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quinta-feira, outubro 01, 2015

Criança aplicada merece... motel (?!?)

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Depois de ler materinha sobre os clubes de futebol que estão oferecendo vantagens em motéis para fidelizar torcedores (clique aqui para ler), encontrei numa rede (anti)social o seguinte recorte de jornal, de 1969, com foto do time do São Paulo F.C. e, abaixo dela, a surpreendente - e perturbadora - propaganda:


Em tempos de pedofilia crescente, o De Massad alertaria: "Não dá ideia! Não dá ideia!"...


sexta-feira, novembro 07, 2014

Minas Gerais em alta (no futebol)

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Depois que Atlético-MG e Cruzeiro eliminaram Flamengo e Santos e garantiram uma inédita decisão mineira na Copa do Brasil, uma colega concluiu muito bem:


quarta-feira, outubro 02, 2013

Coincidências, meras coincidências...

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DADO CONCRETO Nº 1: Estudo divulgado ontem pela Fundação Perseu Abramo, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que o Brasil segue reduzindo a desigualdade na repartição do rendimento do trabalho. Em 2012, houve queda de 0,4% no índice Gini, em relação a 2011. Com isso, pela primeira vez, o país apresentou índice abaixo de 0,5, o menor de toda a série registrada pelo IBGE, desde 1960.

DADO CONCRETO Nº 2: O mesmo estudo apontou, por outro lado, que três dos estados mais ricos país - São Paulo, Minas Gerais e Paraná - estão na contramão e, em 2012, elevaram a desigualdade de renda. Em porcentagem, nesses estados, a variação no índice da desigualdade na distribuição da renda mensal de todos os trabalhos das pessoas com rendimento na ocupação com 15 anos e mais, entre 2011 e 2012, foi de: + 2,82% no Paraná, + 0,08 em São Paulo e + 0,08 em Minas Gerais.

COINCIDÊNCIA Nº 1: A variação da desigualdade no país refere-se ao período de 2011 a 2012. Desde janeiro de 2011, os governadores desses três estados da região Sudeste são: Beto Richa (Paraná), Geraldo Alckmin (São Paulo) e Antonio Anastasia (Minas Gerais). Todos os três governantes são do PSDB. Em São Paulo, Alckmin cumpre o quinto mandato seguido de seu partido à frente do governo estadual. Em Minas Gerais, Anastasia sucedeu dois mandatos seguidos de Aécio Neves.

COINCIDÊNCIA Nº 2: No final de 2012, quando o Ministério de Minas e Energia anunciou uma medida de grande impacto econômico para a população, a redução no preço da energia elétrica em até 18% para o consumo residencial e até 32% para indústrias, agricultura, comércio e serviços, os governadores de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina impediram que as empresas de produção de energia de seus estados - Cesp, Cemig, Copel e Celesc - aderissem ao plano do governo federal e baixassem as tarifas. O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), é ex-DEM - partido que historicamente sempre esteve ligado ao PSDB.


quarta-feira, janeiro 30, 2013

Mapa de Minas e outros 26 estados produtores de cachaças

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Quando alguém gosta de cachaça, e gosta de gostar da bebida, começa a querer saber o local onde a chambirra é plantada, colhida, prensada, fervida, fermentada e destilada. Torna-se curiosidade tão importante quanto conhecer a madeira que compõe os tonéis onde o precioso líquido descansa. Mesmo que, eventualmente, a "madeira seja aço-inox" (isso é detalhe).

O Mapa da Cachaça é uma plataforma colaborativa no ar desde 2011. Mas só descobri essa mídia social pouco socializante no fim do ano passado. Criada pela Paralelo Multimídia, a plataforma faz constar no mapa alambiques, destilarias e fábricas de cachaça industriais e artesanais – categoria sacramentada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para salvaguardar as marvadas produzidas em escalas menores do que as industriais (as que verdadeiramente mataram o guarda, o padre e até passarinho que se aventurou a beber a água que aves não beberiam).

Falta muito para alcançarem cada rincão cachaceiro (refiro-me aos produtores, não me entendam mal) do país, mas é um grande começo e uma necessidade para o diagnóstico pré-implementação do Manguaça Cidadão.

