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quarta-feira, dezembro 20, 2006

Como deixamos de ser bicampeões

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Todos que já leram uma linha deste escrivinhador sabe da paixão do blogueiro aqui pelo Atlético Mineiro, portanto não há isenção nenhuma aqui. Mas dois fatos reavivam a memória do glorioso campeão da segundona neste ano (título que, espero, nunca se repita).

Completados no dia 19 de dezembo, faz 35 anos que o CAM tornou-se o primeiro campeão brasileiro. Mas isso é história, que, infelizmente, não vi.

Mas, por coincidência, no mesmo dia o SporTV passou a final do campeonato de 1980, em que o Galo precisava de um empate no Maracanã para se tornar bi. Como todos sabem, perdeu por 3 a 2. Mas o importante foi relembrar alguns lances em que a memória já falhava.

Ficou claro que se hoje reclama-se de arbitragem, antes era bem pior. O árbitro (?) José de Assis Aragão e seus bandeirinhas falharam em pelo menos dois lances capitais. Machucado (estava jogando com estiramento no segundo tempo), Reinaldo cometeu a ousadia de emapatar o jogo. Pouco depois foi expulso por atrasar a cobrança de uma falta no campo de defesa do adversário. Lembre-se que não tinha amarelo e, nessa época, não existia a regra em que por dois amarelos seguidos aplica-se o vermelho.

Vale o comentário do goleiro Raul, que estava comentando os lances, citado de memória. "Quando o Reinaldo se machucou no começo do segundo tempo pensei 'que bom, um jogador a menos', depois lembrei que era o Reinaldo e mesmo com só uma perna fazia a diferença. Quuando ele foi expulso, aí ficamos aliviados. ' "

Entre outros lances, outro capital: Palhinha foi lançado sozinho na frente do goleiro e o bandeirinha marcou um impedimento absurdo (erro recoonhecido pelo repórter do SporTV) quando o jogo estava empatado (lembre-se, mais uma vez, que com o empate o Galo seria campeão).

Sei que choro depois de derrota não adianta, ainda mais depois de tanto tempo. Mas é bom lembrar também a final de 1977, em que Chicão do São Paulo pisa no joelho de Ângelo caído e não recebe nem cartão amarelo do hoje comentarista Arnaldo César Coelho (pelo jeito, a regra não era clara).

Fica a constatação que se hoje os juízes não melhoraram tanto, a existência de câmaras por todo o campo inibe roubos tão descarados.

10 comentários:

Edu Maretti disse...

Seu ódio é tanto que nem dizer que a derrota foi para o Flamengo você disse -- hehehe

Marcão disse...

A maior vergonha do futebol brasileiro viria logo em seguida, na Libertadores de 1981, quando os mesmos Flamengo e Atlético-MG tiveram que fazer um jogo desempate em campo neutro, no Serra Dourada, em Goiânia.

O "juiz" José Roberto Wright viajou junto com a delegação do Flamengo e se hospedou no mesmo hotel. Com 10 minutos de jogo, expulsou Reinaldo num lance de falta sobre Zico sem qualquer gravidade. Pouco depois, expulsou Éder em outro lance sem importância.

Vendo que, mesmo com dois jogadores a mais, o Flamengo não abria o placar, Wright expulsou Chicão e, quando Palhinha foi perguntar o motivo, foi expulso também. Diante do "assalto" inacreditável, os dirigentes do Atlético invadiram o gramado e, depois da confusão, Wright expulsou todo o banco de reservas da equipe mineira, incluindo o técnico Carlos Alberto Silva e toda a comissão técnica.

Depois de meia hora, o jogo recomeçou e o goleiro João Leite simulou uma contusão. Como o médico do Atlético tinha sido expulso de campo, Wright mandou o jogo seguir mesmo com o goleiro caído. Revoltado, Osmar pegou a bola e negou-se a entregar ao "juiz". Resultado: foi expulso também. Com apenas seis jogadores do clube mineiro em campo, o jogo foi suspenso.

Como foi encerrada antes de 60 minutos disputados, a partida deveria ter sido remarcada. Mas não foi! O Flamengo desclassificou o Atlético, venceu a Libertadores e ficou tudo por isso mesmo! E o Wright taí até hoje, como "comentarista", na cara larga. Acho que esse jogo ninguém tem coragem de reprisar...

fredi disse...

É, Maretti, para vc ver que esses ódios não passam. Mas tem uma desculpa, não falo o nome de certos times, com as marias azuis lá de minas e os urubus

fredi disse...

Marcão, nem quero lembrar desse "jogo". Foi, com certeza, o maior roubo que vi na história e hoje esses caras fazem comentários na TV, é muita cara-de-pau.

Marcão disse...

Apesar de admirar e respeitar aquele timaço que o Flamengo teve entre 79 e 83, é inegável que, sem a ajuda da arbitragem, não teria conquistado metade do que conquistou.

Esse exemplo da Libertadores é o pior. Afinal, o time não teria sido nem campeão sul-americano e muito menos mundial - os maiores títulos do clube até hoje.

Mas outro dia eu vi no SporTV uma entrevista com um torcedor que invadiu o gramado do Maracanã no final da terceira partida decisiva do Carioca daquele ano. O Flamengo precisava de 1 ponto dois jogos mas o Vasco ganhou os dois e provocou uma partida extra.

Nesse terceiro jogo o Flamengo vencia no sufoco por 2 a 1 mas, faltando 15 minutos pro fim, o Vasco dava uma senhora pressão. Ninguém duvidada, no Maracanã, que eles iam virar o placar sobre o Flamengo. Daí entrou (ou puseram) um torcedor em campo, que provocou os jogadores do Vasco, fez uma puta confusão.

Os seguranças do Flamengo, benevolentes, demoraram pacas pra tirá-lo do campo. Como não tinha essa história de tempo extra, o juiz terminou o jogo pouco depois - e o time do Zico foi campeão. E se formos lembrar da final do Brasileiro de 83. Bom, deixa pra lá...

Anselmo disse...

quem aí topa escrever a história do apito amigo?

aí a gente pede um prefácio pro Arnaldo Cesar Coelho e um posfácio pro José Roberto Wright.

Marcão disse...

Podíamos parodiar no título aquela canção do Roberto Carlos:

"Um milhão de apitos amigos"

Só com histórias do Aragão, do Wright, do Armando Marques e do Dulcídio a gente encheria metade do livro...

Anônimo disse...

Raiva futebolística não prescreve.

Até hoje, passados mais de onze anos, a simples menção do nome "Márcio Rezende de Freitas" me dá calafrios.

JURO que não quero ver esse cara na minha frente.

Edu Maretti disse...

"Raiva futebolística não prescreve." Excelente o termo!

Anônimo disse...

Hoje quando revejo a cara-lambida dos ditos cujos sanguinolentos tenho ânsias de vomitar; sujeira no futebol sempre existiu, a mala preta come desembolada; acontece que naquele tempo o descaramento globeleza era menos "sutil", eu diria. Não é de admirar que os indigitados "assaltantes", anos mais tarde, locupletaram-se da intimidade do poder pecuniário da vênus platinada e tornaram-se comentaristas? Tem mato neste coelho, as regras não são tão claras assim...