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terça-feira, agosto 26, 2014

Palmeiras 100 anos

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Ao completar 100 anos nesta terça-feira (26), o Palmeiras enche seus torcedores de orgulho. Há motivos para isso.

Minha vida de palmeirense é bem mais curta. Há 28 anos, quando o Palmeiras perdeu para a Internacional de Limeira a final do Campeonato Paulista, com gol de Tita após falha de Denys e Martorelli, é que me dei conta de que eu era um palestrino inveterado. O tamanho da dor pela derrota no menino de seis anos foi inequívoca nessa certeza.

A quantidade de alegrias e glorias posteriores também.


É de dois anos depois a única camisa do Palmeiras oficial que guardo lá em casa. A malha de algodão denota que o manto é velho. Os autógrafos de figuras como Gérson Caçapa, Betinho e Velloso também. Toda assinada pelo elenco de 1988, no auge da fila (de 1976 a 1993), torcer era uma necessidade.

Depois, vieram os anos 1990 repletos de títulos, a Libertadores de 1999, os magros anos 2000 e o vai-não-vai desta década de 10.

Nem tudo é simples nem agradável. Somar 17 pontos no Campeonato Brasileiro é incômodo. O número é o mesmo do Criciúma, o 17º colocado na tabela da competição. Isso coloca o alviverde no limite da zona da degola para a Série B, um ano após o regresso da segundona. O time atual inspira
menos do que o torcedor gostaria, a reforma do estádio não foi concluída....

Mas está bom de ver os 15 gols mais bonitos da história do Palmeiras, a montagem do gol mais bonito da história, a homenagem do Mauro Beting, os jornais antigos.

É um dia feliz.

De comemoração. De vestir-se de verde, cantar e vibrar, por quem de fato é campeão.


sexta-feira, setembro 06, 2013

O homem que colocou o São Paulo entre os grandes

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Na década de 1940, Leônidas veio do Rio para transformar o São Paulo em 'Máquina'
Há exatos 100 anos nascia, no Rio de Janeiro, Leônidas da Silva. Muito já está sendo dito sobre esse lendário atleta, considerado "o Pelé dos anos 1930 e 1940", sensação da primeira seleção brasileira que encantou o mundo e aglutinou a torcida em nosso país, na Copa de 1938. Naquela época, foi o primeiro jogador de futebol a tornar-se uma das figuras mais populares do Brasil, ao lado do "cantor das multidões" Orlando Silva e do presidente Getúlio Vargas. Leônidas tinha fã-clube e era amigo de artistas e intelectuais. Em 1932, ao conquistar a Copa Rio Branco pela seleção brasileira em pleno Uruguai, ganhou o apelido de "Diamante Negro", que alugaria para uma marca de chocolate. No mundial da França, em 1938, ganhou outro apelido célebre, "O homem de borracha", pelos seus lances plásticos. Apesar de não ter inventado a jogada conhecida como bicicleta, foi ele quem a imortalizou, fazendo muitos gols assim.

A Segunda Guerra Mundial foi a principal vilã de Leônidas da Silva, pois naquele período deixaram de ser disputadas duas Copas do Mundo, em 1942 e 1946. Justamente o período em que o atacante, maduro e cerebral, colocou o São Paulo Futebol Clube entre os grandes clubes brasileiros. Sim, porque, antes de contratar Leônidas, em 1942, o clube, refundado em dezembro de 1935, não havia ganho nada. Para se ter uma ideia, o time terminou a primeira competição que disputou após a refundação, o Campeonato Paulista de 1936, em 8º lugar, e, no ano seguinte, ficou em 7º. Ou seja, o jovem São Paulo era um "saco de pancadas", muito abaixo de Corinthians, Palmeiras e Santos e atrás também de Portuguesa e Juventus. Não tinha estádio, campo para treinamento e nem local para concentração. Seus atletas, nessa época, eram semi-amadores. Sua ascensão começou quando fundiu-se com o Estudantes, da Mooca, no fim de 1938.

Gijo, Bauer, Noronha, Rui, Turcão, Sastre, Piolim, Leônidas, Teixeirinha, Luizinho e Remo
Mas a "maioridade" definitiva do Tricolor viria quatro anos depois, com a contratação de Leônidas. Foi chamado de "bonde", ou seja, péssima contratação, por ter custado assombrosos 200 contos de réis (o equivalente, mais ou menos, a R$ 196 mil hoje) e estar fora de forma, aos 29 anos. Tinha saído pela porta dos fundos do Flamengo, ao passar meses preso por estelionato, acusado de adulterar o certificado militar. Paulo Machado de Carvalho, dono da Rádio Record e dirigente do São Paulo, resolveu bancar a aposta no "veterano" craque carioca. E acertou na mosca: em nove temporadas, entre 1942 e 1950, Leônidas comandou a conquista de nada menos que cinco títulos paulistas (1943, 1945, 1946, 1948 e 1949), marcou 142 gols e venceu 136 das 210 partidas que disputou pelo clube. De time pequeno/médio, o São Paulo emparelhou com Corinthians, Palmeiras e Santos e multiplicou em muito a sua torcida.

Naquele final da década de 1940, os melhores times do Brasil eram o Vasco, chamado de "Expresso da Vitória", base da seleção brasileira na Copa de 1950 com Barbosa, Augusto, Danilo, Ademir, Chico, Maneca, Ely e Alfredo (mais o técnico Flávio Costa), o Internacional de Porto Alegre, conhecido como "Rolo Compressor", com Alfeu, Nena, Tesourinha, Russinho e Carlitos, e o São Paulo, a "Máquina Tricolor", de goleadas como 12 x 1 no Jabaquara e 10 x 0 no Guarani, com Luizinho, Sastre, Leônidas, Remo e Teixeirinha no ataque e Bauer-Rui-Noronha na retaguarda. Infelizmente, o bairrismo fez com que apenas Bauer disputasse a (trágica) Copa de 1950 como titular. Aposentado, Leônidas foi técnico do São Paulo no início dos anos 1950 e, depois, comentarista esportivo. Morreu em 2004, aos 90 anos e sofrendo há muito do Mal de Alzheimer. Mas estará para sempre no coração dos - agradecidos - sãopaulinos.

Para marcar o centenário do craque, os jogadores do São Paulo entraram em campo com uma camisa "retrô" ontem, contra o Criciúma, e voltarão a usá-la amanhã, contra o Coritiba. Pena que a equipe atual não faça, nem de longe, justiça ao esquadrão dos anos 1940...

Leônidas (anos 30 e 40), Pelé (anos 50, 60 e 70) e Friedenreich (anos 10 e 20): GÊNIOS

sábado, abril 14, 2012

Cem anos do Santos, o time que faz sonhar

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Falar dos cem anos do Santos atendo-se às glórias conquistadas pelo clube é um tarefa quase impossível. Não só pela quantidade e pelos números incríveis da equipe profissional que mais marcou gols na face da Terra, mas também pela forma com que muitos títulos foram conquistados. E também por aquelas equipes que não obtiveram títulos e mesmo assim fizeram história, como o time que marcou pela primeira vez cem gols no futebol brasileiro em uma competição. Cem gols em 16 partidas, uma média espetacular de 6,25 gols alcançada em 1927, oito anos antes do seu primeiro campeonato paulista. Na Vila Belmiro, sempre foi assim, a arte precede aos títulos.


Pelé e Clodoaldo: o futebol agradece ao Santos
Mas, além da história do clube, existe aquela relação única que cada torcedor constrói com seu time. A minha começou mesmo antes de eu nascer, quando o meu avô materno, nascido no Sul de Minas, mudou para o litoral paulista. E um dos motivos da mudança era o fato de ele ser torcedor... do Santos. Certamente foi a narração de pelejas épicas e repletas de gols que fez seo Benedito torcer para um time que, àquela altura, nunca havia sido campeão além dos domínios da Baixada. E que, mais tarde, graças ao futebol bem jogado, conquistaria outros tantos torcedores em todo o mundo, parando guerras e dando à seleção brasileira alguns dos jogadores responsáveis pela época de ouro do futebol brasileiro. Desde os protagonistas Zito e Pelé em 1958 até os atores principais do gol mais bonito de todas as Copas em 1970, que começou com os dribles desconcertantes do santista Clodoaldo, passou pela assistência perfeita de Pelé e culminou na finalização indefensável do peixeiro Carlos Alberto Torres.

