Destaques

Mostrando postagens com marcador CPI. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador CPI. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, junho 13, 2012

Bordões, CPIs e supervilões: Qualquer relação de proximidade será negada

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Agnelo Queiroz (PT), governador do Distrito Federal, ainda depõe na CPMI do Cachoeira, em Brasília, nesta quarta-feira, 13. Na véspera, seu colega de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), fez o mesmo. Embora tenham adotado estratégias parecidas, de negar fazer parte do esquema montado por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, eles não tiveram como negar algum tipo de relação com o bicheiro, contraventor, empresário de jogos, empresário do ramo farmacêutico, membro da alta sociedade goiana, bon vivant, amigo a quem parabenizar pelo aniversário etc.

O dado é que Perillo inaugurou um bordão diferente para definir os elos entre ele e o pivô do escãndalo. Em CPIs anteriores, a regra era clara - e o bordão, também: "Não tenho qualquer relação com o sr. XXX". No lugar de "XXX", inclua-se o nome do "supervilão" da investigação da vez. Houve crise com vários epicentros, em que as relações a serem negadas eram com várias pessoas - Marcos Valério, Delúbio Soares, Silvinho Pereira, no Mensalão; Durval Barbosa, no Mensalão do DEM; João Alves e os anões do orçamento; PC Farias no esquema que terminou em impeachment de Fernando Collor de Mello etc.

Agora, Perillo foi enfático e reiterativo: "Não tenho qualquer relação de proximidade com o seu Carlos Augusto Ramos" ou "com o sr. Cachoeira". Qual o limite da proximidade cabe a cada qual definir.
Frequentava o prédio onde mora o moço, telefonou para desejar feliz aniversário, nomeou como secretário de Segurança Pública um amigão

Para Agnelo, que admitiu um encontro único, tampouco rolou negar vínculos. Ainda tentou recuperar o bordão com um "Não tenho absolutamente nada com o senhor Cachoeira".

O limite da proximidade ficou no ar.

quarta-feira, março 17, 2010

O Império Contra Ataca

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Sim, tá com todo cheiro de pizza, mas a simples abertura da CPI das Enchentes na Câmara de Vereadores de São Paulo, para investigar os contratos e convênios de serviços feitos pela Prefeitura e sua possível responsabilidade pelos danos e mortes dos alagamentos na cidade, já é um débito na fatura política do prefeito Gilberto Kassab (na foto, ao centro). Sim, sabemos que as porradas na Prefeitura, antes poupada de críticas, têm como finalidade desviar o foco do (des)governador José Erra, digo, Serra (PSDB), culpado por não limpar o leito dos rios e não soltar a água dos reservatórios. O Império Serrista, que elegeu Kassab, agora o ataca. E a Assembléia Legislativa seguirá arquivando toda e qualquer CPI contra gestões tucanas. Como diz o cínico slogan da propaganda tucana, "governo de São Paulo, cada vez melhor". Cada vez melhor para fazer as malas e fugir! De barco!

terça-feira, julho 14, 2009

Sarney, CPI da Petrobras e o recesso

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Nesta terça-feira, 14, o Senado instalou a CPI da Petrobras quase dois meses depois de começar as buscas por 27 assinaturas necessárias, em 15 de maio. Muita água rolou. Foram arrecadadas cinco firmas a mais do que o mínimo necessário, a estatal criou um blogue para responder às acusações da comissão e da mídia, Lina Vieira, a superintendente da Fazenda – de onde veio o gancho para a criação da comissão – foi demitida e José Sarney (PMDB-AP) encontra-se em meio a um furacão de denúncias de atos secretos, nepotismo e desvio de recursos de convênios com a própria Petrobras.

Instado a comentar a questão pela anônima cobrança de um leitor, resta lembrar alguns pontos, já que a ação acontece na capital federal.

Eleições 2010
Como grande parte das ações praticadas por figuras públicas eleitas, tanto a CPI quanto as denúncias contra Sarney passam pela eleição do próximo ano. Seja como palanque da oposição, seja para tentar colar a pecha de corrupto nos candidatos alinhados ao governo federal, a comissão tem tudo para reeditar momentos da trilogias do primeiro mandato de Lula – Mensalão, Correios e Bingos – a do fim do mundo. Não se pode esquecer ainda que a CPI das ONGs corre firme e forte, a ponto de ter se tornado moeda de troca depois da trapalhada de Inácio Arruda (PCdoB-CE) que, ao deixar a relatoria, viu seu posto ocupado pelo tucaníssimo Arthur Virgílio (PSDB-AM), o ilibado. Tudo bem que, ao que consta, o acordo do que é ONG objeto de investigação parece ter sido bem costurado para não desagradar demais nem a petistas nem a tucanos.

