontecido
2 – A produção do programa não tomou qualquer providência a respeito. Afinal, se há um ato de violência na casa, eles devem intervir. A segurança física dos participantes é responsabilidade da Globo, certo? Se eles não fizeram nada é porque não havia problemas
3 – A edição da cena, que teria uns três minutos na íntegra, durou 6 segundos no VT a que a participante pôde assistir no programa ao vivo. Olha. De três minutos pra 6 segundos a diferença é tão grande que até eu imaginaria que o moço estava lá só pra dizer boa noite (NOT!)
4 – A vida toda ela ouviu, como toda mulher, que deveria se dar ao respeito. Se não quiser que homens encham o saco, passem a mão na sua bunda ou a estuprem, que não dê chances para isso. Não importa quantas Marchas das Vadias aconteçam nesse mundo, esse pensamento não muda. Claro, ninguém lembra que para haver abuso deve haver um abusador, e que é ele que deve ser controlado, não a quantidade de bebida na corrente sanguínea ou de tecido na roupa da mulher. Monique, embora vítima, acredita nesse discurso. Está envergonhada de sua conduta. Como poderia protestar?
Em suma, esse escândalo TEM que dar em alguma coisa. Alguém TEM que ser punido. Quer dizer, não só o abusador, mas também a Rede Globo, que permitiu que isso acontecesse enquanto mantinha pessoas sob sua responsabilidade. Porque, convenhamos, se Monique tivesse ido para sua própria casa, bêbada, não poderia ter sido atacada por um estranho, certo? Além disso, é a própria Globo que estimula o consumo de álcool em doses cavalares, porque só assim a “pegação” acontece. Arque com as consequências de sua escolha.
Mas, por algum motivo, eu não acredito que isso vá acontecer. Por que será?

Mais links para a discussão sobre o estupro:
ps: o homofóbico e agora misógino Rica Perrone se manifestou sobre o assunto em seu Twitter. Não vou colocar o link aqui para não aumentar a audiência desse ser, mas vocês podem imaginar o teor de seus comentários, não?

segunda-feira, outubro 24, 2011

O futebol masculino no Pan e a histeria calculada

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Quem viu ontem o jogo entre Brasil e Costa Rica no Pan-Americano escutou as bravatas de sempre quando uma seleção nacional perde no ludopédio. “Tem que honrar a camisa amarela”, exultava o narrador que corroborava a filosofia zagaliana de amor à pátria de chuteiras. Romário criticava a CBF por não ter mandado “força máxima” à competição, no que foi seguido por outro jogador-comentarista, Denílson, que se manifestou no mesmo sentido no Twitter. No microblogue, aliás, jornalistas esportivos chegaram a defender a queda de Ney Franco em função do resultado.

Na história, o país ganhou 4 medalhas de ouro em Pans. Significa
De verdade, alguém aí lembra do desempenho do Brasil, no futebol masculino, no Pan de 2007, que aconteceu aqui? Claro que não, simplesmente porque não é importante. Para outras modalidades, o Pan classifica para Mundial, Olimpíadas, mas no futebol ele não leva a nada. Tem valor em si? Bom, se você considerar que as seleções sul-americanas se classificam para o Pan por meio do Sul-americano sub-17 e as da Concacaf pelo seu regional sub-20, tem-se uma dimensão da relevância.

Não é à toa que seleções do porte de Guatemala, Jamaica e Cuba já chegaram às finais da competição, e outras como Antilhas Holandesas e Trinidad Tobago já pegaram bronze. Sendo assim, por que a histeria de alguns agora?

Ver Romário “exigir” os melhores parece um acinte para os torcedores de times que estão na reta final do Brasileirão. Os europeus sequer aceitariam receber qualquer solicitação da CBF pedindo a liberação de atletas para a competição continental. Mas a razão da “exigência” parece ser outra: a Record investiu pesado não apenas no Pan, mas principalmente no futebol, deslocando profissionais dos mais competentes para a cobertura de uma modalidade secundária no contexto dos Jogos. E, segundo Maurício Stycer, “o sonho maior da Record era poder exibir a partida da seleção brasileira, pelas semifinais, na próxima quarta-feira, dia 26, no mesmo horário em que a Globo estaria apresentando algum jogo da Copa Sul-Americana. A Record julgava que poderia superar a concorrente no Ibope em função do desinteresse que existe em relação a este torneio sul-americano.”



