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sexta-feira, setembro 26, 2014

Governo Alckmin: 'gestão', 'eficiência', 'competência'

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Alckmin vê o Sistema Cantareira e canta: 'Tudo em volta está DESERTO, tudo certo/ Tudo certo como 2 e 2 são 5'


Depois de acompanhar o violento despejo de sem-teto no Centro de São Paulo no início deste mês, vejo hoje uma notícia que comprova que a Polícia Militar do governo estadual não tem mais nada de útil pra fazer, além de espancar pobres, grevistas, estudantes ou manifestantes:


Alta foi de 11,7% na comparação entre oitavo mês de 2013 e deste ano. Homicídios caíram 12,6% no mesmo período de comparação. Na capital, roubos cresceram 13,6% e homicídios subiram 6,3%.


Realmente, é mais uma notícia "edificante" sobre o (des)governo do PSDB em São Paulo, que já beira 20 anos seguidos. E o povo quer mais: Geraldo Alckmin lidera as pesquisas e pode ser reeleito já no 1º turno. Esses eleitores parecem contentes com o ensino público estadual:

São Paulo tem o pior nível no Ensino Médio dos últimos 6 anos

Os resultados do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo, revelados mostram que os desempenhos dos estudantes dos alunos do Ensino Médio nas escolas estaduais pioraram em relação ao ano de 2013 e acabaram sendo os mais baixos desde o ano de 2008.

A satisfação também deve refletir as "boas" notícias da saúde pública paulista:

São Paulo registra 17.088 casos de dengue neste ano

O número de casos de dengue neste ano na cidade de São Paulo chegou a 17.088 nesta quarta-feira, dia 23. Na comparação com os 15.969 registrados até a última semana de julho, o aumento foi de 7%.

Ou então o "primoroso" transporte público gerido pelo governo de Geraldo Alckmin:

Metrô de São Paulo tem uma pane grave a cada 3 dias

Estatísticas do Metrô de São Paulo revelam que número de falhas graves no sistema dobrou nos últimos cinco anos. Em 2013, ocorreu uma pane grave a cada três dias, com grande transtorno aos passageiros. Foram 113 falhas de mais de 6 minutos de duração no ano. Os números indicam aumento de 105% das panes em relação a 2009.

Mas ninguém supera o PSDB na "excelência" do fornecimento de serviços básicos:


O nível dos reservatórios do sistema tem registrado quedas consecutivas e chegou nesta sexta-feira a 7,2% da capacidade. Em nota, a secretaria estadual de Saneamento e Recursos Hídricos informou que o esgotamento da primeira cota da reserva técnica só aconteceria "no pior dos cenários". São Paulo enfrenta a maior crise hídrica da história.
E pra quem acha que o "mérito" é de São Pedro ou dos usuários gastadores, preste atenção:


Faz pelo menos quatro anos que o Estado de São Paulo está a par dos riscos de desabastecimento de água na Região Metropolitana. Em dezembro de 2009, um estudo não só alertou para a vulnerabilidade do sistema Cantareira como sugeriu medidas cabíveis a serem tomadas pela Sabesp a fim de garantir uma melhor gestão da água. O aviso veio do relatório final do Plano da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, feito pela Fundação de Apoio à USP.

Show de bola. Essas notícias sintetizam a "gestão", "competência" e "eficiência" (principalmente "eficiência"!) que os tucanos enchem a boca para pronunciar quando lambem as próprias crias. E para a população não interessa se todos estes serviços públicos são de competência do governo estadual. O problema da segurança, educação, saúde, transporte e até da falta de água é culpa única e exclusiva da Dilma e do partido dela. No estado de São Paulo, tudo segue "às mil maravilhas".

SÓ QUE NÃO.


1 comentários:

Unknown disse...

Alckmin está comprometendo o futuro das reservas de água de São Paulo, diz ANA

por Rodrigo Gomes, da RBA

O diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, afirmou na noite de ontem (23/09) que a maneira como a crise hídrica no Sistema Cantareira está sendo administrada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) "está comprometendo o ano de 2015 e o futuro". Ele acusou o secretário Estadual de Recursos Hídricos, Mauro Arce, de "apenas ganhar tempo" com as medidas tomadas até agora, além de evitar ações mais drásticas que vinham sendo discutidas entre governos federal e estadual no Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão do Sistema Cantareira (GTAG-SC), órgão colegiado que a ANA abandonou na última sexta-feira (19). As declarações foram dadas durante o evento de arquitetura e urbanismo Arq.Futuro, realizado no Auditório do Parque do Ibirapuera.

"Não há o esforço necessário para comunicar à população a gravidade da situação", lamentou Andreu, para quem não é possível dizer se a redução de consumo de água em São Paulo se dá por iniciativa da população ou porque a água simplesmente já está faltando em inúmeras residências pelo estado. Ele destacou ainda que, a partir de junho, a economia de água por meio do plano de descontos nas contas criado pela Sabesp para lidar com a falta de água reduziu "sensivelmente".

Segundo Andreu, o que vinha sendo dialogado era uma proposta de redução da vazão de água no Cantareira, dos atuais 19,7 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 18,1 m³/s no mês de setembro, e 17,1 m³/s em outubro. O objetivo seria garantir que, caso as chuvas esperadas a partir de outubro não sejam tão intensas, o sistema mantivesse um nível de água capaz de atravessar outro período seco em 2015. "A proposta que vem sendo apresentada é apenas a de retirar até a última gota do Sistema Cantareira. E isso é realmente aumentar o risco de uma maneira brutal", criticou. O diretor-presidente apresentou aos jornalistas um e-mail impresso em que Arce apresentava os dados citados como "cronograma das reduções programadas". A proposta nunca foi efetivada.

Andreu revelou ainda que, embora a agência tenha saído oficialmente do GTAG apenas em setembro, o Grupo Técnico não se reúne e nem produz comunicados com recomendações sobre vazões mensais desde o dia 30 de junho. O presidente-coordenador da ANA disse também que pode voltar ao grupo técnico, desde que o secretário estadual assuma compromissos ou diga porque não pode cumprir o que foi acordado. A agência vai manter diálogo direto com o Departamento de Água, Esgoto e Energia (Daee), órgão regulador do governo estadual, com o qual já tem uma reunião encaminhada para a próxima semana.