Foto: Reprodução
Mapa com um tanto de produtores espalhados. Falta muito para alcançar todos os
rincões cachaceiros. Mas os alfinetes vermelhos marcam as que, modestamente, já tive
oportunidade de conhecer a fundo. Por sorte, o copo não era tão fundo...

Porque estive lá

Curioso, fui tentar cadastrar minha modesta adega (que está mais para despensa). Das seis que ainda não estão vazias, quatro já estavam devidamente mapeadas, com muito mais informações do que eu tinha sobre as danadas.

Registrei, então, duas molha-goela, singelas contribuições que permaneciam de fora do recenseamento. A Caranguejo (à esquerda), de Campina Grande (PB) e a Cachaça de Pirenópolis (GO), cidade histórica próxima ao Distrito Federal (abaixo, à direita). Antes de serem publicadas, as informações passam por moderação dos editores. Afinal, informação de bêbado não tem dono.

Além de diferenciações importantes e instrutivas (cachaça é diferente de aguardente composta, aquelas temperadas com canela, cravo, mel, cascas e sementes), há espaço para apontar madeira de descanso ou envelhecimento (uma coisa é uma coisa) e até cadastrar o fabricante e seu endereço.

É a partir desse endereço que se consegue, além de pesquisar por nomes, viajar por mapas do Brasil. Se você der sorte (ou azar) de pegar algum soluço do site e desembocar num Erro 404, vai receber, na testa, um: "Não aguenta bebe leite!"

Em clima de quem interage em mídias sociais e acha bonito, saí marcando "Já bebi" em todas as preferidas que encontrei. Ainda marquei muitas que nem sequer almejam o posto de mais queridas... E, no final, estava admitindo até as que despertam nenhum orgulho da experiência da degustação. Tem toda a gama de qualidades cadastrada por lá.

Modéstia às favas, em 20 minutos alcancei a primeira dezena de quatro estados. Em mais 10, passando por algumas das 42 páginas de listas das marvadas de Minas Gerais, foi fácil passar da segunda dezena. Nesse inteirim, conheci a Poesia, a Atrás do Saco, a Peladinha, Perseguida Ouro... Além de conhecer uma coleção de rótulos e músicas que não chegam aos pés do Som na Caixa Manguaça.

Vale o passeio. Mas dá uma sede danada.

terça-feira, junho 14, 2011

Minas e SP têm cachaça na feira ou vice-versa

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Começou nesta terça-feira, 14, e vai até esta sexta-feira, 17, a Feira da Cachaça Paulista de Alambique, em São Paulo. De 30 de junho a 2 de julho, Belo Horizonte é que recebe o I Congresso Mineiro da Cachaça. A primeira está acontecendo no Mercado Municipal da capital paulista, no Centro. O segundo, na Serraria Souza Pinto, também na área central de BH.

Foto: Divulgação
A feira paulista é promovida pela Supervisão Geral de Abastecimento (Abast), ligada à Secretária da Coordenação das Subprefeituras de São Paulo. O órgão é o encarregado pelo Mercadão (e pelos outros 14 mercados municipais, além de sacolões e feiras livres. Colocar a cachaça no mesmo balaio dos demais alimentos é um avanço (pelo menos do ponto de vista do Manguaça Cidadão)!

Tem oficinas sobre a marvada e suas ligações com drinques, gastronomia e apreciação em geral. Uma das oficinas fala sobre a diferença da cachaça de alambique e a "de coluna" – industrial, envelhecida em tonéis de uma "madeira" peculiar e exótica, chamada "alumínio".

O congresso mineiro vai além. Na programação, o alvo são os cachaceiros (os produtores, não os exclusivamente bebedores), com questões de marketing, marcadores químicos para cada parte da destilação – cabeça, coração e calda – controle de qualidade e fermentação.

É organizado pela Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade (Ampaq). A entidade congrega 120 empresas e produtores do estado.

Enquanto a versão de São Paulo coloca 18 marcas de 13 municípios para degustação, a mineira depende da generosidade dos expositores. Mas provavelmente vai haver mais opções nas terras do finado ex-vice-presidente José de Alencar. Ambas querem só divulgar produtores de cachaça. É uma missão nobre.