Sim, porque, diferentemente de times que surgem em capitais de estado e tem somente que superar concorrentes da própria cidade para se sobressair, contando com o inevitável apoio econômico e político (de dentro e fora do mundo da bola), o Peixe – apelido dado pelos rivais justamente para menosprezar sua origem – teve que jogar muita bola para se tornar o que é. Foi preciso subverter a lógica dentro dos gramados, arrebatando pela beleza dos lances desenhados por artistas incomuns, para também subverter a lógica que o destinaria a ser um time pequeno. O Alvinegro tornou-se gigante não pela sua natureza, geográfica ou econômica, e sim por representar em campo a essência do jogo. 

A provação 

Mas nem tudo foram flores nesses cem anos. Até porque, para uma trajetória vitoriosa, a derrota e o sofrimento são elementos que ajudam a formar o caráter, do torcedor e de um time. Desde a primeira vez que pisei na Vila Belmiro – levado pelo meu pai, aos sete anos de idade, em um Santos e Ponte Preta de 1982 –, até hoje, um período em particular foi terrível: a fila de 18 anos sem título. E para alguém que está em fase de crescimento em um período como esse, a crueldade do torcedor rival é muito mais marcante, porque se junta a todas as outras agruras de criança e de adolescente. Na Baixada, onde o Santos é o mais odiado pelos rivais, o peixeiro se tornava alvo de gozação a cada bate-papo de futebol. Quando o time perdia – para qualquer adversário – volta e meia escutavam-se rojões. Fora da região, a tarefa era suportar o desdém de muitos que fingiam que o time não existia ou que era “coisa de historiador”. Para o santista, a fila era mais que uma provação, pois havia o fardo da gloriosa história para carregar, que não se refletia nas quatro linhas.

Um personagem histórico, uma partida inesquecível
Não que não tenha havido chance de o clube sair da fila. Depois de algumas formações ridículas da segunda metade dos anos 80 e da primeira metade dos 90, o Santos se reergueu. E, por destino, foi pelos pés de um camisa dez. Não, de um camisa Dez, com caixa alta. Giovanni comandou uma equipe que tinha desde jogadores “renegados” como Marcos Adriano e Macedo, até jovens e não tão jovens esperanças como Narciso, Jamelli, Edinho, Wagner, Carlinhos, Marcelo Passos, Robert e a arma surpresa Camanducaia. O meia também foi protagonista de uma das maiores partidas da rica história alvinegra e que foi, seguramente, a maior atuação individual de um boleiro que vi ao vivo.

Mas não foi ali que saímos da fila. Deixei o Pacaembu triste naquela segunda partida da final do Brasileiro de 1995, mesmo assim fui saudar os vice-campeões na Praça Independência, em Santos. Alguns jogadores foram até lá prestigiar aquela torcida que considerava aqueles os verdadeiros campeões brasileiros. Fui ali não para lamentar a arbitragem, e sim para agradecer àqueles que tinham devolvido a autoestima ao santista, que fizeram daquelas lembranças gloriosas, que eu não tinha vivido, uma realidade. Uma realidade que não se fez presente pelo título, que ao final não veio, mas pela beleza, pelo futebol bem jogado que honrava a mística da camisa alvinegra que chegou a parecer perdida.

A beleza tinha voltado, mas a zombaria continuava. E não cessou com o título do Rio-São Paulo de 1997. Nem com a Copa Conmebol de 1998. Era preciso um título mais significativo. Um Paulista, que na época tinha mais charme que hoje, ou um Brasileiro... O Estadual quase veio após uma partida enfartante em que o Peixe virou contra o Palmeiras de Felipão nas semifinais, um épico 3 a 2 depois de estar perdendo por 2 a 0 até os 23 minutos do segundo tempo. Mas, na final, o time perdeu o título para o São Paulo.

No ano seguinte, nova decepção. Desta vez, com um gol de Ricardinho no último minuto da semifinal do Paulista. Ali, antes mesmo de o gol acontecer, um pressentimento me assaltava. Na outra partida da semifinal, Ponte Preta e Botafogo jogavam para saber quem seria o outro postulante ao título. Enquanto a Ponte era a finalista, para mim era lógico superar a tradicional equipe campineira e sair da fila contra ela. O Corinthians já tinha feito isso, o São Paulo já tinha a derrotado em outra final e o Palmeiras faria o mesmo sete anos depois. Mas quando o Botafogo garantiu sua ida à final, temi pelo pior. Faltavam cinco minutos para o jogo acabar. Para mim, era certo: o Santos não sairia da fila contra o time do interior. Uma fila de 17 anos não acaba assim. Aquela certeza tétrica me fez esperar pelo pior, que veio ao fim daqueles doídos 90 minutos. Decepção era pouco. Chovia na Baixada e naquele dia até os rivais guardaram os rojões em respeito à dor alheia. 

A redenção 

Em 2002, o ano também não parecia promissor. A desclassificação do time comandado por Celso Roth obrigou o Santos a viver o maior período de inatividade de sua história. Veio Emerson Leão, treinador então desacreditado, e o elenco contava com outros atletas que não haviam emplacado, como Paulo Almeida, Elano, Renato... André Luís, zagueiro-vilão do Paulista de 2001, e dois moleques como Diego, que ainda era só uma promessa, e Robinho, que nem isso era. E o final, finalmente, foi feliz.

Não foi só um título. Não foi só uma quebra de jejum. Foi um futebol que na fase final mostrou a essência da história santista: era o encantamento, a arte, o arrebatamento. O favorito “Real Madrid do Morumbi” foi derrubado; o futebol-força gaúcho do artilheiro da competição sucumbiu; e os algozes do ano anterior caíram diante das pedaladas do menino Robinho, que ainda jogou ao chão outro marcador no segundo gol daquela final e chamou dois jogadores de seleção para dançar no terceiro. E eu, que imaginei aquele momento durante tanto tempo achando que iria me emocionar, chorar, simplesmente não conseguia parar de rir. Porque aquele era um futebol alegre de fato, do tipo que sempre fez o santista e o amante legítimo da bola sorrir. O gigante havia voltado.

A dupla que deu continuidade à lenda
E, desde então, o Santos tem mostrado sua grandeza quase a todo ano. Vice do Brasileiro e da Libertadores em 2003, campeão brasileiro em 2004, campeão paulista em 2006 e 2007 (ano em que foi vice do Brasileiro); vice paulista em 2009, campeão paulista de 2010 e 2011, da Copa do Brasil em 2010 e da Libertadores em 2011. Nos dois últimos anos, deu ao mundo lindos gols e belos lances com a dupla Neymar e Ganso, além dos coadjuvantes talentosos que cativaram não só os torcedores como todos aqueles que gostam do bom futebol. Um Neymar “imparável”, como definiu um locutor mexicano, assombrando não só pela sua habilidade, mas também pela decisão de remar contra a maré e permanecer no Brasil diante de toda sorte de investidas estrangeiras. E, quando a técnica não foi suficiente e as adversidades apareceram, a raça resolveu, como quando Ganso encarnou Almir Pernambuquinho na final do Paulista, contra o Santo André. Eram novos capítulos de uma história que começou a ser escrita naquele 14 de abril de 1912, e que faz parte da minha vida antes de eu existir. Que faz com que o torcedor tenha orgulho do seu clube até mesmo quando ele não vence ou ganha títulos.

