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sexta-feira, dezembro 22, 2006

O grande ditador

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Sem grande destaque na mídia, morreu ontem em decorrência de uma parada cardíaca Saparmurat Atayevich Niyazov, o primeiro presidente da República do Turcomenistão. Membro do Partido Comunista da União Soviética desde 1962, ele ocupou vários cargos nos governos de Brejnev, Andropov e Chernenko. Em 1991, se envolveu no frustrado golpe contra o então líder soviético Mikhail Gorbatchev. Em 27 de outubro do mesmo ano, o país se tornou independente da União Soviética e deu ao mundo um dos mandatários mais excêntricos do planeta.

Dentre as obras de Niyazov, que se utilizou dos recursos advindos das grandes reservas de gás natural do país, estão um lago artificial no deserto de Kara Kum e um palácio de gelo e uma estância de esqui. O detalhe é que no deserto as temperaturas chegam a 50 graus Celsius. Além disso, ordenou a construção de uma pirâmide com cerca de 40 metros de altura. Mas sua obra-prima é uma estátua em ouro erguida em homenagem a si próprio, auto-intitulado do "turkmenbashi", ou "o pai de todos os turcomanos", ao gosto dos ditadores que gostavam de ser chamados pela alcunha paterna. O monumento tem uma base rotativa que permite que a “obra” esteja sempre virado para o sol.

Niyazov também tinha muito, muito apreço à democracia. Tanto que era adorado pela população. Tamanha popularidade fez com que fosse reeleito em 1994 com 90% dos votos, sendo que 98% da população habilitada participou do pleito. Isso, claro, por conta do tribunal eleitoral ter imprimido duas vezes o número de cédulas, sob a alegação de que, no país falam-se três línguas. A contagem só ocorreu dois dias mais tarde, depois de as urnas passarem a noite inteira no palácio presidencial, sob a feroz vigilância da guarda pessoal do dileto presidente.

Os meses do ano foram “rebatizados” com nomes de parentes do ditador. Mas sua megalomania atingiu o auge quando escreveu o livro “Roukhnama”, traduzido para 32 línguas e enviado para 1.222 bibliotecas de 160 países para “iniciar a comunidade mundial nos valores pregados pela obra de “turkmenbachi”.

Além disso, Niyazov prometeu que todo aquele que ler três vezes sua gloriosa obra “irá diretamente ao paraíso”. O livro é estudado nas escolas e os funcionários públicos têm que fazer testes anuais para medir o conhecimento sobre a obra. Obviamente que, para conseguir um emprego, é preciso saber seu conteúdo.

Antes de mais nada, é bom lembrar que Niyazov não faz parte do “eixo do mal” e costumava ser muito bem tratado por George W. Bush. Questão de coerência...

3 comentários:

Marcão disse...

Li uma vez no Observatório da Imprensa que os jornais eram todos controlados pelo governo e o ditador aprovava diariamente a primeira página de cada um, com a obrigação de sempre ter uma foto dele (!).

Anônimo disse...

gente isso é sério

ahmed disse...

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