Diferenças entre 2009 e 2005
Numa comparação meio bruta, pode-se dizer que governo e oposição devem ter posições mais elaboradas do que nos escândalos de 2005. De um lado, o blogue da Petrobras mostra que a estatal está mais preparada para lidar com uma crise do que estava o PT e os demais partidos. Havia rumores até de que o Fatos e Dados traria um calhamaço de documentos que talvez fossem requisitados como forma de se antecipar. Até agora nada.
Mas some-se a confirmação da promessa de Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo, de assegurar a presidência e a relatoria. Ele próprio assumiu a relatoria e João Pedro (PT-AM) ficou com o comando dos trabalhos. O plano de trabalho sai só em agosto, depois do recesso.
Alguém pode lembrar que Delcídio Amaral (PT-MS) era presidente da CMPI dos Correios, mas Osmar Serraglio, Amir Lando, Ibrahim Abi-Ackel, Efraim Moraes e Garibaldi Alves tinham nada de governistas. Se Romero Jucá conseguir o que quer, o plano de trabalho só sai depois do recesso, em agosto.
Tudo bem que, no frigir dos ovos, tudo é negociado e disputado, mas está claro que a base aliada consegue até aqui aparente controle das coisas.
Do outro lado, a engrenagem entre os jornais que levantam denúncias seguidas de parlamentares que exigem, em plenário, o esclarecimento do caso, vem funcionando de modo bastante azeitado. O presidente da Petrobras descreveu esse ciclo com clareza em entrevista à IstoÉ Dinheiro. Na reeleição de Lula, a tentativa de reedição do Mar de Lama passou longe de funcionar em um panorama de crescimento econômico com distribuição de renda. Será que a estratégia vai ser apostar numa crise econômica com profusão de denúncias e alvos ou com mais pressão sobre menos pontos?

Foto: Montagem com fotos de Geraldo Magela e Moreira Mariz/Agência Senado

Jucá, líder do governo e relator, Sarney, presidente do Seando,
e João Pedro, no comando da CPI



Governabilidade
A análise corrente aponta que o Planalto se preocupa tanto com José Sarney porque depende dele para manter a capacidade de aprovação das medidas de seu interesse. Se o presidente do Senado cair ou se licenciar – o que pode ser a mesma coisa segundo o teorema Renan Calheiros – entra em seu lugar Marconi Perillo (PSDB-GO).
Enquanto o PSOL organizava um Fora Sarney com máscaras de papelão com proeminentes bigodes desenhados contra a "Máfia do Senado", o PT capitulava entre pedir o licenciamento e apoiar o cidadão. Se há o temor da ingovernabilidade, que se assumam as consequências de aparecer na foto escudeando Sarney, com todas as consequências disso. Mas a dubiedade enquadrada foi mais fácil.

quinta-feira, junho 04, 2009

Petrobras lança blogue para se preparar para CPI

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Em meio a um turbilhão político e alvo de denúncias, a Petrobras lançou, na quarta-feira, 3, um blogue dedicado a prestar esclarecimentos à população, ao Senado e à mídia. Petrobras Fatos e Dados (clique aqui) promete informações "recentes da Petrobras e o posicionamento da empresa sobre as questões relativas à Comissão Parlamentar de Inquérito".

Na plataforma Wordpress.com, usando o tema padrão do sistema, há três textos publicados dedicados a diferentes assuntos. O primeiro aponta para o site especial da companhia sobre as reservas da camada pré-sal, outro reproduz nota à imprensa sobre pagamentos de tributos – pivô e ponto de partida da oposição para tentar reeditar a CPI do Fim do Mundo – e uma afirmação da transparência da empresa.

A plataforma é divulgada dois dias depois de a General Motors (GM) nos Estados Unidos lançar o GMreinvention. No caso da montadora, a crise é econômica e a intenção é explicar as etapas da concordata para investidores, jornalistas e o público em geral.

Enquanto os estadunidenses prometem abusar de redes de relacionamento virtual como Facebook, Twitter e Flickr, a da Petrobras não menciona ainda a questão.

Isolamento
Ainda sem receber esclarecimentos da assessoria de imprensa da Petrobras, imagino que se trate de uma tentativa de isolar o assunto. Na página institucional, a CPI é mencionada como exemplo de uso do blogue. Já na Agência Petrobras de Notícias, voltada à relação com a mídia, é só um"espaço interativo na internet".

Reprodução


Tratamento distinto nas homes e no miolo. Aparentemente, a
companhia tenta afastar o desgaste da página institucional


O lançamento do site me levou a pensar se o Senado não deveria buscar formas de consolidar as informações além de melhorar, por exemplo, o acesso às transcrições de sessões, atualmente limitadas a um sistema de buscas em que se gasta mais tempo do que se gostaria. Do ponto de vista do acesso, seria interessante. Como parte da mídia reage quase que imediatamente à notícia, sem ponderar muito nem checar dados e termos, oferecer dados mais claramente pode ajudar a melhorar a cobertura.