E é no centenário, nessa efeméride única, que se lembra daquilo que se viu e do que apenas se ouviu ou leu. E que sempre fez sonhar. É tempo de recordar daqueles que me apresentaram ao futebol, do meu pai que me levou ao campo sagrado da Vila Belmiro pela primeira vez e que ainda hoje me acompanha nas sagradas arquibancadas. Do meu avô que não conheci e que deve estar lá, junto com meu primo Salvador, fanático peixeiro que levou a bandeira do clube para o Além, onde deve estar apreciando o balé boleiro de estrelas como Araken Patusca, Feitiço, Camarão, Antoninho, Jair Rosa Pinto, Mauro Ramos de Oliveira, Ramos Delgado, Pagão, Tite, Vasconcelos, Toninho Guerreiro, Luis Alonso Perez e tantos outros que fizeram não só o Santos, mas o futebol brasileiro, ser o que é.

Como bem disse Mario Sergio Cortella, seu papel de filósofo também se relaciona com o fato de ser torcedor do Santos. Porque filosofar é ir além do óbvio, de buscar o inesperado. E o Santos, durante esses cem anos, foi muito além do óbvio. Que siga assim por mais muitos centenários.

Outros tantos virão para ver...
Também publicado em Filho de Peixe

segunda-feira, maio 16, 2011

'Maldição do centenário' faz mais uma vítima

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Quando o Corinthians foi eliminado da Copa Libertadores pelo Flamengo, há um ano, o atacante Ronaldo Nazário, hoje aposentado, garantiu para a torcida que ainda havia tempo para conquistar um título que marcasse o centenário do clube: "Uma coisa importante é que o centenário do Corinthians só termina em setembro de 2011. Temos um ano para comemorar". Daí, o time perdeu o Brasileirão, por pontos corridos, nas últimas rodadas, e capitulou novamente na Libertadores deste ano (na verdade, na fase pré-classificatória), contra o "todo poderoso" Tolima. Ontem, ao perder o Paulistão para o Santos, o alvinegro paulistano confirmou que o período de festejos por seus 100 anos ficará, mesmo, em brancas nuvens, sem título algum. Ou seja, não sobreviveu à chamada "maldição do centenário", recém-batizada como "100 ter nada". A mesma que vitimou Flamengo (em 1995), Ponte Preta (2000), Grêmio (2003), Botafogo (2004), Sport (2005), Atlético-MG (2008), Coritiba (2009) e Guarani (2011).

Se bem que, se considerarmos a "teoria" de Ronaldo Nazário, o Guarani tem até março do ano que vem para tentar alguma coisa, o Flamengo venceu o Carioca de 1996, ainda no "prazo" do centenário, bem como o Sport de Recife conquistou o título pernambucano de 2006 e o Coritiba foi campeão paranaense em 2010. Entre os que escaparam da "maldição" estão o Vasco (campeão da Libertadores em 1998), Vitória (campeão baiano e da Copa Nordeste em 1999), Náutico (campeão pernambucano em 2001), Fluminense (campeão carioca de 2002) e Internacional (campeão gaúcho em 2009), entre outros que devo estar esquecendo. Os próximos a enfrentarem a pressão por títulos no ano do centenário serão: Santos e América-MG (2012), Juventude (2013), Ceará, Palmeiras e Santa Cruz (2014) e Fortaleza (2018). Mais pra frente, Cruzeiro (2021), Atlético-PR (2024), Bahia (2031) e São Paulo (2035). Quem mais fracassará?

domingo, março 27, 2011

O centésimo dele no centésimo deles

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Quando o técnico sãopaulino Paulo César Carpegiani afirmou, na entrevista coletiva após a vitória por 2 a 1 de seu time sobre o Corinthians, que Rogério Ceni "é um predestinado", ele pode até ter repisado um lugar comum. Mas ninguém vai negar que se trata de uma grande verdade. Há 14 anos, quando assumiu o posto de goleiro titular do São Paulo e marcou seu primeiro gol na carreira, contra o União São João de Araras, Ceni jamais imaginaria que um dia pudesse chegar ao 100º gol, e justamente contra o Corinthians, carimbando a festa do 100º aniversário do rival (foto: site SPFC). Parece conta, ou melhor, conto de mentiroso. Mas, por incrível que pareça, é a mais cristalina realidade!

Caso o goleiro já tivesse feito seu milésimo jogo com a camisa tricolor, marca que dificilmente será quebrada no futuro, ou mesmo que esse gol tivesse garantido um título numa decisão, seria a melhor oportunidade possível para encerrar a carreira. Mas o goleiro garante que cumprirá o contrato até 2014 - e quer mais troféus antes disso. Porém, mesmo que não cumpra esse objetivo, o feito de hoje, em Barueri, já o coloca entre os imortais do São Paulo e do futebol brasileiro e mundial. Vale ressaltar que, dos 100 gols, 56 foram de falta. Desconheço o número de gols de falta de especialistas como Pelé, Zico, Neto ou Marcelinho Carioca, por exemplo. Mas, para qualquer atleta de linha, em qualquer lugar do mundo, marcar 56 vezes dessa forma é muita coisa. Tratando-se de um goleiro, é um fato assombroso. E mais: ele agora é um dos 17 únicos jogadores que marcaram 100 ou mais gols com a camisa do São Paulo, em 75 anos de História do clube. Igualou-se ao meia Renato, o "Pé Murcho".

Não repetirei, aqui, as loas que toda a imprensa tecerá sobre Rogério Ceni durante essa semana - e com absoluta justiça. Quero frisar, somente, que no clássico deste domingo pelo Paulistão ele também reforçou sua condição de um dos melhores goleiros do país em atividade, apesar de seus 38 anos, pois praticou pelo menos três defesas fundamentais para a garantia da vitória sãopaulina (salvou milagrosamente uma bola no pé de Liédson, tirou com a ponta dos dedos, no contrapé, um arremate de Jorge Henrique, e defendeu espetacularmente, com o pé, uma meia bicicleta de Liédson). Dessa forma, foi a figura principal de um duelo que marcou o fim do tabu de 11 jogos sem vitória do São Paulo contra o Corinthians. E o 100º gol foi o que garantiu o triunfo. É preciso dizer mais alguma coisa? Sim: vida longa a Rogério Ceni! Parabéns!

domingo, dezembro 05, 2010

Parabéns ao 'todo poderoso' pelo cente... NADA!

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segunda-feira, setembro 06, 2010

Corinthians centenário atropela Goiás para festa da torcida

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Em semana de festa, o Corinthians naõ decepcionou os 34 mil torcedores que lotaram o Pacaembu no sábado (inclusive este que vos fala) e sacolou de virada o lanterna Goiás por impiedosos 5 a 1. De quebra, a semana mais corintiana do século trouxe a derrota do Fluminense par ao Guarani, por 2 a 1, deixando o Corinthians apenas 1 ponto atrás do tricolor e com um jogo a menos.

O Timão, como parece ter se tornado praxe da equipe nos últimos jogos, entrou meio devagar na partida. E novamente pagou o preço. Aos 7 minutos, Alessandro e Ralph não conseguiram marcar o veterano Júnior que um chute no ângulo oposto de Júlio César.

O 0 a 1 não desanimou a Fiel, que recomeçou imediatamente a cantoria. E o time respondeu, pressionando o visitante, que só parava as jogadas com faltas. Em três delas, Bruno César exigiu defesas difíceis do goleiro Harlei – que levou cinco e ainda recebeu nota 7 do Lance pra se ter uma idéia do massacre. Jorge Henrique e Iarley, este em sua melhor apresentação com a camisa alvinegra, ainda meteram uma bola na trave cada um.

Tudo isso antes dos 37 minutos da primeira etapa, quando o excesso de faltas dos goianos levou à expulsão de Amaral, pelo segundo amarelo. De onde eu estava, merecido. Se o Timão já dominava, daí pra frente virou atropelo.

Adilson Batista demonstrou mais uma vez uma diferença em relação ao antecessor ao trocar Paulinho por Defederico logo após a expulsão. Mano, aposto, esperaria mais. O empate saiu aos 43 minutos, quando JH aproveitou belo passe de Jucilei e colocou na cabeça do artilheiro do campeonato Bruno César, que mais uma vez jogou muito.

