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quarta-feira, janeiro 30, 2013

Mapa de Minas e outros 26 estados produtores de cachaças

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Quando alguém gosta de cachaça, e gosta de gostar da bebida, começa a querer saber o local onde a chambirra é plantada, colhida, prensada, fervida, fermentada e destilada. Torna-se curiosidade tão importante quanto conhecer a madeira que compõe os tonéis onde o precioso líquido descansa. Mesmo que, eventualmente, a "madeira seja aço-inox" (isso é detalhe).

O Mapa da Cachaça é uma plataforma colaborativa no ar desde 2011. Mas só descobri essa mídia social pouco socializante no fim do ano passado. Criada pela Paralelo Multimídia, a plataforma faz constar no mapa alambiques, destilarias e fábricas de cachaça industriais e artesanais – categoria sacramentada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para salvaguardar as marvadas produzidas em escalas menores do que as industriais (as que verdadeiramente mataram o guarda, o padre e até passarinho que se aventurou a beber a água que aves não beberiam).

Falta muito para alcançarem cada rincão cachaceiro (refiro-me aos produtores, não me entendam mal) do país, mas é um grande começo e uma necessidade para o diagnóstico pré-implementação do Manguaça Cidadão.

Foto: Reprodução
Mapa com um tanto de produtores espalhados. Falta muito para alcançar todos os
rincões cachaceiros. Mas os alfinetes vermelhos marcam as que, modestamente, já tive
oportunidade de conhecer a fundo. Por sorte, o copo não era tão fundo...

Porque estive lá

Curioso, fui tentar cadastrar minha modesta adega (que está mais para despensa). Das seis que ainda não estão vazias, quatro já estavam devidamente mapeadas, com muito mais informações do que eu tinha sobre as danadas.

Registrei, então, duas molha-goela, singelas contribuições que permaneciam de fora do recenseamento. A Caranguejo (à esquerda), de Campina Grande (PB) e a Cachaça de Pirenópolis (GO), cidade histórica próxima ao Distrito Federal (abaixo, à direita). Antes de serem publicadas, as informações passam por moderação dos editores. Afinal, informação de bêbado não tem dono.

Além de diferenciações importantes e instrutivas (cachaça é diferente de aguardente composta, aquelas temperadas com canela, cravo, mel, cascas e sementes), há espaço para apontar madeira de descanso ou envelhecimento (uma coisa é uma coisa) e até cadastrar o fabricante e seu endereço.

É a partir desse endereço que se consegue, além de pesquisar por nomes, viajar por mapas do Brasil. Se você der sorte (ou azar) de pegar algum soluço do site e desembocar num Erro 404, vai receber, na testa, um: "Não aguenta bebe leite!"

Em clima de quem interage em mídias sociais e acha bonito, saí marcando "Já bebi" em todas as preferidas que encontrei. Ainda marquei muitas que nem sequer almejam o posto de mais queridas... E, no final, estava admitindo até as que despertam nenhum orgulho da experiência da degustação. Tem toda a gama de qualidades cadastrada por lá.

Modéstia às favas, em 20 minutos alcancei a primeira dezena de quatro estados. Em mais 10, passando por algumas das 42 páginas de listas das marvadas de Minas Gerais, foi fácil passar da segunda dezena. Nesse inteirim, conheci a Poesia, a Atrás do Saco, a Peladinha, Perseguida Ouro... Além de conhecer uma coleção de rótulos e músicas que não chegam aos pés do Som na Caixa Manguaça.

Vale o passeio. Mas dá uma sede danada.

terça-feira, novembro 10, 2009

Momento do mé: Marimbondo

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De volta ao Sabor do Picuí, como prometido, provei a Marimbondo, outra cachaça da Paraíba.

Ludmila Tavares
De Guarabira, também é branquinha, transparente. Bem mais fraca (42%), desce incrivelmente macia para uma chambirra sem ser envelhecida. Com o calor que estava no sábado, desceu abrindo espaço para o almoço (e a pimenta) que vinham a seguir. Não sei se foi a mesma que o Nicolau provou, só sei que a impressão foi completamente diferente.

O problema é que não consegui grandes informações sobre a danada. Nem foto, por isso a opção pelo inseto. A maior parte da agricultura no município está ligada à subsistência e não tanto à produção de cana de açúcar, embora exista outra da que passarinho não bebe produzida por lá, uma tal Donzela. Só que essa eu nem tenho ideia de onde encontrar em São Paulo.

terça-feira, junho 30, 2009

Momento do mé: Rainha, da Paraíba

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Da cidade de Bananeiras-PB vem a cachaça Rainha. Uma caninha branca, transparente mesmo, boa para abrir o apetite. Naturalmente é forte, 53º GL, e vale para se aventurar nas canjibrinas de fora do estado de Minas Gerais.

