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Obama ganhou. Podem os idiotas da objetividade, que não estão restritos ao futebol, dizerem que ele não tratou de temas raciais na campanha ou, indo mais longe, que sua eleição significa um momento “pós-racial”. Pode ser também que faça muito pouca diferença para os latino-americanos, para os asiáticos, para o resto do mundo enfim. Mas a vida é feita de simbologias. E um negro chegar à presidência dos EUA é uma daquelas muito fortes.
Percebe-se isso quando se lê o sempre excelente texto do Idelber Avelar. Seu encontro com uma senhora negra na noite da eleição do democrata, “aquela mulher, que quando menstruou pela primeira vez não podia sequer usar os mesmos bebedouros, banheiros públicos e piscinas dos brancos”, é emocionante. Foi talvez pensando nisso que Jesse Jackson chorou.
É impossível não lembrar do discurso do operário que chegou à presidência da República e na avenida Paulista dizia que a sua vitória era para que “ninguém duvidasse da capacidade da classe trabalhadora do país”. E é inevitável recordar a batalha diária do tal presidente contra o preconceito, travada de forma doída, mas que traz um gosto de vitória partilhado por muitos.
É impossível não lembrar do discurso do operário que chegou à presidência da República e na avenida Paulista dizia que a sua vitória era para que “ninguém duvidasse da capacidade da classe trabalhadora do país”. E é inevitável recordar a batalha diária do tal presidente contra o preconceito, travada de forma doída, mas que traz um gosto de vitória partilhado por muitos.
Que Obama atenda seu colega brasileiro e acabe com o bloqueio a Cuba e que se empenhe na busca pela paz com o Oriente Médio. Duvido que chegue a tanto, mas o momento é de sonhar. E não é sempre que a política nos permite isso.
PS: a fotomontagem acima já foi publicada em um Separados no Nascimento e é uma homenagem a dois legítimos campeões.