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quarta-feira, setembro 03, 2014

Cervejas belgas

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Uma das cervejas típicas de Bruges
Há cerca de seis anos, quando fizemos uma parceria para reproduzir aqui no blog o conteúdo do site português Cervejas do Mundo (o que temos feito desde então na série Tipos de Cerveja), publicamos uma entrevista com o responsável por aquele portal de informações, Bruno Aquino, em que ele revelou: "O meu interesse por cervejas começou quase por acaso, numa viagem que fiz há alguns anos com a minha namorada à Bélgica. Lá, pude me aperceber das variedades e subtilezas que uma cerveja pode atingir". Mais tarde, ao celebrarmos nova parceria, dessa vez com o chef de cozinha Marcos Xinef, ele escreveu em sua primeira postagem sobre a cidade belga de Bruges, "cheia de mosteiros e vielas, cortada por rios, o que lhe rendeu o apelido de 'Veneza do Norte'. Em um cenário de paz, harmonia e beleza, sua característica principal são as mais de 400 marcas de cervejas, a maior parte fabricadas de forma artesanal, dando vários sabores e aromas a essa bebida tão famosa e consumida no mundo".

Degustação: infinidade de cervejas belgas
Vai daí, botei uma ideia na cachola: precisava conhecer a Bélgica - e, lógico, suas cervejas. A oportunidade veio agora, há quatro meses, quando pude passar 20 dias na Europa. Depois de sair da França de trem, pelo Norte, a primeira parada foi justamente em Bruges. Indescritível. Como bem destacou o xará Xinef, tanto pela beleza secular quanto pela infinidade de cervejas industriais e artesanais. Logo na chegada, me aboletei numa cervejaria da Duvel que funciona no segundo andar do centro de informações turísticas, na praça central. Minha sensação foi a de uma criança numa loja de doces, sem saber o que provar primeiro. Lá, provei a Brugge Tripel, especialidade local. Depois, percorri vários bares e pubs, experimentando todo tipo e marca de cerveja, e visitei a fábrica De Haalve Maan (O Homem da Lua), onde provei a Brugge Zot, outra exclusividade local, e versões da Straffe Hendrik, muito elogiada por cervejeiros.

Provando 'a melhor cerveja do mundo'
Enfim, é um universo a ser descoberto, não dá pra resumir num post tudo o que vi, provei e saboreei. Vale destacar que, indo a Bruges, eu não poderia deixar de provar a Westvleteren, considerada por muitos como a melhor cerveja do mundo. O único pub da cidade onde ela é servida (e nem sempre) fica no meio de um minúsculo beco, onde a imensa maioria dos turistas nem cogita adentrar. É uma espécie de templo para cervejeiros, frequentado por poucos. Tudo muito simples e rústico. Quando pedi a tal cerveja, o garçom olhou sério, meio que surpreso pela "heresia" da pronúncia do "santo nome" em vão, e explicou que havia poucas garrafas, que a produção era escassa, que a casa evitava vender todo o estoque etc. Como eu disse que tinha viajado do Brasil até lá só para provar a dita cuja, capitulou. Por 15 euros (cerca de 45 reais), provei uma garrafinha "sagrada". Excelente. Gosto amargo, meio caramelado, diferente. Para um cervejeiro, uma experiência mística.

Cerveja Kwak e seu suporte especial
Depois de Bruges, a próxima parada foi a capital Bruxelas. Outra "perdição" para quem gosta do "suco de cevadis". Tem de tudo - e tudo é muito bom! Me lembro, de relance, da Kwak, Carolus, Jupiler, Liefmans, Rochefort, Bofferding, Tongerlo, Charles Quint e de uma infinidade de garrafinhas que comprava pra beber em casa, que já não lembro os nomes senão as das mais conhecidas, Vedett e Duvel. Tem um pub na esquina em frente ao Manneken Pis (a famosa estatueta do menininho mijando, ponto obrigatório de visitação em Bruxelas) onde "passeei" por quase todo o cardápio de cervejas. Lá, as pessoas pedem pelo tipo de cerveja, em vez da marca: pilsens (como a Jupiler e a Stella Artois), trapistas (Chimay, Orval, Westmalle), abbeys (Maredsous, Grimbergen), whites (Hoegaarden, Blanche de Bruges, Extra White), gueuzes e krieks (Cantillon, Oud Beersel, Girardin) ou specials (Kwak, Bush, Malheur).