Continua o jornalista: “Durante a transmissão da partida contra a Costa Rica, Romário criticou a CBF por ter enviado ao Pan uma equipe muito jovem e inexperiente. A Record parece acreditar que a decisão de não mandar um time mais qualificado seria uma represália de Ricardo Teixeira contra a emissora, que tem apresentado uma série de reportagens sobre o dirigente.” Será que a emissora acredita de fato nisso? Para ser verdade, anteriormente a postura da CBF em relação ao Pan deveria ter sido diferente do que foi agora, quando a seleção que jogou foi uma espécie de “Sub-20 B”. Mas foi até pior. No Pan do Rio, por exemplo, cujos direitos de transmissão foram da Globo, parceira de Ricardo Teixeira, a seleção que disputou o Pan foi a sub-17. Resultado? O Brasil não passou da primeira fase, como agora. A CBF quis boicotar a Globo também?

O fato é que a Record investiu no futebol dentro de um evento multiesportivo no qual o grande charme reside justamente nas outras modalidades. E que bom que pelo menos duas vezes em cada quatro anos (no Pan, em menor escala, e nas Olimpíadas), o brasileiro pode acompanhar outro esporte que não seja o futebol, ainda que a emissora insista em não transmitir ao vivo diversas competições do Pan, inclusive aquelas em que o Brasil disputa medalhas.

A CBF está errada em muita, muita coisa mesmo. Mas nesse caso, o erro não foi dela.

terça-feira, abril 12, 2011

Editora Abril quer Luciano Huck presidente do Brasil

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Depois de classificar os posicionamentos políticos de Chico Buarque como "molecagem", por apoiar Lula, Dilma Rousseff, Hugo Chávez, Evo Morales e Fidel Castro (entre outros inimigos eternamente demonizados pela mídia tucana), a revista "Alfa Homem" traz agora na capa o que considera o ideal "político" da Editora Abril. O (asqueroso) Luciano Huck aparece de terno, em foto com esmero de marketing eleitoral (reprodução à direita), e, sem meias palavras, a publicação pergunta ao leitor se ele não seria o "salvador da pátria" para "acabar com a pobreza" no país. À primeira vista, parece uma piada inconsequente - tanto quanto o programa que Huck apresenta na TV Globo. Mas é sério isso. Muito sério.

O apresentador de programas televisivos e empresário Luciano Huck, paulistano de origem judaica e muito abastada, é apresentado como o supra sumo de tudo o que a Abril considera "bom", "correto" e "confiável". Um novo "caçador de marajás": jovem, rico, ídolo televisivo e com ações sociais "beneméritas" e assistenciais. A revista "Alfa" lista os "atributos" para você votar nele (o grifo é nosso): "Tem helicóptero, alguns carros importados, está construindo uma mansão de 16 quartos com heliporto no Rio de Janeiro. Vive um casamento feliz, com dois fillhos perfeitos". Não contente, a publicação ameaça e aposta: "Porque, goste ou não de Luciano Huck, ele é uma presença obsessiva na vida nacional — e vai crescer ainda mais. Seus amigos mais próximos já se perguntam por que não o colocar de vez num cargo público".

E os nomes de alguns desses "amigos" do apresentador ajudam a entender o motivo de tanta festa por parte da editora da família Civita (mais um grifo nosso): "Bons contatos na política não faltam. José Serra é amigo da família e o mineiro Aécio Neves se mantém ainda mais próximo". Ou seja, Huck é, para a Editora Abril, um potencial "novo iluminado" entre os "iluminados" tucanos da capital de São Paulo, grupo que representa tudo o que há de mais arrogante, prepotente, preconceituoso, retrógrado, classista e conservador na política nacional. Não por acaso, a reportagem recorre ao empresário Alexandre Accioly, de estreitas relações com Aécio Neves (foto), para dizer que Huck será "o próximo Ronald Reagan" (cruz credo!). Pois é, até o dinheiro de campanha já está garantido...

Um peixe indigesto
Obviamente, fica explícito que "amigos" de Luciano Huck também são os próprios membros da família Civita, proprietária da Editora Abril. Digo explícito porque, antes, de forma implícita (mas nada discreta), a editora já havia "socorrido" o apresentador em uma recente "saia justa". Em dezembro de 2010, Huck comprou uma parte (especula-se que 5%) do site de compras coletivas Peixe Urbano. De imediato, usou o Twitter para impulsionar e tentar um novo recorde de venda de cupons de desconto do site. E a (mórbida) oportunidade viria no mês seguinte, quando milhares de pessoas morreram em deslizamentos provocados pelas fortes chuvas no Rio de Janeiro. Huck tuitou: "Quer ajudar, e muito, as vítimas da serra carioca [sic]. Via @PeixeUrbano, vc compra um cupom e a doação esta feita".