Mas o estado que tem a maior produção da branquinha por causa das marcas industriais de larguíissima escala quer mais. Quer dizer que São Paulo tem pingas "tão boas quanto as mineiras", segundo Reinaldo Anniccino, presidente da Associação Paulista de Produtores de Cachaça de Alambique (APPCA).

sexta-feira, junho 10, 2011

Anísio Santiago ganha briga e volta a ser Havana

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Tô atrasado para a comemoração. Mas isso não é motivo para celebrar.

Os herdeiros do que talvez seja o maior patrimônio cachaceiro do Brasil venceram uma disputa jurídica que se arrastava havia mais de uma década. A Fazenda Anísio Santiago conquistou o direito de voltar a engarrafar sua preciosa marvada de cana java, constituída em Salinas, norte de Minas Gerais, com o nome de Havana.

A marca de rum Havana Club havia interposto impedimentos por considerar que tinha registro de aguardentes de cana no país. Só que a regra é clara: cachaça não é rum, nem vice-versa. E o mito da Havana pode reviver em paz.

Deu certo. Mas não a tempo de evitar que seu Anísio assistisse e evitasse o desgosto de morrer sem poder engarrafar uma última Havana. Ele passou desta para a melhor (provavelmente em um lugar onde há cachaça sem precisar plantar... ou o contrário, pode-se produzir sem precisar vender) em 2002.


Um ano antes, a empresa passou a usar o próprio nome do fundador, mestre-cachaceiro e administrador da fazenda, para o rótulo. Uma liminar de 2005 já permitia a adoção do nome Havana. Mas sem uma definição e passados quatro anos martelando junto aos consumidores que o nome havia mudado, a opção foi esperar.

Tudo resolveu-se em uma decisão de 2 de junho do juiz Renato Martins Prates, da 8ª Vara Federal de Belo Horizonte. Ele considerou inválida a decisão do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) que, em janeiro de 2001, recusou-se a conceder o registro do nome Havana para a-que-matou-o-guarda do norte de Minas.

O Inpi tem 30 dias para proceder o registro. A Havana Club Holding S/A pode recorrer ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Note-se que o órgão de patentes no país é ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), cujo titular é o mineiro Fernando Pimentel.

Em uma semana em que ganhou fôlego a proposta de fazer da caipirinha a bebida oficial da Copa do Mundo de 2014, sobram motivos para brindar. Ainda mais porque os hotéis das 12 cidades-sede receberão, do Senac, sugestões de cartas de cachaça e de caipirinha.

E a festa pode ser com uma Anísio Santiago, com uma Havana ou até com uma caipirinha (de qualquer outra pinga, menos das citadas anteriormente). Mas uma de cada vez, por favor.

segunda-feira, novembro 01, 2010

Dilma venceria mesmo sem o Nordeste

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Não quero de modo algum minimizar a importância do voto nordestino, ao contrário. Mas é interessante ver que o peso do voto de estados como Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde Dilma ganhou de lavada, já seria o suficiente para derrotar o candidato tucano.

Quer dizer, quem sustentar que foi o Nordeste que elegeu Dilma – afirmação que tem grande conteúdo de verdade, mas que geralmente é usada para reafirmar o velho preconceito contra o "voto do pobre" ou dos "analfabetos", já que nordestino por muitos "sulistas" é historicamente identificado com esses qualificativos – está intencional ou ingenuamente (sim, os tucanos também são enganados) ignorando a ampla votação que ela teve no Sudeste.

Veja os números do segundo turno:

Total de votos válidos: 99.462.514

Total de votos de Dilma: 55.752.092
Total de votos de Serra:
43.710.422

Votos de Dilma no Nordeste:
18.380.942
Votos de Serra no Nordeste:
7.673.776

Votos de Dilma excluindo o Nordeste:
37.371.157
Votos de Serra excluindo o Nordeste:
36.036.646

Assim, excluindo o Nordeste, Dilma venceria por 51% a 49%. Uma vitória apertada, mas ainda assim incontestável, por mais de 1 milhão de votos. Como o Nordeste existe, Dilma abriu a ampla vantagem de 12 milhões de votos.

quarta-feira, maio 12, 2010

Beber, cair e... rezar?

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Do lateral-direito Cicinho, no Lance!, relembrando os tempos de sua transferência do Botafogo-SP para o Atlético-MG, em 2001:

- Eu morava em Ribeirão Preto, terra do Pinguim (choperia), mas não conseguia ir porque não ganhava nada, né, parceiro?! Quando vi que tinha Pinguim em Belo Horizonte, não tinha como não frequentar.