Mas a chuva de gols estava guardada para a segunda etapa. O que foi muito bom, já que vi os quatro gols na meta que estava bem na minha frente. Aos 10 minutos, Iarley recebeu passe de Bruno César, driblou o ex-colega Harley e tocou para as redes. Aos 15, Jorge Henrique marcou o dele aproveitando rebote de cabeçada de Ralph.

A vitória já estava garantida, mas a torcida queria mais. E o time acompanhava o ritmo do bando de loucos, que começou a gritar “olé” antes da metade da primeira etapa. Numa dessas sequencias, o Timão tocou a bola por mais de dois minutos com a torcida acompanhando. Até que a bola acabou nos pés de Bruno César, que invadiu a área pela linha de fundo e sairia na cara do goleiro, não fosse derrubado por Romerito (em lance considerado polêmico, mas que de onde eu vi, foi claro). Pênalti batido por Iarley aos 29 minutos, tornando a vitória em goleada.

Ela ainda viraria chocolate com o gol contra de Marcão, que desviou chute de Boquita de fora da área (“Ele é meu vizinho!”, comemorou um corintiano perto de mim e de meu pai). 5 a 1, fora o baile. A torcida comemorou com um “parabéns pra você” o presente dos jogadores na semana do centenário.

O segundo turno começa com uma sequência das mais difíceis. Primeiro, Atlético PR fora de casa. Depois, Grêmio no Pacaembu. E ainda tem Santos, Inter e o duelo dos líderes com o Flu, todos fora. Hora de, diria o sábio, ver quem tem garrafa vazia pra vender.

quarta-feira, setembro 01, 2010

Mais de 100 mil fiéis saúdam o centésimo ano do Corinthians

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Às 19h30 desta terça-feira, eu estava trabalhando. Enquanto eu, com a atenção brutalmente desconfigurada, fazia o bastante para manter meu ganha-pão, milhares de corintianos já estavam no Vale do Anhangabaú – 110 mil segundo sites de notícias. Há quem diga que o vale não recebeu tantas pessoas desde o histórico comício das Diretas Já, em 1984.

A comparação é absurda (é?), sem dúvida. E antes mesmo de chegar ao histórico Vale, ouço do escritório na Libero Badaró os primeiros ruídos da festa alvinegra. Da sacada dói prédio, se ouve a dicotomia da existência corintiana: da direita, vem o som de Ronaldo e os Impedidos, banda roqueira que animou o princípio da festa; da esquerda, o que se ouve é a Fiel Torcida Corintiana, ignorando a atração e gritando hinos em honra de sua maior paixão, que é também sua propriedade.

O Corinthians não é um clube com uma torcida, mas uma torcida que tem um clube. A maioria deve achar graça disso, dessa impossibilidade, ainda mais em tempos de economicismo, de falta de humanismo, de não assumido elitismo, de direitismo, enfim. Mas Corinthians, de nascença, é coisa de esquerda. De revolucionário anarquista espanhol. De comunista italiano. De operário de todas cores e tamanhos que decidiu montar um time para jogar futebol em 1910. Ano em que nasceu meu avô, José Benício dos Santos, alagoano que se radicou em São Paulo e na República Popular do Corinthians, para onde levou seus filhos. E onde minha mãe, Maria Neusa, fiel não praticante, encontrou meu pai, Manoel Ribeiro, mineiro, comunista de linha chinesa, poeta e corintiano.

Todos trabalhadores, como os que primeiro se reuniram na rua Cônego Martins, esquina com a José Paulino, onde hoje está o marco de fundação do clube. Foram no Bom Retiro e enfiaram goela baixo de São Paulo que um time de operários podia disputar e ganhar os torneios da época. Foram para a Zona Leste e mostraram que um bando de piões poderia construir um estádio (o companheiro Miguel conta que seu bisavô jogou no Corinthians nos anos 1920 e doou tijolos para a construção do Parque São Jorge) e brigar como gente grande (como se dinheiro fosse condicionante para amadurecer e crescer). Foram para o mundo todo nas costas dessa Fiel Torcida que é sua alma.

Os outros, ora, são os outros, rivais com maior ou menor graça. Acreditem, não precisamos de vocês para existir, talvez, quem sabe, da dissidência que habita a rua Turiasssu, já que as dualidades resumem melhor os detalhes da vida humana e dão melhores enredos de faroeste, como deixaram claro Sérgio Leone e John Ford.

O santista Xico Sá em crônica da Folha de S. Paulo resumiu bem, e aqui abro espaço para alguns parágrafos do mestre:

“No meio do espetáculo que é a juventude roqueira, um cavaleiro solitário, rosto só vincos como um Samuel Beckett dos pobres, ajeitou os poucos cabelos, pediu uma cerveja, grudou o nariz na TV que parecia uma caixa de fósforo, de tão pequena, e dali por diante não conseguia enxergar nem mesmo a Karine com suas pernas de oncinha.
Foi neste momento solene que o cronista que ronda a cidade pensou mais uma vez: como SP precisa do Corinthians em campo. O tio ficou hipnotizado por 90 minutos diante da volta do seu time.
E não se tratava de um torcedor barulhento. É um daqueles fundamentalistas silenciosos. Sabe aquele cara que celebra ou morre por dentro sem alterar as feições?
No máximo, ele mexia um pouco com a perna esquerda, como se ajudasse a bola a correr mais depressa para o gol. Coisa de quem manja da arte da sinuca.
Um sábio. Essa história do centenário sem Libertadores, vê-se pelos seus gestos, não significa nada. Não trabalha com obsessões nem morte a crédito. Só um pouco de dinheiro vivo.
O cavaleiro solitário me confessaria depois da partida: "Essa molecada não sabe o que é o Corinthians. Ser Corinthians não significa ganhar. Basta existir. Pronto"."

Coisa linda de se sentir e se ler. Mais linda ainda de se ver, às 21h e pouco, depois de uma cerveja e um sanduíche no bar da esquina. Eram milhares, milhões os alvinegros presentes à festa do Anhangabaú. Da janela do trampo já havia ouvido Ronaldo e seus Impedidos, que ora contavam com Badauí e Japinha (do CPM 22), Paulão (da gloriosa Banda das Velhas Virgens) e o auxílio do rapper X, todos corintianos da mais pura lavra. Passearam também pelo centro Paula Lima, Xis, Rappin Hood, Negra Li e Nuwance.

Mas o verdadeiro mestre de cerimônias foi outro, um que com a camisa 10 e uma canhota precisa trouxe o primeiro Campeonato Brasileiro, em 1990. José Ferreira Neto, seguidas cervejas na cabeça, resumiu no palco a grandeza dos pequenos corintianos. Para deixar claro o que só a vivência pode declamar, em certo momento uma galera conseguiu subir em cima de um dos telões instalados no Pacaembu, quer dizer, Anhangabaú (perdoe a falha nossa). Um cabra pede pra descer, um outro diz que vai atrapalhar. Neto não perde tempo: “Desce daí, porra!!”, grita o ídolo. Não sobra um em cima da bendita TV. Quer dizer, tem mais um. “Pega esse cara, tira ele daí! Sai, porra!”

À parte os ousados manguaças, pouco incidentes podem comprometer os mais de 100 mil corintianos. Uma briga começa perto de mim, mas não se alastra. O que amigos indicam ser membro do grupo da Rua São Jorge se desentendem com um cabra da Gaviões. A tensão passa rápido, já que os brigões pulam todos a cerca e se resolvem fora da aglomeração.

A noite passa e os cantores são Maria Cecília & Rodolfo, que ficam mais do que o esperado. Na maioria das músicas, a Fiel faz questão de mostrar quem é que manda puxando gritos corintianos. A comemoração conta ainda com Ronaldo, Roberto Carlos, Dentinho, Andrés Sanches. Todos foram saudados com gritos de “Timão eo!” e assemelhados. Neto até puxou o nome de Andrés Sanches, chamando-o de “maior presidente da história corintiana”. Silêncio na galera. Agora chame por Biro Biro, Casagrande, Ataliba, Marcelinho Carioca , e ouça a Fiel entrar no clima.