Acontece que a exploração da tragédia foi denunciada por Luís Nassif em seu blogue: "A compra dos cupons, segundo o site, reverterá em benefício de duas ONGs que estão ajudando as vítimas das enchentes. Parece bonito, mas não é. Primeiro, é necessário ir ao site do negócio de Luciano. Depois, é preciso se cadastrar no site. E então comprar um ou mais cupons de R$10,00. Ganha Luciano porque divulga o seu negócio (mais de 7.000 RTs até agora), cadastra milhares de novos usuários em todo o Brasil, familiariza esses usuários com os procedimentos do site, incentiva o retorno e aumenta absurdamente o número de cupons vendidos – alavancando o Peixe Urbano comercial, financeira e mercadologicamente. Além do ganho de imagem por estar fazendo um serviço público (li vários elogios nos RTs)". A "esperteza" repercutiu forte na internet e a imagem de Luciano Huck ficou bem arranhada.

Por isso, a Editora Abril não tardou em "salvá-lo". Com a sutileza de um elefante numa loja de cristais, lançou uma edição da Veja (aaarrghh...), no final de janeiro, com Huck e sua esposa Angélica na capa, sob a angelical manchete: "A reinvenção do bom-mocismo" (reprodução à direita). Isso, como bem observou o blogue "Somos andando", na mesma semana que uma revolução podia "mudar a cara do mundo islâmico" (assunto que a capa da revista deixou para terceiro plano). Agora, a "Alfa Homem" completa o serviço: "'Hoje, aos 39 anos, acho que estou cumprindo esse papel na televisão', diz Luciano, depois de pensar um pouco. Mas seria presidente do Brasil? 'Agora, não. Daqui a dez anos, talvez eu tenha mudado a resposta'".

Em dez anos, se outros (poderosos) meios de comunicação, além da Globo e da Abril, outras (poderosas) forças políticas, como Aécio e Serra, e econômicas, como Accioly, continuarem construindo e massificando a imagem desse playboyzinho yuppie e ganancioso como "salvador da Pátria", poderemos ter um grande problema e, na pior das hipóteses, retroagir nossa política aos tempos do não menos playboyzinho-yuppie-ganancioso Fernando Collor de Mello. Duvidam?

Com o grupo mais reacionário entre a (hiper) reacionária elite brasileira, não se brinca. Quando essa cobra põe a cabeça pra fora, é difícil matá-la à pauladas (não é mesmo, Leonel Brizola?). Por isso, volto a afirmar: isso é sério. Muito sério.

segunda-feira, março 07, 2011

O carnaval de Raul Seixas

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Raul Seixas cantando marchinhas de carnaval com um dos ícones da Jovem Guarda, Wanderléia. Isso aconteceu num clipe produzido para o interminável Fantástico, em 1978. Claro que, com sarcasmo e ironias habituais, Raulzito faz sua interpretação própria, no jeito de cantar e no gestual, às pueris (algumas nem tanto) cantigas carnavalescas de outrora...



Mas outro fato que pode despertar a curiosidade de muitos é o fato de Raul se apresentar sem barba e bigode e com cabelos curtos. Para trabalhar as músicas do álbum O dia em que a Terra parou, ele adotou esse novo visual, estranho à maioria dos fãs, mas que seria abandonado à frente. Foi assim que ele gravou o clipe de Maluco Beleza (clique aqui para ver), uma das canções do LP, e também proporcionou outras cenas curiosas. Como, por exemplo, a do vídeo abaixo, em que ele se passa por um imitador dele mesmo em Vitória (ES). Vale ver:

quarta-feira, setembro 29, 2010

Mais piada pronta

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Ontem à noite, durante o último debate entre a maioria dos candidatos à governador de São Paulo, transmitido ao vivo pela TV Globo, o petista Aloizio Mercadante, 2º colocado nas pesquisas, reforçou várias vezes que o tucano Geraldo Alckmin, 1º colocado, estava evitando confronto direto com ele e só fazia perguntas para os outros concorrentes. No último bloco, o apresentador Chico Pinheiro passou a palavra para Alckmin, que ensaiou uma resposta a Mercadante, mas o microfone falhou e o som sumiu. Depois de alguns segundos constrangedores, a transmissão saiu do ar, surgiu uma tela preta e, na emergência, entraram comerciais. Curiosamente, a primeira propaganda veiculada foi a de um DVD que destacava, em letras garrafais, a música TRISTEZA DO JECA...

quarta-feira, agosto 25, 2010

Panelinha

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Lendo "Memórias de um cafajeste" (Geração Editorial, 1996), do emblemático, polêmico e recém-falecido ator/diretor Jece Valadão, encontrei considerações curiosas sobre o chamado Cinema Novo, movimento vanguardista dos anos 1960 que trouxe uma leva de novos cineastas. Valadão teve um pé nessa história, quando idealizou, financiou e produziu, com direção de Ruy Guerra, o clássico "Os cafajestes" (foto), com Daniel Filho e Norma Bengel, que conquistou a admiração mundial a partir de um festival na Alemanha.