Os produtores da Rainha garantem que sua origem é de 1877 no mesmo Engenho Goiamunduba. Bananeiras fica na região do Brejo Paraibano. Não tem características de envelhecimento. Segundo um estudo técnico feito na cidade, a maioria dos engenhos usa freijó revestido de parafina para armazenaro precioso líquido.

Onde tomei
Foi para abrir o apetite que, no domingo, depois de três horas no hospital para tentar me livrar da gripe manguaça – da qual, ao que consta, sou o paciente número zero. Fui ao Sabor do Picuí, um restaurante que abusa do esteriótipo, com garçons de chapéu de couro, cartucheira a tira-colo e sandália no pé. Com o frio que estava, os funcionários estavam obrigados a usar meia com a sandália.

Mas o mais importante do restaurante é que as marvadas são oferecidas por R$ 2, o mesmo preço encontado no Parque do Povo Campina Grande. Ainda volto lá para provar a Marimbondo, do mesmo estado.

domingo, janeiro 18, 2009

Boa causa para alavancar a orgia

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Tomando umas e outras com a Lílian, velha amiga de minha mãe que mora em Brasília, entre fofocas políticas e piadas improvisadas (só não falamos de futebol), ela contou um caso que prova como as boas ideias lançadas num filme podem se tornar uma tecnologia social com um verdadeiro e concreto impacto na sociedade. Claro que o propósito edificante não é necessariamente uma qualidade num filme, em geral é um defeito. Mas este caso é distinto.

Ela me contou, e eu confirmei nesta nota da Gazeta.web (texto da Agência Folha), que dez prostitutas paraibanas decidiram doar uma noite de seu trabalho para resgatar uma dívida da Associação das Profissionais do Sexo da Paraíba (Apros-PB).

Diz a nota que a "Apros-PB, criada em 2001, tinha como renda a venda de preservativos. Segundo Luza (presidente da associação), em julho o grupo ficou sem recursos do Ministério da Saúde, que financiava vale-transporte para as visitas. Sem dinheiro para as passagens, caiu a venda de preservativos".

A metodologia para amplificar o potencial de arrecadação pelo volume de trabalho é que remete diretamente a um excelente filme de Karim Aïnouz, O céu de Suely (veja aqui o blog oficial), que fez bonito na temporada de 2007. Como a personagem Hermila (interpretada por Hermila Guedes e que assume o nome de guerra Suely), as prostitutas fizeram uma rifa a R$ 5 valendo uma noite de orgia sexual que normalmente, contando o motel, custaria por volta de R$ 600. O vencedor poderá escolher entre dez profissionais que fazem ponto em João Pessoa e doarão todo o recurso à instituição.


No filme, Hermila nem prostituta é. Ela se prostitui por uma noite para levantar uma grana e dar aquela zerada na vida, para recomeçar. Cearense, ela foi tentar a vida em São Paulo junto com o namorado, que acaba a abandonando com um filho pequeno. Ela então volta a Iguatu, no sertão de seu estado, vive essas peripécias, deixa o filho com a ex-sogra, e põe de novo o pé na estrada.

Na vida real, a arrecadação esperada pela Apros-PB é de R$ 5 mil (quer dizer, mil manguaças esperançosos), o que vai dar pra pagar a dívida de R$ 3 mil, cobrir custos e ainda fazer um caixa pra tocar a Associação.

A ideia toda é interessante: oferecer um serviço ultradiferenciado por um preço bastante acessível, mas com o alto risco que faz parte das operações de alto retorno no mundo capitalista. Os potenciais clientes não se importam em gastar as cinco pilas e perder, contando com a possibilidade de ganhar uma noite de sonhos. E o resultado é que, em vez de exploração de mulheres que muitas vezes não têm outra opção de inserção no mundo do trabalho, elas sacam as regras do jogo e alavancam os ganhos com um baixíssimo investimento. É realmente um empreendimento louvável, digno de divulgação num programa tipo "Pequenas empresas, grandes negócios".

Se o Faustão faz isso com um carro, uma casa, por que elas não podem fazer isso com uma noite de sexo?

Karim imaginaria que sua ideia ia pegar?