A brincadeira acabou com a apresentação da e Bateria Unificada das Torcidas corintianas. À meia-noite, Neto chama os jogadores do atual elenco que estão no palco para frente. “Vem pra cá, hoje a torcida não vai xingar ninguém, não! Vem Souza – ta precisando melhorar, hein Souza!”. Contagem regressiva para a meia-noite. O Corinthians começa a viver seu centésimo ano.

terça-feira, setembro 01, 2009

Corinthians 99 anos: começa a festa do centenário

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O Corinthians completa hoje 99 anos de lutas, glórias e conquistas. Como estou no trabalho e de cabeça cheia, não conseguirei escrever nada tão bonito e emocionante como o belo texto do parceiro Ricardo, do Retrospecto Corintiano. Recomendo inclusive para os rivais – quem sabe aprendem alguma coisa.

Assim sendo, vou falar de questões mais práticas. Aniversário dá início a uma série de ações que deverão ser lançadas pela diretoria do clube para a comemoração do centenário do Timão, em 2010. A promessa é de grandes eventos o ano todo, servindo para comemorar a data e também para impulsionar os ganhos do clube.

Um site específico sobre o centenário foi lançado hoje, reunindo informações sobre as ações. Entre elas, está um concurso para a criação de uma logomarca do centenário. Também hoje aconteceu o lançamento, na Fazendinha, de dois relógios que farão a contagem regressiva até o 1º de setembro de 2010.

Capitalizando

O clube projeta uma arrecadação recorde no ano que vem, batendo em R$ 200 milhões. Boa parte viria, além de aumentos substanciais nas verbas de patrocínio, cotas de TV e receitas de bilheteria, de duas novas fontes de receita. Uma delas é a rede de lojas Poderoso Timão, que deverão atingir cem estabelecimentos até o final do ano. A conta de Luiz Paulo Rosemberg, diretor de marketing do Timão, é a seguinte: “Contando uma média de 60 ao longo do ano e considerando que cada uma pagará em média R$ 500 mil em royalties, teremos uma renda de aproximadamente R$ 30 milhões”, disse ao Lance!.

Outra parte viria de uma parceria com um grande banco nacional, a ser anunciada, para a criação de algo como um título de capitalização, o que renderia cerca de R$ 39 milhões (número bem certinho para uma estimativa...). Por enquanto, nesta seara do mundo das finanças, Andrés Sanches anunciou hoje um fundo de investimento para o futebol, parecido com aquele proposto pelo Palmeiras um tempo atrás, em que o Timão intermediará investimentos em um pacote de atletas, principalment oriundos da base do clube. A intenção é conseguir entre vinte e trinta milhões que ajudariam a manter um eleno forte. O Marcelo, do parceiro Vertebrais, insinua que esse projeto pode ser o embrião da tal parceria bancária.

Como não poderia faltar, apareceu também mais um projeto de estádio, numa reportagem do Jornal da Tarde - veja mais aqui, no Blog do Silvinho. Dessa vez, seria bancado por uma parceria com um fundo de investidores e construído em Itaquera, com capacidade para 60 mil pessoas. Andrés Sanches negou que seja um projeto oficial.

Deconsiderando o imponderável

De projetos para o centenário, aparentemente, estamos muito bem, obrigado. Mas tem sempre uns problemas. Primeiro, é claro, a sempre necessária ressalva do “tem que ver se vai virar” (sobre o estádio, por exemplo, só acredito depois da inauguração). Mas um dado grave é que tudo que se fala a respeito do centenário, desde o começo do ano, passa por um objetivo importantíssimo, mas fora do controle do clube: ganhar a Libertadores.

Claro que entre as promessas está um grande time, mas futebol é futebol, e mesmo que montassem uma seleção do mundo não seria possível garantir esse resultado. Garantir um time forte, que dispute tudo pra vencer, é uma coisa. Colocar um projeto deste tamanho na depenência de vencer uma competição de mata-mata é muito mais complicado.

Andrés Sanches veio hoje – de forma correta, mas tardia e meio contraditória – tentar botar alguma água na fervura. Enquanto isso, seus colaboradores mais próximos, como Rosemberg e o “intelectual” Mario Gobbi vivem falando da “obsessão corintiana”: “A Libertadores é uma fixação, uma obsessão. Existe um planejamento feito integralmente para isso. Asseguro que o time do ano do centenário vai ser o melhor em várias décadas”, disse Rosenberg, na semana passada, em Barueri, segundo o site do Globo Esporte.

Vão me chamar de corneteiro, de secador, e o cacete a quatro, mas... e se der errado (bate na madeira!)? Depois de toda a expectativa criada, ainda no primeiro semestre a tal da festa do centenário vai pra cucuias, junto possivelmente com um monte desse dinheiro previsto – e que poderia ajudar o clube a criar um projeto sustentável de fato para anos e anos a frente, o que certamente reverteria em ganhos futebolísticos. Não sei se será possível diminuir a “tensão pré-Libertadores” da Fiel, mas as posturas da diretoria não têm colaborado nesse sentido. Essa neurose aumenta a pressão sobre o time e acaba dificultando que o próprio objetivo seja alcançado. Enfim, alguma cautela e cerveja gelada (de minha parte, dispenso a canja) sempre fazem bem.

Todo Poderoso, aos 99

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Hoje, o Todo Poderoso Timão completa 99 anos! O Futepoca está reservando muita coisa para este ano, até completar o centenário. Grande e gloriosa Fiel Torcida, a mais bela e mais aguerrida do planeta!

Aproveito a oportunidade pra dar a notícia de um lançamento muito bom, que é um livro sobre o Corinthians para crianças, todo em quadrinhos, elaborado por ninguém menos que o Ziraldo. É realmente fantástico. Ele criou uma histórinha que conta todos os maiores feitos históricos do Timão, desde fatos antigos até histórias bem recentes. Todas as gerações vão se emocionar lembrando de grandes conquistas, viradas em jogos impossíveis, e grandes craques de todos os tempos. Do Neco ao Neto, do Luisinho "Pequeno Polegar" ao Marcelinho, o Basílio, os craques da Democracia Conrintiana (Sócrates, Casagrande, Wladimir, Zenon, Biro Biro), e por aí vai, são muitas conquistas e jogos relembrados.

Na sexta-feira, 4 de setembro, às 18 horas, o Ziraldo fará uma sessão de autógrafos na Livraria Saraiva do Shopping Center Norte. No sábado, às 16h, ele estará na Saraiva do Shopping Ibirapuera.

É isso! É nóis! É Timão! É Ziraldo! É só o começo do centenário! Guenta nóis!

domingo, agosto 02, 2009

Tá bom, tá bom, é reconstrução

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Hoje, o corintiano assiste ao Brasileirão 2009 mirando mais longe. Não que vivamos o pior dos mundos. Ao final da partida contra o Avaí, um horripilante empate em 0 a 0 em pleno Pacaembu, o Corinthians oscila para cima (da 6ª para a 5ª posição), sem poder ser ameaçado pelos resultados dos jogos que ainda faltam nesta 16ª rodada. Mas o principal significado da partida é que o momento é de se segurar, pois quem tem entrado em campo é só meio time, pelo menos em relação ao grupo que começou o campeonato. Enquanto esperamos o retorno do Gordo lipoaspirado (e acho que essa cirurgia vai servir só pra compensar o sobrepeso que o Ronaldo sempre ganha quando fica alguns jogos parado), a incorporação ao elenco de Edu (que se entrar bem pode ocupar a lacuna deixada por Cristian), a volta do Dentinho (suspenso), e as contratações “à altura dos jogadores vendidos” (o boato atual é que vem o Riquelme, o que seria perfeito, mas entre o perfeito é um tempo verbal que não existe no futuro), resta-nos acreditar que estamos nos preparando para o próximo ano.

