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sexta-feira, março 16, 2007

O invencível e os secadores

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Como esse blog se destina de forma quase obsessiva à crítica, ironia, sarcasmo, pilhéria, mal-dizer, galhofa, tiração de sarro e afins, um elogio de vez em quando até é necessário pra dar uma respirada. Pra quem não leu, o artigo do Xico Sá na Folha de hoje sobre a invencibilidade do São Paulo está muito bom. Aliás, diferencia-se totalmente dos textos chinfrins do jornalão paulista. Em destaque, trecho abaixo escolhido por mim de forma desinteressada porque, afinal, jornalismo é seleção...

A invencibilidade, quando se estica em demasiado, porém, já embute o elástico da tragédia. De repente, crash, plac, tora, soçobra na curva naquele jogo mais decisivo. É o pior dos castigos, embora seja amostrado pelos tricolores no momento como um galhardão, orgulho dos orgulhos.
Em torneio de pontos corridos, tudo bem, segue a vida, mas, em certame cujo ringue é o mata-mata... é um deus-nos-acuda. A invencibilidade vira o doping, o feitiço, a testosterona do inimigo. Ou, como dizia o cantor Evaldo Braga: "Sinto a cruz que carrego bastante pesada...".

Não fosse o pecado de shorts e lindas pernas cometido no San-São... Sim, o pecado de uma mulher é sempre mais barulhento, moral bíblica, desde que Eva mordeu gostoso a infame maçã argentina. Mas, se não fosse aquele erro, automaticamente perdoado pelo cafa Luxa -se fosse um marmanjo, estaria bravo até hoje-, o Sampa talvez tivesse subido a serra chorando a neblina que embaça a vista como o amor do Rei Roberto nas curvas da mesma estrada. A nova musa involuntária do Morumbi merece anistia, uma morena que não faz chapinha ou escova progressiva, merece devoção. O resto é silêncio debaixo dos caracóis dos seus cabelos. Todo respeito.

A íntegra está em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk1603200715.htm

6 comentários:

Marcão disse...

Muito bom. A associação do pecado original com maçã argentina é um achado, uma vez que "Deus é brasileiro" (por enquanto...).

Glauco disse...

Pô, Marcão! Achei que tu fosse falar da citação do evaldo Braga, quando vi já lembrei de ti.

Marcão disse...

A Cruz Que Carrego
(Evaldo Braga)

Sinto que é grande a tristeza
Intenso o inverno
O meu destino cruel
Me expõe ao inferno
Em nada mais posso crer
Para mim nada existe
Somente eu sei dizer
Por que vivo tão triste

Sinto a cruz que carrego
Bastante pesada
Já não existe esperança
Do amor que morreu
A solidão, amargura
Desprezo e mais nada
Vão alertando a sorte
Que a vida me deu

Vou caminhando tão triste
Na noite escura
Meu coração vai sofrendo
Minha alma murmura
Quem de amor me chamava
Na hora da ceia
Quem de mim tanto gostava
Agora me odeia

Sinto a cruz que carrego
Bastante pesada
Já não existe esperança
Do amor que morreu
A solidão, amargura
Desprezo e mais nada
Vao alertando a sorte
Que a vida me deu

Marcão disse...

Evaldo Braga
(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre).

Evaldo Braga (Campos dos Goitacases, 1948 — Três Rios, 31 de janeiro de 1973) foi um cantor e compositor brasileiro do estilo brega.

Evaldo Braga não teve pais conhecidos, tendo sido criado num orfanato Fluminense. Boêmio, alcoólico, morreu num acidente automobilístico na BR-03(Rio-Bahia), após tentativa de ultrapassagem forçada. Importante ressaltar que no momento do acidente Evaldo Braga não dirigia o carro, e sim seu motorista.

Na música celebrizou-se nos anos 50 e 60, no estilo dor-de-cotovelo, em parcerias com compositores como Carmem Lúcia, Pantera, Isaías Souza e outros.

Anselmo disse...

qdo eu crescer, quero aprender a escrever...

Nicolau disse...

Ese cara escreve pacas.