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terça-feira, julho 30, 2013

'Uma grande transformação social'

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"Para mim, está havendo, sim, uma grande transformação social no Brasil. É meio invisível, pois a maior parte das pessoas não sabe. Mas essa transformação está acontecendo e é muito encorajadora. Muitos dizem que ela só será percebida dentro de dez ou 15 anos. Eu acho que não vai demorar tanto."
Paul Singer: 'Transformação encorajadora'
Foi assim que o economista Paul Singer encerrou uma pequena entrevista que fiz com ele no dia 27 de março de 2009,  durante o seminário “Alternativas à crise: por uma economia social e ecologicamente responsável”, na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo (clique aqui para ler a íntegra). Na época, discutia-se a probabilidade de a crise econômica mundial - que já assolava Estados Unidos, Europa e Ásia - chegar ao Brasil com o mesmo poder de devastação, o que não ocorreu. Singer vaticinava que o fato de o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) ter sido lançado dois anos antes de a crise arrebentar e de 50% dos bancos brasileiros serem públicos eram os principais fatores de proteção ao nosso país. Também presente àquele evento na PUC, Plínio de Arruda Sampaio (PSol) previa para curto prazo a pior das catástrofes econômicas para o Brasil e enfatizava que aqui não estava ocorrendo transformação social. A afirmação de Paul Singer, reproduzida acima, foi uma resposta ao psolista.

Pois bem, passados quatro anos daquela entrevista, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulga que, no Brasil, o número de cidades com Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) muito baixo - a parte vermelha dos mapas abaixo - caiu de 2.328 para apenas 32, entre 2000 e 2010. Trata-se de uma redução de 98,6% (NOVENTA E OITO POR CENTO). O IDHM é um índice composto por três indicadores de desenvolvimento humano: vida longa e saudável (longevidade), acesso ao conhecimento (educação) e padrão de vida (renda). As faixas classificatórias são: "muito baixo" (0 a 0,499); "baixo" (0,500 a 0,599); "médio" (0,600 a 0,699); "alto" (0,700 a 0,799) e "muito alto" (0,800 a 1). Atualmente, segundo o Pnud, 74% das cidades brasileiros estão nas faixas de “médio” e “alto desenvolvimento” - as faixas verde e amarela nos mapas abaixo.

Número de cidades brasileira com baixo IDHM caiu de 2.328 para 32 em apenas dez anos

Diante de resultado tão extraordinário (e incontestável), é preciso fazer algumas observações. A primeira é que, sim, o período abarca três anos de governo Fernando Henrique Cardoso (2000, 2001 e 2002) e oito de governo Lula (2003 a 2010). Mas os principais resultados no combate contra a pobreza e a queda na desigualdade social aconteceram, indiscutivelmente, a partir de 2003, quando o governo federal implantou incisivos programas sociais. No governo Lula, segundo o  Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o número de pobres caiu de 30,4 milhões em 2003 para 17 milhões no ano de 2009 - ou seja: pobreza caiu quase que pela metade em cinco anos. E o programa Bolsa Família teria contribuído com 20% para essa performance, segundo Ricardo Paes de Barros, técnico do Ipea, em entrevista ao jornal Valor Econômico em dezembro de 2010 (leia a íntegra aqui). Vale observar que estamos tratando apenas de levantamentos e análises até 2010, sem contar os dois anos e meio do governo de Dilma Rousseff - o que nos permite estimar que, por menos que tenha sido, os índices devem ter melhorado ainda mais.

Aqui nesse post, faço questão de recuperar a declaração de Paul Singer (feita em um evento, repito, em que diziam que a crise econômica iria asssolar o país) e os dados divulgados agora pelo Pnud para deixar registrado como contraste ao discurso raivoso daqueles que insistem em dizer que "tudo vai mal no Brasil", "nunca estivemos em situação tão ruim" ou "o governo que está aí não mudou nada". Me desculpem, mas isso ou é muita cegueira ou é muita desinformação ou é muito mau caratismo. É óbvio que precisamos melhorar e mudar milhões de coisas neste país, sempre, pois a luta é contínua. Mas, para mim, assim como para o Paul Singer, existe, sim, uma grande (ou enorme) transformação social no Brasil. Contra tudo e contra todos.

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Só não vê quem não quer

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Quando entrevistei Paul Singer (foto), secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, para o site da revista Fórum, ele encerrou assim: "está havendo, sim, uma grande transformação social no Brasil. É meio invisível, pois a maior parte das pessoas não sabe. Mas essa transformação está acontecendo e é muito encorajadora. Muitos dizem que ela só será percebida dentro de dez ou 15 anos. Eu acho que não vai demorar tanto assim".

Profético. Menos de um ano depois, leio, na edição de ontem de O Estado de S.Paulo, o seguinte: "Classe A ganha mais 303 mil famílias". Vamos a dois trechos interessantes da matéria, que não mereceu nem chamada de capa:

Dados compilados pela MB Associados, com base nas estatísticas do IBGE, a pedido do Estado, mostram que o rendimento médio da classe A é hoje 48% maior que em 2002.

O crescimento da renda não foi muito diferente entre as categorias: dobrou na classe A, cresceu 116% na classe B e 142% para a C.


Em terra de cego, quem tem (pelo menos) um olho votará em Dilma Rousseff.