Quer dizer, como já enfatizei o “lado vazio do copo”, resta agora ver o lado cheio. Se eu acreditar que o Corinthians é agora um time em preparação, que usa o Brasileiro apenas como um campo de testes e experimentos para o próximo ano, começo a achar que esta temporada ainda tem um importante papel a cumprir. Que outra equipe terá condições de testar reservas e esquemas alternativos como o Corinthians? A série A deste ano, neste sentido, seria para o time como a série B do ano passado: sem apresentar por si grandes dificuldades – no ano passado pela sobra de qualidade, neste, por não ter a responsabilidade de vencer –, o time põe a bola no chão e se estrutura para a temporada seguinte.

A novidade mais interessante até agora, a meu ver, é o Jucilei. O garoto de 22 anos, formado na base do Corinthians Paranaense, tem mostrado que pode se tornar uma figura importante no meio campo, seja como um segundo volante, seja como meia. Ele sabe conduzir, tem tamanho e força para disputar bem as divididas, acerta bons passes, sabe cruzar. Terá qualidade para ser titular? É possível, embora minha experiência tenha me ensinado a não exagerar na esperança. Mano Menezes tem demonstrado que tem boa intuição para encontrar a posição em que jogadores rendem mais. Tem que ver, tem que ver...

Nos melhores momentos do empate com o Avaí, vejo que muitas jogadas passaram pelos pés de Jucilei, e em diferentes posições do campo. Ele cruzou da direita, armou pela meia esquerda, roubou bola no meio e criou contra-ataque. No momento, ele está cobrindo a vaga de Cristian, mas a tendência é que seja escalado mais à frente. Não sei se o garoto segura a bronca de substituir Douglas, sendo a referência de distribuição de bolas na meia. Além do que, ele tem mais arrancada, minha impressão é de que ele funciona melhor vindo de trás do que recebendo e distribuindo as bolas na frente. Quer dizer, sua posição seria a de segundo volante, mas não vai tirar a vaga do Elias (se ele não for vendido). É um bom problema para se resolver, e o Brasileirão está aí para isso, para experimentar, testar...

Dois receios

Tenho dois receios com relação ao momento que vive o Corinthians. O primeiro é saber se na remontagem do time o Mano Menezes vai ser tão bem sucedido quanto foi na montagem. Ele vinha construindo um trabalho, que dava resultados em grande medida pela continuidade, mais que pelos talentos individuais (exceção feita a Ronaldo e Felipe). Vai saber retomar o passo após essa quebra de ritmo?

O segundo receio é um pouco mais estrutural. Toda uma expectativa cresce em relação ao "ano do centenário" do Corinthians. Outros times tiveram desempenhos medíocres, a ponto de se falar em "maldição do centenário", acreditando que a efeméride dá um peso a mais à camisa. Quando vejo o Corinthians cheio de dívidas, vendendo jogadores de baciada e pensando em contratar jogadores caros (além do caríssimo Ronaldo), temo pela solução populista que pode estar reluzindo nas mentes de dirigentes do clube – populista por buscar agradar a torcida num curto prazo sem estar assentada em bases consistentes.

Qual seria esta solução? Contratar um timaço para disputar a Libertadores de 2010, enfiar o pé na jaca em dívidas, e depois, seja lá qual for o resultado – conquistas ou frustrações –, ter que se desfazer correndo do time, talvez com algum lucro, talvez com prejuízo, mas tendo como cenário geral uma quase bancarrota. Receio... ou será paranoia?

terça-feira, maio 05, 2009

O ébrio e o respeito ao princípio da propriedade

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Em 2008, senti-me sinceramente envergonhado pelo pouco caso do Brasil em relação ao centenário de um de seus filhos mais célebres, o escritor carioca Machado de Assis (foto) - seguramente, um dos maiores da língua portuguesa e da literatura mundial. Fora uma ou outra palestra, exposição ou exibição de obras suas adaptadas para o cinema ou teatro, a data, que merecia justa comoção nacional, passou em lamentáveis e brancas nuvens. Chateado com isso e aproveitando que no próximo 21 de junho completam-se 170 anos de seu nascimento, decidi render minhas próprias homenagens da forma como acredito que Machado mais apreciaria: relendo três de seus livros mais fascinantes, "Memórias póstumas de Brás Cubas", "Quincas Borba" e "Dom Casmurro". O mais interessante em rever esses trabalhos, além do sarcástico bom humor e da absoluta avacalhação do ser humano e dos costumes sociais, é notar que, nas entrelinhas ou em capítulos aparentemente desconexos, o escritor encobriu pepitas que dificilmente encontramos nas primeiras leituras. Uma delas segue abaixo:

"Era uma vez uma choupana que ardia na estrada; a dona - um triste molambo de mulher - chorava o seu desastre, a poucos passos, sentada no chão. Senão quando, indo a passar um homem ébrio, viu o incêndio, viu a mulher, perguntou-lhe se a casa era dela.
- É minha, sim, meu senhor; é tudo o que eu possuía neste mundo.
- Dá-me então licença que acenda ali o meu charuto?
O padre que me contou isto certamente emendou o texto original, não é preciso estar embriagado para acender um charuto nas misérias alheias. Bom Padre Chagas! - Chamava-se Chagas. - Padre mais que bom, que assim me incutiste por muitos anos essa ideia consoladora, de que ninguém, em seu juízo, faz render o mal dos outros; não contando o respeito que aquele bêbado tinha ao princípio da propriedade, a ponto de não acender o charuto sem pedir licença a dona das ruínas. Tudo ideias consoladoras."


(in "Quincas Borba", Capítulo CXVII - Livraria Garnier, 1891)

quarta-feira, março 25, 2009

101 anos hoje. Acabou a maldição do centenário

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Hoje, 25 de março de 2009, acaba oficialmente a maldição do centenário do Galo. Aniversário que foi importante, apesar dos pesares, para o time encontrar um rumo.
Nem é preciso lembrar que no ano passado muita festa foi feita, mas o time só colecionou vexames, sem ganhar nenhum título, o que redundou na renúncia do presidente Ziza Valadares.

A partir daí, as coisas tomaram novo rumo. Foi eleito presidente Alexandre Kalil, que pode exagerar na emoção, falar um pouco de mais às vezes, mas demonstra paixão sem limite pelo clube e, espero, competência para administrar. 

As medidas adotadas até agora foram corretas, mandar embora um monte de jogadores desconhecidos ou em fim de carreira, cortar despesas, contratar Bebeto de Freitas como diretor administrativo, um técnico (Leão) controverso, mas competente, trazer poucos jogadores, mas de qualidade, valorizar as categorias de base etc.

Como no futebol, e na vida, os resultados do que se faz só aparecem depois, é esperar para ver o que será o ano do pós-centenário.

De qualquer forma, espero que a maldição tenha ido embora de vez. 

Para começar com  sorte o primeiro ano depois dos 100, fica a lembrança da primeira partida, descrita no site oficial (foto), e que foi disputada no dia 21 de março de 1909, quando o Galo venceu o Sport Club Futebol por 3 a 0, no campo do adversário. O primeiro gol foi marcado por Aníbal Machado, que se tornaria um importante escritor brasileiro.

terça-feira, março 25, 2008

Galo 100 anos: uma vez até morrer

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A estrofe do hino representa o maior patrimônio do centenário do Clube Atlético Mineiro, sua torcida. O que nem dados, nem estatísticas nem títulos podem explicar.

Para entender um pouco a paixão, vou recorrer à história de um menino. Em 1976, sua família volta a Minas, da qual antes emigrara na esperança de vida melhor para São Paulo década antes. Saudade da terra, reunião da família, nascimento do primo, muita coisa acontecendo...