Mas as tentações da capital mineira levaram o jogador a passar dos limites:

- Vi que beber daquele jeito, até tarde, não fazia bem a mim. Jogava três quilos acima do peso, mal conseguia treinar. Então o Lúcio Flávio (meia do Botafogo-RJ) me levou para a igreja. Comecei a orar mais.

Ps.: Cicinho estreou pelo Atlético-MG num clássico contra o Cruzeiro, em março de 2001, jogando de meia e marcando o gol do empate por 1 a 1.

sábado, março 27, 2010

Minas pode criar bancada de cachaceiros no Senado

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A depender dos resultados das eleições de 2010, o estado de Minas Gerais pode iniciar uma nova frente parlamentar no Congresso, a bancada dos cachaceiros. Ninguém está chamando os ilustríssimos postulantes ao parlamento nacional de beberrões nem de irmãos-da-opa.

Ocorre que o governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) e o vice-presidente José Alencar (PRB), ambos cotados para concorrer ao Senado, não têm como negar a alcunha, como explica qualquer alambiqueiro. Ocorre que o termo "cachaceiro" aplica-se, neste caso, aos produtores da marvada. Outro nome cotado, o do ex-presidente e ex-governador Itamar Franco tem outros elos com a malafa

Foto: Divulgação

Aécio e Alencar, criaram marcas próprias da molha-goela. A Mingote é apenas o rótulo mais recente da Fazenda da Mata, na cidade de Cláudio. Trata-se de uma homenagem a Domingos da Silva Guimarães, tetravô do governador de Minas Gerais, cujo retrato está no rótulo. Seu apelido era Mingote e foi ele quem reativou a atividade alambiqueira na propriedade. Consta que Aécio tem sociedade no empreendimento, fruto da união entre a família Guimarães Tolentino e a dinastia dos Neves em virtude do casamento entre dona Risoleta, pela primeira, e Tancredo, pela segunda.

Até 1985, o carro-chefe era a chambirra que respondia pelo nome de Mathusalem. Se o personagem bíblico chegou a 969 primaveras, a branquinha homônima foi descontinuada depois do falecimento de Tancredo Neves. Outras marcas de menor qualidade também são produzidas, mas sobre essas o governador nega qualquer ingerência.

Foto: Divulgação
Rótulos da Fazenda Cantagalo, que produz os isbeliques de José Alencar

Alencar se encarrega da Maria da Cruz, produzida na Fazenda Cantagalo, em Pedras de Maria da Cruz (MG). A proximidade da região de Salinas, no norte do estado, favorece. A propaganda boca-a-boca é feita pelo próprio empresário, até junto a garçons, segundo fontes. A propriedade ainda engarrafa com outras três marcas – Sagarana, Caninha 38 e Porto Estrela.

Assim como há diferenças políticas entre esses mineiros, as divergências também aparecem na forma de se envelhecer aquela-que-matou-o-guarda. A de Aécio descansa de cinco a dez anos em amendoim. A do vice-presidente, em amburana, madeira típica do semiárido brasileiro.

Não é à toa que Aécio ampliou a certificação de alambiques artesanais e incluiu a rapadura na merenda escolar da criançada.

Mas é bem verdade que quem tornou a caninha bebida oficial do estado foi seu antecessor, Itamar Franco, que também estuda concorrer ao Senado. Se tirar uma das vagas dos cachaceiros citados, também será bem-vindo à bancada da cachaça, além de instituir o 21 de maio como data comemorativa para a mata-velho.

A formação da bancada da cachaça – ou dos cachaceiros – depende  da formação das chapas, dos resultados das urnas e, claro, da disposição das figuras de abraçar a causa. Consta uma experiência sem grande repercussão a assembleia legislativa do Rio Grande do Norte. Muito diferente da bancada da cana-de-açúcar e do setor sucroalcooleiro.

Ministro
Foto: Divulgação

Os mineiros envolvidos na política valorizam as golos há algum tempo. O porta-voz de João Figueiredo e ex-ministro do Tribunal de Contas da União, Carlos Átila, abriu, depois da aposentadoria, seu alambique próprio. A Cachaça do Ministro dorme por cinco anos em carvalho ou jequitibá (foto), a depender do rótulo – ouro e prata.