Fica aqui a sugestão, para os cervejeiros, de inclusão obrigatória da Bélgica no roteiro de viagem. Mas alerto que, na volta, engolir essas coisas vendidas nos butecos brasileiros com o nome de "cerveja" ficará bem mais difícil! Saúde! Ou, como brindam os belgas, santé!

Carolus, no pub em Bruxelas
Liefmans e Maredsous

Straffe com quádruplo de malte

sexta-feira, junho 06, 2014

Futepoca ajuda a trazer belgas para a Copa

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A belga Antje (à esquerda) e dois colegas: campanha para irem à Copa no Brasil
Na estação ferroviária de Bruges (cidade histórica europeia, Meca da cerveja, citada em outro post aqui deste blog), formos abordados por algumas garotas vestidas com o uniforme da seleção belga, meiões e chuteiras. Como não falamos francês e o inglês de ambas as partes não era particularmente favorável, foi com certa dificuldade que compreendemos que elas participavam de uma espécie de campanha para levar torcedores belgas à Copa no Brasil. Consistia basicamente em coletar 150 mil assinaturas, com caneta piloto, em painéis de lona espalhados por diversos lugares do país, como a tal estação de Bruges.

Patricia tira onda das 'mulatas' rumbeiras e do 'samba' Buena Vista Social Club
O engraçado é que, para aquele local, eles levaram uma banda pretensamente brasileira para tocar um som pretensamente chamado de "samba" - mas os músicos só tocavam mambo e Buena Vista Social Club e as pretensas "mulatas" estavam vestidas como rumbeiras. O que levou minha esposa Patricia a alertá-los de que, ali, os únicos brasileiros legítimos éramos nós. No folder de campanha que nos deram, aliás, há uma foto do jogador brasileiro naturalizado belga Igor de Camargo, sob uma chuva de confetes, e empunhando... maracas!

Igor chacoalha maracas sob chuva de confetes, mas recomenda a caipirinha
Igor, que chegou a jogar pela seleção da Bélgica, mas não foi convocado para a Copa, parece ter esquecido do samba, do pandeiro, do tamborim... Mas, além do futebol, não esqueceu o principal: a cachaça! O folder da campanha diz que "nosso belgo-brasileiro preferido, Igor de Camargo, os aconselha a se preparar para o refrescante coquetel". O texto ainda observa: "A cerveja é a bebida preferida dos belgas, mas no Brasil os torcedores preferem caipirinha, coquetel preparado à base de limão, cachaça, gelo moído e açúcar".

Foto da nossa tradicional coxinha no folder: sonho de consumo entre os gringos
Para nossa surpresa, outra recomendação imprescindível aos belgas que se aventurarem no Brasil é a.... coxinha! Sim, a nossa tradicional iguaria de buteco, raríssima em terras europeias, é sonho de consumo de dez entre dez gringos. Em Amsterdã, nos hospedamos na casa de uma moça que morou brevemente em São Paulo, há 20 anos, e ela diz que chega a sonhar que está comendo coxinha. Taí, se já falamos de futebol e cachaça, podemos acrescentar a tag Política neste post, em alusão aos "coxinhas" que deturpam muitas das manifestações de rua no Brasil...

Contribuindo para a campanha que pretendia reunir 150 mil assinaturas em painéis
Enfim, pra encurtar o causo, não só assinamos nosso nome no painel, para ajudar os simpáticos belgas a conhecerem o "país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza" (e, por tabela, a caipirinha e a coxinha - com ou sem maracas), como também registramos, para a posteridade, o nome do glorioso Futepoca entre os colaboradores. Só falta o time de Courtois, Hazard & Cia. aprontar pra cima da equipe brasileira, nessa Copa! Daí, quem vai sair tocando maracas, vestido de rumbeiro, sou eu! Mas brindando com as incontáveis e divinas cervejas belgas! SANTÈ!

Nosso glorioso blog imortalizado em Bruges, Meca dos cervejeiros de todo o planeta