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terça-feira, janeiro 30, 2007

Qual o futuro do Santos F. C.?

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Eduardo Metroviche
Matéria do site Máquina do Esporte informou, na segunda-feira, que “um ano e meio depois” de comemorar a injeção de cerca de US$ 30 milhões em seus cofres (venda de Robinho), a situação financeira do Santos “mudou” e os funcionários da área administrativa do clube foram chamados a negociar a diminuição dos salários.

Entre esses “prestadores de serviço” estão Mário Mello, gerente jurídico; Modesto Roma Júnior, gerente da área social; José Ely de Miranda, o Zito, gerente de futebol, de acordo com a matéria, segundo a qual o clube deve economizar R$ 30 mil. Detalhe: a comissão técnica santista consome cerca de R$ 900 mil mensais. Considerando a velha equação custo-benefício, pode até ser que esse investimento compense, se o time ganhar a Libertadores. Mas qual a suposta (pelo menos para mim) causa do corte de meros R$ 30 mil num clube que gasta quase um milhão com a comissão técnica?

A longo (mas também a curto) prazo, o investimento no departamento de fisioterapia e médico do Santos, que tem não apenas estrutura mas também nomes de ponta da medicina esportiva (o fisioterapeuta Nilton Petroni, o Filé, e o Médico Joaquim Grava) são motivo de orgulho para o clube: falei de curto prazo porque a recuperação de jogadores como Fabiano, Jonas, Dênis (este ainda em tratamento), que fizeram cirurgias complicadas no joelho, e mesmo Maldonado, que operou o tornozelo no fim do ano, são prova imediata do retorno dos investimentos. “Queria agradecer ao (médico), ao Filé (fisioterapeuta) e à diretoria do Santos por terem me ajudado", disse o próprio Fabiano, depois da goleada de 4 a 1 sobre o Sertãozinho na semana passada. O meia Pedrinho não buscou ajuda na Baixada à toa.

Quanto ao time propriamente, apesar de muitos santistas (a torcida santista é terrivelmente impaciente) estarem reclamando, o time é, no momento, o que apresenta o melhor futebol em São Paulo. Mesmo com a chiadeira de parte desses torcedores que exigem reforços à altura, um time que tem Cléber Santana, Kléber, Fábio Costa, Zé Roberto e Maldonado não é qualquer um, como disse Vanderlei Luxemburgo recentemente. É time para ser campeão. Pelo menos até junho, quando o calendário europeu, como sempre, deve destruir os times brasileiros e “reorganizar” o campeonato nacional.

De qualquer maneira, bem ou mal, acho que está faltando transparência à atual administração do Santos. Ressalvo que eu sou um dos que, como amigos santistas sabem, tem defendido a gestão Marcelo Teixeira até aqui. Quando sua administração começou, em 2000, o Santos estava na fila havia 16 anos e era motivo de chacota das torcidas adversárias. Era o segundo time de muita gente. O atual presidente fez investimentos errados, é verdade (Edmundo, Marcelinho, Rincón etc), mas, com sorte ou não, elevou o clube ao patamar de onde nunca deveria ter saído e o Alvinegro, desde 2002, está sempre disputando títulos, tendo conquistado dois brasileiros e um Paulista desde então.

O time tem tudo para fazer uma ótima temporada. Mas como estará no final do ano, terminada a atual gestão de Teixeira, é uma incógnita. O questionamento é válido principalmente se pensarmos que, quando o maior time do mundo acabou, o clube era uma verdadeira terra arrasada.

5 comentários:

Anônimo disse...

Amigo Glauco. Como faço para colocar os links em meu blogue? Se você puder me ajudar, ficaria agradecido. Abs, Mauro. DiadeJogo

Olavo Soares disse...

Marcelo errou e acertou muito ao longo de seus seis anos de gestão (descarto aqui a primeira passagem, em 92/93, das mais caóticas da história do clube).

Mas não se pode negar que, sob sua gestão, o Santos foi conduzido de maneira amadora. Exemplos disso é o que não faltam.

Pode se argumentar que esse amadorismo mantém o Santos na média dos clubes brasileiros, o que é verdade - afinal, todo mundo por aqui é mal-administrado, e não me venham falar da "referência" São Paulo.

Mas o Santos FC poderia ter dado um passo a frente e avançado nesse aspecto. Não o fez.

Agora, as perspectivas são bem complicadas. No final do ano teremos eleição no Santos e o clima é de uma baita interrogação.

Marcão disse...

Esse post do Edu me lembrou uma conversa que tive com o companheiro João Paulo sobre esses salários fabulosos no futebol. A teoria dele é de que temos sempre que considerar como "real" pelo menos a metade do valor informado. Ou seja: Luxemburgo e Zé Roberto ganhariam, na verdade, 250 mil por mês cada um.
Segundo o João, não é possível acreditar que haja tanta grana assim no caixa circulante do futebol e muito menos que um clube brasileiro desembolse R$ 1 milhão por mês com duas pessoas. Para ele, esse dinheiro não existe, é ficção. Logo, os tais US$ 30 milhões também não passariam de conversa.
Daí, há teorias da conspiração para todos os gostos: lavagem de dinheiro, jogada para valorizar clube e atletas, mutretas diversas etc. Não digo que eu concorde com essa opinião, mas também sou meio descrente de tanta dinheirama.
Quando vejo uma notícia dessas, de que o Santos tá apertando a folha dos funcionários para economizar R$ 30 mil, imagino que, das duas, uma: ou esses salários fabulosos são mesmo balela e não tem ninguém ganhando mais que 250 mil; ou as grandes estrelas são pagas por um pool de empresas e a folha do clube não tem nada com isso. Será?

Olavo Soares disse...

O que já ouvi dizer, mais de uma vez, é justamente o contrário: o salário de jogadores/técnicos é maior que o que se divulga, pra escapar dos impostos. Vai saber...

Glauco disse...

Bom, primeiro que Marcelo Teixeira esteve longe de inventar a roda. Se o Santos não tinha saído antes da fila, que se dê o crédito ao Márcio Resende de Freitas em 1995. Portanto, dizer que o Santos "está sempre disputando títulos desde 2002", é esquecer não só 1995, como o Rio-São Paulo de 1997, a Commenbol de 1998, a desclassificação na Copa do Brasil, nas semifinais do mesmo ano, invicto, e a mesma colocação no Brasileiro (essas campanhas de 1998 todas com Leão como técnico). E foi só porque o mesmo Leão voltou em 2002 que o Santos formou o time que formou. Recuperou jogadores que estavam no banco e outros nem isso (Paulo Almeida, Elano e Renato). Promoveu jovens como Robinho, Diego e Alex e recusou os "medalhões" que Marcelo Teixeira lhe ofereceu. Atletas do mesmo quilate de Odvan, Cléber, Sangaletti e quetais que estavam dois meses antes do primeiro amistoso da era Leão, 3 a 1 contra o Corinthians. Ou seja, se não fosse o técnico, Teixeira continuaria com sua política fracassada de "medalhões" que, àquela altura, eram bem amis questionáveis tecnicamente que Rincón, Edmundo e Marcelinho.