Entre empresários, segundo reportagem da revista Época de 2008, o baiano Emílio Odebrecht, da empreiteira que leva seu nome, e o paulista Ivan Zurita, presidente da Nestlé, também se debruçam sobre uma boa pinga. São donos da Itagibá e da do Barão, respectivamente.

quarta-feira, dezembro 30, 2009

A melhor cachaça de Minas Gerais não é de Salinas

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Ribeirão das Neves, a 32 quilômetros de Belo Horizonte, é dona da melhor cachaça de Minas Gerais. A Áurea Custódio foi escolhida como a primeira na categoria premium no primeiro Concurso Cachaça de Minas, que escolheu 14 marcas produzidas do estado onde politicamente nasceu Itamar Franco, o responsável pela instalação do Dia Nacional da danada, em 21 de maio.

Nenhuma das 14 é de Salinas, município que se converteu em sinônimo da chambirra a partir dos anos 1960, com a ascensão do mito da Havana – posteriormente decolocada como Anísio Santiago. Januária, que aparece no dicionário como sinônimo de aguardente de cana, tampouco está entre as agraciadas.


As vencedoras do concurso, em cada categoria, em
uma montagem que despreza a tampinha. é só uma questão
de enquadramento. Mas eu juro que nenhuma tem tampa
de plástico. Pelo menos não nas fotos originais.


Antes que os puristas gritem e peçam mais uma rodada, uma ressalva. Das 280 marcas de cachaça de alambique sediadas no estado e comercializadas, apenas 66 participaram. Ligadas a 52 empresas, o certame foi promovido pela Federação Nacional dos Produtores de Cachaça de Alambique (Fenaca), com apoio do Governo do Estado, Sebra-MG e Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur) sob a coordenação da Universidade Federal São João Del Rey (UFSJ).

Tudo para impulsionar a cadeia da cana de qualidade. Iniciativas como essa são frequentes, e é difícil comparar resultados de concursos diferentes. O importante é que tudo está regulamentado na produção.

Segundo os organizadores, é o primeiro – e único – concurso realizado com bases técnico-científicas. E passou batido pela editoria de cachaça do Futepoca a entrega do prêmio, no dia 9 de dezembro. Justo um pessoal tão afeito a metodologias científico-etílicas!

Ao que consta, os responsáveis pela avaliação também se dividiram. O cheiro e sabor foi verificado por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná. Características físico-químicas ficaram a cargo da Fundação do Centro Tecnológico de Minas Gerais. O insubstituível quesito rótulo e garrafa ficou para a turma da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Degustadores autônomos (?) tiveram direito a dose e voto.

As categorias em que podiam ser inscritas marcas das que mataram o guarad foram "Nova/descansada", "Armazenada/envelhecida" e "Premium". Não encontrei em canto nenhum a relação completa das participantes. Do primeiro ao quinto lugar de cada uma delas, a produção providenciou uma medalha de mérito de qualidade, podendo exibi-la no rótulo por um ano.

Provei, na vida, duas das 14. Há muito trabalho pela frente. Mas antes que alguém se candidate a acompanhar os desbravadores do Futepoca, um aviso. Minas Gerais é o maior produtor de cachaça do país, porque tem nove mil alambiques. Neles, são destilados 260 milhões de litros todos os anos. Pior, a Fenaca garante ter 4 mil associadas em todo país e promete novos concursos em outros estados, como por exemplo o Paraná já em 2010. Mãos ao copo.

Confira as vencedoras:

Categoria: Cachaça branca/Nova
1º Diva - Divinópolis
2º Lucas Batista - Itabirito
3º Monte Alvão - Itatiaiuçu
4º Jacuba - Coronel Xavier Chaves
5º Mandacaru - João Pinheiro

Categoria: Cachaça envelhecida/Armazenada
1º Pirapora - Pirapora
2º Branquinha de Minas - Claro dos Poções
3º Engenho doce - Passa Quatro
4º Prazer de Minas - Esmeraldas
5º Bueno Brandão - Bueno Brandão