Mas, depois disso, se sentiu excluído por uma "panelinha" que passou a dar as cartas no cinema brasileiro. Algo parecido com o que aconteceu com muitos cantores e compositores após o Tropicalismo de Caetano Veloso e Gilberto Gil, figuras que ainda "organizam o movimento e orientam o Carnaval" no mercado pop do país. Tal postura, algo como "somos gênios, o resto não presta", me remete à figura patética de Arnaldo Jabor comentando política na Rede Globo, como um "iluminado", um "farol", um "sábio", um "especial". Pela análise de Jece Valadão, parece que foi sempre assim:

Exclusão
Surgiram diretores como o Bruno Barreto, o Cacá Diegues, o Jabor, o Domingos de Oliveira, entre vários outros. Eles fizeram uma panelinha e eu simplesmente fui excluído por não concordar com o tipo de filme que eles faziam: um cinema político, de protesto, de contestação. Eu sempre quis fazer cinema-arte, cinema-cultura; ou então, um cinema para ganhar dinheiro.

Cu de touro
Depois dos "Cafajestes", enquanto eu produzia filmes como "Boca de Ouro", "Navalha na Carne" e "Dois Perdidos Numa Noite Suja", o pessoal do Cinema Novo fazia um cinema que mais parecia o Cu do Touro. Mais sério que cu de touro não existe.

Atuação
A minha exclusão da panelinha do Cinema Novo tinha um lado engraçado, porque eu atuava, ao lado deles, no meio político cinematográfico, mas não era aceito no meio cultural. E cultural, aqui, eu coloco entre aspas...

Discriminação
Fui discriminado por toda a panelinha do Cinema Novo durante muito tempo, apesar de ter feito filmes como "Rio, Zona Norte", com o Nelson Pereira dos Santos; um filme respeitado pelos intelectuais até hoje. O que havia realmente era uma desinformação, pontos de vista políticos diferentes; mas puramente políticos. Eles não entendiam a minha postura de não querer fazer política e eu não entendia a postura deles de fazer política através do cinema.


Pois é. Que Jece Valadão não era santo, parece óbvio. Mas, pelo menos, ele assumia a intenção de fazer cinema "para ganhar dinheiro", o mesmo que todos os "iluminados", "políticos" e "intelectuais" do Cinema Novo passaram a fazer assim que ganharam notoriedade com o movimento. E um deles ganha dinheiro até para distribuir sua "sapiência" e "iluminação" como "comentarista político", em rede nacional. Eu preferia a cafajestice assumida e sincera do Jece...

segunda-feira, abril 19, 2010

Rede Globo entra de vez na campanha. De Serra

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Essa eu vi hoje no Conversa Afiada, do Paulo Henrique Amorim. Aproveitando o mote de que "o Brasil pode mais", do candidato tucano José Serra, e o conveniente aniversário de 45 anos da emissora (número do PSDB), a Globo perdeu totalmente o pudor e lançou uma inacreditável peça de "propaganda eleitoral". Reparem que eles dizem que querem "mais educação e saúde", o que não tem nada a ver com o aniversário ou com a programação televisiva:



Alguém tem dúvida sobre o chumbo grosso que virá sobre Dilma Rousseff?

Atualização às 17h50
Deu no terra: Globo decide suspender comercial acusado de ser pró-Serra

O vídeo original foi retirado, e a versão foi republicada por outros usuários do Youtube.

Caso saia do ar de novo, a transcrição do texto:

Nova idade com muito mais vontade de querer ainda mais qualidade. Emoção? Mais. Alegria a gente traz. E a diversão, vamos atrás. Mais informação, a gente é capaz. Todos queremos mais. Educação, saúde e, claro, amor e paz. Brasil, muito mais. É a sua escolha que nos satisfaz. É por você que a gente faz sempre mais.
São sete vezes a palavra "mais" em 30 segundos, além de incluir "Brasil, muito mais". Isso dá um "mais" a cada quatro segundos.