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quarta-feira, abril 13, 2011

Dose cavalar

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Por Moriti Neto


Esta vem da Austrália. No dia 4 de abril, na cidade de Jiggi, o fazendeiro Steve Cibborn passou mais de 20 horas tentando salvar um cavalo até que encontrou a fórmula para operar um “milagre”.


O cavalo Diamond Mojo, de seis anos de idade e quase 500 kg, sofria com cólicas e, logo, estaria prostrado. Com receio de que o equino morresse de sede, Steve passou o dia inteiro colocando água na boca dele. Como se a medida não surtisse efeito suficiente para levantar o (quase) morto, o australiano decidiu recorrer a um outro líquido. Segundo declarações dadas pelo fazendeiro ao jornal local Northern Star, "era hora de abrir uma cerveja". "Foi aí que lembrei de um velho remédio. Você dá algo gasoso ao animal, ele arrota e a cólica começa a melhorar. Eu nem pensei se acreditava ou não nisso, mas resolvi tentar", contou.





Fazendeiro e cavalo felizes da vida com o poder regenerativo da cerveja

O fazendeiro descreveu que assim que o líquido começou a descer pela garganta do quadrúpede, ele arrotou e começou a se mover.


Ainda de acordo com o manguaça – antes que se duvide da sobriedade do escriba, refiro-me ao homem, não ao cavalo – ele passou a dar mais e mais cervejas ao bicho e, a cada garrafa, a melhora ficava mais visível. "Foi notável. Ele se levantou e está bem, Mojo é um cavalo especial", ressaltou o pinguço, para depois completar: “eu só parei de dar cerveja para ele, pois, caso contrário, me custaria uma fortuna".


Mais sobre equinos manguaças:


Guimarães Rosa e o cavalo que bebia cerveja

segunda-feira, março 14, 2011

Dose cavalar

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Outro dia citei aqui um tal de "Coice de mula", policial que matou um jornalista. Pois vejam a marca de cerveja que existiu no século passado em minha cidade natal:

segunda-feira, abril 19, 2010

Orelhadas de bar (3)

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Quatro da tarde. Sábado. Bar da Graça. Cinco elementos jogam baralho.

- Ô, Valdir, para de tomar conhaque! Vai passar mal.

- Vou nada, rapaz. Aqui é só fortaleza.


Alguém surge com um prato de esfihas, não se sabe de onde. Oferecem, mas declino. A dona do bar aparece com mais uma garrafa de Dreher. Eles alternam com cerveja.

- Sabe que uma vez tomei um porre desse negócio? Quase morri.

- Foi numa pescaria, não foi?

- Não, eu tava no sítio do meu tio. Bebi três garrafas desse conhaque e fiquei passando mal. Não conseguia botar pra fora.

- E aí? Foi parar no hospital?

- Não, eu fui tentar subir no cavalo e caí. Ele me deu um coice na barriga e eu despejei toda a bebida pra fora.


Risadas gerais. Passa um cachorro e jogam um resto de esfiha pra ele. Peço a conta.

sexta-feira, maio 29, 2009

Guimarães Rosa e o cavalo que bebia cerveja

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No livro "Primeiras estórias", do obrigatório escritor João Guimarães Rosa, um conto me chamou a atenção: "O cavalo que bebia cerveja". Conta a história de um menino que observa um italiano estranho, recém chegado à uma cidadezinha da caatinga nordestina. O homem cercou sua chácara de árvores e mantinha a casa sempre fechada. E só gastava dinheiro com cerveja, que mandava o menino buscar. "-Irivalini, bisonha outra garrafa, é para o cavalo...", pedia. A polícia desconfia do gringo e faz diversas batidas na casa, muitas vezes tento o menino, que se chamava Reivalino, como informante. Numa dessas, questionado sobre o mistério das cervejas, desafiou o delegado: "-Lei, quer ver?".

Segue o Guimarães: "Saiu, para surgir com um cesto com as garrafas cheias, e uma gamela, nela despejou tudo, às espumas. Me mandou buscar o cavalo: o alazão canela-clara, bela face. O qual - era de se dar a fé? - já avançou, avispado, de atreitas orelhas, arredondando as ventas, se lambendo: e grosso bebeu o rumor daquilo, gostado, até o fundo; a gente vendo que ele já era manhudo, cevado naquilo! Quando era que tinha sido ensinado, possível? Pois, o cavalo ainda queria mais e mais cerveja". Mais tarde, descobre-se que a maior parte da bebida ia, na verdade, para o irmão do italiano, que ficava trancado em um quarto. Ferido de guerra, esse irmão "não tinha cara", ou, no dizer de Guimarães Rosa, só tinha "um buracão, enorme, cicatrizado antigo, medonho, sem nariz, sem faces". Desnorteado pela morte desse irmão, o italiano convida Reivalino para acabar com as cervejas, antes de partir do local para sempre. "-Irivalini...que esta vida...bisonha. Caspité?". "Aos copos, aos vites e trintas, eu ia por aquela cerveja, toda. Sereno, ele me pediu para levar comigo, no ir-m'embora, o cavalo - alazão bebedor". Para saber o final, recomendo a leitura. É bonito que dói.