Categoria: Cachaça Premium
1º Áurea Custódio - Ribeirão das Neves
2º Topázio - Entre Rios de Minas
3º Prazer de Minas- Esmeraldas
4º Rainha das Gerais - Curvelo

segunda-feira, outubro 19, 2009

Cachaça, cultura e história

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Como preveem Constituição Federal e Consolidação das Leis Trabalhistas, estou de férias. Isso explica o meu sumiço do cotidiano futepocal (muito provavelmente não notado pelos leitores, o que se justifica pela qualidade de quem manteve a rotina do blog esses dias). Ainda há mais uma semana de folga pela frente - que será destinada à resolução de pendências da vida pessoal. Mas falemos de coisas boas.


Grande parte desses meus dias da primeira semana de férias foi passada no município mineiro de Tiradentes. O nome sugere o que a cidade é: uma daquelas localidades históricas de Minas Gerais, "tipo Ouro Preto". Não é de todo errado pensar dessa maneira, mas é até possível dizer que há mais diferenças do que semelhanças entre os dois municípios. Afinal, enquanto Ouro Preto é grande e sede de uma universidade federal, Tiradentes mal supera os 5 mil habitantes e vive quase que integralmente em torno do turismo.

Turismo este que celebrei - e muito - nesses dias. E um dos passeios é o que me faz falar sobre a viagem aqui (senão acredito que logo um leitor me mandaria escrever um diário pessoal ao invés de ficar estragando o Futepoca com ladainhas da minha vida).

Fui conhecer, conduzido pelo ótimo Dalton, da Uai Trip, dois alambiques bem interessantes,
ambos na cidade vizinha de Coronel Xavier Chaves (que, para quem não sabe, é onde nasceu Mauro Beting). Um deles pertence a descendentes da família do próprio Tiradentes e produz a mardita exatamente como se fazia há séculos. A rusticidade do local é impressionante e encantadora. Trata-se de uma fazenda simples, que nem de longe lembra as "armadilhas para turista" que geralmente se encontra em lugares desse porte. Bagaços de cana, água corrente e equipamentos para a preparação da cachaça compõem o ambiente de maneira harmônica. O cheiro que domina o local é peculiar - tanto que chega a ser difícil de se descrever. Uma mistura de álcool, açúcar e cana moída, talvez.

Um dos seus donos, Zé Sérgio (homônimo de célebre ponta-direita ex-Santos e São Paulo da década de 1980), definiu bem o espírito do local: "aqui a gente faz cachaça pra beber. O que sobrar, a gente vende".

Lá saboreei a cachaça que leva o preciso nome de Século XVIII. É comercializada em duas variações, chamadas de 2002 e 2008, de acordo com sua data de engarrafamento. Na foto, brindo com minha namorada Dany antes de mandarmos ver uma dose da 2008.

Depois disso, rumamos para o alambique onde é produzida a cachaça Joaçaba. Clima bem diferente, mas igualmente interessante. Sai a simplicidade da fazenda dos parentes de Tiradentes e entra em ação um esquema bem mais profissional - embora seu proprietário (sujeito dos mais simpáticos, mas cujo nome me foge agora) enfatize que se trate de uma produção artesanal.

Desde a moenda da cana, o líquido segue por percursos distintos até que possa ser armazenado, "envelhecido" e, só aí, engarrafado e posto à venda.

Saí de lá com uma garrafa da Joaçaba do tipo prata. Ótima pedida.

Além das cangibrinas já citadas, adquiri em Tiradentes uma garrafa de pinga curtida em canela comercializada pela loja Confidências Mineiras.

Chama a atenção a imensa quantidade de referências que a região tem ao movimento da Inconfidência e também à cachaça. Em todo lugar que se vá por lá se encontra uma placa/estátua/nome de rua dedicada a um inconfidente e também um estabelecimento que venda aquela que matou o guarda.

O que me fez deixar a simpaticíssima cidade com uma inquietação: estaria o consumo da pinga atrelado às ideias revolucionárias? Seriam os inconfidentes capazes de tramarem sua revolução se a região onde habitavam não fosse tão propícia ao consumo da aguardente? Ficam aí as questões.

quarta-feira, julho 08, 2009

Carta da Cachaça

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Texto do camarada Jorge Nagao, que reproduzo no Futepoca por ter tudo a ver com o espírito (ic) do Futepoca.