No futebol, a primeira lembrança, aos 11 anos. A semifinal do brasileiro entre Galo e Inter. Na TV, em Perdões (MG), passava Fluminense e Corinthians. De vez em quando entravam os gols de Porto Alegre. A criança diz: “toda vez que mostram o jogo de lá, sai gol”. Tio Albertino, com toda a paciência possível em meio ao nervosismo, explica que só passavam porque o gol já tinha saído. Na prática, o descobrimento do replay da forma mais dolorida, 2 a 1, com direito a um dos gols mais bonitos que o menino veria na vida, mesmo contra, a tabelinha de cabeça entre Falcão e Escurinho que sacramentaria a passagem dos gaúchos para a final e o título.

Próxima cena, final de brasileiro, Atlético e São Paulo, 1977, Mineirão. A certeza da vitória do maior time que vira. Campanha invicta, 10 pontos a mais que o segundo colocado, Reinaldo entraria em campo, não tinha como perder. Primeira decepção, Reinaldo, expulso num jogo na primeira rodada, fica de fora. Mesmo assim não tinha como dar errado. Cerezo estava lá. João Leite, Marcelo, Paulo Isidoro etc. Mas deu. Ângelo caído no chão com o joelho quebrado, Chicão pisa em cima. Arnaldo César Coelho não dá nem cartão amarelo. 0 a 0. Pênalties. A decepção para o resto da vida. Mas naquele dia o menino aprendeu, na derrota, que seria atleticano para o resto da vida. “Uma vez até morrer.”

Tão fanático quanto o tio Albertino a quem essa crônica é dedicada. Por ter levado pela primeira vez ao Mineirão, por ter ido a Lavras (MG) apresentar num jogo amistoso a simpatia de Telê Santana para o menino. O que está até hoje registrado numa foto perdida em algum álbum da família. A vida seguiu longe de Minas, mas sempre com o Galo.

Nessa quase memória, rompeu-se uma das poucas coisas que o menino aprendeu na vida de jornalista, não escrever em primeira pessoa, pois não é personagem. Mas desculpem, são 100 anos do Clube Atlético Mineiro. “Uma vez até morrer”. Na pele, a camisa em preto-e-branco vestida até na derrota e para sempre...

segunda-feira, março 24, 2008

100 anos do Galo, o time dos sonhos

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Para quem não agüenta, este é o penúltimo "post" sobre o centenário do Galo. Amanhã, 25 de março, data do aniversário, termina a série.

Vale dizer que a torcida está em vigília desde as 18h desta segunda-feira e promete bonita festa madrugada adentro. Alías, o último texto será exatamente sobre essa torcida, o maior patrimônio do clube.

Mas, antes, vai o time que gostaria de ter visto jogar um dia, a seleção do Galo, meu time dos sonhos, com alguns comentários. Observação, será um 4-2-4, como no tempo em que comecei a gostar de futebol.

O critério é pessoal, são apenas os jogadores que vi entrar em campo.

Goleiro:
João Leite
Recordista de atuações com a camisa do Galo, chegou a ser convocado para a seleção brasileira. Tinha muito sangue frio, presença no gol e sabia defender pênalties. Lembro de sua estréia, no campeonato brasileiro de 1977, quando o Galo dispensou o argentino Ortiz depois da final do mineiro de 1976. Participou do time do Galo vice-campeão brasileiro em 1977, defendeu dois pênalties na final contra o São Paulo. Poderia escalar o Taffarel, mas ele jogou pouco tempo no Galo.

Lateral direito:
Getúlio
Posição que tive mais dificuldades, porque o melhor mesmo que vi foi Nelinho, que terminou a carreira no Galo, mas foi excluído por ser cruzeirense. Getúlio era um lateral voluntarioso, que marcava gols e chegou a ser convocado pela seleção. Foi campeão brasileiro, ironicamente, pelo São Paulo contra o Atlético (em 1977) e Fluminense (1986). Começou no Galo aos 14 anos, em 1968.

Zagueiros
Luizinho
Foi contratado junto ao Villa Nova em 1978 e participou de toda a campanha do hexacampeonato mineiro. Sempre foi reconhecido por sua classe na hora de sair jogando e pela eficiência para desarmar o adversário sem fazer faltas. Foi titular da seleção brasileira de 1982, a melhor que vi jogar. No Galo, conquistou conquistou dez títulos estaduais.

Cláudio Caçapa
Zagueiro vigoroso, com boa recuperação e capacidade de dar arrancadas e sair para o ataque. Veio dos juniores do Galo e foi vice-campeão brasileiro no time de 1999. Chegou à seleção, disputou poucas partidas, até se transferir e ficar por anos no Lyon. Está atualmente no futebol inglês. Poderia escalar também o Cléber (Clebão) formado no Galo, mas que ficou mais famoso por sua passagem pelo Palmeiras.

Lateral esquerdo
Dedê
Foi lançado por Leão em sua primeira passagem pelo Galo, conquistando o título da Conmebol. Transferiu-se muito novo para a Alemanha, onde joga há quase dez anos no Borrussia Dortmund.

Meio campo
Gilberto Silva
Único jogador do Atlético campeão mundial como titular da Seleção Brasileira, Gilberto Silva chegou ao clube em janeiro de 2000. O volante conquistou o estadual de 2000 e ajudou o Galo a chegar as semifinais do Brasileirão de 2001. Após a conquista do pentacampeonato em 2002, foi vendido para o Arsenal, da Inglaterra.

Toninho Cerezo
Menino pobre, filho do palhaço Moleza, Cerezo chegou ao Atlético após de destacar no Ferroviário, time amador de Belo Horizonte. Em 1974 fez a sua estréia no time profissional e logo se firmou como uma das principais estrelas do clube com o seu forte poder de marcação, agilidade, velocidade e grande capacidade para armar as jogadas. Nas entrevistas coletivas, sempre se referiu ao Atlético como o 'Glorioso'. Foi o jogador do Atlético que mais vestiu a camisa da Seleção Brasileira, 50 jogos, e participou das Copas de 78 e 82. Participou de todas as conquistas do hexacampeonato regional do clube de 1978 a 1983.

Atacantes
Marques
Como é time dos sonhos, vou jogar com quatro atacantes, com Marques de ponta-direita, embora ele atue mais pela esquerda, mas ali é do Éder. Marques chegou ao Galo em 1997. Sua primeira passagem durou cinco anos e meio. Virou ídolo da torcida. Conquistou quatro títulos: Copa Centenário e Copa Conmebol (1997) e o bicampeonato mineiro (1999/2000). Voltou ao Galo em 2005, mas amargou o rebaixamento do time à segundona do Brasileiro. Em 2008, foi carregado em volta triunfal pela torcida. É o 9º maior artilheiro do clube com 126 gols e um dos maiores ídolos da história recente atleticana.

Reinaldo, o Rei (foto: arquivo Estado de Minas)
“Rei Rei Rei, Reinaldo é o nosso Rei”. O grito contagiava o Mineirão no período em que me tornei atleticano, no final da década de 1970. Maior artilheiro da história do Galo, com 255 gols, Reinaldo chegou ao clube em 1973, vindo de Ponte Nova, interior do Estado. No seu primeiro treino no time profissional, enfiou uma bola entre as pernas de um zagueiro e teve de sair para não apanhar.

Subiu para o profissional com 16 anos, quando já havia marcado 53 vezes nas categorias de base. Com seu talento, técnica insuperável, habilidade e capacidade para executar dribles em espaços mínimos, tornou-se o maior goleador da história do Mineirão, com 153 gols marcados.

Tem também a melhor média de gols em uma edição de Campeonato Brasileiro, em 1977, com 28 gols em 19 jogos, média de 1,47. Foi o artilheiro do Atlético na campanha do hexacampeonato mineiro (1978 a 1983), com 46 tentos. Encerrou a carreira precocemente aos 27 anos vítima da violência dos adversários e dos joelhos que já haviam sido operados diversas vezes.

Dario
Sem grande técnica, Dada Maravilha soube inventar-se. É o jogador que fez o gol mais importante da história, no campeonato brasileiro de 1971.

