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terça-feira, setembro 01, 2009

Corinthians 99 anos: começa a festa do centenário

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O Corinthians completa hoje 99 anos de lutas, glórias e conquistas. Como estou no trabalho e de cabeça cheia, não conseguirei escrever nada tão bonito e emocionante como o belo texto do parceiro Ricardo, do Retrospecto Corintiano. Recomendo inclusive para os rivais – quem sabe aprendem alguma coisa.

Assim sendo, vou falar de questões mais práticas. Aniversário dá início a uma série de ações que deverão ser lançadas pela diretoria do clube para a comemoração do centenário do Timão, em 2010. A promessa é de grandes eventos o ano todo, servindo para comemorar a data e também para impulsionar os ganhos do clube.

Um site específico sobre o centenário foi lançado hoje, reunindo informações sobre as ações. Entre elas, está um concurso para a criação de uma logomarca do centenário. Também hoje aconteceu o lançamento, na Fazendinha, de dois relógios que farão a contagem regressiva até o 1º de setembro de 2010.

Capitalizando

O clube projeta uma arrecadação recorde no ano que vem, batendo em R$ 200 milhões. Boa parte viria, além de aumentos substanciais nas verbas de patrocínio, cotas de TV e receitas de bilheteria, de duas novas fontes de receita. Uma delas é a rede de lojas Poderoso Timão, que deverão atingir cem estabelecimentos até o final do ano. A conta de Luiz Paulo Rosemberg, diretor de marketing do Timão, é a seguinte: “Contando uma média de 60 ao longo do ano e considerando que cada uma pagará em média R$ 500 mil em royalties, teremos uma renda de aproximadamente R$ 30 milhões”, disse ao Lance!.

Outra parte viria de uma parceria com um grande banco nacional, a ser anunciada, para a criação de algo como um título de capitalização, o que renderia cerca de R$ 39 milhões (número bem certinho para uma estimativa...). Por enquanto, nesta seara do mundo das finanças, Andrés Sanches anunciou hoje um fundo de investimento para o futebol, parecido com aquele proposto pelo Palmeiras um tempo atrás, em que o Timão intermediará investimentos em um pacote de atletas, principalment oriundos da base do clube. A intenção é conseguir entre vinte e trinta milhões que ajudariam a manter um eleno forte. O Marcelo, do parceiro Vertebrais, insinua que esse projeto pode ser o embrião da tal parceria bancária.

Como não poderia faltar, apareceu também mais um projeto de estádio, numa reportagem do Jornal da Tarde - veja mais aqui, no Blog do Silvinho. Dessa vez, seria bancado por uma parceria com um fundo de investidores e construído em Itaquera, com capacidade para 60 mil pessoas. Andrés Sanches negou que seja um projeto oficial.

Deconsiderando o imponderável

De projetos para o centenário, aparentemente, estamos muito bem, obrigado. Mas tem sempre uns problemas. Primeiro, é claro, a sempre necessária ressalva do “tem que ver se vai virar” (sobre o estádio, por exemplo, só acredito depois da inauguração). Mas um dado grave é que tudo que se fala a respeito do centenário, desde o começo do ano, passa por um objetivo importantíssimo, mas fora do controle do clube: ganhar a Libertadores.

Claro que entre as promessas está um grande time, mas futebol é futebol, e mesmo que montassem uma seleção do mundo não seria possível garantir esse resultado. Garantir um time forte, que dispute tudo pra vencer, é uma coisa. Colocar um projeto deste tamanho na depenência de vencer uma competição de mata-mata é muito mais complicado.

Andrés Sanches veio hoje – de forma correta, mas tardia e meio contraditória – tentar botar alguma água na fervura. Enquanto isso, seus colaboradores mais próximos, como Rosemberg e o “intelectual” Mario Gobbi vivem falando da “obsessão corintiana”: “A Libertadores é uma fixação, uma obsessão. Existe um planejamento feito integralmente para isso. Asseguro que o time do ano do centenário vai ser o melhor em várias décadas”, disse Rosenberg, na semana passada, em Barueri, segundo o site do Globo Esporte.

Vão me chamar de corneteiro, de secador, e o cacete a quatro, mas... e se der errado (bate na madeira!)? Depois de toda a expectativa criada, ainda no primeiro semestre a tal da festa do centenário vai pra cucuias, junto possivelmente com um monte desse dinheiro previsto – e que poderia ajudar o clube a criar um projeto sustentável de fato para anos e anos a frente, o que certamente reverteria em ganhos futebolísticos. Não sei se será possível diminuir a “tensão pré-Libertadores” da Fiel, mas as posturas da diretoria não têm colaborado nesse sentido. Essa neurose aumenta a pressão sobre o time e acaba dificultando que o próprio objetivo seja alcançado. Enfim, alguma cautela e cerveja gelada (de minha parte, dispenso a canja) sempre fazem bem.

3 comentários:

Fernando Bueno disse...

Sobre a "certeza de ter um time forte" eu fio me perguntando. PAra ter esse time forte o ano que vem ele não deveria estar sendo montado já nesse ano? O time tem alguns bons jogadores, mas poucos deles estão lá que podem ser considerados jogadores de alto nível, ou até mesmo bom nível. Também exixtem carências que dificultam ainda mais. Se os dirigentes estão achando que com Ronaldo e o Defederico já tá bom acho que não vai dar certo. Todo mundo fala que um time para ser campeão precisa de elenco, mas hoje não temos sequer um atacante para ser reserva do Ronaldo.

Fabricio disse...

Concordo com o comentário acima. Contratar Riquelme, Lucas, Ronaldinho Gaúcho, quem quer que seja, em janeiro e colocar pra jogar a Libertadores sem entrosamento algum vai ser um papelão ainda mais feio do que jogar com o time atual, por mais limitado que tenha ficado com as ausências.

Nicolau disse...

Então, vamos por partes. Vejo carência grave na lateral-esquerda. Talvez um meia-armador, mas acho que o Mano vai encontrar opções para armar o time sem esa figura (recebemos três reforços para o setor, Edu, De Federico e Marcelo Mattos, que se juntam a Jucilei, Elias, Marcelo Oliveira). De resto, precisamos de reservas e opções (ataque e meio campo, principalmente). Esse não é o pior dos mundos.

Sobre as contratações no ano que vem, cabe lembrar que Ronaldo começou a jogar efetivamente no Corinthians já no meio do Paulista - e destruiu Santos e São Paulo nas finais. Teremos o Paulista para entrosar o time que não será montado do nada. Já existe (ou existirá) uma base e um ou outro jogador bem escolhidos terão mais facilidade para se encaixar. E se for falar em elenco, o Fabrício devia se preocupar um pouco com o Palmeiras também, que faltam uns reservas ali...

Resumindo, não estou tão pessimista na parte futebolística. Mas insisto que o ano que vem não se resume a ganhar ou perder a Libertadores. O projeto tem que ser de conseguir diminuir a dívida e criar mecanismos para financiar o clube sem depender de venda de jogadores. Criar uma estrutura que permita ter times cada vez melhores e que disputem sempre todas as competições, inclusive a continental.