Atualização às 16h20
Durante a tarde, outros posts foram publicados e ficou claro que há moderação nos comentários. Todos as intervenções de internautas que li são favoráveis ao governo e críticas ao viés político-partidário da CPI. A assessoria de imprensa da companhia ainda não esclareceu os critérios da moderação nem respondeu a outras questões enviadas.

Segundo Luís Nassif, que também comentou a história, a inspiração foi a ação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) diante das denúncias do Estado de Minas contra a instituição em 2008.

A novidade, que o Nassif não comenta, é usar uma plataforma de blogue e retirar o assunto da página institucional, permitindo mais liberdade para defender a empresa e criticar acusadores, por exemplo.

terça-feira, agosto 19, 2008

No butiquim da Política - CPI: esclarecimento ou esconderijo?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

CLÓVIS MESSIAS*

CPI virou farra. O oportunismo toma conta das comissões parlamentares de inquérito. Por qualquer motivo, desde que seja eleitoral e não para apuração de irregularidades, convoca-se. É na Câmara Federal, nas Assembléias Legislativas e nas Câmaras Municipais que estão proliferando as CPIs, principalmente quando há chance de aparecer na mídia. Aí, o que acontece? Nada se apura, faz-se o uso político e o dinheiro público, que deveria retornar para nós, desaparece.

Aqui no boteco, a moçada está ficando indignada. Não se justifica a ineficiência parlamentar afirmando que o presidente da República, o governador ou o prefeito têm maioria. Não é verdade absoluta. Sim, eles têm maioria, mas a atividade parlamentar, quando bem feita, consegue esclarecer. O que não dá mais para ouvir é eles ficarem falando, nos três níveis, federal, estadual e municipal, que não dá para enfrentá-los.

Porque, próximo das eleições, os parlamentares conseguem convocar, de afogadilho, as CPIs. Só no início deste mês, em São Paulo, a Assembléia Legislativa convocou cinco. Agora, se vão atingir o objetivo, é outra história. Aqui no butiquim ninguém é contra CPI, aliás, acreditamos que o legislativo é a mola mestra da democracia. Mas, quando o legislador se esconde atrás de um argumento oportunista qualquer, é sinal de que nós temos que reciclar o parlamento.

É tanta conversa fiada sobre CPI que as eleições estão quase escondidas. Não se deixe iludir pela cortina de fumaça eleitoral.

*Clóvis Messias é dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo e escreve semanalmente para o Futepoca.

quinta-feira, maio 08, 2008

Dilma deita e rola com adversário fraco

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook



E a oposição conseguiu. Deu uma visibilidade à Dilma Rousseff que nem o presidente Lula havia feito, mesmo tendo definido a ministra-chefe da casa Civil como "mãe do PAC". A presença de Dilma, no senado, em resposta à convocação da chamada "CPI da Tapioca" foi uma oportunidade dela aparecer - e bem - para uma parte do público que não a conhecia. E mais, a colocação infeliz do senador José Agripino (DEM-RN) foi um levantamento de bola tão grande que a ministra aproveitou e colocou a bola no ângulo.

O brilhante senador (cada vez que vejo discussões na casa mais me seduz a proposta do parlamento unicameral) afirmou que a ministra mentiu durante a ditadura e disse que o caso do suposto "dossiê" sobre gastos no cartão corporativo do ex-presidente FHC poderia representar uma "violta ao regime de exceção". Literalmente, a fala dele: "Me tocou muito uma entrevista que a senhora disse que mentia muito para sobreviver no regime de exceção. O que quero dizer com isso tudo é que tenho medo de voltarmos ao regime de exceção. O dossiê é a volta do estado de exceção. É o uso do estado para encostar pessoas na parede (...) Queremos saber se o dossiê existe, quem mandou fazer, e para que foi feito", disse o senador democrata.

Explicando com laranjas ao senador: tortura serve justamente pro torturado delatar, dar informações confidenciais, ou seja, falar a "verdade". Mentir sob tais condições é ato heróico e não o contrário. A expressão de perplexidade dos senadores colegas de Agripino mostra o quão tosca foi sua comparação.

Dilma deitou e rolou, como mostra o vídeo acima, uma edição do programa do Jô Soares (até ele teve que elogiar a postura da ministra, vejam só...). Para se defender, o "democrata" falou que a ministra foi “esperta e astuta” e “usou a emoção”. Ou seja, teria sido isso uma confissão de que ele agiu com pouca esperteza e não foi nada astuto?

Pintou a candidata do presidente...

Mais sobre o desempenho da ministra aqui.