Maria da Cruz,

Cê Tabúa, Boazinha?

Por décadas, nós, cachaças, fomos estigmatizadas porque os incautos se empapuçavam de vodka ou whisky e não eram chamados de vodkeiros ou whiskeiros, mas, sim, de cachaceiros.

Felizmente, tudo mudou. O degustador da Gota Serena hoje é uma gente Seleta e conhecida como cachacier. Agora não se pede um engasga-gato, mas toma-se uma Providência, uma Atitude, uma Decisão ou um Alívio das Dores. Em dose homeopática, claro; horseopática, jamais!

E não é por nacionalismo barato, mas sim por uma cara Brasilidade. Uma dose de cachaça artesanal chega a ser mais cara que um scotch por sua superioridade no Paladar. Uma dose da colega GRM sai por R$ 32 na Toca do Coelho, na Teodoro, em Sampa, e a Anísio Santiago por R$ 39. É dose, mas o goleiro, que nos engole, paga com gosto.

A cachaça Cabana, de Jaguariúna-SP, famosa por seu rodeio, conquistou, nos EUA, a Double Gold Medal em San Francisco World Spirits Competion 2009, onde 847 destilados de 63 países foram degustados às cegas. Nossos parabéns à bacana colega Cabana. Para agradar os gringos, podemos ser Germana, Canna Schnaps, Saint Hilaire, Wruck e até Weber Haus. Hic!

Somos muito diferentes dessas cachaças industriais, vulgares e baratas, que denigrem nossa imagem no Exterior porque in the day after give dor de cabeça e ressaca. Por isso a mexicana fí-la porque Tequila, como diria o ex-alcaide Jânio Quadros, ganha de 100 a 1 da cachaça. México, aproveite porque vamos virar esse jogo.

Nós, artesanais, somos envelhecidas porém muito gostosas. Românticos, os fãs chamam a gente de Preciosa, Insinuante, Fabulosa, Domna Suave ou Minha Deusa. Não é uma boa ideia sermos ardentes e chiques como nos rotulou a Heloisa Marra, n’O Globo? Nossos rótulos são fashion e os nomes sedutores: Vamos Nessa, Pinga Meu Bem, Chora Rita, Peladinha, Amorycana, Se Sobrá, Damió, Pimba. Rs rs rs.

Modéstia às favas, nós, mineiras, somos imbatíveis. Minas é sinônimo de cachaça, Kátia Sá. Somos bom de serviço, uai! A cachaça é um Trem de Minas, o Espírito de Minas, o Sabor de Minas. Lá em Minas tem Salinas, a capital nacional da branquinha. No ranking da Playboy de 2007, de 20, 07 eram de Salinas. Experimente a Salinas, Saliboa, Salicana, Salivare, Salineira, Saliníssima e, finalmente, a Saideira.

O presidente Lula que nos adora, assinou o decreto 2581, art.92, em 02.l0.2003: “Cachaça é a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil”. Etanóis!

O Toucano FHC não gostava da gente porque a gente, o passarinho não bebe. Mas nossos amigos bebem pássaros como a Arara, Beija-Flor, Canarinha e Carcará.

Vamos brindar esta Maré Alta, esta Magnífica fase em que estamos. A cachaça, finalmente, é Benvinda em restaurantes finos e hotéis estrelados. Estamos na Academia Brasileira de Cachaça, no Leblon, Rio. Na Universidade da Cachaça, em Moema, São Paulo. E vem aí o imperdível Museu da Cachaça, em Salinas, óbvio, sô!. E a cachaça pinga até nesta Coluninha.

Maria, você viu o que aconteceu em Jaboticabal, interior de SP? Um caminhão abarrotado de 51 tombou na rodovia e o povo saqueou aquilo tudim. Com isso, a nossa música de carnaval, Cachaça, voltou com tudo. Na feliz cidade de Jaboticabal, o povo eufórico canta: - “Cachaça não é água, não/ Cachaça vem do alambique/ E água vem do ribeirão”. Lá em Anápolis-GO, onde o caminhão não chegou, o povo sem-cachaça, sem graça, ouve nas rádios e concorda: “Pode me faltar amor/ Isso eu até acho graça/ Só não quero que me falte a danada da cachaça”.