Depois de uma infância e adolescência de sofrimentos ao ver a sua própria mãe se suicidar e de fugir da polícia após furtos, o jogador chegou ao Galo em 1968, comprado por 100 mil cruzeiros junto ao Campo Grande, do Rio de Janeiro. Depois de ser vaiado pela torcida em várias oportunidades, em 1969, Dario começou a dar a volta por cima com a chegada do técnico Yustrich que teve paciência para tornar aquele camisa 9 desengonçado, que fazia a torcida rir com a sua falta de habilidade e arrancadas desajeitadas, em um dos principais atacantes do Brasil.

Em 1969, foi o artilheiro do Campeonato Mineiro e brilhou nas vitórias alvinegras sobre a Seleção Brasileira e da União Soviética. Além de fazer gols de todas as formas imagináveis, o atacante também tinha como principais características a sua dedicação, velocidade e impulsão. Dario se define com a célebre frase: 'Só três coisas param no ar: o helicóptero, o beija-flor e Dadá'. É o segundo maior artilheiro da história do Atlético. Em 290 jogos, marcou 211 gols.

Éder
Éder chegou ao Galo em 1980, numa troca por Paulo Isidoro, do Grêmio. Habilidoso com a perna esquerda, com um chute forte e incrível capacidade para colocar a bola onde queria, ganhou o apelido de “Bomba de Vespasiano”. Sempre teve uma identificação muito grande com a torcida e nunca escondeu que seu time do coração é o Atlético. Participou da Copa do Mundo de 1982.

quinta-feira, março 20, 2008

100 anos do Galo: o primeiro campeão brasileiro

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A maior conquista nacional do Atlético aconteceu em 19 de dezembro de 1971. Nesse dia foi conquistado o primeiro Campeonato Brasileiro, com vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo, no Maracanã, gol de Dario aos 16 minutos da etapa final.

No banco, mestre Telê Santana (foto, crédito Central de Mídia), começando carreira, em sua primeira vitória nacional, bem antes de ganhar a fama de pé-frio, depois desmentida.

Na campanha, 12 vitórias, dez empates e cinco derrotas, com 39 gols marcados e 22 sofridos. Interessante é que no jogo decisivo no Maracanã houve a invasão de cerca de 20 mil atleticanos ao estádio.

Outra curiosidade: o Galo ganhou o título simbólico de “campeão da disciplina”, já que não teve nenhum jogador advertido com cartão amarelo ou vermelho durante toda a disputa.

FICHA TÉCNICA DA FINAL
BOTAFOGO 0 X 1 ATLÉTICO

Motivo: decisão do Campeonato Brasileiro
Data: 19/12/1971
Local: Estádio Maracanã - Rio de Janeiro
Gol: Dario
Árbitro: Armando Marques
Público: 46.458 pagantes
Renda: CR$ 294.420,00
Atlético
Renato; Humberto, Grapete, Vantuir e Oldair; Vanderlei, Humberto Ramos e Ronaldo; Lola (Spencer), Dario e Tião. Técnico: Telê Santana.
Botafogo
Wendell; Mura, Djalma Dias, Queirós e Valtencir; Carlos Roberto, Marco Aurélio (Didinho) e Careca (Tuca); Zequinha, Jairzinho e Nei Oliveira. Técnico: Paraguaio

Fonte: site oficial do Galo, www.atletico.com.br

quarta-feira, março 19, 2008

100 anos do Galo: por que Campeão do Gelo

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Ontem falei que escreveria hoje sobre o título de 1971 no centenário do Galo. Não vou manter a palavra porque achei material que considero melhor no site http://www.alterosa.com.br/html/centenariogalo_capa/
centenariogalo_capa.shtml.

Se der, depois volto ao primeiro Brasileiro.

“Nós somos campeões do gelo, nosso time é imortal.” A parte da letra do hino que permanece até hoje refere-se a uma excursão que o Atlético fez , em 1950, pela Europa. Foi o primeiro clube brasileiro a viajar para o Velho Continente depois da implantação do profissionalismo no futebol. Na foto 1, do arquivo do Estado de Minas, a estréia com vitória por 4 a 3 sobre o Munique 1860.

Lá, em gramados quase sempre cobertos de neve, o Galo foi proclamado pela imprensa como o “Campeão do Gelo”.

Após 38 horas de viagem e com temperaturas abaixo de zero, no dia 1º de novembro, o Atlético venceu o Munique 1860, por 4 a 3. Ao todo, foram 10 jogos (cinco na Alemanha, dois na Áustria, um na Bélgica, um em Luxemburgo e um na França), com seis vitórias, dois empates e duas derrotas. Na foto 2, a volta a BH, de O Cruzeiro, arquivo Estado de Minas.




Confira a campanha

10 jogos: 6 vitórias, 2 empates e 2 derrotas

24 gols a favor e 18 contra

Artilheiro: Vaguinho e Lucas Miranda; seis gols cada

Jogos do Atlético:
Atlético 4 x 3 Munique 1860
Atlético 4 x 0 Hamburgo
Atlético 1 x 3 Werder Bremem
Atlético 3 x 1 Schalke 04
Atlético 3 x 0 Rapid Viena
Atlético 2 x 0 Sarrebruck
Atlético 2 x 1 Anderlecht
Atlético 3 x 3 Eintracht Brauschweig
Atlético 3 x 3 Seleção de Luxemburgo
Atlético 2 x 1 Stade Français

Jogadores que participaram da campanha:
Goleiros: Kafunga e Mão de Onça
Defesa e meio-campo: Afonso, Oswaldo, Juca, Moreno, Vicente, Zé do Monte, Haroldo, Barbatana, Vicente Perez e Márcio
Atacantes: Lucas, Lauro, Cezinho, Alvinho, Vavá, Nívio, Vaguinho e Murilinho
Técnico: Ricardo Diez

terça-feira, março 18, 2008

Há quase cem anos

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Peço licença aos futepoquenses para nesta semana que falta para o centenário do Galo fazer um “post” diário sobre meu time. Prometo que isso só se repetirá daqui 100 anos.

Um pouco de história:

O Athlético Mineiro Football Club foi fundado em 25 de março de 1908 por 22 torcedores do primeiro clube de futebol de Belo Horizonte, no coreto do Parque Municipal. O nome foi mudado para o atual, Clube Atlético Mineiro, em 1912.

O primeiro jogo ocorreu um ano depois da fundação. Em 21 de março de 1909, com vitória sobre o Sport Club Futebol por 3 a 0, na casa do adversário. Coube a Aníbal Machado, que mais tarde se tornaria escritor, marcar o primeiro gol com a camisa alvinegra.

O primeiro troféu foi a Taça Bueno Brandão, primeiro torneio de futebol realizado em Minas Gerais. O Galo venceu de forma invicta sem sofrer um gol. No ano seguinte, tornou-se o primeiro campeão oficial do Estado, desbancando o grande rival, o América.

Em 1929, pela primeira vez, foi convocado para a seleção brasileira um jogador fora do eixo Rio-São Paulo. Mário de Castro, reza a lenda, não aceitou a convocação porque não vestiria nenhuma camisa que não fosse a do Galo. Ainda em 29, o clube disputou o primeiro jogo internacional de um time mineiro, vencendo o então Campeão Português Victória de Setúbal por 3 a 1.

Em 1937, a Federação Brasileira de Futebol (FBF) reuniu em um torneio os campeões de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. O Atlético se sagrou Campeão dos Campeões do Brasil, feito que até hoje faz parte da letra do hino do time.

Outro símbolo, o Galo, foi criado nos anos 1940 pelo cartunista Mangabeira.

Em 1950, o Atlético fez uma inédita excursão pela Europa, disputou dez partidas, contra equipes da Alemanha, Áustria, Bélgica, Luxemburgo e França. Foram seis vitórias, dois empates e duas derrotas. A campanha rendeu o título simbólico de ‘Campeão do Gelo’.

Amanhã, a campanha do primeiro campeonato brasileiro...

Fonte das informações: site oficial, www.atletico.com.br