Chega de blá-blá-blá. Agora, vou cuidar do meu Véio de Minas. A gente se vê no bar onde encontramos os amigos que nos bebem e vivem menos. Menos estressado, menos magoado, menos deprimido, não é “mes”? “Prôcupa” não, que nada está “agarrando”. Tá tudo certim. Tchauprocê!

Rosa Mineira

segunda-feira, setembro 22, 2008

Cachaça, arroz, ovo e lingüiça: receita do Palhares

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Meu sobrenome tem origem ibérica. Digo isso porque, apesar de meu trisavô ter sido um legítimo português, do nome (Manoel) aos bigodes, já ouvi falar que os Palhares também têm seu ramo na Espanha. Aqui no Brasil, pelo o que sei, a família se dispersou primeiro por Minas Gerais. Meu pai conta que nossos ascendentes viveram um tempo na cidade mineira de Ouro Fino, antes de irem para o interior de São Paulo, onde nasci. Numa comunidade do orkut sobre os Palhares, a grande maioria dos participantes é de Minas - e isso com certeza tem a ver com minha espontânea e absoluta identificação com os mineiros e sua maneira de ver e viver o mundo. Pois bem, faço esse preâmbulo porque, apesar de (infelizmente) ainda não conhecer Belo Horizonte, um de seus redutos boêmios mais tradicionais é o Café Palhares, que neste ano está completando sete décadas de existência. E foi lá que surgiu uma das comidas de buteco mais famosas do país: o Kaol (acima, à esquerda) - sigla de cachaça (com "k", por uma questão de estilo), arroz, ovo e lingüiça.

Reza a lenda que o Café Palhares foi fundado pelos irmãos Antônio e Nilton Palhares Diniz em junho de 1938, na rua Tupinambás, quase esquina com a avenida Afonso Pena - onde funciona até hoje. Em 1944, foi vendido ao uberabense João Ferreira ("Seu Neném") e seu cunhado Aziz. Hoje, o lugar é administrado por João Lucio e Luiz Fernando, filhos de "Seu Neném". Quem chega ao estabelecimento já vê uma placa dependurada na parede com o seguinte dizer: "Ser mineiro é comer um Kaol". Batizado pelo radialista e boêmio Rômulo Paes, o prato foi incrementado com o passar do tempo e, a partir da década de 1970, adicionou à cachaça, arroz, ovo e lingüiça a farofa, couve e torresmo. Hoje, a lingüiça pode ser trocada por pernil, carne cozida, dobradinha, língua ou peixe. E ainda leva molho de tomate por cima, como toque final. De fato, uma ótima pedida antes de começar ou depois de enfrentar uma bebedeira.


Ah, e o melhor é que, além do Kaol, que inclui cachaça, o Café Palhares (foto acima) também tem a ver com o Futepoca pelos outros dois motivos: sempre foi um local de encontro político e futebolístico. Era freqüentado por gente como Juscelino Kubitschek e Magalhães Pinto e por lá sempre passavam os candidatos em campanha eleitoral. Quanto ao futebol, basta dizer que, antes de existir o Mineirão, eram vendidos lá os ingressos para os jogos do Atlético-MG e do Cruzeiro no estádio Independência. Ou seja: parada obrigatória para os futepoquenses e simpatizantes em BH.

terça-feira, novembro 28, 2006

A maior torcida de Minas

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Como o atleticano desse blog, que diz ser a torcida do Galo a maior de Minas, não se manifesta, divulguemos pois a pesquisa Datafolha que trata justamente do tema. Segundo a pesquisa, o Cruzeiro é o clube mais popular, com 26% da preferência, contra 15% do Atlético.

Na capital Belo Horizonte existe um empate técnico, com pequena vantagem para o Cruzeiro, 38% a 37%. Já no interior, a situação é diferente. Não que seja melhor para o Atlético, pelo contrário. O Cruzeiro tem 22% da preferência, mas o segundo, com 12%, é o Flamengo, seguido pelo Atlético com 8%.

Se serve como consolo, o Atlético conseguiu a maior média de público nos campeonatos nacionais em 2006, o que, aliás, é um fenômeno típico de times com grande torcida que são rebaixados, vide Bahia e Fluminense na terceira divisão e o próprio Palmeiras na segundona.